Gustavo Ferroni: Haddad e a história das eleições paulistanas

Tempo de leitura: 2 min

por Gustavo Ferroni, via e-mail

Se o Haddad não for ao segundo turno podemos considerar um vexame. Estive olhando os dados do histórico das eleições paulistanas e a votação do PT na cidade é muito consistente desde os anos 80.

Vamos aos dados:

1985 – Suplicy com 20,7% dos votos é derrotado por Janio Quadros e por FHC (não havia segundo turno)

1988 – Erundina é eleita no primeiro turno com 36% dos votos (não havia segundo turno)

1992 – Suplicy obteve 30, 68% no primeiro turno e com 42% dos votos foi derrotado por Maluf no segundo turno

1996 – Erundina obteve 24,51% no primeiro turno e com 34,74% dos votos foi derrotada por Celso Pitta no segundo turno

2000 – Marta Suplicy obteve 38,13% no primeiro turno e foi eleita no segundo turno com 58,51% dos votos derrotando Maluf

2004 – Marta Suplicy obteve 35,82% no primeiro turno e com 45,14% dos votos foi derrotada por José Serra no segundo turno

2008 – Marta Suplicy obteve 32,79% no primeiro turno e com 39,28% dos votos foi derrotada por Kassab no segundo turno

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O histórico indica que Haddad deverá ter entre 25 e 30% dos votos agora em 2012. Tal votação deve colocá-lo no segundo turno. Caso tenha uma votação menor que 25% podemos considerar um vexame, já que diferente de 1985 (única vez que o PT teve votação abaixo) agora o partido tem estrutura e história consolidadas na cidade e muito dinheiro investido nesta campanha. Além disso, seria a primeira vez desde que existe segundo turno que em São Paulo o PT não chegaria lá.

No entanto, é bom fazermos uma ressalva. Os candidatos que o PT lançou em São Paulo sempre tiveram em sua bagagem o fato de já terem paricipado de outros pleitos, nem que fosse para cargos no lesgislativo. O Haddad é o único candidato que o PT lançou para uma eleição majoritária em SP sem nenhum histórico de campanha eleitoral. Ou seja, enquanto outros candidatos já tinham alguma base eleitoral própria, ele depende só da base do partido.

Considerando todos os candidatos à prefeitura ou ao governo do Estado que o partido já lançou em São Paulo (Marta, Suplicy, Erundina, Mercadante, Genoíno, Plínio, Dirceu e Lula). Apenas Lula em 1982 concorreu sem ter participado de nenhuma eleição antes (convenhamos que não é exemplo, dadas as circunstâncias da época).

É bom que Haddad e sua equipe se mexam, o segundo turno com Serra e Russomanno não será apenas um desastre político para a cidade. Mas também o maior vexame que o PT poderá sofrer em uma eleição.

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