Luiz Cláudio Cunha: Os 84 segundos que a imprensa não viu, não comentou ou desprezou

Tempo de leitura: 6 min


IMPRENSA EM QUESTÃO > VIOLÊNCIA NAS RUAS

O jornalismo que não vê e se omite

por Luiz Cláudio Cunha em 04/09/2015 na edição 866

O Brasil ficou chocado com os 84 segundos de imagens em preto e branco que assistiu nos principais telejornais do país na sexta-feira, 28 de agosto. Mostravam as cenas violentas de um assalto à luz do dia numa avenida movimentada de São Bernardo do Campo, SP, quando o ladrão esmurra o vidro de um carro, arranca a motorista que o dirigia, joga a mulher no chão e arranca com o veículo.                                                                                       

(Reprodução de fotos ABCD Maior)

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O ataque: aos 15 seg, o homem começa a esmurrar a porta da motorista.

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O recuo: aos 21 seg, o carro branco atrás dá marcha a ré para se afastar do ataque.

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A fuga: aos 25 seg, o carro de trás manobra pela direita e foge dali.

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A omissão: aos 59 seg surge alguém para ajudar, enquanto os carros passam sem parar.

Foram cenas captadas às 8h da manhã do sábado anterior, 22, pelo sistema de segurança da prefeitura, num trecho da avenida José Fornari, no bairro Ferrazópolis, e divulgadas pelo jornal ABCD Maior. Repetida exaustivamente, a sequência impressiona pela brutalidade, que todo mundo vê. Os telejornais viram e reprisaram. Mas, o jornalismo fracassou em sua missão básica ao não ver, ali, o que devia ter visto, registrado e denunciado.

Vamos rever a cena captada com neutralidade pela câmera da avenida e ecoada com insensibilidade pela imprensa brasileira (acima).

Um homem de menos de 30 anos aproveita o trânsito parado, circunda por trás de um Honda Fit, como se fosse cruzar a avenida, e aos 10 segundos da gravação se volta de repente em direção à porta da motorista. Com inesperada violência, começa a esmurrar o vidro. O carro tenta arrancar. O primeiro murro acontece aos 15 seg. Aos 16 seg, um segundo murro. Aos 17, o terceiro. Ele força a abertura da porta aos 18, que se abre no segundo seguinte.

Com violência, puxa para fora a motorista, uma senhora de 64 anos, e a joga sobre o canteiro central da avenida, aos 25 segundos. Ele toma o lugar da motorista e arranca com o carro. Outra mulher, que estava no banco de passageiro, consegue sair pela porta direita, pega uma bolsa caída na avenida e vai ao encontro da amiga, caída sobre o canteiro central. Aos 59 seg, enfim, um homem cruza a avenida ao encontro das duas mulheres, para prestar algum socorro.

Na câmera e na consciência

A motorista de 64 anos, a psicopedagoga Rosa Maria Costa, deslocou o tornozelo e sofreu quatro fraturas na perna direita. O ladrão acabou capotando o carro na Via Anchieta e, no acidente, ainda atropelou um homem de 65 anos. Um carro parou para socorrer, o motorista desceu e o ladrão roubou o outro carro, desaparecendo. Um fato nada estranho na Grande São Paulo, onde acontece um roubo ou furto de carro a cada quatro minutos. Entre janeiro e julho, na maior região metropolitana do país, 74.129 veículos foram surrupiados por bandidos.

O que mais espantou na cena de violência em São Bernardo, que todo mundo viu, foi a cena que a imprensa não viu, não comentou ou desprezou. Ninguém da TV, rádio ou jornal, nenhum colunista, nenhum blogueiro, nenhum militante das ubíquas redes sociais destacou o vergonhoso espetáculo coletivo de acovardamento, omissão, negligência e falta de solidariedade que marcou o entorno da agressão na avenida.

Está tudo lá, gravado para sempre na câmera da TV e na consciência envergonhada de quem tudo viu e nada fez. Ou fez errado. Como o motorista do carro branco, provavelmente um Corolla, parado imediatamente atrás do carro atacado pelo assaltante.

