Ainda magro de seguidores, Frota replica até denúncia de petista contra ex-aliado Bolsonaro, que reina nas redes sociais acima da Globo

Tempo de leitura: 3 min
Reprodução Facebook

Da Redação

Os tempos mudaram.

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) adotou o sincretismo político.

Passou a usar sua conta no twitter para fazer mea culpa sobre posições que adotou no passado.

Chamou atenção a mensagem em que tentou aproximação com o ex-colega Jean Wyllis, hoje exilado nos Estados Unidos:

E no fim estamos vendo que Jean Willis tinha razão quando cuspiu na cara do Bolsonaro.

Antes próximo do clã presidencial, ele agora fustiga:

Bolsonaro, protegido até hoje é o seu filho Flávio e o Queiroz. Seja homem, assuma que vc faz de tudo para não deixar seu filho ir para cadeia e desmoralizar de uma só vez essa família.

Isso ele escreveu depois de o presidente da República ter dito que o autor da facada, Adélio Bispo de Oliveira, é protegido. “O sistema protege esta pessoa”, disse Jair Bolsonaro em tom conspiratório durante evento da Aliança pelo Brasil.

Frota perdeu parte de sua base política.

Aparentemente, tenta construir uma nova sobre os bolsonaristas arrependidos e mais à esquerda.

“Miliciano preso suspeito de grilagem de terras no DF é tio de Michelle Bolsonaro. Mas que merda é essa? Tio miliciano, mãe estelionatária, avó traficante, Queiroz amigo, enteado na rachada”, sapecou o deputado, ao replicar para seus 33 mil seguidores a notícia da prisão do sargento PM João Batista Firmo Ferreira, irmão de Maria das Graças, mãe de Michelle.

Frota chegou a ter 1,1 milhão de seguidores no Facebook e 170 mil no Twitter antes de se afastar do clã Bolsonaro. Apagou suas contas e começou do zero.

Hoje a página oficial de Frota no Facebook, criada em 13 de agosto de 2019, tem menos de 4 mil seguidores.

Mais ativo no Twitter, ele atira especulações sobre os bastidores que frequentou:

Ninguém até hoje quis saber o que aconteceu com Magno Malta o amigo inseparável do Bolsonaro? Que trabalhou pelo Bolsonaro 6 anos seguidos, abriu mão de sua campanha própria para se dedicar à do Mito. Alguém pode me dizer o que ocorreu? Eu conheço umas quatro versões.

Denuncia ex-colegas de partido, como a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), que ao lado do ex-secretário de Cultura Roberto Alvim disse que 2020 seria o ano do “renascimento” da cultura brasileira:

A Bia Kicis disse que em 2020 seria o renascimento da Cultura com Alvim como secretário. Além do assessor usar a camisa da Marielle desdenhando do assassinado da vereadora, Bia deu seu grande aval para a Cultura. Sabe tudo essa Sra. Parabéns.

Ele se refere ao fato de que um assessor da deputada, Evandro de Araújo, fez chacota com o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) em camiseta.

A camiseta com chacota que assessor da deputada Bia Kicis exibiu

Alvim foi demitido por ter publicado em conta oficial um vídeo inspirado no nazista Joseph Goebbels.

Para bater no ex-aliado Bolsonaro, o deputado tucano chegou a replicar denúncia de um integrante do Diretório Nacional do PT, Florisvaldo Raimundo, segundo o qual o novo partido de Jair Bolsonaro, Aliança pelo Brasil, está usando ilegalmente cartórios para se legalizar.

“Cartório é concessão pública e portanto, comete crime ao utilizar estrutura para organizar filiação para criar o partido de Bolsonaro. Espero que o Ministério Público intervenha imediatamente no processo. Embora, tudo que Bolsonaro faz, tem uma estrutura criminosa por trás”, escreveu Raimundo na postagem que Frota reproduziu para seus seguidores.

A mensagem que Frota replicou

O deputado, porém, parece reconhecer que a força permanece com a direita.

Ele também reproduziu um estudo da consultoria Bites, publicado pelo Poder 360, mostrando que os parlamentares de direita assumiram completo protagonismo nas redes sociais em 2019.

Não se sabe o impacto que o racha no PSL terá no esquema dos robôs em 2020.

Mas, em 2019, um único parlamentar do PT apareceu entre os senadores com maior número de interações:

Major Olimpio (PSL-SP) – 31,4 milhões
Alvaro Dias (Podemos-PR) – 30,4 milhões
Flavio Bolsonaro (sem partido-RJ) – 26,3 milhões
Humberto Costa (PT-PE) – 20,4 milhões
Jorge Kajuru (Cidadania-GO) – 18,4 milhões

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