Marcelo Zero, sobre aprovação do ‘acordo’ de Alcântara: Quem vota a favor é escroque da pior espécie

Tempo de leitura: 3 min

Da Redação, com PT na Câmara e Marcelo Zero

Por 21 votos a favor e seis contra, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) aprovou nesta quarta-feira, 21/08, a proposta do “novo” acordo da Base de Alcântara, no Maranhão, que permite aos Estados Unidos utilizá-la.

O acordo, firmado pelos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, impede que o Brasil desenvolva seu projeto aeroespacial e faz o país renunciar à sua soberania.

Votaram contra o Partido dos Trabalhadores e o Psol.

Representando o PT na comissão, os deputados Carlos Zarattini (SP), Arlindo Chinaglia (SP), Paulo Pimenta (RS), Paulão (AL) e Odair Cunha (MG).

Já o Psol, o deputado David Miranda (RJ).

Zarattini denunciou o acordo lesa-pátria :

O que está se propondo nesse acordo é o Brasil renunciar à sua soberania, renunciar à sua autonomia tecnológica, renunciar ao desenvolvimento espacial. Isso aqui vai contra uma lei aprovada nesta Casa, que é a Estratégia Nacional de Defesa, que prevê o desenvolvimento autônomo do Brasil. Nós estamos renunciando a essa possibilidade.

O Brasil não poderá desenvolver o seu programa de satélites e os EUA poderão utilizar a Base de Alcântara para lançar veículos espiões sobre países amigos do Brasil, e nós não poderemos entrar na área americana, não poderemos fiscalizar equipamentos americanos, e nós não saberemos o que eles estarão lançando.

Esse acordo impede que o Brasil desenvolva os seus veículos e proíbe que se utilize recursos da Base de Alcântara para financiar o programa espacial brasileiro.

Se nós fossemos lançar o satélite geoestacionário brasileiro de Alcântara não poderíamos ter um lançador brasileiro, porque ele está proibido pelo Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR).

Nós não vamos poder usar recursos para desenvolver e lançar nossos próprios satélites (se algum dia nós tivermos os nossos satélites), nós não vamos poder lançar o satélite desenvolvido com a China, nós vamos ter que usar outra base, a não ser que os Estados Unidos autorizem.

Segundo o deputado Arlindo Chinaglia, todos os argumentos utilizados pelo governo Bolsonaro para sustentar o acordo são enganosos e não resistem a uma análise mais criteriosa.

Ele alertou:

Esse Acordo de Alcântara representa um ponto fora da curva no que tange a acordo de salvaguardas tecnológicas. De fato, nenhum outro acordo tem nas salvaguardas, vetos políticos como o que se encontra nesse acordo.

O Brasil não poderá desenvolver o seu veículo lançador de forma nenhuma, segundo os termos do acordo.

Esse dispositivo deixa transparecer de maneira claríssima que o verdadeiro objetivo do acordo é é o de inviabilizar o Programa do VLS (Veículo Lançador de Satélite) e colocar a política nacional do desenvolvimento de atividades espaciais na órbita dos interesses estratégicos dos EUA. Aqui fere a soberania.

O sociólogo Marcelo Zero, especialista em Relações Internacionais, estudou todos os acordos de salvaguardas tecnológicas firmado pelos EUA com outros países.

“Em nenhum deles tem essas cláusulas. Apenas esse acordo com o Brasil tem essas aberrações”, acusa.

“O ‘novo’ Acordo de Alcântara tem salvaguardas políticas, as quais não têm nenhuma relação com a proteção de tecnologia americana”, observa.

Marcelo Zero destaca, entre outras, as seguintes:

1) proibição de que o Brasil coopere com países que não sejam membros do MTCR (regime de controle de mísseis), ou seja, a maioria dos países do mundo, China inclusive;

2) proibição de usar o dinheiro dos lançamentos no desenvolvimento do veículo lançador brasileiro;

3) previsão de que os EUA possam vetar unilateralmente lançamentos de países desafetos;

4) obrigação de o Brasil firmar acordos idênticos com países que queiram usar a nossa base.

“Um sujeito que vota a favor dessa monstruosidade ou não sabe o que está votando ou é um escroque da pior espécie”, assevera.

No topo, a imagem de painel de votação com o resultado.

Como só traz o nomes dos parlamentares e a questão é muito importante, levantamos o Estado e o partido dos que disseram sim a essa monstruosidade, segundo avaliação de Marcelo Zero.

