Homem forte de Serra e Kassab tem o sigilo fiscal quebrado

Tempo de leitura: 3 min

Não se abandona outro amigo ferido na estrada

CORRUPÇÃO NO METRÔ

Justiça Federal quebra sigilo bancário e fiscal de Andrea Matarazzo

Atual vereador paulistano, tucano ocupou cargos de primeiro escalão em governos do PSDB e teria se beneficiado de esquema de propina envolvendo empresas multinacionais

da Rede Brasil Atual, última modificação 30/09/2013 17:52

São Paulo – A Justiça Federal quebrou o sigilo bancário e fiscal de 11 pessoas investigadas no esquema de cartel, propinas e corrupção envolvendo o Metrô de São Paulo, a Companhia Paulista de Trens Urbanos (CPTM) e sucessivos governos tucanos no estado. As informações são dos sites Estadão e G1.

Entre os atingidos pela decisão judicial está Andrea Matarazzo (PSDB), que desde o fim dos anos 1990 tem ocupado cargos de primeiro escalão nos três níveis de governo.

No estado de São Paulo, Matarazzo foi secretário de Energia e presidente da Companhia Energética de São Paulo (CESP) e do Metrô.

No governo federal, foi ministro de Fernando Henrique Cardoso na Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Na cidade de São Paulo, foi considerado o homem forte das gestões José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), ocupando as secretarias de Serviços, de Cultura e de Coordenação das Subprefeituras.

Em reportagem de 2008, chegou a ser chamado pela revista Veja de “O xerife da cidade”. Hoje Matarazzo é vereador paulistano pelo PSDB.

As denúncias, produzidas pelo Ministério Publico Federal (MPF) a partir de investigações da Polícia Federal, envolvem negociações suspeitas com a multinacional Alstom a partir de 1998, quando o e governador de São Paulo era Mário Covas, do PSDB.

A quebra de sigilo foi pedida pelo MPF em 27 de agosto e aceita pela Justiça oito dias depois.

Abrange o período entre 1997 a 2000. Os pagamentos de propina teriam ocorrido nas áreas de transportes, energia e abastecimento.

Também foi determinada a quebra fiscal das empresas vinculadas aos investigados, inclusive sobre eventuais contas no exterior.

Além de Matarazzo, tiveram os sigilos quebrados Eduardo José Bernini, Henrique Fingerman, Jean Marie Marcel Jackie Lannelongue, Jean Pierre Charles Antoine Coulardon, Jonio Kahan Foigel, José Geraldo Villas Boas, Romeu Pinto Júnior, Sabino Indelicato, Thierry Charles Lopez de Arias e Jorge Fagali Neto.

A justiça pede ainda informações sobre dois suspeitos de comandar o pagamento de propinas pelo grupo Alstom: Phillippe Jaffré e Pierre Chazot.

Crédito milionário

Um dos contratos suspeitos foi firmado com a então estatal de energia do estado, a EPTE, quando Matarazzo presidia o conselho da empresa. A PF descobriu que a companhia obteve um crédito milionário no banco francês Société Générale, de R$ 72,7 milhões, sem licitação. O dinheiro serviu para a empresa adquirir equipamentos da Alstom.

De acordo com o G1, citando o relatório da PF, empresas no exterior recebiam recursos do grupo Alstom “para depois repassá-los aos beneficiários finais, servidores públicos do governo do Estado de São Paulo, no primeiro semestre de 1998”.

Uma das contas era de Jorge Fagali Neto, ex-diretor financeiro dos Correios e ex-presidente do Metrô. Sobre Fagali, a PF diz que, “embora fosse diretor financeiro dos Correios, há evidências de que ele tinha livre trânsito por todas as secretarias de estado”.

Para a Polícia Federal, Andrea Matarazzo, como secretário de energia e presidente do conselho administrativo da EPTE, tinha conhecimento de tudo e que tanto ele como seu partido, o PSDB, se beneficiaram do esquema – motivo pelo qual pede seu indiciamento por corrupção passiva.

PS do Viomundo: Andrea Matarazzo também é citado no relatório final da Operação Castelo de Areia, aquela investigação sobre a construtora Camargo Corrêa que foi anulada pelo STJ com o argumento de que teve origem numa denúncia anônima.