Quando o agressor desferiu seu terceiro murro na porta, aos 17 seg, o motorista do Corolla começa a dar ré no carro. Se tivesse feito o contrário, acelerando em direção ao atacante, que não estava armada, ele teria frustrado a agressão e afugentado o agressor. Em vez disso, o carro branco recua uns dois ou três metros, lentamente. No momento em que Rosa Maria é jogada na avenida, o Corolla vira à sua direita e desaparece de cena atrás de uma van parada ao lado, com um motorista, também inerte, à direção. O carro roubado, o Corolla e a van arrancam quase ao mesmo tempo, enquanto a vítima rolava na avenida.

No canto inferior direito da tela, três homens passam pela calçada, indiferentes ao drama das duas mulheres no canteiro central. Só aos 59 seg aparece um homem de jaqueta preta, que atravessa a avenida para socorrer as duas mulheres. Durante os 84 segundos que dura a cena gravada, o que se vê e ninguém comenta é um desfile pusilânime de indiferença, de gente que não se importa, que não vê, não olha, não para e não comete nenhum gesto de solidariedade. Além da van e do Corolla que fugiram da cena do crime, outros quatro carros, dois ônibus e um caminhão passaram pelo local, no sentido do carro assaltado. Do outro lado da avenida, no sentido inverso, passaram 21 carros neste curto espaço de tempo — e ninguém parou, nem por curiosidade.

Nesta sociedade cada vez mais integrada por redes sociais, cada mais conectada por ferramentas como Facebook, Twitter e WhatsApp, cada vez mais interligada por geringonças eletrônicas que deixam todo mundo plugado em todos a todo momento, a cena brutal de São Bernardo escancara o chocante estágio de uma civilização cada vez mais desintegrada, mais desconectada, mais desintegrada. É uma humanidade apenas virtual, falsa, narcisista, cibernética, egoísta, que se decompõe em pixels e se desfaz na tela fria da vida cada vez mais distante e desimportante.

Ninho da omissão

A polícia, sempre fria e técnica, recomenda não reagir em casos de assalto, para evitar danos maiores. No episódio deprimente de Rosa Maria, tratava-se não de reagir, mas de defender uma vida, de proteger um ser humano, de cessar uma agressão, de impedir um abuso, obrigação que cabe a todos e a cada um de nós. A reação de um, um apenas, motivaria o auxílio de outro, e mais outro, numa sucessão de atos reflexivos de autodefesa em grupo que explicam a evolução do homem da caverna para o abrigo solidário da civilização.

Ninguém fez isso — na hora certa, com a firmeza necessária, com a generosidade devida, com a presteza impreterível. Esse espetáculo coletivo de insensibilidade e de crua indiferença atropelou toda a imprensa, em suas várias plataformas. Naufragaram até mesmo os programas e apresentadores que vivem da violência explícita e cotidiana de nossas cidades, grandes ou pequenas, com seu festival interminável de ‘mundo cão’.

Os programas das grandes redes de TV, que cruzam as manhãs e tardes do País com a tediosa banalidade de sangue, morte e violência do cotidiano, se refestelaram com a caso de São Bernardo, reprisando várias vezes a cena da avenida. Como sempre, no estilo furioso e mesmerizado de todos, despontou a tropa de elite da truculência na TV, sob o comando de José Luiz Datena (Band), Marcelo Rezende (Record) e Ratinho (SBT). Aos gritos, aos berros, no jeito gritado de um e de todos, ecoaram como de hábito a visão policial e teratológica da realidade, deixando de lado a preocupação social de uma segurança pública falida e desarvorada pelas balas perdidas da incompetência dos governantes.

Só esqueceram do entorno, da cena explícita de covardia e indiferença das pessoas que testemunham, assistem, presenciam, mas não interferem, não intervêm, não reagem. Ninguém lembrou do exemplo de São Bernardo para denunciar esta falsa sociedade compartilhada, mais preocupada em seus interesses compartimentados, que nenhuma rede social humaniza ou aproxima, a não ser virtualmente.

