The decline and fall of America’s supporters?
Posted By Daniel W. Drezner Monday, May 17, 2010
Se os realistas tem uma trupe literária, ela está falando sobre o declínio e queda das grandes potências — e Steve Walt não nos desaponta em seu post sobre “o fim iminente da era do Atlântico”.
Ele sustenta um bom argumento. O projeto europeu como nós o conhecemos enfrenta problemas graves. Os Estados Unidos não estão em melhor situação. Dito isso, há semanas em que nós nem parecemos estar no centro do universo diplomático. Brasil e Turquia estão negociando acordos com o Irã e o regionalismo das bordas do Pacífico está deixando os Estados Unidos para trás.
Ainda assim, minha visão é de que estamos vivendo a combinação de dois problemas distintos. Se um deles for arrumado, suspeito que a mudança na política das grandes potências não será terrivelmente grave.
O primeiro é o declínio dos apoiadores do sistema liderado pelos Estados Unidos — Japão e Europa. A teoria das relações internacionais gosta de enfatizar a importância de estados hegemônicos. Quando se trata de criar um mundo estável, no entanto, isso só acontece quando estados apoiadores estão dispostos a assinar embaixo. Eu concordo com o Walt que, no curto prazo, os principais apoiadores dos Estados Unidos vão se voltar para seus próprios problemas.
O segundo ponto é que os Estados Unidos podem se adaptar à mudança na distribuição de poder e aqui fico em cima do muro. Há formas de ver o fato de que os Estados Unidos apoiaram a mudança do G-8 para o G-20 como adaptação criativa a novas realidades. O G-8 dava peso maior aos países europeus, exagerando sua influência. Ao mudar do G-8 para o G-20, os membros da União Europeia viram seu poder ser diluído. Os Estados Unidos, por sua vez, mantém fortes relações bilaterais com cada um dos integrantes do G-20, mais fortes que a dos outros integrantes do grupo entre si. Se a gente pensar nos Estados Unidos como o pivô central de uma governança em rede, dá para notar que as reformas feitas até agora não enfraquecem a influência americana.
A coisa é que isso só vale se poderes ascendentes como o Brasil e a Índia forem apoiadores do sistema liderado pelos Estados Unidos, ou se eles querem se colocar como alternativas. Isso é onde aquela visão estratégica que a diplomacia do governo Obama alegadamente possui em amplas quantidades faria alguma diferença. Até hoje, no entanto, não é o que se vê no governo Obama. Para ser justo, eles receberam uma política externa que era uma bagunça e fizeram um trabalho admirável para acelerar a limpeza dos dois últimos anos do governo Bush. O que eles não fizeram — ainda — foi articular uma mensagem que consiga novos apoiadores na política mundial.
A nova Estratégia de Segurança Nacional será anunciada nas próximas semanas e é precisamente o tipo de questão que precisa ser enfrentada. Então prestarei atenção para ver se o documento estratégico trata deste problema.
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