O golpe militar de Sarkozy na Costa do Marfim

Tempo de leitura: 3 min

por Luiz Carlos Azenha

Por motivos óbvios, a melhor fonte para entender as sacanagens geopolíticas dos franceses são os diários ingleses.

Esta é do jornal britânico Guardian:

Sarkozy’s micro-managed intervention in Ivory Coast could win votes [Intervenção micro-gerenciada de Sarkozy na Costa do Marfim pode ganhar votos]

O presidente francês evitou acusações de neocolonialismo em suas cuidadosas campanhas de caubói na África

por Kim Willsher, em Paris, no guardian.co.uk, Monday 11 April 2011 21.13 BST

Momentos depois da captura de Laurent Gbagbo, o presidente Nicolas Sarkozy telefonou ao rival de Gbagbo, Alassane Ouattara, o internacionalmente reconhecido vencedor das eleições do ano passado.

Notícias iniciais sugeriam que tropas francesas tinham capturado Gbagbo, mas foram prontamente negadas por Paris: as tropas francesas não tinham prendido Gbagbo, ele tinha sido entregue a elas pela própria guarda presidencial.

Então, novas notícias: as forças de Ouattara tinham prendido Gbagbo. E finalmente: as forças francesas ajudaram os rebeldes, mas nenhum soldado francês tinha colocado nem mesmo uma bota no jardim da casa de Gbagbo.

Na versão contada por Paris, os forças da França e das Nações Unidas tinham cercado a residência de Gbagbo e reduzido parte do prédio a escombros com mísseis disparados por tanques e helicópteros para destruir “armamento pesado”.

Então elas pararam e esperaram que as forças de Ouattara entrassem na residência. Este cenário, se verdadeiro, é o melhor pelo qual Sarkozy pode esperar: os franceses ganharam o dia, mas não deram o golpe final, o que poderia causar acusações de neocolonialismo.

Em semanas recentes, Sarkozy milagrosamente se recuperou de desastres diplomáticos franceses no Norte da África. A política externa dele tinha sido declarada “sem coragem” depois que Paris inicialmente se ofereceu para esmagar a revolta da Tunísia.

Com uma eleição presidencial dentro de um ano — e os índices de popularidade em baixa recorde — Sarkozy precisava fazer alguma coisa. Primeiro ele liderou o ataque à Líbia, empurrando nas Nações Unidas uma resolução que deixaria livres os caças franceses e faria todos os outros — com exceção de David Cameron — parecerem indecisos.

Entusiasmada, a França obteve uma resolução similar da ONU autorizando as forças da Operação Licorne na Costa do Marfim a agirem “em defesa dos civis”, o que na prática significava apoio a Ouattara.

A Licorne foi reforçada para ter 1.400 soldados, que imediatamente assumiram controle do aeroporto de Abidjan e começaram a patrulhar a cidade enquanto “operadores de inteligência” franceses, segundo rumores, atuavam no país.

Sarkozy, se diz, estava em contato regular com Ouattara — o presidente francês oficiou o casamento de Ouattara quando era prefeito de Neuilly — e alegadamente gerenciou o conflito na Costa do Marfim nos mínimos detalhes. Foi Sarkozy quem aconselhou Ouattara a evitar um ataque a Gbagbo para que ele não se tornasse um mártir, e foi Sarkozy quem se negou a permitir que as forças francesas assumissem o controle das pontes de Abidjan, ainda que isso facilitasse o resgate de civis. Fotos da bandeira francesa hasteada sobre a ponte Charles de Gaulle, no coração da ex-capital colonial, ele decidiu, não mandariam a mensagem certa para o resto da África.

A cada passo, Paris insistiu que a ação militar fosse precedida por um pedido formal das Nações Unidas para que as forças francesas agissem, e tanto a França quanto a ONU insistiram que seu objetivo não era derrubar Gbagbo. Mas na noite passada a grande questão sobre a prisão de Gbagbo continuava, como o Le Monde perguntou: “Quando é que as forças francesas agiram?”.