Um jornalismo que não vê o que é necessário, que não percebe o contexto além do texto, descumpre a sua missão. Esconde a realidade, ao invés de revelá-la. O repórter fiel ao seu ofício deve estar atento ao murro do assaltante no vidro do carro. Mas deve prestar atenção maior ao Corolla branco e aos carros que passam por ali, indiferentes ao que se vê e ao que acontece.

O bom jornalismo sabe que é nesse ninho da omissão que cresce a violência e prospera o fascismo.

***

Luiz Cláudio Cunha, jornalistaé autor de Operação Condor: o Sequestro dos Uruguaios (L&PM, 2008). [email protected]​     ​

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Comentários

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Christian Fernandes

Todos, TODOS, a começar pelo agressor e sem se esquecer dos nobres comentaristas daqui, a tentar justificar o injustificável: covardes.

(O Azenha não permite termos chulos, daí…)

Em São Paulo é impossível, IMPOSSÍVEL, andar sequer uma quadra sem ser agredido, de um jeito e de outro.

(E nem vamos botar nessa conta a ~arquitetura~ paulistana e as poluições sonora e aérea)

Motoristas nunca param na faixa, pedestres nunca dão passagem (nem mesmo para bengalas, cadeirantes, velhinhos etc.) e eu não vou nem entrar no ~mérito~ de caminhões/ônibus/táxis. Sem falar que até ciclista é arrogante por aqui.

Claro, se fosse em qualquer cidade do Brasil, a cena se repetiria. Com toda a certeza. Mas a “coincidência” destas ofensas na RMSP, com as mortes brutais de Osasco ainda quentes, não nos deixa ilusão: paulistano despreza a própria cidade.

sergio ribeiro

Não dá para julgar, pois na hora nunca sabemos o que está acontecendo. Já vi uma moça brigando com o segurança na porta do Bar Brahma e nada fiz. Um indignado filmou a cena dizendo que era covardia bater em mulher.
Conversei com minha esposa em seguida falando o seguinte: conheço gente que presta segurança em danceterias e dizem ser comum, principalmente em bairros nobres, jovens provocarem os seguranças para serem agredidos e depois pedir na justiça indenizações por danos morais aos estabelecimento. Não dá para saber quem tem razão na história ou porque começou a briga. A vida não é muito simples.

Seu Zé

A grande maioria dos comentários aqui só corroboram a idéia de desvio do que realmente é importante. No lugar de clamar por humanidade estão preocupados, bem mais, em discutir se reagiriam ou não (carro branco). Quanto a inércia em relação à Sra. no chão podemos tirar se achar melhor.

Romero

Pense bem, você está no Corolla vendo uma confusão acontecer na sua frente: uma cara batendo no vidro de um carro. Como você vai avaliar quem é o agressor ali? Talvez seja uma briga de trânsito entre 2 idiotas ou o cara que está na rua é a vítima e está tentando recuperar seu carro “roubado”. Sei lá. Eu faria o que o motorista do Corolla fez, iria embora oras.

Rodrigo

Se o sujeito do Corolla estivesse armado, descesse e atirasse no bandido, vocês diriam que ele é um racista de ultra direita, que oprime e mata o negro, pobre e injustiçado e que São Paulo é o estado mais fascista da república.

A hipocrisia comanda no utópico reino dos comunistas de bar.

    Sidnei Brito

    Acho que a situação do sujeito do Corolla e de qualquer outro que está presenciando a cena é muitíssimo difícil.
    Na boa, nenhum de nós, nem mesmo o autor do texto, pode afirmar como agiria ali, no calor das circunstâncias.
    Mas, verdade seja dita, em nenhum momento, meu caro Rodrigo, o autor sugeriu ao motorista do Corolla ou a qualquer outra pessoa ali que saísse dando tiros. O melindre “paulista” é exagero seu.

JoaoMineirim

Ah ! Mas isso foi em São Bernardo. Não dá pra culpar o HADAD pela redução da velocidade na pista.
Ah… se fosse em SP… o Brasil inteiro já teria visto e estaria comentando.

