Izabel Noronha: Por que o Estadão, tão decadente, odeia os professores? Não vamos pactuar com mentiras!
Tempo de leitura: 4 min
Assembleia Estadual de 12 de junho, quando a greve foi suspensa. Foto: Inácio Teixeira/Coperphoto
Por que o jornal O Estado de S. Paulo odeia os professores?
por Maria Izabel Azevedo Noronha, via assessoria de imprensa da Apeoesp
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Qual poderia ser a intenção do jornal O Estado de S. Paulo ao publicar nesta quinta-feira, 18/06, um editorial tão mentiroso e violento contra a nossa categoria?
Por que este jornal em franca decadência tenta espezinhar uma categoria que já vem sendo desrespeitada, violentada e desvalorizada por um Governador que se vangloria de não receber a APEOESP, de não dialogar e de só fazer o que deseja, como se fosse o senhor absoluto a educação pública estadual?
O Estadão está tão decadente que não para de suplicar por novos assinantes em propagandas na Rede Globo e outras emissoras de TV.
Nós vamos fazer a contrapropaganda, incentivando as pessoas a cancelar suas assinaturas, porque o jornal não cumpre o papel que se espera de uma imprensa democrática. Não vamos compactuar com mentiras e manipulações. O fascismo desta vez não vai vencer.
Os professores estaduais de São Paulo vêm sendo tratados com ódio e crueldade pelo Governo Estadual e pelos setores da mídia que o apoiam, como o Estadão.
A violência, a truculência e a crueldade não ocorrem apenas quando a tropa de choque avança sobre professores e professoras, como já vivemos no estado de São Paulo e em outros estados. Elas estão presentes na forma desprezível como somos tratados no nosso cotidiano, quando ousamos levantar a voz contra o descalabro das nossas escolas, contra a negação dos direitos dos nossos alunos, contra a ausência de democracia e de participação até mesmo nos assuntos que estão afetos diretamente à nossa atividade profissional.
Esta violência aumenta desmesuradamente quando exercemos nosso legítimo direito de greve. A greve, para o trabalhador, é o recurso extremo. É preciso ficar claro que é a intransigência do patrão que leva o trabalhador à greve. Os professores decidiram parar suas atividades porque o Governo do Estado de São Paulo fechou mais de 3.390 classes, realizou uma atribuição de aulas injusta e desorganizada e editou um decreto prevendo reajuste zero para o funcionalismo.
Não vamos deixar de realizar greve sempre que necessário. Em 2010 disseram que não faríamos mais greves, mas fizemos a de 2013 e a de 2015.
A propósito, aconselho os editores do Estadão a entrar em entendimentos com seu chefe, o Governador, para se colocarem de acordo quanto a qual índice de greve utilizar. A opinião pública fica confusa ao se deparar com índices tão díspares quando 4%, 2%, 5% e, agora 9% de paralisação.
Nós sabemos o tamanho da nossa greve: ela começou com 20%, subindo depois para 40%, 60% e chegando a até 80% de paralisação e só refluiu quando o Governo do Estado lançou mão de um expediente sórdido: cortou os salários dos professores, negando-lhes a subsistência. Assim, qualquer um acaba com uma greve.
Se nossa greve não tivesse assumido essas proporções, Governo e Estadão não estariam se incomodando tanto conosco. Por uma decisão consciente dos professores presentes à ultima assembleia, a greve foi suspensa, pois a resistência não poderia colocar em risco a sobrevivência dos que estavam em greve.
A greve foi suspensa, não descartada. Nosso movimento vai continuar e se ampliar em conjunto com estudantes, pais, entidades populares e todos os demais segmentos sociais que queiram participar de uma mobilização social em defesa da escola pública.
Nosso compromisso com a aprendizagem de nossos estudantes é tão sólido que fomos nós, e não a Secretaria Estadual da Educação, que buscamos entendimentos para garantir a reposição das aulas e dos conteúdos que não foram ministrados no período da greve.
O Governo Estadual “não está nem aí” para os estudantes. Durante a greve foram alocados professores eventuais, que foram explorados, ficando alguns responsáveis por grupos de duas ou três turmas. Nessas condições, como ministrar boas aulas? Diversos pais e mães vêm se manifestando nos meios de comunicação, preocupados com o fato de seus filhos chegarem ao final do ano sem nada terem aprendido.
Somos nós, professores, e não o Governador e seu Secretário, muito menos o Estadão, que estamos do lado dessas crianças e jovens, porque conhecemos suas necessidades, seu potencial, seus receios e seus sonhos. São essas crianças e jovens que estão sendo massacrados pela política autoritária e truculenta do Governo Estadual.
A realidade cobrará do Governo e do jornal O Estado de S. Paulo o devido preço pela postura que estão adotando contra a educação pública e contra os professores.