O embaixador francês em Abidjan, Jean-Marc Simon, insistiu que “em nenhum momento” qualquer tropa francesa entrou “nos jardins da residência presidencial”. O jornal citou uma fonte do ministério da Defesa dizendo que forças da França e da ONU tinham “apoiado a operação” para prender o presidente Gbagbo, de 65 anos de idade.

A questão sobre quem prendeu Gbagbo pode parecer pedante, mas Sarkozy tem se equilibrado sobre uma linha fina, correndo o risco de ser acusado de intervenção — de neocolonialismo e de uma tentativa de melhorar sua popularidade em casa com sucessos no campo de batalha — ou acusado de relaxar e não fazer nada. Falta de ação não é a posição-padrão de Sarkozy — particularmente na Costa do Marfim, onde moram 15 mil cidadãos franceses.

O [jornal] Le Figaro sugeriu que as aventuras militares de Sarkozy poderiam de fato ser garantidoras de votos: “O presidente da República pensa que os franceses sentem um certo orgulho de ver que seu país joga um papel importante no cenário mundial e que este papel é reconhecido fora de nossas fronteiras. É bom para a moral”, o jornal disse.

PS do Viomundo: A França tem fortes interesses econômicos na Costa do Marfim. Imaginar que o poder predador europeu, que cometeu diversos e variados crimes na África, vá agir no continente por algo que não seja a defesa de seus próprios interesses, é o mesmo que imaginar que Abdul, o amigo imaginário do atirador Wellington Menezes de Oliveira, pertence à célula do bin Laden.


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Comentários

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ratusnatus

O pessoal não entendeu a maldade e ironia dos ingleses APENAS quanto ao tecnicismo francês.
Não leram no texto que o Presidente ELEITO PELO POVO DA COSTA DO MARFIM VAI ASSUMIR?
Repito, não é o presidente escolhido pela frança, foi o escolhido pelo Povo da Costa do Marfim.

O pessoal critica a liberdade de expressão do Bolsonaro, confunde marcha da maconha com tudo.
O pessoal não associa A com B.
Senso crítico zero.

Pelo amor de deus. e isso com gente estudada. O sistema de ensino brasileiro é uma porcaria mesmo.!!!

Renato Lira

Qualé, Azenha.

Usar proselitismo para defnder um projeto de ditador, um sanguinário que não quer largar o osso.

Parei, viu, Azenha.

Will

Só pra esclarecer uma coisa: não foi a burqa que foi banida na França, mas QUALQUER tipo de acessório que cubra o rosto, incluindo até máscara de esqui, balaclava, etc.
Sobre essa lei: a burqa (que cobre o corpo e o rosto todo) e o niqab (que deixa apenas os olhos visíveis) não podem ser usados, mas o hijab (que cobre apenas a cabeça e o pescoço, deixando o rosto visível) e o xador (que cobre o corpo todo menos o rosto) ainda podem ser usados.
Apesar de ser ateu (e bem crítico de qualquer religião), reconheço que essa lei fere os direitos individuais (e a até a liberdade de expressão). Existem mulheres que usam a burqa por opção, mesmo que elas sejam uma porcentagem extremamente pequena das que usam esse tipo de véu.
Tenho uma colega que viveu 2 anos na França e chegou a morar em bairros muçulmanos. Quando perguntei a opinião dela sobre essa lei ela a defendeu e me disse que a imensa maioria das mulheres que usam a burqa ou o hiqab são obrigadas pela família (geralmente o marido) e não por opção.
Ainda acho que o assunto é delicado, mas esse depoimento da minha colega me deixou mais inclinado a apoiar a lei.
Meu termômetro para o desenvolvimento social de um país são os direitos que esse país dá às mulheres. Pra mim a burqua é sinônimo de submissão feminina, mesmo que o seu uso seja voluntário…

