Coletivo alerta sobre 2ª onda de covid no Ceará: Risco é altíssimo, pessoas subestimam perigo; é preciso reforçar cuidados

Tempo de leitura: 3 min
Ilustração: Coletivo Rebento

SEGUNDA ONDA COVID-19: população precisa reforçar cuidados e saber que o momento é de ALTÍSSIMO RISCO, afirmam médicos cearenses do COLETIVO REBENTO

Por Dalwton Moura*, em perfil de rede social

O atual momento pandemia no Ceará, com repetidas e consistentes elevações nas curvas de infecções por coronavírus e de óbitos por Covid-19, com hospitais fortemente pressionados e grande número de casos graves da doença, precisa ser melhor percebido pela população cearense, para que todos voltem a tomar medidas de máxima prevenção.

A avaliação é de médicos e médicas cearenses do Coletivo Rebento, que apontam como extremamente preocupantes os níveis crescentes dos indicadores epidemiológicos, com novos casos e suspeitas se multiplicando nos círculos familiares e profissionais, entre outros.

Os médicos e médicas do coletivo alertam que é preciso haver uma comunicação mais direta, presente e enfática do Poder Público, quanto a termos entrado em um novo momento de alto risco para todos e todas.

A preocupação é que, diante da ausência de comunicação mais ostensiva sobre o tema, ainda não esteja claro para as pessoas o grave risco que todos correm, com a segunda onda da pandemia, que vem castigando até mesmo países como a Alemanha, entre os mais preparados para implementar medidas preventivas e de tratamento.

O coletivo cearense é formado por médicos e médicas de diversas especialidades, incluindo infectologistas, pneumologistas e epidemiologistas.

O grupo vem atuando desde o início da pandemia na defesa do SUS e na tentativa de contribuir com divulgação de informações técnicas baseadas nas melhores evidências científicas sobre Covid-19 para todos e todas, além de cobrar providências do poder público, em especial do Governo Federal, para que os números de infectados e de vítimas fatais não fossem tão vergonhosamente altos.

Pessoas não “acordaram”: riscos estão sendo subestimados

Para eles, os elevados riscos do atual momento estão sendo subestimados pela sociedade, seja por falta de informação clara, explícita e enfática quanto ao grave cenário atual em Fortaleza e no Ceará, por exemplo, seja por falta de suporte econômico e social do governo para que mais pessoas possam ficar em casa.

Ou ainda pelo boicote do Governo Federal às políticas de prevenção, tratamento e vacinação. Pela falaciosa “escolha” entre “vidas ou economia”, ou ainda por cansaço, após nove meses de tentativas de que mais pessoas incorporem medidas de prevenção a seu dia a dia.

Cresce a preocupação com o contágio familiar

Nas últimas semanas, além de dois grandes eventos que chamaram as pessoas a sair de casa, que foram as eleições em 1o. e 2o. turno em Fortaleza e Caucaia, a imprensa mostrou em inúmeras matérias praias, praças e ruas lotadas.

Mais recentemente, o comércio ganhou impulso com a proximidade das compras de Natal, com novas matérias sobre o Centro de Fortaleza com grande movimentação popular no último sábado, 12/10, por exemplo.

Também aumentaram visivelmente, nos plantões em hospitais, os atendimentos em que vários membros de uma mesma família contraíram Covid.

A avaliação é de que está crescendo, na prática, a transmissão familiar, por jovens que estão trabalhando presencialmente ou participando de festas e outros eventos sociais e acabam contaminando, em almoços de domingo ou outras visitas, pais e avós que estavam guardando o devido isolamento.

O que fazer? Comunicar é preciso e urgente

Diante da omissão do Governo Federal, os médicos e médicas do Coletivo Rebento sugerem a imediata realização de uma grande campanha de comunicação, em nível estadual e municipal, com alerta enfático sobre os riscos reais do atual momento, a necessidade de que quem puder fique em casa e que as famílias isolem, de fato, seus integrantes idosos e/ou que apresentem comorbidades que elevam o risco de quadros graves de Covid-19.

Também é urgente evitar visitas a pais e avós, bem como festas de natal e ano novo, mesmo com “poucas pessoas”, caso estas residam em domicílios diferentes.

