Altamiro Borges: Na tragédia pelas chuvas no litoral norte de SP, a digital de Bolsonaro

Tempo de leitura: 3 min
Fotos: Prefeitura de São Sebastião/Divulgação

Mortes no litoral de SP: a digital de Bolsonaro

Por Altamiro Borges, em seu blog

No início da noite de segunda-feira (20), o site G1 fazia um balanço parcial da tragédia das chuvas no litoral de São Paulo: “37 pessoas morreram e quase 2,5 mil tiveram que sair de casa… Estradas foram interditadas e seis cidades estão em estado de calamidade. Buscas ainda são realizadas para localizar 40 desaparecidos em São Sebastião”.

A tendência é que o número de mortos e desabrigados cresça.

De notícia positiva, em mais este triste episódio, o site informava que “o presidente Lula interrompeu sua folga na Bahia e sobrevoou as áreas afetadas. Ao visitar São Sebastião, anunciou ajuda”.

E também anunciou que “a Caixa Econômica Federal vai liberar saque calamidade do FGTS em municípios do litoral de SP atingidos pelas chuvas. O valor para retirada é de até R$ 6.220,00”. O restante do noticiário é só desgraceira.

Corte de 99% da verba para desastres naturais

Chama a atenção na cobertura da mídia, porém, a ausência do nome do genocida Jair Bolsonaro. Em mais essa tragédia – que não tem nada de exclusivamente natural e divina –, o “capetão” tem a sua digital criminosa.

Em 2 de dezembro do ano passado, o site Mídia Ninja postou matéria com o título: “Bolsonaro corta 99% da verba destinada a enfrentamento de desastres naturais”.

Tratava dos estragos das chuvas principalmente em Santa Catarina e no Paraná – estados bolsonaristas que sequer receberam a visita do então presidente.

O texto registrava:

“os recursos de obras emergenciais de mitigação para redução de desastres sofreram uma redução do governo de Jair Bolsonaro (PL) de R$ 2,8 milhões para R$ 25 mil, no orçamento de 2023. Se forem mantidas as quantias que estão na proposta de Orçamento apresentada pelo governo ao Congresso, o corte será de até 99% nos recursos voltados para obras emergenciais, redução e mitigação de desastres naturais.

O enxugamento do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) também atinge verbas para a ‘execução de projetos e obras de contenção de encostas em áreas urbanas’. Neste setor, houve um corte de 94% do recurso, saindo de R$ 53,9 milhões, neste ano, para R$ 2,7 milhões para 2023”.

Prova da ausência total de empatia do fascista e do seu ministro da Economia com a sofrida população, o site lembra que “o corte nestas áreas por Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes foi proposto ainda em setembro de 2022, meses depois do desastre em Petrópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro, onde morreram mais de 230 pessoas por causa das chuvas”.

Mais de 8 milhões de brasileiros vivem em áreas de risco

“Uma pesquisa do Observatório dos Desastres Naturais mostrou que, nos últimos 10 anos, os óbitos causados por excesso de chuvas e suas consequências no Brasil somaram 1.756. Até setembro, as vidas perdidas por inundações neste ano já chegam a 457, o que representa mais de 25% do total de mortes na década… Em 2018, a partir do cruzamento de dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do último censo feito, em 2010, pelo IBGE, identificou-se que mais de oito milhões de pessoas vivem em áreas de risco no Brasil”.

O governo Lula – em conjunto com os governos estaduais e prefeituras realmente comprometidos com o povo – terá muito trabalho nos próximos quatro anos para reverter esse quadro de abandono e desprezo à vida.

Leia também:

Geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos faz um alerta sobre as chuvas no litoral de SP

Milly Lacombe: Ecos da tragédia no litoral norte de SP e a liberdade de cobrar R$ 93 por um galão de água


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Comentários

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Ibsen

A digital da tragédia não é a do Bolsonaro, mas de quase metade do povo brasileiro votante. Bolsonaro teve a desonra de dar vazão a um sentimento que já habitava seus corações e mentes. É esse tipo de postura que exime de responsabilidade essa grande parcela do que chama-se povo e que garante que não demos conta do nosso passado escravista e de toda a opressão e genocídio aos povos originários, pretos e pobres.

Zé Maria

APOROFOBIA*

Classe Média Alta (Pequena Burguesia Paulista) “impediu”
Poder Público de construir Casas Populares em Maresias,
Localidade de São Sebastião no Litoral Norte Paulista, uma
das Regiões Mais Atingidas pelo Excesso de Chuvas em SP.

O que mais impressiona é que esses Pequenos Burgueses
não residem na Cidade, são apenas Frequentadores com
Casas de Veraneio nas Praias Locais.
.
.
“Não rejeitamos estrangeiros
se forem turistas, cantores
ou atletas famosos,
rejeitamos se forem pobres”

ADELA CORTINA
Escritora Filósofa Espanhola

* https://www.bbc.com/portuguese/geral-54778993

    Zé Maria

    JANEIRO DE 2021
    Governo Bolsonaro

    [Reportagem: Emilio Sant’Anna | FolhaPress, via EShoje | 31/01/2021 ]

    “Oposição a Conjunto Habitacional em Maresias
    une ‘Moradores’ e Chefe da Secom de Bolsonaro”

    ​A construção de um conjunto habitacional com cerca de 200 unidades para população de baixa renda, em Maresias, fez com que moradores e donos de imóveis de uma das praias mais badaladas do litoral norte paulista se unissem contra o projeto do Minha Casa Minha Vida.

    A reação conta com a participação até mesmo do chefe da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), Fabio Wajngarten, proprietário de uma casa no local, que prometeu acompanhar a situação junto ao governo federal.

    No início de janeiro, a associação de moradores que pressiona o poder público ganhou o apoio de Wajngarten —que prometeu aos vizinhos acompanhar a situação em esfera federal, de acordo com pessoas que acompanharam a reunião em que ele fez uma palestra.

    Entre os moradores há quem reclame e veja na medida uma ameaça de desvalorização de seus imóveis e reflexos na indústria hoteleira local, que trabalha com ocupação quase total durante o verão.

    A área escolhida pela prefeitura para erguer as casas populares fica a poucos quarteirões da praia em meio a vegetação…
    Apesar de reunir mansões em condomínios fechados, Maresias não tem coleta de esgoto.

    Há anos a população cobra da Prefeitura de São Sebastião a construção de uma estação de tratamento de esgoto da Sabesp.
    Como ela nunca chegou, as casas regulares contam com fossas sépticas.

    O bairro tem atualmente cerca de 10 mil moradores, mas durante a alta temporada de verão chega a receber 70 mil turistas, tornando ainda mais complicado o saneamento da região.
    .
    .

    Zé Maria

    Não impressiona que haja Mercenário cobrando 93 Reais por um Galão d’Água na Região Afetada pelos Deslizamentos de terra. Tem quem pague.

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