O documento da embaixada americana que menciona o diretor de inteligência da PF
Tempo de leitura: 2 minTradução de trechos relevantes do telegrama de 31.12.2009 ; íntegra aqui.
UNCLAS BRASILIA 001540
SIPDIS E.O. 12958: N/A
TAGS: PTER PREL PGOV BR
SUBJECT: BRAZIL: 2009 COUNTRY REPORT ON TERRORISM
¶1. (U) O governo brasileiro continua a cooperar no enfrentamento ao terrorismo e atividades correlatas que poderiam contribuir para a facilitação de ataques na região e em outros lugares, inclusive com a investigação de financiamento em potencial do terrorismo, redes de falsificação de documentos e outras atividades ilícitas. Operacionalmente, elementos do governo brasileiro responsáveis por combater terrorismo, como a Polícia Federal, a Alfândega e a Agência Brasileira de Inteligência atuam eficazmente com seus pares americanos a maior parte do tempo e seguem pistas fornecidas pelos Estados Unidos e outros serviços de inteligência, agencias de segurança e agencias financeiras que monitoram suspeitos de terrorismo.
¶2. (SBU) Existem dois discursos separados no governo do Brasil sobre contraterrorismo; politicamente, o Brasil continua a negar a presença e a ameaça potencial de terroristas ou terrorismo no Brasil, enquanto a polícia e a inteligência cooperam para enfrentar a ameaça. O chefe da divisão de inteligência da Polícia Federal brasileira em julho foi a público durante uma audência na Câmara dos Deputados e admitiu que um indivíduo preso em Abril de fato era ligado à Qaeda (AQ). Apesar da declaração, a maior parte das autoridades do GOB continua a seguir a linha oficial e negam evidencias de que os terroristas tenham ou estariam interessados em estabelecer uma presença no Brasil.
[…]
[Em seguida, o documento descreve detalhadamente as iniciativas brasileiras para enfrentar o que os Estados Unidos enxergam como ameaças]
¶13. (SBU) O compromisso geral do Brasil no combate ao terrorismo e atividades ilícitas que poderiam ser exploradas para facilitar o terrorismo é prejudicada pelo fracasso do GOB em reforçar significativamente seu quadro legal contra o contraterrorismo. Embora o financiamento ao terrorismo seja uma violação legal enfrentada com leis de lavagem de dinheiro, o Brasil não tem legislação criminalizando o terrorismo ou o seu financiamento como uma ofensa autônoma. A Estratégia Nacional de 2005 contra Lavagem de Dinheiro (ENCLA) criou um grupo de trabalho (composto por representantes de ministérios envolvidos no CFT, do judiciário e da Procuradoria Geral) encarregado de fazer um esboço de legislação para criminalizar o terrorismo e seu financiamento. O esboço nunca avançou do Executivo para o Congresso brasileiro. Uma lei contra a lavagem de dinheiro ainda está pendente no Congresso brasileiro. A lei facilitaria maior acesso da polícia aos dados financeiros e bancários durante investigações, criminalizaria enriquecimento ilícito, permitiria o congelamento administrativo de bens e facilitaria os processos dos casos de lavagem de dinheiro, ao emendar a definição legal de lavagem de dinheiro e torná-la uma ofensa autônoma. KUBISKE 2009-12-31
PS do Viomundo: Os Estados Unidos, em “mode” guerra permanente, estão determinados a homogeneizar, em escala mundial, sua estratégia, política e legislação de contraterrorismo, que começa com uma lista de “entidades” terroristas que obedece aos interesses políticos e estratégicos de Washington. Quem usa guerra assimétrica e não está na lista deve ser “freedom fighter”, o terrorista do bem. Neste esforço, aparentemente, os Estados Unidos contam com setores da mídia e do próprio governo brasileiro. Ah, e eles não se contentam com pouco: querem escrever as leis do Brasil.
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