OS 21 DEPUTADOS QUE VOTARAM A FAVOR

Titulares

Aluísio Mendes -Pode MA

Claudio Cajado — PP BA

Eduardo Bolsonaro — PSL SP

Eduardo Da Fonte –– PP PE

Heitor Freire – PSL CE

Hélio Lopes — PSL -RJ

Hildo Rocha  – MDB -MA

José Rocha – PL BA

Leo Moraes – Pode RO

Leur Lomanto Júnior – DEM BA

Luiz P. Orleans e Bragança – PSL SP

Marcel van Hatten — Novo – RS

Márcio Marinho – Republicanos BA

Nilson Pinto — PSDB – BA

Pedro Lucas Fernandes  — PTB MA

Perpétua Almeida — PCdoB AC

SUPLENTES

Camilo Capiberibe — PSB – AP

David Soares — DEM -SP

Eduardo Cury – PSBB SP 

General Girão — PSL RN

Giovani Feltes -MDB  RS

 


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Comentários

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Barbará Amitai

É realmente revoltante a nossa situação!

Zé Maria

Seja por Tragédia, ou Farsa, ou por ambas,
a História do Entreguismo se repete no Brasil …

Em 1945, após o fim da 2ª Guerra Mundial,
enquanto aqui no Brasil, Militares e Civis
Golpistas se empenhavam em Destituir
o Presidente Getúlio Vargas do Poder,
O Reino Unido da Grã Bretanha (Churchill),
a União das Repúblicas Soviéticas (Stalin)
e os Estados Unidos da América (Truman)
se reuniam em Potsdam, na Alemanha,
para definir as Reparações de Guerra
e decidir o Destino Geopolítico Mundial.

Assim, nessa mesma época, chegaram
de volta ao Brasil, os Pracinhas da
Força Expedicionária Brasileira (FEB)
depois de 239 dias de engajamento
na Itália, onde deixaram 465 mortos
e de onde trouxeram mais de 2 mil
feridos, todos soldados brasileiros.

Nesse período a influência dos EUA
havia crescido no País, especialmente
entre os oficiais da FEB, que lutaram
na Itália sob o Comando Americano,
dos quais se destacariam o tenente-coronel
Humberto de Alencar Castelo Branco,
membro do Estado-Maior da FEB,
e o capitão Golbery do Couto e Silva,
integrante do Serviço de Inteligência
do Exército na Divisão Expedicionária,
ambos ‘entusiastas’ dos ‘valores’
anticomunistas.

Getúlio tentou, então, convocar eleições,
mas não contou com o Apoio Militar
e foi deposto por um Golpe de Estado,
assumindo em seu lugar o Presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF),
José Linhares, que, sob a influência do
mesmo Grupo que derrubou Getúlio,
imediatamente abriu ao capital
estrangeiro o refino do petróleo
e, em seguida, revogou a Lei Antitruste,
que punia o Abuso do Poder Econômico,
decretada, havia pouco, por Getúlio.

Concomitantemente, as Potências Aliadas
estabeleceram na Conferência de Potsdam
as diretrizes básicas para a administração
da Alemanha logo depois do fim do conflito,
Além da histórica decisão de dividir a Alemanha
em quatro zonas de ocupação, foi criado um
Conselho de ministros das Relações Exteriores,
com sede em Londres, e a participação de
representantes do Reino Unido, União Soviética,
China, França e Estados Unidos.
Entre os principais objetivos da conferência
estavam a criação de diretrizes para o tratamento
da Alemanha derrotada, questões de reparação de guerra, além da nova fronteira para a Polônia,
ao longo dos rios Oder e Neisse, assim como os
acordos de paz com a Itália, Bulgária, Finlândia,
Hungria e Romênia.

E aqui no País, em dezembro de 1945, depois de
uma Campanha Presidencial Relâmpago, foi
Eleito o General Eurico Gaspar Dutra (PSD).

Durante a Guerra, o Governo de Getulio Vargas
havia angariado uma Expressiva Reserva Cambial
devido à redução das importações e ao aumento
das exportações.

O General Dutra, entretanto, adotou a política
de incentivo às importações, que ficou conhecida
como “Farra dos importados”, de tal ordem que
o Brasil foi invadido por coisas inúteis, de plástico
e artefatos de alumínio, que entraram no País
a preço vil, de tal forma que um Grande Número
de Fábricas Brasileiras teve que fechar as portas.

