Deputada do PT denuncia governo Bolsonaro por tentar comprar votos para aprovar reforma da Previdência; vídeo

Tempo de leitura: 3 min


Deputada do PT denuncia governo Bolsonaro por tentar comprar votos para aprovar Reforma da Previdência 

PT na Câmara

A deputada Professora Rosa Neide (PT-MT) denunciou hoje (30) o governo Jair Bolsonaro (PSL) por tentar comprar votos de parlamentares para aprovar a proposta de Reforma da Previdência (PEC 06/2019), oferecendo R$ 10 milhões para deputados e R$15 milhões para senadores, por intermédio de emendas parlamentares.

A confirmação da escandalosa tentativa de aliciamento foi dada pelo próprio ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante audiência ocorrida na quarta-feira (29), no MEC, com reitores de Mato Grosso e deputados do estado, entre eles Rosa Neide. Os valores das emendas foram revelados pelo próprio ministro, disse a deputada.

A denúncia da parlamentar foi feita durante reunião da Comissão Especial da Reforma da Previdência.

Ela disse que o ministro insistia que o Estado brasileiro estaria “falido” e sugeriu que os parlamentares repassem à sua pasta o dinheiro extra das emendas, caso votem a favor da Reforma da Previdência.

A deputada informou ter questionado a conduta “nada republicana” do ministro, o que gerou um bate-boca com Weintraub, antecipando o fim da reunião.

Providências

Os deputados Alencar Santana (PT-SP) e Paulo Teixeira (PT-SP) qualificaram a denúncia como gravíssima e pediram providências ao colegiado.

Ambos, junto com Rosa Neide, apresentaram um requerimento de convocação do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para explicar o caso na Comissão Especial. O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) apresentou também requerimento de convocação do ministro Weintraub.

Para Alencar Santana, a Câmara dos Deputados deve tomar providências, pois toda a Casa foi colocada sob suspeição, a começar pela Comissão Especial que analisa a PEC 6/2019. “Não pode pairar essa suspeição”, alertou.

Paulo Teixeira alertou que se trata de “tentativa de aliciamento, de chantagem e de compra de voto” por parte do governo. Ele ironizou a prática de Bolsonaro: “É isto o que chamam de nova política?”

O presidente da Comissão, deputado Silvio Costa Filho (PRB/PE) reconheceu que a atitude de Weintraub, conforme a denúncia de Rosa Neide e testemunhada por várias pessoas, atinge todo o Parlamento.

Ele adiantou que levará o caso para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que as providências cabíveis sejam tomadas.

Direcionamento de verbas

A denúncia da deputada confirma outra feita pelo jornal Folha de S. Paulo na quarta-feira (29) de que o governo Jair Bolsonaro fez uma nova proposta de direcionamento de verbas do Orçamento em troca de apoio à Reforma da Previdência.

Segundo o jornal, com base em fontes anônimas, a oferta agora é de R$ 10 milhões extras por semestre, para cada deputado fiel, totalizando um acréscimo de R$ 40 milhões até 2020 na verba que os congressistas podem manejar no Orçamento.

Diz o jornal:

“Segundo deputados e líderes ouvidos em condição de anonimato, nesta semana o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) iniciou uma ronda com líderes partidários para tentar selar acordo. A promessa de liberação de todo o dinheiro até 2020 visa atrair mais deputados, tendo em vista que esse é o ano das eleições municipais. O governo precisa de 308 dos 513 votos para a aprovação na Câmara da Reforma da Previdência, prioridade legislativa de Bolsonaro em 2019″.

De acordo com documento obtido pela Folha, o repasse será feito direto do ministério de escolha dos parlamentares para o município, e o parlamentar apadrinhará a obra.

Congressistas confirmaram que a alocação dos recursos virá de remanejamento interno da pasta, com a atrelamento político ao voto do parlamentar: ou seja, deputados que não votarem pela Previdência não poderão beneficiar as obras de seus municípios.

O valor oferecido a líderes partidários que aportarem votos de seus deputados é de R$ 80 milhões, o dobro a ser apadrinhado por deputados das bancadas.

(matéria atualizada às 15h05)

 


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

Milícia Genocida de Jair Bolsonaro
quer dificultar o acesso ao BPC
(Benefício de Prestação Continuada)
criminalizando as pessoas mais Pobres

“Essa medida provisória criminaliza os pobres,
transforma os pobres em bandidos,
transforma aqueles que necessitam
do Benefício de Prestação Continuada
em criminosos em potencial.
Dificulta a vida daqueles que precisam
receber benefícios que são necessários
para sobreviver, para manterem um mínimo
de dignidade para tocarem as suas vidas
já muito duras e difíceis”, criticou o
Senador Rogério Carvalho (PT-SE)
na quinta-feira (30), em Plenário,
sobre a MP 871 que expira no dia 3.

Agência Senado

Deixe seu comentário

Leia também