Por Tânia Mandarino
Por Tânia Mandarino*
Acordei pensando demais na canção ”O Condor”, de Oswaldo Montenegro.
E cantando, emocionada, me lembrei do quanto a amei e do quanto chorava cantando junto e torcendo por ela no Festival dos Festivais de 1985.
Quem ganhou naquele ano foi a fabulosa Tetê Espíndola, com a linda “Escrito nas Estrelas”, mas hoje amanheci me perguntando se as pessoas tiveram mesmo a real dimensão da grandeza da canção ”O Condor”, hoje mais atual do que nunca.
A canção foi feita para uma peça teatral sobre o poeta Castro Alves. O coro de vozes negras para dar o “vibrato” característico da música gospel e negra foi ideia de Roberto Menescal.
De lá pra cá, percebo hoje tentando cantá-la como se pertencesse àquele lindo coral de 1985, trago ainda a mesma sensação de algo estagnado, estancado, engasgado, travado na garganta, que quer sair entre lágrimas como um grito de liberdade.
E hoje compreendo melhor o que já sentia e sonhava aos 16 anos de idade e, entre soluços engasgados, sai uma voz que nem reconheço de dentro do meu peito, de tão retumbante, alta e desejosa: ‘VOA, CONDOR!”
Seguem a letra e o vídeo da música interpretada por Oswaldo Montenegro no Festival dos Festivais 1985.
Ah, se fosse como a gente quer
Ah, e se o planeta explodir
Eu quero que seja
Em plena manhã de domingo
E que eu possa assistir
Ah, que a miserável condição
Da raça humana procurando o céu
Levante a cabeça
E ao levantar por encanto
Escorregue o seu véu
Quando voa o condor
Com o céu por detrás
Traz na asa um sonho
Com o céu por detrás
Voa condor
Que a gente voa atrás
Voa atrás do sonho
No céu por detrás
Apoie o VIOMUNDO
*Tânia Mandarino é advogada. Integra o Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD)
Tânia Mandarino
Advogada; integra o Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD).




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