04 de Fevereiro de 2014•15h29 • atualizado às 16h01
Ministro do STF defende investigação sobre doações a petistas
Gilmar Mendes vê indícios de lavagem de dinheiro em campanha que pagou multa de condenados
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta terça-feira que o Ministério Público investigue as doações de dinheiro feitas para o pagamento de multas impostas aos petistas condenados no julgamento domensalão. Para Mendes, haveria inclusive indícios de lavagem de dinheiro, uma vez que não há qualquer controle sobre as transferências que já ultrapassam R$ 1,7 milhão.
“Essa dinheirama, será que esse dinheiro que está voltando é de fato de militantes? Ou estão distribuindo dinheiro para fazer esse tipo de doação? Será que não há um processo de lavagem de dinheiro aqui? São coisas que nós precisamos examinar. E se for um fenômeno de lavagem? De dinheiro mesmo de corrupção? As pessoas são condenadas por corrupção e estão agora festejando coleta de dinheiro. É algo estranho”, disse o ministro antes do início das sessões nas turmas.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia se manifestado sobre o caso. Segundo ele, no entanto, não cabe à PGR iniciar uma investigação porque não há autoridades envolvidas com as supostas irregularidades. Para Gilmar Mendes, contudo, o episódio deve ser investigado mesmo pelo Ministério Público de primeira instância.
“O Ministério Público tem que olhar isso. Isso mostra também o risco desse chamado modelo de doação individual. Imaginem os senhores, com organizações sindicais, associações, distribuindo dinheiro por CPF. Agora vem esta brincadeira com a multa. Interessante isso. Arrecadar R$ 600 mil num dia, são coisas que precisam ser refletidas. A sociedade precisa discutir isso”, completou Mendes.
O ministro ainda lembrou o episódio envolvendo a oferta de emprego ao ex-ministro José Dirceu. O petista, que receberia R$ 20 mil como gerente administrativo, acabou desistindo da vaga. Ainda assim, Mendes criticou as incongruências envolvendo o caso.
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“Se formos olhar o episódio do hotel em que alguém oferece um emprego de R$ 20 mil para um suposto reeducando, com propriedade no Panamá. Ele era também dono do hotel? Era empregado e empregador? Veja quanta coisa está sendo colocada”, disse.
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