Sindicato pede ação do MP contra deputada catarinense, aliada de Bolsonaro, que prega violação da lei para coagir professores

Tempo de leitura: 2 min
Reprodução Facebook

Deputada estadual eleita pelo PSL incita denúncias contra professores e causa polêmica

Por Dagmara Spautz, no NSC

A deputada estadual eleita Ana Caroline Campagnolo (PSL), de Itajaí, causou polêmica nas redes sociais neste domingo à noite após incitar alunos para que denunciem professores que se manifestarem contra o resultado das eleições no Estado. “Filme ou grave todas as manifestações político-partidárias ou ideológicas”, recomendou.

A postagem provocou reação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) de São José.

Em nota, a entidade afirma que a postagem da deputada estadual eleita “incita a coação dos professores em sala de aula, e promove o desrespeito aos educadores, comprometendo a didática pedagógica profissional”.

O Sinte pede providências ao Ministério Público de Santa Catarina e completa que “futura legisladora, que deve cumprir com suas obrigações constitucionais, não pode promover o descumprimento das leis”.

A nota é assinada pela dirigente de Assuntos Políticos da entidade, Ingrid Assis  — que foi candidata ao governo do Estado pelo PSTU.

A orientação da deputada eleita fere a lei estadual promulgada em 2008 pelo então governador Luiz Henrique da Silveira, que proíbe o uso de telefone celular nas salas de aula das escolas públicas e privadas no Estado de Santa Catarina.

Procurada pela coluna, ela não comentou a reação do Sinte.

O que diz a constituição

A Constituição Federal de 1988 garante a chamada liberdade de cátedra, ou acadêmica, que assegura aos professores a “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”, e o pluralismo de ideias.

Escola sem Partido

Ana Caroline Campagnolo é defensora da “escola sem partido”, movimento que ganhou força no Brasil nos últimos anos, classificado pelo Organização das Nações Unidas (ONU) como censura e afronta à liberdade nas escolas.

Processo

Ana Caroline Campagnolo responde processo contra a honra, calúnia, difamação e injúria na 3ª Vara Criminal de Florianópolis, movido pela historiadora Marlene de Fáveri, professora da Udesc.

A ação corre em segredo de Justiça, mas sabe-se que a historiadora questiona o uso de seu nome e imagem como exemplo de “doutrinação ideológica” em eventos do projeto Escola sem Partido.

Ana Caroline processou a professora por “perseguição religiosa e ideológica” depois que Marlene de Fáveri abriu mão de orientar um projeto de pesquisa dela.

A deputada eleita usava as redes sociais para desqualificar estudos de feminismo e gênero — objeto de pesquisa da professora da Udesc.

A ação foi julgada improcedente por falta de provas, em primeira instância. Mais de 30 entidades na América Latina manifestaram-se a favor da historiadora.

Íntegra da nota:

Nós do Sindicato dos trabalhadores em educação da regional São José denunciamos a prática da Deputada Ana Carolina Campagnolo eleita para assumir o cargo de deputada estadual em SC em 2019, que em sua última postagem na noite do dia 28/10/2018 induz os alunos a descumprirem a LEI Nº 14.363, DE 25 DE JANEIRO DE 2008, que Dispõe sobre a proibição do uso de telefone celular nas escolas estaduais do Estado de Santa Catarina.

Tal postagem incita a coação dos professores em sala de aula, e promove o desrespeito aos educadores, comprometendo a didática pedagógica profissional.

A mesma por ser uma futura legisladora que deve cumprir com suas obrigações constitucionais não pode promover o descumprimento das leis. Nesse sentindo solicitamos ao MP que tome as providências cabíveis.

Ingrid Assis 
Diretora de Assuntos Políticos
SINTE SJ


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Comentários

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Sandra Reis

É direito do aluno gravar o que discorda na escola, se não está fazendo nada de errado não tem o que temer. Errado é criticar o presidente eleito devido a más interpretações de pessoas que frequentaram escolas com professores que ao invés de focar no ensino foca em conversa fiada.

a.ali

prá variar, só fazem mer… , eis o que se apresenta e nem assumiu

sergio ferreira

E acho que essa atitude afronta o Estatuto da Criança e do Adolescente também!

Bel

E a justiça de SC vai deixar por isso mesmo? Mais um ovo chocando…

Sandro José de Oliveira

Essa mulher está louca. O poder já subiu à cabeça. Está deturpando a imagem do presidente, que prometeu liberdade em seu discurso de vitória. Impeachment nela.

claudio

Me pergunto, quem vota numa pessoa desse nível?

Julio Silveira

Sindicato, vc é o proximo.

RALPH DE SOUZA FILHO

INADMISSÍVEL, PLENO TERCEIRO MILÊNIO, ABERRAÇÃO, E, A OBSTRUIR A POSSIBILIDADE, QUE, SE DISSEMINE O DIAMANTE BRUTO, ENCARNAÇÃO, O CONHECIMENTO… AGRAVANTE, ELEITA, SUPÕE – SE A PROPOR E DEFENDER AS MAIS BENÉFICAS IDEIAS E PROJETOS EM PROL DA POPULAÇÃO, NÃO SE RESTRINGINDO SEUS ELEITORES DA HORA. PATÉTICO. NIETZSCHE, ENTÃO, SENDO EXALTADO, ” NADA VINDO DO HOMEM ME É ESTRANHO, MESMO “…

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