Com uma política licenciosa que marcaria o início
da influência liberal na Política Econômica de
Abertura de Mercado, as Reservas Cambiais
Dilapidadas, o Governo Dutra passou a imagem
de Medíocre, e muitas piadas foram feitas sobre
o próprio General Presidente [“Votaste no Dutra?
Agora agüenta, Filha da Puta!”]
A partir do Governo do General Eurico Gaspar Dutra,
os liberais – da UDN – Aliados ao Capital Estrangeiro,
identificados pelos Trabalhistas como os “Novos Barões
do Café”, buscariamocupar o Poder, a qualquer preço.

E o Brasil saiu ‘vitorioso’ do Conflito Mundial sem um
puto tostão de indenização por Reparação de Guerra.

Fontes Consultadas / Referências:
§ Luisa Rita Cardoso; “Conferência de Potsdam”; S/D
§ Deutsche Welle (DW Br) “1945: Conferência de
Potsdam Organiza Alemanha Pós-Guerra”; 16/7/2013
§ Arnaldo Mourthé; “O Pós-Guerra E O Brasil”; 21/11/2016.
§ Márcio Sampaio de Castro; “Oficiais e Soldados
da FEB: Duas Realidades Contrastantes”; 01/09/2006.

Zé Maria

A Milícia do Guedes divulgou o Nome de 17 Estatais
que em breve serão entregues ao Setor Privado.
Dentre essas estão os Correios, a EBC e a Eetrobras.

A Eletrobras, por exemplo, é Lucrativa e paga em média
R$ 1 BILHÃO POR ANO de Dividendos à União Federal,
Verba que pode ser redirecionada à Saúde, Educação,
Segurança e outros Serviços Públicos Essenciais.

https://jornalggn.com.br/energia/a-eletrobras-da-prejuizo-ela-e-ineficiente-por-rita-dias/

Zé Maria

Como tá isso !

Um General (Girão) Entreguista
já nem impressiona mais …
Calhordas!
Está se esgotando o Estoque de Adjetivos Pejorativos para
(des)qualificar esse Bando de Trapaceiros que se apossou
do Brasil, para entregá-lo de mão beijada e de joelhos aos EUA.

Nelson

Como é que é? O PCdoB aliado ao Bolsonaro na doação do território nacional aos Estados Unidos? Dos demais, um bando de entreguistas que não têm um pingo de compromisso com o povo brasileiro e o país, eu não esperava outra coisa.

Se diz sim a um absurdo deste tamanho, podemos esperar que o PCdoB diga sim também à privatização da Eletrobras, dos Correios e outras. Ou estou tirando conclusões apressadas demais?

Aureliano

HADDAD SOBE O TOM

E eu concordo com ele em gênero número e grau.

Mas eu gostaria de dizer que pelo processo de destruição em marcha implementado pelo governo Bolsonaro e seus generais entreguistas, o Brasil precisará de uns 20 anos de trabalho árduo para chegar ao nível de desenvolvimento e equilíbrio social que tinha às vésperas do impeachment da Dilma. Não é com um único mandato de 4 anos que a destruição vai ser revertida e voltaremos a ter esperança no futuro. Destruir é muito fácil, reconstruir é dificílimo.

Por isso, vamos deixar que o Lula decida sobre a sua participação ou não numa provável futura eleição. Como ministro da casa civil, por exemplo, talvez ele possa desempenhar um papel muito mais importante do que na função de Presidente da República, e sem o desgaste que os primeiros quatros anos de mandato irá lhe impor. Porque o povo e a classe média impacientes, desesperados, arrasados irá cobrar que seja feito em quatro anos o que talvez nem em 20 seja possível: a volta do crescimento econômico, a reversão das reformas bolsonaristas e o conceito que esse país teve um dia no concerto das grandes nações.

Por exemplo, como reflorestar a Amazônia em 4 anos?

Haddad em vídeo: https://youtu.be/kDEgioogUsY

Jamilly kessia

O idiota aspirante a embaixador eduardo bolsonaro usando boné bordado com “Trump 2020”.
O Brasil cada vez mais entregue aos americanos.

Zé do rolo

O demente do Bolsoburro está entregando nossas riquezas naturais tipo amazônia etc…de mão beijada para o presidente americano Donald Trump que pelo andar da carruagem será reeleito para segundo mandato à frente da presidência dos EUA.
Até o demente do Eduardo Bolsonaro irá ser embaixador para facilitar a entrega do nosso país para os EUA.
O Donald Trump que é inteligente e estrategista agradece aos eleitores brasileiros que de forma burra colocaram um idiota à frente da presidência do Brasil.

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