Se vcs quiserem saber mais sobre a lei recomendo o seguinte artigo: http://en.wikipedia.org/wiki/French_ban_on_face_c

Sobre o debate sobre o uso do véu na França, incluindo os argumentos contra e a favor da proibição, recomendo esse artigo: http://en.wikipedia.org/wiki/France_debate_over_v

Artur

Depois os perigosos são Hugo Chaves, Ahmadinejad, Cristina Kirchner…
Aliás, gostaria de agradecer do fundo do coração por suas reportagens sobre a Venezuela. Gostaria de entender porque a Globo e suas irmãs brasileiras (BAND, SBT) metiam tanto o pau no Hugo Chaves. Mas a reportagem sobre as crianças que aprendem música (dentre tantas outras atividades que elas têm), que no final tocam o Tico-Tico no Bubá (acho que é isso) me fez até chorar. O único argumento dos RICAÇOS da Venezuela é que lá não há liberdade política. Como não ? Hugo Chaves foi ELEITO PELO POVO três vezes, passou por dois referendos e superou um GOLPE DE ESTADO promovido pela MÍDIA LOCAL. Isso é o quê ?
Além disso ele paga um dos maiores salários mínimos da América do Sul e para se acher um tanque de gasolina com 50 litros gasta-se 2,00 (isso mesmo, DOIS REAIS). Hugo Chaves é muito melhor que Lula e Dilma juntos.
Quanto ao Sarkozi, ele aprendeu bem com Bush, Obama e outros loucos que se acham no direito de invadir e destruir.

anonimo do século 20

Gostei da declaração explícita de apoio ao Gbagbo! Quer ver a mesma coragem para apoiar o Qaddafi, como tem o Nassif.

    luiz pinheiro

    Não se trata de defender o Gbago, ou o Kadafi. O que não podemos é aceitar como natural a intervenção imperialista e o saqueio de países mais pobres.

    ratusnatus

    Não há intervenção imperialista. O outro foi ELEITO pelo povo de lá. A situação é muito diferente.

    Há uma certa maldade por parte dos ingleses quanto ao tecnicismo francês para se manter a margem do processo que colocou de volta no poder aquele ELEITO pelo povo.

    Os ingleses fizeram isso muitas vezes mas nunca, repito, nunca para colocar alguém que foi eleito pelo povo em uma eleição limpa, como é o caso.

    Abraço

fernandoeudonatelo

O mais interessante, é que ambos presidenciáveis Gbagbo e Quattara, assim como correligionários de ambos partidos na Costa do Marfim, possuem verdadeiras tropas paramilitares de orientação política.

Tanto é que as forças oposicionistas leais a Quattara e as governistas se enfrentavam antes mesmo das eleições nas ruas da capital. A ONU quase emitiu uma nota declarando guerra civil.

Como o país conta com quase 15 mil cidadãos franceses e ainda foi colônia além-mar, acho que o mais importante para a França era a estabilização pró-oposicionista, já que mesmo os governistas sendo alinhados continentais, já estavam causando dores de cabeça para a ordem do sistema.

A pergunta que fica, é, se mesmo sendo mais legítima a posse do vitorioso nas eleições, o país vai ser mais democrático na mão dessa figuraça miliciana ??

Bonifa

Para desgosto dos colonialistas ocidentais, a voz da praça Tahir continua cada dia mais alta e mais forte:
http://www.youtube.com/watch?v=Av33LNXFws8&fe

Fernando

Não se esqueçam de alguns anos atrás no Haiti, quando o padre esquerdista Aristide foi golpeado pela ONU numa decisão conjunta dos imperialistas franceses e estadounidenses.

    luiz pinheiro

    O Aristide foi deposto por bandos armados com apoio nos EUA. Foi sequestrado por militares norte-americanos e levado para a África do Sul. A ONU não teve culpa disso. Ela entrou na história depois, organizando a Minustah para tentar reorganizar o país e impedir que os bandos armados tomassem conta da situação.