Leia também:

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Comentários

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Gerson Carneiro

O risco é a investigação ser conduzida pela banda tucana da Polícia Federal em São Paulo e essa quebra de sigilo ser apenas uma artimanha para “provar” a inocência dos tucanos.

Gerson Carneiro

Eu vi a lista de nomes e pensei tratar-se da Seleção Brasileira de Iatismo. Nomes tipicamente brasileiros.

renato

Uma pergunta, assim, só para me localizar.
È agora que entra o livro PRIVATARIA TUCANA?
Se for! por favor! me digam qual a pagina, para
eu não perder o fio da meada.

Mardones

Quem vai lançar o livro sobre essa privataria? k k k k

Fernando Henrique Cardoso e sua legião de corruptos vão enriquecer os autores de livros sobre os escândalos de corrupção no Brasil.

João P

Emblemático esse bode expiatório dos tucanos >>> M-A-T-A-R-A-Z-Z-O!!! Nome de elite colonial paulistana outrora riquíssima, mas hoje falida por não ter se adaptado aos tempos… Simboliza MUITA GENTE da classe média! Uma beleza de bode, a classe média falida…

sagarana

A justiça ordenou apenas que se informasse a existencia de contas no exterior. Não houve quebra de qualquer sigilo.

Mauro Assis

Esse texto todo é furado: o que foi determinado pela justiça não foi a quebra de sigilo bancário e fiscal de NENHUM dos 11.
O que a justiça determinou à Receita foi que informe se as pessoas listadas, ou pessoas jurídicas a elas ligadas, declararam possuir contas no exterior no período investigado. Caso essas existam, a Receita pede informações sobre elas.

Como se vê, isso está longe de ser uma “quebra de sigilo fiscal e bancário”.

O próprio Andrea Matarazzo já disse que não teve contas no exterior no período, então isso não vai dar em nada, quer dizer, só na imprensa batendo bumbo…

RicardãoCarioca

Domínio do fato nos tucanos!

Aline C. Pavia

Era bom fuçar no ralo dos pedágios de SP. Vão achar esquemas parecidos, e valores de 9 dígitos pra cima.

Ah, e os 11 km da marginal Tietê que custaram 10 bilhões de reais?

E a despoluição do Tietê e Pinheiros que não acaba nunca?

E o trouxa do contribuinte paulista paga a conta.

Gerson Carneiro

Curioso são os nomes. Dá pra notar que são todos gente de povão.

    Alberto

    Pensei o mesmo Gerson Carneiro.

    Euler

    Rsrs, realmente, não se vê um José da Silva ou Maria dos Santos. Essa elite perfumada não se mistura com qualquer um.

    Gerson Carneiro

    Tem até um tal de “Sabino Indelicato” hehehe… dá até vontade de rir.

Sr.Indignado

Alguém já deve ter dito. Mas… vá lá… “Ah!!! se fosse o PT…”

Luís Carlos

Se puxar o fio vai aparecer muito mais gente depois do Matarazzo. O STF vai deixar?

Bene

Bem diferente do Eduardo Matarazzo Suplicy……!!!!!!!!!!!!

Marat

Agora nós veremos o PIG fingir ter jornalismo sério: N]ao incriminará a priori, não levantará falso testemunho, não acusará com veemência, não deturpará, e dará pleno direito de defesa aos acusados!

Wagner Martos

Lamento, queria ser otimista, mas isso é armação do MP prá limpar a cara dos tucanos. O Andrea Matarazzo é super-hiper-hiper-mega-blaster profissional, daqueles que usam luvas prá não deixar impressão digital e arma com silenciador. Não esqueçamq ue ele, antes do curriculo citado acima, foi embaixador do FHC na Itália onde se especializou em levar grana prá Suiça e montar offshores. Não acharão nada na conta dele, podem ficar tranquilos qto a isso.
è o MP prestando o serviço sujo aos tucanos.
Escrevam aí e depois em cobrem.

    emil

    É isso mesmo. Estão preparando uma certidão de idoneidade baseada no fato de não haver dinheiro sujo na conta deles, uma coisa óbvia porque não são amadores. Por isso o estardalhaço no PIG. Para depois mostrar a tal certidão, de preferência com um ar de indignação na cara de peroba.

    José X.

    Também acho isso. O cara é profissional, dá pra ver até pelo nome…Armação pra começar a limpar a barra dos tucanos. Isso aí deve ser parte da campanha pra enterrar o propinoduto tucano em SP.

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