Davi Zocoli

Queria ter palavras para expressar meu desapontamento com os rumos que a humanidade está tomando. O egoismo e a covardia são justificados de todas as formas. A autopreservação é mais importante que tudo. Será mesmo? Quem trouxe a humanidade até aqui? O mal prospera onde os covardes não fazem nada.

Anderson

Fazer algo enquanto o bandido estava em açao, é complicado, pois o meliante poderia estar armado.
Mas assim que o bandido parte com o carro roubado, depois de jogar a senhorinha no chão… é deplorável a omissão dos carros que estavam logo atrás, nenhum motorista prestar socorro: sequer passa pela cabeça deles, que a senhora ferida no chão, era um motorista como eles a poucos segundos atrás. Se bem que, bem provável que a vítima, estivesse ela na posição dos omissos, fosse omissa também! Assim vivem os paulistanos, como cariocas e outros metropolitanos, presos num sistema completamente falido. Moral e estruturalmente falido. Na cultura do make money, da corporatocracy, safar-se é o que importa. Pegou o que estava logo a frente: ufa, dei sorte, preciso agora cair fora! É, mas lembre-se: o amanhã vai ser pior: sem água, sem energia, sem combustível… não vai haver carro pra escapar do bandido.
Nesta hora, quando a cobra fumar, todos serão meliantes, na selvageria do “salvem-se quem puder”.

marco

Creio que o Luiz Cláudio Cunha citou o corolla como exemplo pois haviam várias outras hipóteses em outros veículos e transeuntes, onde mesmo uma reação dificultando a saída do veículo assaltado, já colocaria o marginal em enorme desvantagem. o aspecto colocado é “que vantagem temos de viver em sociedade se agimos pior que quando nas cavernas” “seria esta a evolução?”

lulipe

Falar é fácil, gostaria de saber o que faria o “ninja” do autor se estivesse lá…Deve ser daqueles que defendem a idade atual de 18 anos para a maioridade dos criminosos “di menor”….

    Seu Zé

    Não esperava que você entendesse o texto mesmo.

Lopes

Que texto mais idiota! Todos os especialistas recomendam não reagir em situações como essa. O motorista do carro branco agiu com a prudência adequada pois não havia distância suficiente para se alcançar a velocidade necessária para neutralizar o assaltante. Outro ponto que merece destaque é que sempre existe a possibilidade do assaltante estar armado. Mais uma vez, isso deixaria o motorista do carro branco em vulnerabilidade.

    Sérgio

    O que corre nessas veias?

    Carlos Dias

    Também acho. O(a) motorista do carro branco poderia estar em pânico… è complicado julgar uma cena inesperada. mas eu entendo o que o autor quis destacar.. uma indiferença criminosa que nos assalta. Precisamos avaliar o que está causando essa indiferença.

    Vera Carvalho

    Lopes de certa forma concordo com você. Não cabe ao cidadão comum interferir numa situação de risco para a qual não tem treinamento e não está preparado, isso cabe a força pública. A segurança está um caos. Cadê o policiamento que a grande quantidade de impostos deveria manter em funcionamento? E a educação? Não cabe ao cidadão comum resolver os problemas de segurança arriscando a própria vida. Isso é falado todos os dias quando alguém é assassinado ao tentar reagir a situações desse tipo. Não nos é ensinado que não podemos fazer justiça com as próprias mãos? Quando o povo em massa resolve fazer justiça acaba cometendo excessos e fazendo coisas erradas. Precisamos é temos direito a segurança, educação e trabalho. Isso tudo estaria garantido se não fosse pela corrupção que impera e põe em prática a lei do mais forte.

Beatriz

Acho difícil julgar!!! A gente nunca sabe se os bandidos estão armados….. E se não estivessem, mas o motorista do corolla estivesse com um filho pequeno no carro?? É horrível não receber ajuda em uma situação como essa, mas é muito difícil se arriscar também!!! Não julgo!

    Mauro

    Concordo,

    não sabemos se a pessoa tem fobia, sentiu medo, pânico ou qualquer outro tipo de coisa que nos tira o discernimento.

