Lula: Meia dúzia de famílias não podem controlar o que o Brasil vê, ouve e lê

Tempo de leitura: 2 min



Foto Ricardo Stuckert

Lula dispara contra Globo e pede mais mobilização para evitar reformas de Temer

“Quem quiser ter um programa para governar este país terá de encarar a regulamentação dos meios de comunicação”, disse o ex-presidente em Congresso do PCdoB ao apoiar a candidatura de Manuela D’Ávila à presidência

da RBA

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje (19) o monopólio dos meios de comunicação no país, e voltou a defender sua regulamentação como proposta para o programa de governo a ser apresentado para as eleições presidenciais do ano que vem.

“Quem quiser ter um programa para querer governar este país daqui para a frente terá de encarar a regulamentação dos meios de comunicação. Certamente, a família Marinho deve pensar que eu estou defendendo a censura, mas eu não quero censura, quem tem que fazer censura é o leitor, o espectador, o ouvinte, eu não quero os meios de comunicação como a televisão cubana, eu quero como a TV alemã, a francesa, eu quero que tenha liberdade, que tenha direito de resposta, que a oposição possa se manifestar, as universidades, os estudantes, os sindicatos possam se manifestar. Não é essas famílias mandarem na comunicação do país inteiro”, afirmou, ao participar do Congresso do PCdoB em Brasília.

A declaração de Lula ganha importância porque neste momento a emissora da família Marinho está no alvo de um furacão político.

A Globo foi citada em julgamento do escândalo de corrupção da Fifa em Nova York, entre seis empresas de comunicação que pagam propina pelos direitos de transmissão dos jogos.

A emissora foi citada em depoimento de Alejandro Burzaco, que era executivo da companhia de marketing argentina Torneos y Competencias AS.

Em discurso de 40 minutos, o ex-presidente Lula manifestou apoio à pré-candidatura de Manuela D’Ávila ao Planalto pelo PCdoB, criticou o governo Temer e alertou sobre a necessidade de mais mobilização para enfrentar a agenda neoliberal do governo Temer, cujas reformas têm atacados direitos dos trabalhadores e segmentos menos favorecidos da população.

Apoie o VIOMUNDO

“Nós éramos contra o impeachment e ele aconteceu. Nós éramos contra a reforma trabalhista e ela aconteceu. Nós somos contra a reforma previdenciária e se nós não tomarmos cuidado ela vai acontecer”, afirmou.

Lula disse que o governo Temer se fundamenta em argumentos falsos para construir o discurso em defesa dessas reformas, que na verdade são retrocessos.

Ele rebateu o argumento de que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) estaria ultrapassada, porque foi aprovada no período do governo de Getúlio Vargas.

“85% da CLT já tinha sido mudada pela luta dos trabalhadores, e eles sempre disseram que era preciso desmontar a CLT”.

O pré-sal e a entrega de suas riquezas para as multinacionais, como vem ocorrendo no governo Temer, também foi alvo de Lula.

“A Petrobras não é uma indústria de petróleo, mas de alavancagem do desenvolvimento do país. O passaporte do futuro acabou, agora vai ser o passaporte do pesadelo”, disse ainda, para depois atacar diretamente o governo Temer.

“Eles não são políticos, eles são usurpadores, eles não tem compromisso com os brasileiros, têm compromisso com o mercado, querem destruir os bancos, é o desmonte da cidadania e para o país ficar dependente.

Leia também:

Como a Globo queria “assumir” a direção da Conmebol

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Leia também