O coletivo destaca que seria necessário muito mais do que uma campanha de comunicação, e sim condições reais, incluindo apoio social e econômico, para que todos os profissionais não essenciais neste momento pudessem ficar em casa, para que houvesse de fato um “lockdown”, que não chegou a haver realmente sequer nos piores meses da pandemia em sua primeira onda.

Em vez disso, o fim do pagamento do auxílio emergencial, já reduzido para 50% nos últimos três meses, estimula o movimento contrário, de necessidade de trabalho presencial para sobrevivência material.

Dentro do atual contexto, porém, a comunicação clara e explícita por parte do governo, para que mais pessoas compreendam os riscos do atual momento, é uma medida urgente.

Voltar a comunicar o “fique em casa”, “lave as mãos”, “evite aglomerações”, “não se exponha a risco”, acrescentando instruções como “evite visitas a parentes idosos”, “evite sair para compras de Natal”.

Também é preciso lutar para que mais pessoas tenham acesso aos testes RT-PCR para detecção do coronavírus.

E da batalha para que as vacinas sejam disponibilizadas a todos e todas o quanto antes – outra tarefa da luta contra a pandemia dificultada pela ação desordenada do Governo Federal.

O momento é de reforçar os cuidados e a conscientização sobre a corresponsabilidade, o dever que a pandemia cobra de cada um, para a proteção da vida de todos.

*Dalwton Moura é jornalista, de Fortaleza-CE, coordenação comunicação do Coletivo Rebento Médicos e Médicas em Defesa da Ética, da Ciência e do SUS


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Comentários

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Zé Maria

https://www.estado.rs.gov.br/upload/recortes/202012/11170430_1916779_GD.jpg

Não é o ‘início da Fase 2’, é o Recrudescimento da Fase 1.

No Rio Grande do Sul, 28 Municípios das duas Regiões da Macrorregião Sul
do Estado passaram a Bandeira Preta (Risco Sanitário Altíssimo)*.
Outros 456 (de 497) Municípios – 18 de 19 Regiões – estão em Bandeira Vermelha
(Risco Sanitário Alto).
Em todo o Estado, apenas a Região de Cruz Alta (12-Portal das Missões) – com 13
Municípios – saiu de Bandeira Vermelha para Bandeira Laranja (Risco Médio).

(*) Bandeira Preta (Risco Sanitário Altíssimo)
Macrorregião Sul / RS:
-Região de Pelotas (21-Sul): Pelotas, Rio Grande, Amaral Ferrador, Arroio do Padre,
Arroio Grande, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Cristal, Herval, Jaguarão,
Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pinheiro Machado, Piratini, Santana
da Boa Vista, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, São Lourenço do Sul e
Turuçu.
-Região de Bagé (22-Pampa): Bagé, Aceguá, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra
e Lavras do Sul.
*(https://www.cosemsrs.org.br/regioes-de-saude)

(https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br)

https://www.estado.rs.gov.br/pela-primeira-vez-estado-tem-regioes-em-bandeira-preta-no-mapa-preliminar
https://www.estado.rs.gov.br/o-que-e-preciso-saber-sobre-as-primeiras-bandeiras-pretas-do-distanciamento-controlado

    Zé Maria

    Brasil Supera Marca de 7 Milhões de Casos de COVID-19 (https://t.co/Stoa9Y8h0H)

    País também registrou recorde diário de casos em 24 horas
    desde o início da pandemia: mais de 70 mil.
    Número de mortes fica acima de 900 pelo segundo dia seguido,
    o que não ocorria desde setembro.

    O Brasil registrou oficialmente 70.574 casos confirmados de covid-19
    e 936 mortes ligadas à doença nesta quarta-feira (16/12), segundo dados
    divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass)
    e pelo Ministério da Saúde.
    É o maior número de casos contabilizados em um período de 24 horas
    desde o início da pandemia.

    O recorde anterior havia sido registrado em 29 de julho,
    quando 69.074 casos foram registrados, segundo dados
    do Ministério da Saúde.

    Com isso, o total de infecções identificadas no país subiu
    para 7.040.608, enquanto os óbitos chegam a 183.735.

    Deutche Welle (DW): https://p.dw.com/p/3mpdN
    https://twitter.com/DW_brasil/status/1339322129440002053

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