Urbano

Os desvalidos do sistema são bem mais solidários, como bem mostrou o morador de rua (de São Paulo, ao que parece), que enfrentou uma pessoa de arma em punho a agredir uma mulher, e isso no firme propósito de salvar a vítima. E obteve sucesso, mesmo tendo perdido a sua vida. Para se ver esse sucesso é só um esforço de imaginação e saber que a vida é infinita… Sócrates já sabia muito bem disso. Lembram-se do caso de outro morador de rua, que dividia o seu parco alimento com um cachorro sem dono, que o acompanhou até mesmo a um hospital, permanecendo em frente deste até a alta do amigo?

    Urbano

    Uma pessoa ser bem mais, não significa que outra não o seja de alguma forma… A pessoa humana seria totalmente inerte, caso não julgasse as alternativas que se apresentam no seu dia-a-dia, e dessas escolher a mais conveniente, que vem a ser a parte mais difícil. Tanto que julgamos às vezes bem, às vezes mal. Nos nossos comentários, quer queiramos ou não, está sempre presente um julgamento direto ou indireto; ou não é? Nem quando nos calamos, deixamos de julgar. O que não devemos fazer nunca é seguir o modus operandi dos ‘juristas’ da oposição ao Brasil, pois mesmo ganhando fortunas o que mais têm feito é julgar e condenar pessoas, com base unicamente no seu próprio caráter bandido e cruel. Graças a Deus, existem os juristas competentes e de bom caráter no Judiciário Republicano do Brasil, e que vem a ser a maioria.

Edgar Rocha

Manda agora um texto sobre o heroi da Praça da Sé.

Devia era ter mais textos sobre o discurso da polícia para o cidadão agredido. Só pra lembrar (ou pra quem não teve o privilégio de ouvi-lo):
“Este bairro tá muito violento, senhor. Eu se fosse o senhor, se mudava.”
“Veja bem, cidadão, eu se fosse você não reagia, não. Polícia não faz segurança particular. Se o cara volta e te mata a gente só vai poder agir depois que ele fizer.”
“Escuta aqui, sujeito, o que que você tá fazendo pra mudar esta situação?!”
“Vê direito o que você vai falar, senão eu pego a prancheta e tudo que você disser pode ser usado contra você!”
“Senhor, lamento informar, mas você não pode fazer denúncia se não se prontificar a estar presente no local e apontar o meliante.”
“O quê?! Esconderam arma no teu quintal? Então cala a boca, porque se a arma na tua casa, é sua. Quer ser preso por porte ilegal, otário?!
“Saí daí de dentro e vem aqui! São três da manhã e você liga pra reclamar de barulho! Você não tem o que fazer, não? Vai dormir, senão te prendo por desacato e obstrução da atividade policial! O cidadão tem o direito de ir e vir, porra!”
“Olha, gente, eu não tenho nada a ver com isto. Nem gosto de descer neste bairro porque eu sei como é que é. Se eu vim é por que o morador aí é que chamou. Resolve aí com ele. Mais alguma coisa, senhor?”
“Se destruíram teu quintal e invadiram pra te matar, você tem que provar. Quem garante que este monte de pedra e garrafa quebrada não foi você que espalhou pra incriminar os cidadãos do bar?”
“Aqui a gente tem que ser amigo dos “cara”. Tenho família morando no bairro, trabalho aqui e não sou doida.”

Engraçado, também não vejo jornalista descolado fazendo investigação na periferia pra colher estar pérolas. Será que dá pra ser heroi com o Estado jogando contra desse jeito e com a imprensa não se importanto com este comportamento? Vai por mim, sr. Luiz Claudio Cunha. Se você tentar ser heroi nesta cidade, fica marcado pra morrer. Pelos bandidos ou por aqueles que defendem os cidadãos de fato (não de direito). Contigo pode até ser mais fácil, né? Tem amiguinhos pra fazer um escândalo se pisarem no teu calo.

