Sob sol de rachar, idosos lutam por vacina: Muita incompetência para não ser deliberado, diz Heleno Corrêa; vídeo

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Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil, Agência Brasília/DF e reprodução de vídeo

“O rebanho e a imunidade” contra a COVID-19

Por Heleno Corrêa Filho, em perfil de rede social

Dia 1º de fevereiro de 2021. “Começa a vacinação dos acima de noventa anos de idade em Brasília”.

Levei meu pai às 10h na UBS e mandaram voltar de tarde.

A vacinação pela manhã foi recusada argumentando que as vacinas não tinham sido distribuídas.

A “notícia” no jornal do meio dia é que era para só ir aos Centros de Saúde de tarde, quando os velhinhos já estavam todos na porta das UBS.

Voltei à primeira UBS às 14h, pensando evitar aglomerações e filas, com o aviso “Termina às 16h”.

Cheguei em casa às 16h depois de peregrinar com meu pai [101 – cento e um anos de idade] por quatro UBS todas sem vacina, com filas de idosos na porta segurando senhas, um sol de rachar e temperatura de 36º à seca e à sombra no cerrado.

A “vacinação” teria começado às 13h. As vacinas acabaram às 14h. Ou seja, é apenas estratégia para aglomerar velhinhos e colocá-los em risco de contágio sem vacina disponível para todas(os).

Na UBS da quadra 612 Sul, a enfermeira informou que havia oitenta velhinhos aglomerados em fila desde as seis da manhã e não havia mais vacinas para outras pessoas.

Mandou procurar um “drive-through” no Shopping do Pontão.

Oito Km depois chegamos no Pontão e “a vacinação vai começar amanhã às sete da manhã. Hoje não tem”.

Dezesseis Km depois na UBS do Guará II – “recebemos duzentas vacinas e já distribuímos todas as senhas. Por acaso o senhor mora no Guará II?”

Cinco Km depois no Guará I “acabaram as vacinas. Acompanhe o noticiário da TV para saber se vão chegar mais vacinas e amanhã cheguem bem cedo às sete da manhã. O Senhor mora mesmo no Guará I?”.

Tchau. Isso é estratégia de “lojística” (com jota mesmo) do Inganêis com o Pazu. Aglomeram velhinhos, contagiam a turma não vacinada, e não entregam a vacina pouca-meus correligionários primeiro”.

Vergonha que vai manchar o nome do SUS.

Os funcionários estão sobrecarregados, desesperados, suando e gritando sem máscaras na rua tentando dar respostas e orientar sem saber o que vai acontecer no dia seguinte. Estão sem meios de atendimento.

Deve estar faltando tudo nas UBS e agora falta também paciência e Saúde Pública. Distanciamento social zero.

Essas secretarias incompetentes de saúde dos governos de municípios não têm ninguém que saiba planejar e fazer contas de demanda.

Em Brasília o caos decorre primeiro de não saberem quantos idosos, de qual idade vão atender.

Depois não sabem escalonar horários e inventam distribuição de pouca vacina deixando expostos os vulneráveis.

É incompetência demais para acreditar que não é deliberado.


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