Alberto Carlos Almeida: Na avaliação do eleitorado, Moro e Temer estão umbilicalmente ligados

Tempo de leitura: 3 min
Reprodução do Facebook do ex-presidente Lula

Reprodução do Facebook do ex-presidente Lula

Moro e Temer caminham juntos na avaliação do eleitorado, aponta cientista político

PT na Câmara

O cientista político Alberto Carlos Almeida, em artigo publicado no portal Poder360, aponta que o eleitorado tem a imagem de Sergio Moro “fortemente associada ao Governo Temer e dissociada de Lula”.

Confira abaixo a íntegra do artigo de Almeida, considerado um dos mais precisos analistas eleitorais do Brasil.

Para o eleitorado, Moro e Temer estão juntos, diz Alberto Carlos Almeida

por Alberto Carlos Almeida*, no Poder360

Segundo o dado divulgado periodicamente pelo Estado de S. Paulo relativo à pesquisa Estadão-Ipsos, a desaprovação de Sergio Moro vem caminhando junto com a de Michel Temer.

O gráfico mostra na escala do eixo vertical esquerdo o percentual para Moro, e no eixo vertical direito os valores para Temer.

É possível notar que de outubro de 2015 a outubro de 2016 a desaprovação de ambos caiu.

No meio das duas datas há o impeachment de Dilma: quando Sergio Moro teve um papel crucial ao divulgar as conversas entre Dilma e Lula, e Temer se tornou o principal beneficiário da saída do PT do Palácio do Planalto ao assumir a presidência da república.

A partir de outubro de 2016, a desaprovação de Michel Temer aumentou de forma meteórica até junho de 2017, desde então, tendo alcançado o patamar de 85% de rejeição, ela tem permanecido estável.

No caso de Moro sua desaprovação também aumentou no mesmo período, ainda que de forma bem menos acentuada do que a de Temer.

Porém, o que se destaca é o crescimento de sua rejeição a partir de junho de 2017, quando estava no patamar de 20%, até a última pesquisa em junho de 2018 quando sua rejeição atingiu 40%.

A evolução da rejeição de Temer e Sergio Moro sugere que os seus destinos, ao menos no que diz respeito às suas imagens junto ao eleitorado, estão umbilicalmente ligados.

Durante o ano de 2017 as principais aparições de Sergio Moro na mídia nacional tiveram relação com os depoimentos de Lula a ele, assim como a condenação do petista.

Para o eleitorado, consequentemente, Moro é o principal responsável pela prisão de Lula. Ocorre que Lula é visto pelo eleitorado como o opositor por excelência do Governo Temer.

As visões desenvolvidas e cultivadas pelos eleitores são bastante simples e estão de acordo com o seguinte raciocínio:

1. Lula é o político mais importante do PT;

2. o PT foi retirado da presidência por meio do impeachment;

3. Temer se tornou o presidente, portanto, Lula se tornou o principal líder da oposição;

4. Sergio Moro condenou e decretou a prisão de Lula e, como não poderia faltar;

5. o Governo temer é muito mal avaliado em função da crise econômica.

O resultado final disso tudo é que a imagem de Sergio Moro, evidentemente politizada, o que parece não ser bom para o judiciário, está fortemente associada ao Governo Temer e dissociada de Lula.

Moro é responsável indireto pelo impeachment e responsável direto pela prisão de Lula, isto é, ele colocou no poder um governo impopular e retirou de cena aquele que representa a mudança.

A entrada de Sergio Moro na cena pública remonta ao seu memorável artigo acerca da operação mãos limpas no qual ele defende a utilização da mídia, e consequentemente da opinião pública, como recurso para pressionar o judiciário a tomar decisões que levem à condenação de líderes políticos.

Mais recentemente, Moro admitiu, também publicamente, que se equivocou ao solicitar de maneira açodada que José Dirceu, do PT, passasse a utilizar tornozeleira eletrônica.

O juiz não havia sido notificado oficialmente, mas sim teve ciência da soltura de Dirceu pela mídia.

Dito isto, ao considerar o comportamento pretérito e presente de Moro, é possível afirmar que ele tenderá a manter sua imagem associada ao Governo Temer, que termina daqui a seis meses.

O destino da imagem de Moro a partir de janeiro dependerá do resultado das eleições.

*Alberto Carlos Almeida é cientista político, autor do best-seller “A cabeça do Brasileiro” e diversos outros livros. Escreve semanalmente para o Poder360.

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Bob Fernandes: Como chegamos a isso?


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Comentários

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Marcia

Sério mesmo?
Os senhores não passam de uns esquerdopatas ridiculos!
85% dos brasileiros tem pleno orgulho do juiz Moro.

Maria Telma

Essa cara do Moro me lembra a cara do FHC qdo o Bill Clinton pôs as mãos no ombro dele (fhc).
Cara de cachorro que encontrou o dono. Servil, que só obedece ordens do dono.
Imparcialidade 0%.
Isenção 0%.
É um péssimo juiz, completamente tendencioso e desonesto. Segue a lei penal e a constituição feita por ele.
Sempre ca.gou e andou quando os delatores delataram políticos do psdb. Nunca fez nada. E além disso aparece em muitas fotos de coluna social ( classe social ) com tucanos envolvidos em corrupção.

Julio Silveira

Moro, Temer e Carmem Lucia, estão ligados. Outro dia num post aqui no blog um procer do PT afirmou que o PT errou nas suas indicações ao STF. Eu custo a acreditar que as indicações mais pró golpe do PT tenha sido por influencia petista, por isso duvidei e duvido da afirmação do Procer petista, tenho cada vez mais certeza de que as indicações desqualificadoras foram por obra da busca em agradar os tais parceiros da tal coalizão, os reconhecidamente velhacos e golpistas desde sempre.

Eduardo Gioseffi Estellita Lins

Por favor aguardo resposta via email. Obrigado

Eduardo Gioseffi Estellita Lins

Como faço para parar de receber notificações deste site? Aguardo resposta. Obrigado pela atenção.

    Luiz Carlos Azenha

    Responderemos aqui.

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