Atos contra projeto de Sandro Mabel em todo o Brasil; ouça cobertura
Tempo de leitura: 5 minQuem é que aplaude Mabel?
por Luiz Carlos Azenha
Os trabalhadores vão às ruas do Brasil, hoje. Não é, propriamente, uma greve geral, mas uma demonstração de unidade na diversidade. A diversidade abriga os interesses da Conlutas, adversária figadal do governo Dilma, da CUT alinhada — pero no mucho — à coalizão governista e da Força Sindical, que incluiu o combate à inflação como uma de suas bandeiras.
[Ouça aqui, ao vivo, a cobertura completa das manifestações na Rádio Brasil Atual]
Bandeira com a qual não concorda, por exemplo, a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.
A surpresa, portanto, é que tenha sido possível forjar uma pauta comum de oito pontos:
• Redução da Jornada de Trabalho para 40h semanais, sem redução de salários;
• Contra o PL 4330, sobre Terceirização;
• Fim do fator previdenciário;
• 10% do PIB para a Educação;
• 10% do Orçamento da União para a Saúde;
• Transporte público e de qualidade;
• Valorização das Aposentadorias;
• Reforma Agrária;
• Suspensão dos Leilões de Petróleo.
[Acompanhe as manifestações no Facebook da Central Única dos Trabalhadores]
Ontem, na entrevista coletiva dos líderes das centrais sindicais, o repórter Felipe Bianchi, do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, registrou uma avaliação dos sindicalistas sobre o Ministério da Comunicação do governo Dilma, gerido por Paulo Bernardo: “Desastroso”. Leia abaixo:
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CENTRAIS SINDICAIS AVALIAM MINISTÉRIO DA COMUNICAÇÃO: “DESASTROSO”
Em entrevista coletiva realizada em São Paulo nesta quarta-feira (10), a respeito das preparações para o 11 de julho, as centrais sindicais criticaram a atuação de Paulo Bernardo à frente do Ministério das Comunicações. Para eles, o ministro tem dado declarações que representam apenas suas posições individuais, nitidamente contrárias à democratização da mídia.
A roda de perguntas, mediada por Rita Casaro, do Barão de Itararé, contou com a presença de Vagner Freitas (presidente da CUT); Nivaldo Santana (vice-presidente da CTB); Claudio Prado (diretor-executivo da Força Sindical); Ubiraci Dantas (presidente da CGTB); e Antonio Neto (presidente da CSB).
Apesar da mobilização para as paralisações, greves e manifestações nacionais programadas para o 11 de julho ser a pauta principal da atividade, transmitida pela TVT, os representantes das centrais foram taxativos ao serem questionados sobre a atuação de Paulo Bernardo e do Ministério das Comunicações. O papel partidarizado da grande imprensa brasileira e a importância da mídia alternativa para a agenda sindical também foram abordados.
De acordo com Wagner Freitas (CUT), Bernardo bate de frente com as deliberações feitas pelo partido e, inclusive, pela própria CUT, entidade da qual o ministro é oriundo. “Suas posições não refletem nada do que discutimos sobre o tema, afinal, somos favoráveis à criação do marco regulatório do setor”, diz, salientando que “suas declarações mais recentes são patéticas”. Recentemente, Bernardo concedeu entrevista às páginas amarelas da Veja, declarando ser contrário à regulação e ganhando o apelido de “bom petista” por parte da revista.
Para Ubiraci Dantas (CGTB), Bernardo é um cidadão “que jogou a toalha”. Em sua avaliação, o ministro faz um “desserviço” à comunicação: “Ele está no caminho contrário da democratização, ao entregar o setor para os grandes empresários, atrasando e boicotando a luta pela regulação.”
O papel da mídia na cobertura do 11 de julho também foi debatido pelos representantes das sindicais. Houve consenso de que os grandes veículos tentarão distorcer o sentido das manifestações. “É comum reunirmos dezenas de milhares de pessoas e não sair uma linha na mídia, mas quando diz respeito aos seus interesses, uma dezena de pessoas basta para deem destaque”, opina Nivaldo Santana (CTB), que prevê uma “desqualificação gritante” quanto aos atos nacionais.
Os sindicalistas celebraram a importância da mídia alternativa, que faz contraponto à visão única sustentada pelos grandes conglomerados de comunicação. A imprensa sindical, como a TVT e a Agência Sindical, por exemplo, já está preparada para a cobertura em tempo real das manifestações do 11 de julho.
Unidade para destravar a pauta trabalhista
A unidade das centrais sindicais para as manifestações nacionais foi a tônica da entrevista coletiva. Todos os representantes destacaram a importância da pauta unitária para destravar a pauta trabalhista no governo, que não avança e, pior, vê grandes possibilidades de retrocesso.
De acordo com Wagner Freitas, a intenção é “forçar o governo a atender às demandas”, destacando “o fim do fator previdenciário, fim da terceirização e redução da jornada de trabalho sem redução do salário, além de outras pautas periféricas”.
“Não é um ato das centrais sindicais, mas sim dos trabalhadores e trabalhadoras, chamados pelas centrais para se manifestarem, em um único rumo, a defenderem seus direitos”, avalia.
Claudio Prado, da Força Sindical, destaca o Projeto de Lei 4330 como um dos principais alvos da manifestação. “O PL 4330 foi feito por um dos maiores empresários do país. O que será que ele defende?”, questiona. A situação, na avaliação dos sindicalistas, é um golpe aos direitos dos trabalhadores, pois terceiriza o trabalhador, reduzindo seu salário e minando seus direitos.
Antonio Neto (CSB) e Nivaldo Santana (CTB) argumentam que, diferente das recentes manifestações de rua do país, o 11 de julho tem pauta definida – “a defesa dos interesses dos trabalhadores” – e direção. “Creio que será a maior mobilização sindical do Brasil nos últimos 10 anos”, aposta Santana.
Segundo Ubiraci Dantas (CGTB), existe uma situação emergencial, que está na pauta unificada das centrais. “Não se trata de um Fora Dilma, pelo contrário: estamos propondo guinada de direção dentro do próprio governo, com propostas ao invés de pedras na mão”, opina.
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por Luiz Carlos Azenha
Juvandia Moreira, a combativa presidente do Sindicato dos Bancários, diz que o primeiro objetivo dos militantes bancários será paralisar o atendimento no centro nervoso das finanças de São Paulo, a avenida Paulista.
Depois, os trabalhadores sairão em passeata.
Ela nega a capacidade da direita, propagada nas redes sociais, de interferir com provocações no Dia Nacional de Luta.
Reafirma a discordância da pauta específica da Força Sindical, que prega o combate à inflação como uma de suas prioridades (ontem à noite, aliás, o Banco Central aumentou os juros pela terceira vez consecutiva, para 8,5%, enterrando de vez a plataforma econômica de Dilma Rousseff de buscar a reeleição como a presidente que domou os juros).
Destaca que é preciso enfrentar de frente o PL 4330, do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), que regulamenta as terceirizações em todos os setores.
Mas, Mabel não é da base de apoio do governo?
Vejam o que diz a respeito a presidente do Sindicato dos Bancários, na entrevista (clique abaixo):
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