Leandro Fortes: Vice de tucano também é ministro de governo petista

Tempo de leitura: 2 min

MINISTRO DA OPOSIÇÃO

Leandro Fortes, no Facebook, via Maria Frô

08/05/2013

A ampla e flexível política de governabilidade do PT chegou a seu paroxismo, agora, com a nomeação de Guilherme Afif Domingos, do PSD, para o cargo de ministro-chefe da Secretaria da Pequena e Micro Empresa – seja lá o que isso signifique.

Afif é vice-governador de São Paulo. Vice de Geraldo Alckmin, do PSDB. O PSDB de José Serra e Aécio Neves. Eu sei, eu não deveria mais me escandalizar com essas coisas da governabilidade, ainda mais porque vai aparecer uma tropa petista a me acusar de purista e traidor dos trabalhadores. Tem gente com vocação para o sabujismo na esquerda também.

Afif anunciou, mansamente, que irá acumular os dois cargos: será vice de Alckmin e ministro de Dilma. Será, portanto, o leva-e-traz mais conhecido da República. Engraçado que, à exceção do PSOL paulista, que bem classificou o episódio como “anomalia ética e política”, ninguém mais pareceu preocupado com essa aberração.

É normal, é a governabilidade.

Para mim, além de uma ação política vergonhosa, é uma notícia inusitada: deve ser o primeiro caso de infiltração política com registro no Diário Oficial da União.

PS do Viomundo: Foi assim com o PSOE espanhol, não em termos de alianças, mas da adoção de uma espécie de neoliberalismo light. Às vezes as duas coisas se confundem. O risco é de o PT se diluir no campo conservador e passar a aceitar os transgênicos e os agrotóxicos da Monsanto, desmantelar a Funai, financiar a Veja, trocar a banda larga pública pela da Vivo, aceitar que a Lei Rouanet financie o Holiday On Ice e não a cultura local, abandonar a reforma agrária e a reforma urbana, conceder portos e aeroportos, deixar a Vale vender o minério de Carajás aos chineses no ritmo que quiser e a preço de banana, promover rodadas de petróleo que beneficiem as petroleiras internacionais em detrimento da Petrobras, ter um ministro da Saúde que aceite fortalecer o campo dos que combatem o aborto, um ministro das Comunicações que seja parceiro das teles e um ministro da Educação que não saiba que a Folha colaborou com a ditadura militar emprestando um jornal e veículos de transporte. Ainda bem que tudo isso ainda não aconteceu…

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