Finalmente uma dica a vocês, do Estadão: governos vão e vêm, mas nós continuaremos. Eu continuarei sendo professora, assim como milhares de outros docentes; milhões de estudantes continuarão nas escolas estaduais; e vamos trabalhar para que seus pais estejam cada vez mais atentos e participantes na educação de seus filhos.
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP
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Comentários
abolicionista
Eu larguei a carreira porque senti na pele a miséria, o desprestígio, o horror de lecionar nessas condições. De nada adianta fazer greve se a mídia fascista manipula e mente, se os juízes e as autoridades rasgam a Carta Magna. Que os paulistas tenham a educação que merecem, ou seja, nenhuma, e que se divirtam morando no inferno que eles mesmos criaram.
Romanelli
Lamento – claro que não vou generalizar a todos, mas em termos de “classe profissional” – em meus mais de meio século JAMAIS vi vocês se preocuparem com o direito dos alunos, a qualidade do ensino e das escolas ..PAPO furado ..é greve por sobre greve ..se farinha pouco meu pirão primeiro ..realmente, da minha parte eu sei muito bem o peso que vossa classe de profissionais teve em muito dos descalabros, desmandos, violência e abusos, de agressões aos mais fragilizados e necessitados, que vemos hoje por ai.
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Em tempo, sou CONTRA o direito de greve pra atividades essenciais e públicas como educação, saúde, policia, transportes de massa e justiça ..a população NÃO deve e NÃO merece ficar a merce de gente como vocês !!!
Julio Silveira
Romanelli, mas também nessa questão que tu levanta podemos dizer em defesa deles que as poprias familias estão cada vez mais omissas, se acostumando ao bem e bom e delegando cada vez mais uma responsabilidade que deve ser principalmente delas. Professores neste momento estão apanhando de pais, alunos e do estado. Fale sério, e isso já a muito, até o falecido Chico Anizio já debochava, “e o salário ó”.
abolicionista
Ah, você é contra. Então tá certo. E eu pensando que o Governo de São Paulo tivesse que respeitar a Constituição.
A propósito, a quantas reuniões da Apeoesp você foi para fazer essas acusações? Tem alguma prova? Ou é pura calúnia de agitador tucano?
leonardo 73
PRESIDENTE DA OPEOESP
Presada educadora seu problemas não é o jornal ESTADÂO ou o governador, mas seus presididos
os professores…
Meu neto de 12 anos, se refere a sua professora de historia em escola de S.JOSÉ DE RIO PRETO SP, como coxinha doida, todo dia ela mete o pau no PT, corrupção da PETROBRAS etc, diz que é metida a riquinha…( corrupção não é da PETROBRAS. mas de “funcionários”).
As coisas só mudaram quando os professores deixarem de ser vetores de desenformação dentro
das escolas e faculdades e abrirem os olhos e verem se como responsáveis pelos governos que
elegem e obriguem alunos a ler as revistas como a VEJA e acreditar na MIDIA…
Lukas
A piada do dia: Eu continuarei sendo professora…
Faz sentido, já que Lula ainda é torneiro mecânico…rs
Vinicius
Você próprio e uma piada.
Aliás,não deveria estar no trabalho?
Julio Silveira
Todas as vezes que vejo um dos grupos profissionais mais importantes do país, senão o mais importante, por sua capacidade de preparar todos os outros, sendo espezinhados por governos. E sabendo de sua possibilidade e capacidade de comunicação com a sociedade. Não tenho com deixar de pensar, essas pessoas só pensam em politica salarial, e na hora de buscar seus próprios interesses. Passado esse momento, conseguido alguma esmola, esquecem tudo o que passaram, podendo até apoiar esses que hoje podem ser considerados seus adversários.
Se tivessem consciência politica e fossem um grupo unido, desses que trocassem seu apoio em uníssono, por compromissos, e não promessas, com certeza muito do que vemos, inclusive em prejuízo da cidadania, poderia não estar acontecendo.
Cláudio
:
Ouvindo A Voz do Bra♥S♥il e postando:
* 1 * 2 * 13 * 4
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Um poema (acróstico) para Dilma Rousseff, a depenadora de tucanus :
.:.
D uas vezes contra o espectro atro
I nscreveu já seu nome na história
L utando contra mídia venal & Cia e seu teatro
M ulher forte de mais uma vitória
A deixar tucanus na ó-posição de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! DE QUATRO ! ! ! !
.:.
D ilma, coração valente,
I magem de todo o bem em que se sente
L ivre o amor maior pela brasileira gente
M uito humana e inteligente
A PresidentA do nosso Lula 2018 de novo Presidente
.:.
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ Ley de Medios Já ! ! ! ! Lula 2018 ! ! ! !
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