CNunes

Interessante a abordagem,
mas a questão principal me parece ser a legitimidade ou não das eleições para sucessão presidencial,
que representa a manifestação da vontade do povo,
e não em quem está executando ( ou reforçando a execução) o processo de transição de poder.
Mesmo que uma força estrangeira esteja por trás do processo, chamar isso de golpe acho exagero.

    ratusnatus

    Não entendi porque tantas qualificações negativas. É exatamente isso!

    O pessoal caiu como pato na maldade dos ingleses.

Marcelo Fraga

Como todos sabem a Alemanha Nazista invadiu a França na II Guerrra Mundial. Também invadiu a Líbia com a força expedicionária Afrika Korps do marechal Rommel.

Na reunificação da Alemanha, voltou o medo nos franceses daqueles recorrentes surtos de expansionismo alemães, mas nada aconteceu.

E agora os frenchies (como gostam de chamar os ingleses) fazem isso…

    beattrice

    O expansionismo francês nunca ficou a dever nadinha historicamente ao alemão, é so perguntar a quem mora na área de Estrasbourg ou Strassburg.

Bonifa

Ataque colonial mata mais civis na Líbia:

terça-feira, 12 de Abril de 2011
Ataque aéreo da NATO (OTAN) mata civis e polícias, diz TV líbia

A TV estatal líbia disse hoje que um ataque aéreo da NATO na cidade de Kikla, a sul da capital Trípoli, matou civis e membros das forças polícias.
«Um bombardeamento dos cruzados do ataque colonial ontem atingiu membros da força pública de segurança responsáveis pelo policiamento de trânsito e verificação de identidades», disse a estação Al-Jamahiriya.
«Todos os membros da força de segurança, assim como algumas crianças, mulheres e homens, foram martirizados no ataque», acrescentou.
Kikla situa-se a mais de 100 quilómetros ao sul de Trípoli. A Al-Jamahiriya não deu pormenores sobre o número de mortos no incidente de segunda-feira.
Os jornalistas não têm permissão para trabalhar livremente no oeste da Líbia, o que torna difícil verificar informações de ambos os lados do conflito no país. http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=

Margot

Após o genocídio de Ruanda, o mundo ficou indignado porque ninguém interveio.
Quando age, é usurpador; quando não age é omisso.
A burka (véu islâmico é termo que tenta perfumar a carniça) é proibida por questões de segurança, mas nem precisava sê-lo pois ela, por si só, é um símbolo da degradação feminina ao mais baixo grau da escala social, qualquer coisa entre o camelo e o cachorro.
Pelos comentários, o mundo não erra quando vê na civilização francesa um modelo de evolução e na brasileira nada mais que mulatas semi-analfabetas sambando com suas grandes nádegas purpurinadas.

    Jair de Souza

    É verdade, o colonialismo europeu-estadunidense só age ou deixa de agir para desgraçar a vida de outros povos. Só com uma derrota acachapante eles deixarão de ser o que vêm sendo há tanto tempo. Isto vale também para seus quintas-coluna, que são ainda mais nefastos do que eles.

    Pisquila

    Os franceses e os norte-americanos levaram uma surra danada no Vietnã. Perderam feio para o país de Ho Chi Minh e do general Vo Nguyen Giap.

Jair de Souza

O colonialismo não voltou. Elesimplesmente nunca deixou de estar presente, só que com o disfarce do neocolonialismo. Agora, as potências europeias e o imperialismo europeu das Américas (os Estados Unidos) se sentem suficientemente fortes e sem rivais para deixar de lado qualquer disfarce e assumir abertamente as políticas que sempre procuraram empreender: colocar o resto do mundo a sua total disposição. Os povos europeus (que não são responsáveis diretos pelos acontecimentos) também só aprenderão a respeitar os outros quando suas forças militares, políticas e culturais sofrerem derrotas acachapantes por todo lado. Cabe a cada um de nós (com exceção de nossos quintas-coluna, claro) contribuir com um grãozinho de areia, pelo menos, para a derrota do colonialismo europeu-estadunidense.

