Luiz Antonio Simas: O problema da PM não é ter dado errado, é ter dado certo

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por Luiz Antonio Simas, no Facebook

Não sou especialista em questões de segurança, longe disso, mas minha formação é em História. A ela recorro.

A polícia militar foi criada por D. João, no início do século XIX. Me parece ser impossível falar dela sem considerar o contexto em que a revolução dos pretos do Haiti apavorava, pelo poder de inspirar movimentos similares, as elites do Brasil.

A função original da polícia era, não nos enganemos com os discursos oficiais, basicamente, defender a propriedade e as camadas dirigentes contra as “gentes perigosas e de cor”.

Tal fato me faz crer que, em pouco mais de duzentos anos, a PM carioca é uma das instituições mais bem sucedidas do Brasil.

Sou dos que acham, portanto, que não adianta dotar esta polícia de um suposto “perfil cidadão”, ensinado em algumas aulas mequetrefes, e ponto.

O buraco é muito mais embaixo. A PM foi criada para matar.

Alguém conhece aí a fábula da natureza do escorpião? Pois é.

A PM é, historicamente, uma UPP permanente: Unidade de Pancada em Pobre/Preto. 
Não sou otimista.

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Há, evidentemente, policiais do bem, mas a missão que justifica a corporação, inscrita em sua história, é essa: defender o status quo contra as ameaças a ele, fundamentando essa defesa no monopólio da violência, prioritariamente voltada contra os mesmos pretos e pobres dos tempos do rei.

A única solução para a PM (com uma soldadesca de maioria pobre e preta, como a gritar que somos um país de complexidades escancaradas) é a extinção/refundação ou coisa do tipo.

Como fazer isso? Não sei; mas é necessário.

A discussão sobre o que deu errado na polícia parte de um pressuposto equivocado. O problema da PM não é ter dado errado. É ter dado certo.

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