“Absolutamente inspirador”, Macri pede moratória da dívida externa da Argentina

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Foto redes sociais

Da Redação

O futuro político de Maurício Macri foi selado esta noite em Buenos Aires.

A Argentina declarou moratória de sua dívida externa, como forma de debelar a crise cambial.

“Argentina propôs iniciar o diálogo para reperfilar os vencimentos da dívida”, anunciou o ministro da Fazenda, Herán Lacunza.

Reperfilar é tucanês para não pagar no prazo estabelecido.

Os U$ 56 bilhões da dívida argentina começam a vencer em 2021.

O pedido de renegociação foi feito ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

O peso argentino perdeu mais de 20% de valor desde que Maurício Macri foi esmagado nas primárias presidenciais pela chapa de esquerda, liderada por Alberto Fernández.

A diferença em favor de Fernández foi de cerca de 15% dos votos.

A moratória amplia a margem do governo Macri para tentar debelar a crise cambial, que se agrava dia a dia.

O primeiro turno das eleições presidenciais acontece no dia 27 de outubro. O segundo turno, se houver, em 24 de novembro.

O novo governo assume em 10 de dezembro.

Fernández é amplo favorito.

Quando Macri assumiu, passou a ser apontado como um exemplo a ser seguido pelo Brasil.

“O que está acontecendo lá pode acontecer aqui”, disse com otimismo o presidente da General Motors para a América Latina, Barry Engle, em maio de 2016.

No Brasil, o dólar atingiu hoje a cotação de R$ 4,17.

O governo Bolsonaro já começou a queimar as reservas internacionais do Brasil, construídas ao logo dos governos Lula e Dilma, para segurar o câmbio.

Temendo repercussões no câmbio e na própria Bovespa, boa parte da mídia brasileira está usando eufemismos para tratar da decisão da Argentina, como “revisão de prazos” e “renegociação”.

A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil e maior destino das exportações de veículos produzidos aqui.

Maurício Macri recebeu muitos elogios de liberais brasileiros.

Em outubro de 2017, Miriam Leitão escreveu:

A economia da Argentina está em recuperação e pode crescer 3% este ano e 4% no ano que vem. Isso explica em parte a vitória do presidente Mauricio Macri nas eleições do último final de semana. O ajuste promovido pelo governo já traz resultados concretos que começam a ser percebidos pela população.

O PIB da Argentina cresceu  2,9% em 2017, mas recuou 2,5% em 2018.

Miriam, portanto, errou por “apenas” 6,5%.

Quando visitou Buenos Aires, em setembro de 2017, o hoje governador de São Paulo se derreteu em elogios a Macri.

Perguntado se seria o “Macri brasileiro”, Doria disse:

Nossas ideias são absolutamente iguais, sem retoque. Foi um encontro inspirador, ele é absolutamente inspirador.

Nas redes sociais, o Movimento Brasil Livre (MBL) vem sendo trolado intensamente desde que o governo Macri desandou.


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Zé Maria

“Desde que o Macri assumiu fomos levados à ruína.
Se estávamos um pouco mal já com o governo anterior,
o que o Macri fez foi aprofundar a entrega, o latifúndio, os ajustes [Austeridade Fiscal].
A única coisa que fez foi criar mais pobres, mais fome
e mais desemprego na Argentina”,
criticou Carlos Fregenal, dirigente da Corrente Classista Combativa (CCC),
participante da marcha multitudinária por segurança
e urgência alimentar,
um protesto popular e restrito a movimentos sociais de base,
sem participação partidária, que percorreu as principais
avenidas
da Capital e da Grande Buenos Aires.
.
Argentina Entrou em “Default Seletivo” e a renegociação dos títulos das dívidas se dará
em um processo longo que recairá nas mãos
do próximo governo (2019-2023).

Assim, estaria praticamente decretado
o fim da candidatura de Mauricio Macri,
segundo o jornalista Marcelo Falak,
editor-chefe de ‘Internacionais’ do jornal de economia
Ámbito Financiero e editor do site ‘Letra P’.

Por Maira Vasconcelos, no GGN

https://jornalggn.com.br/america-latina/argentina-entrou-em-default-seletivo-por-maira-vasconcelos/

Nelson

Com a palavra os paulistanos e paulistas – sem generalizar -, que se acham melhores que o restante do país. Entregaram o governo do Estado ao PSDB em 1995 e, de lá para cá, não quiseram tirá-lo das mãos da tucanaiada.

Ainda não se deram conta de que os tucanos governam para a elite? O próprio Bresser Pereira, que foi fundador dessa coisa, já alertou de que o PSDB “é um partido da direita e da direita absolutamente antinacional e dependente”. Portanto, eu completo: um partido da elite dominante, do 1% – quando muito – de mi e bilionários.

Depois de 24 anos levando na cabeça, os paulistas que, ao que eu saiba, não pertencem em sua esmagadora maioria ao 1%, não se deram conta de que tinham que apear os tucanos do poder?

Resolveram, então, entregar o governo ao Dória, que já os tinha deixado “falando sozinhos” depois de apenas dois anos na prefeitura da capital? Dória descumpriu, solene e descaradamente, a promessa que havia feito, de que cumpriria seus quatro anos como prefeito.

Quando vejo coisas assim acontecendo, tenho que concordar com o filósofo francês, Jean-Marie de Maistre, que afirmava que “cada povo tem o governo que merece”.

Zé Maria

O Reverendo Araújo e o Mito imbecil estão tentando fazer uma jogada para deixar a Venezuela de fora
das negociações sobre a Amazônia Internacional ou Pan-Amazônia.

Só esqueceram que a Venezuela é signatária do
Tratado de Cooperação Amazônica (TCA),
por sinal, celebrado em Brasília, em 3 de julho de 1978,
assinado pelos oito Países Amazônicos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela)*.

E em 1995, os Ministros do Exterior dos países-membros reunidos em Lima, criaram a Organização do Tratado
de Cooperação Amazônica (OTCA).

A emenda ao tratado foi aprovada em Caracas,
na Venezuela, em 1998, quando foi instituída a Secretaria Permanente da OTCA, localizada
em Brasília.

https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/1999/decretolegislativo-102-28-outubro-1999-369454-exposicaodemotivos-143212-pl.html

https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/186318/000406292.pdf

*A Guiana Francesa também integra a Pan-Amazônia mas é como um território da França, pertencendo, portanto, à União Européia, ficou de fora da OCTA,
de acordo com a Legislação Internacional.

http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/sci/normas-e-legislacao/tratados/convencoes-meio-ambiente/tratado-de-cooperacao-amazonica.pdf

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