    Edgar Rocha

    Pensando bem, acho até que o Luiz Cláudio não é tão burro a ponto de dizer que, se fosse ele, teria reagido em defesa da vítima. Talvez, tenha escrito este texto pra ter o que analisar ou pra saber que tipo de resposta receberia se, porventura quiser prosseguir com esta atitude demagógica. Foi sondagem de público, só pode. O que não deixa de ser cruel.
    Até parece que, sendo jornalista ele não tenha a menor consciência do desamparo do cidadão comum e do nível em que chegou a promiscuidade entre as instituições de segurança e o crime. Duvido que ele não tenha consciência de que todo bandido, sobretudo os que agem de maneira tão escandalosa, tenha um padrinho por trás pra dar cobertura e reverter a situação contra quem reage.
    Ou, então, ele sofre da síndrome da militância de esquerda: analisa tudo da janela do gabinete e da telinha do computador, sem ir até a periferia levantar os fatos e ver como funciona. Pior ainda se se fizer de ingênuo pra não ter que assumir os riscos ou comprometer-se (ou comprometer algum grupo do qual simpatiza).
    Pra esta gente, é fácil colher “fatos” que comprovem que o cidadão é o maior culpado da degradação social sem, portanto, ter que dar nome a boi nenhum e correr os riscos inerentes de quem faz um trabalho sério. O jornalista agiu como aquele cineasta odioso que filmou “Os inquilinos” (nem lembro mais o nome da figura). Pra este tipo jaboriano, a “sociedade” optou pelo crime ou então, se acovardou por puro complexo de inferioridade ou crise sexual diante do negão bandido que só faz causar inveja. Sobretudo o trabalhador esquálido que, segundo ele, tem de lidar com a mulher morrendo de tesão pelo traficante e chamando ele de frouxo. Profundo isto.
    Até a Dilma foi vítima deste viés “psicanalítico”, lembram? Vai ver é assim que pensa o jornalista acima. Se não for, parece ser.

Valdeci Elias

Era pra reagir ao assalto ?!?!?! O que a policia mais prega, “não raja ao assalto”.
Tenho um amigo que ensina artes marciais, uma vez saindo de casa com o carro apareceu um cara armado e anunciou um assalto. Em poucos segundos ele ficou na duvida entre reagir ou não. Por ter treinamento de defesa pessoal, e por o ladrão estar perto dele, sabia que podia segurar a arma e imobilizar o ladrão. Como estava com a família, decidiu não reagir e entregar o carro.
Para sua surpresa, antes do ladrão sair com o carro, apareceu outro ladrão,que ele não tinha visto , do outro lado da rua. Que estava dando cobertura ao primeiro. Se meu amigo tive-se reagido , provavelmente teria sido morto pelo segundo, enquanto lutava com o primeiro.
Não acho errado, a senhora ter sido socorrida, só quando o ladrão foi embora com o carro.

Demetrius

Quando as pessoas estão dentro dos carros, elas são carros.
Não enxergam um ser humano como semelhante.
Quando aquela senhora foi jogada pra fora do carro, passou a ser um ser humano.
E motoristas não têm empatia por seres humanos.
Se ela tivesse batido o carro, tava lotado de gente em volta.
Reparou?

    Christian Fernandes

    Na mosca!

Liberal

Se tivessem preso o criminal num poste e se ele fossem negro daí seria tb culpa da covardia paulista, do racismo e do capitalismo.

    Sidnei Brito

    Mais um comentário estúpido sobre uma ideia que, nem de longe, o jornalista esboçou.
    Um monte de gente aqui discordou, sem precisar apelar para extremos que o autor em nenhum momento sequer sinalizou.

