João-PR: A violência da PM em Curitiba

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A PM do Paraná agiu, ontem (05/02) contra foliões que estavam no Largo da Ordem, em Curitiba

por João-PR, indignado, via e-mail

A Gazeta do Povo, da Rede Paranaense de Comunicação, relata que “por volta das 21 horas, quando o bloco já havia encerrado a apresentação, milhares de pessoas ainda permaneciam no Largo da Ordem. Após um suposto ato de vandalismo contra uma viatura, próximo a Rua do Rosário, policiais da Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais (Rone), começaram a dispersar a multidão. Eles desceram pelo Largo da Ordem, disparando balas de borracha e bombas de gás nos foliões” (disponível aqui).

Na mesma matéria há um vídeo produzido pela reportagem da Gazeta do Povo, com imagens e depoimentos de diversos foliões sobre a atuação da PM.

Vejam as declarações constantes na referida matéria:

“O jornalista Félix Calderaro foi um dos feridos que não foi hospitalizado. Ele contou que havia chegado ao Largo da Ordem havia apenas dez minutos, quando o tumulto começou. “Eu ouvi os tiros e vi a multidão descendo.Todo mundo correu pela Mateus Leme, sentido Treze de Maio. E a PM atirando. Atiraram pelas costas. Não tinha ninguém enfrentando. Foi uma enorme covardia”, relatou.

Outras pessoas que estavam no Largo entraram em contato com a Gazeta do Povo para relatar o que viveram. “Eu estava na praça sentada na calçada com os meus amigos, o bloco já tinha parado de tocar quando ouvimos quatro tiros. Quando nos levantamos, vimos a tropa de choque da polícia descendo e dandos tiros de bala de borracha em quem estava lá.

Todo mundo saiu correndo, motos e mesas de bar foram derrubados, os bares começaram a fechar as portas. Os policiais nos mandavam entrar nos estacionamentos e nos bares. Eles não queriam mais ninguém na praça”, conta a estudante Gabriela Becker, 23 anos, que estava no Largo no momento da confusão.

O estudante Alison Gabriel Moreira Guerreiro, 23 anos, ficou com um hematoma no braço depois de ser atingido por uma bomba de efeito moral atirada pela polícia, segundo ele. Alison conta que a polícia chegou de repente, jogando bomba em todo mundo. A maioria das pessoas correu para a Rua Mateus Leme. Ele estava próximo à Igreja da Ordem quando tudo começou. Ele não soube informar o que motivou a reação da polícia. Ele diz que viu gente sendo atingido por cassetetes e bombas. “Teve gente que foi atingido na cabeça”, afirmou.

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“Eu estava no bar Brasileirinho e desceram atirando e mandando bomba de efeito moral”, conta o ator Frank Souza, 30 anos. Ele foi atingindo por uma bala de borracha. Durante a entrevista, ele segurava a bala que o atingiu e um cartucho deflagrado. “Eles não falaram nada para explicar a ação. Só atiravam. Tenho o direito de saber porque estava apanhando. A gente só queria se divertir”, diz.

Para o dono do bar Brasileirinho, Cícero Pereira da Silva, o número de policiais antes da festa não era o suficiente. De acordo com ele, se houvesse mais policiais antes do início da festa muitos foliões mal intencionados não teriam aparecido na festa. “Precisava de um policiamento permanente desde o começo. Precisamos de prevenção e não de repressão. Foi pedido mais policiamento, mas não apareceu o suficiente”, afirma.

O professor Alexandre Dantas, 38 anos, também viu parte da confusão. “Vimos policiais disparando bala de borracha em todo mundo. Nos refugiamos no restaurante Madero. Eles chegaram a apontar spray de gás de pimenta”, conta. A esposa do professor, a socióloga Sandra Santos, 35, diz que o casal acompanha o bloco desde 2006. “É a primeira vez que vemos a polícia atuar assim durante o bloco. Eles tentaram dispersar a população a força. Não havia motivo nenhum para fazerem isso”, afirma.

O vigia Paulo Sérgio Franco, 22, acompanhou o tumulto desde o início. Ele foi atingido por uma bala de borracha, segundo ele, disparada por um policial. “A polícia começou a afastar as pessoas. Até então não havia nada. De repente, fizeram um cordão humano e começaram a atacar os participantes com tiros e cassetetes”, disse.

Uma amiga de Franco, a estudante Fernanda Tavares, 22, também foi atingida por uma bala de borracha, nas costas. “Tentei fugir do tumulto pelo túnel (passagem subterrânea que liga o Largo à Praça Tiradentes), mas fui atingida pelo tiro. Os policiais atacaram todo mundo, mulheres, crianças”, afirma”.

Como é sabido o Governador do Paraná é o Senhor Carlos Alberto Richa (PSDB), mais conhecido como Beto Richa.

O que o Beto Richa vai fazer?

Será que a “onda Pinheirinho” vai ser a tônica das PMs Brasil afora?

Só para recordar: dois estudantes africanos foram retirados de um ônibus em Porto Alegre, sem motivo nenhum. A reportagem completa está no portal sul21 (“Africanos ainda tentam entender o racismo da polícia de Porto Alegre”, disponível aqui).

Abraços a todos os indignados como eu.

João-PR

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