por Emerson Luis*
Um dos problemas mais comuns na produção de diversos blogs é a falta de uso das “tags” pelos seus autores.
As tags, ou etiquetas, são marcadores inseridos nos posts para facilitar a busca de informação pelos indexadores da internet como Google, Yahoo, Bing e outros. Quanto mais tags inseridas durante a produção de um post, mais indexado ficará o seu conteúdo para a busca do usuário.
Os dois sistemas de blogs mais populares do mundo, WordPress e Blogger, tem os seus campos de inserção de tags.
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No Blogger, o campo de inserção fica na parte inferior da área de nova postagem. Veja a indicação na figura:
Agora o campo de tag ampliado:
No WordPress, as tags ficam na parte lateral direita da área de criação “Novo Post”:
Agora em detalhe:
Parece um adereço, mas com as tags a sua informação pode se posicionar melhor na rede e competir de igual para igual com um grande portal. Aliás, este é um dos motivos da rede ser amplamente democrática no processo de produção de informação. Com pouco investimento e utilizando ferramentas livres disponíveis na rede, sem precisar pagar por licenças, os cidadãos podem romper o bloqueio econômico que caracteriza a imprensa conservadora. Para criar um jornal, é preciso investir milhões para alugar ou montar uma gráfica. Para criar uma TV ou rádio, além da barreira política para conseguir uma concessão no Ministério das Comunicações, é preciso investimento pesado para comprar transmissores e fazer a manutenção adequada. Na rede, esta dependência econômica se desfaz, permitindo a atual proliferação de veículos independentes que possuem grande acesso e fazem o equilíbrio da opinião.
Para usar uma das ferramentas mais simples da rede, como as tags, é preciso pensar em “formato de tags” no momento da criação dos posts. Vamos a um exercício utilizando uma notícia publicada no Vi o Mundo.
LEMES: ROCHE PAGOU VIAGEM A SEMINÁRIO QUE PROMOVEU TAMIFLU
Por Conceição Lemes*
O Ministério da Saúde informa: até 21 de maio, o Brasil deverá vacinar pelo menos 80% das 91 milhões de pessoas que devem ser imunizadas contra influenza A, ou gripe A (H1N1), mais conhecida como gripe suína.
São grupos prioritários: trabalhadores da área de saúde, indígenas, grávidas em qualquer período de gestação, crianças, adolescentes e adultos com obesidade grau 3 (antigamente chamada obesidade mórbida), pessoas com doenças crônicas, crianças de seis meses a menos de dois anos, idosos (com mais de 60 anos) portadores de doenças crônicas e adultos saudáveis de 20 a 39 anos.
Com apenas dois parágrafos é possível extrair um grande número de palavras-chave para preenchimento dos campos de tag.
Da manchete podem ser usadas as palavras: ROCHE > VIAGEM > SEMINÁRIO > TAMIFLU >
Do primeiro parágrafo: MINISTÉRIO > SAÚDE > VACINAR > PESSOAS > INFLUENZA > H1N1 > GRIPE > SUÍNA > IMUNIZAR
Do segundo parágrafo: GRUPOS > TRABALHADORES > INDÍGENAS > GRÁVIDAS > GESTÃÇÃO > CRIANÇAS > ADOLESCENTES > DOENÇAS > IDOSOS > PORTADORES > DOENÇAS > ADULTOS
Variações das palavras e do assunto também podem ser utilizadas, como VACINAÇÃO > IMUNIZAÇÃO > INDIOS > GRAVIDEZ > TRABALHO > REMÉDIO > LABORATÓRIO > PORTADOR > IMUNE.
O nome da repórter também deve ser inserido: CONCEIÇÃO LEMES
Todas estas palavras devem ser inseridas juntas criando o seguinte grupo de tags: ROCHE > VIAGEM > SEMINÁRIO > TAMIFLU > MINISTÉRIO > SAÚDE > VACINAR > PESSOAS > INFLUENZA > H1N1 > GRIPE > SUÍNA > IMUNIZAR > GRUPOS > TRABALHADORES > INDÍGENAS > GRÁVIDAS > GESTÃÇÃO > CRIANÇAS > ADOLESCENTES > DOENÇAS > IDOSOS > PORTADORES > DOENÇAS > ADULTOS > VACINAÇÃO > IMUNIZAÇÃO > INDIOS > GRAVIDEZ > TRABALHO > REMÉDIO > LABORATÓRIO > PORTADOR > IMUNE > CONCEIÇÃO LEMES.
Quanto mais tags um post possuir, mais fácil será sua localização pelos indexadores. Mas, como em tudo, é preciso ser honesto na inserção. Muitas vezes, a ânsia de possuir mais acesso faz com que os usuários insiram tags que não tenham nada a ver com o assunto para “envenenar” a busca. Por exemplo: se o assunto do momento é o BBB, inserir este termo no meio das palavras-chave é uma maneira de viciar a busca. Indexadores como o Google conseguem detectar quem infla os posts. Se isto acontecer, a possibilidade do domínio do blog ser eliminado temporariamente dos resultados é muito alta.
Uso de tags na #ditabranda
No último dia 7 de março, a manifestação da Ditabranda convocada pelo blogueiro Eduardo Guimarães, do blog Cidadania.com, completou um ano. O protesto em frente a porta da Folha se espalhou pela rede rapidamente. Para potencializar e unificar o acesso das informações, criamos uma semana antes do evento um planeta agregador dentro do domínio nasretinas.com.br. O endereço utilizado foi ditabranda.nasretinas.com.br
Com a ferramenta Planet de agregação de conteúdo, o técnico @gutocarvalho fez o sistema do blog cercar diversas tags para agregar o conteúdo que era publicado em diversos blogs e no Twitter. Qualquer usuário do Twitter, ao citar o termo ditabranda, era automaticamente agregado.
Como fator reverso, na agregador do blog, diversas tags padrão também foram inseridas para realizar outro efeito: empurrar os posts para a rede. Ou seja, ao criar um post, automaticamente as palavras DITABRANDA > MANIFESTAÇÃO > FOLHA > DITADURA, entre outras, estavam inseridas antes e, no rastreamento do Google, o agregador foi alcançando o topo das buscas quando o usuário digitava #ditabranda. Hoje, ao buscar o assunto, o agregador está mais distante da primeira página, mas passado um ano do evento, com a multiplicação de conteúdo na rede, é normal que outras páginas assumam este papel. As ferramentas sempre se reindexam.
Para completar estas informações com outras dicas de ferramentas e ampliar o debate, deixe comentários aqui neste posta utilizando a caixa abaixo.
* Emerson Luis assina o blog Nas retinas
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