FrancoAtirador

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COMETA G.A.F.E.*: A PANELA ONDE BATEM @S JORNALISTAS ANTIPETISTAS.
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(http://imgur.com/g4GfSY4)
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(https://twitter.com/natuza)
(https://twitter.com/AndreiaSadi)
(https://twitter.com/paulocelsop)
(http://www.jusbrasil.com.br/diarios/57011558/djdf-25-07-2013-pg-285)
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*Consórcio de Mídia Empresarial Tucana-Abutre Globo, Abril, Folha e Estadão
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FrancoAtirador

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A PARTIR DE AGORA, GILMAR MENDES E CELSO DE MELLO ESTÃO RALADOS NO STF:
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PRESIDENTE DO STF PROIBIU QUE “FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS E ESTAGIÁRIOS”
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PROCEDAM NA “DISTRIBUIÇÃO DE PROCESSOS” AOS MINISTROS DA SUPREMA CORTE.
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Quinta-feira, 03 de setembro de 2015
Notícias STF
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Presidente do STF edita resolução para aumentar transparência da distribuição de processos
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Com o objetivo de aprimorar a segurança e a transparência na distribuição de processos
no Supremo Tribunal Federal (STF), o Presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski,
editou a Resolução nº 558, de 31 de agosto de 2015, que regulamenta o procedimento
de distribuição de processos nos casos em que há prevenção, conexão, continência,
compensação ou impedimento de ministro.
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De acordo com a nova norma, implementada desde o dia 1º de setembro,
a distribuição será realizada somente por servidor, de cargo efetivo ou de confiança, excluindo-se dessa tarefa funcionários terceirizados e estagiários,
mesmo em casos excepcionais ou quando ocorrer fora do expediente regular
da Secretaria Judiciária do STF.
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O servidor responsável deverá justificar, em campo específico do sistema informatizado
de distribuição de processos, a norma legal que fundamenta cada caso, registrando, ainda,
o número do processo vinculado e o nome do ministro eventualmente excluído,
dados que agora passam a constar automaticamente do sistema eletrônico
de andamento processual, para assegurar maior transparência ao jurisdicionado.
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Ao instaurar um segundo nível de segurança, o procedimento de distribuição
será validado pelo coordenador de processamento inicial ou pelo secretário judiciário do Tribunal,
salvo nas hipóteses previstas no Regimento Interno do STF.
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Além disso, a resolução dispõe que, ressalvados os casos urgentes,
a distribuição deve seguir a ordem cronológica de ingresso dos autos no STF
e prevê que em cada processo deverá ser encartada uma certidão de distribuição,
na qual constarão os parâmetros utilizados, para controle das partes.
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Leia a íntegra da Resolução nº 558 do Presidente do STF:
(http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/resolucao558.pdf)
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(http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=299007)
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Aí vêm os Cidadãos e Cidadãs Brasileir@s e perguntam:
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– Ué! E antes quem não era Servidor do Poder Judiciário
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podia distribuir processo, assim, livremente no STF ?!?!?
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E no TSE? E no STJ? E nos Demais Tribunais nos Estados?
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Carlos

Não penso que foi covardia, embora não tenha sido heroísmo. Sabes o que passava na mente do(a) motorista do Corolla? sabes mesmo?. Atente-se.

    Flávia

    Carlos, o(a) motorista do Corolla e de outros carros, ônibus, van que estavam no local e presenciaram a cena brutal poderiam (se fossem solidários) parar para prestar socorro à vítima. Nem isso fizeram! Simplesmente foram embora como se nada tivesse acontecido.

Afonso Guedes

É realmente estarrecedora a epidemia de omissão e medo que perpassa todas as grandes cidades brasileiras.
Mas eu gostaria de perguntar ao articulista: Come ele saberia de antemão que o meliante não estava armado? Se o dono do Corolla esboçasse uma reação e elevasse 5 tiros no seu para-brisa? É difícil decidir num momento destes.

    Octavio

    Concordo!! Mas, deixar de atender à senhora depois do assaltante ter ido embora é muita falta de humanidade. Talvez isto esteja faltando em muitos paulistanos. O que explicaria esta tendência fascista de muitos moradores da capital de SP. Porém, presumir que daria para atacar o ladrão é muita ingenuidade (ou talvez esteja fazendo o mesmo espetáculo dos programas de TV). Acho que este blogueiro não conhece a criminalidade de SP e nem a polícia do Brasil. Se o ladrão estivesse armado, a pessoa estaria morta. Se o carro atingisse o ladrão, a polícia extorquiria tanto o motorista, que ele pediria para ter sido baleado pelo ladrão.

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