Regina Braga

O Napoleão II,ficou bravinho…A Costa do Marfim abriu comercio com Brasil,China,Rússia,Ìndia…pode?

O golpe militar de Sarkozy na Costa do Marfim « CartaCapital

[…] *Matéria publicada originalmente em Vi o Mundo. […]

Ana cruzzeli

É incrivel observar a verdadeira face da França.
E a gente achando que a Europa é civilizada!
Coitada da África, agora é a bola da vez, ou melhor, sempre foi.
Coitado dos Argelinos perseguidos na França como sub-raça.
Credo, imaginar os interesses obscuros desses ditadores europeus, dá arrepios.

    Pedro1

    Não acho que seja a verdadeira face da França. É só a de Sarkozy. Veremos qual a resposta do povo francês dentro de um ano.

    ratusnatus

    Seja qual for o resultado das eleições, O FATO é que o presidente eleito pelo povo da Costa do Marfim vai poder enfim assumir, graças a França.

    O resultado das eleições não muda nada.

zé francisco

Será que existe população civil a ser protegida aqui no Brazil?

    ratusnatus

    Ianomani???

    Olha que a ONu autoriza….é só querer e ter $$$ pra pagar a conta.

pfelipecs

O mundo está virando uma zona mesmo… houve um tempo que essas manobras eram reservadas aos americanos… agora até os franceses derrubam "ditadores"…..

    G. Faltrin Gusmão

    A impressão que me passa é que os USA terceirizaram a pilhagem e a besta do sarkozy se presta muito bem a esse tipo de coisa. Na Líbia, o mesmo ritual e com o auxílio da Inglaterra.

    Pedro1

    Sarkozy é o presidente francês mais próximo dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial. Saiu comentários sobre isso até no wikileaks.

Bonifa

Pesquisa de opinião indica que 63% dos franceses está apoiando a nova postura colonial agressiva da França na Líbia e na Costa do Marfim. Na Inglaterra, 50% também apoia a participação inglesa na guerra contra a Líbia. Pelo jeito, Sarkozi sabia em que terreno estava a pisar antes de meter-se na aventura africana. Ele conhece bem a deterioração do pensamento crítico da população francesa. Sua noltalgia dos tempos coloniais. Sua renúncia à vanguarda do pensamento humano em favor dos filósofos-midiáticos neoliberais tipo Bernard Henry-Levi.

Carmem Leporace

Lula é tão esperto, mas tão esperto que deu o balão até no Sarcô….

qua qua qua qua… tá até hoje esperando as compra dos caças… vai ter que esperar um bom tempo..

kkkkkkkkkkkkkkkk………………

    luiz pinheiro

    Se fosse voce na presidência, já teria comprado os caças dos EUA, não é carminha? Daqueles que costumam cair por "falhas técnicas" enquanto bombardeiam os países pobres, não é? quaquaraquá para voce também.

pap

Primeiro a tunisia, agora a costa do marfim, ai chad,mali,senegal,marrocos,argelia…
Fora a libia onde a frança enfiou orelha,focinho,patas e rabo.
Vamos ter a volta da legiao estrangeira em seu "quintal",a africa?

Pall Kunkanen

Azenha aqui está a prova do envolvimento dos franceses dentro do palácio http://img862.imageshack.us/img862/8679/1000xw.jp

beattrice

Para definir o que se tornou a França, com Sarkozy, tres frases do Prof. Sader:

"Hoje a policia francesa começou a prender mulheres que usem nas ruas o véu islâmico.
No pais que já foi o da liberdade, igualdade, fraternidade.
As acusadas por andar c/ veu islâmico em público na França são condenadas a pagar 150 euros e fazer um curso de cidadania, podendo ser presas
Estivesse viva, Simone de Beauvoir teria saido hoje nas ruas de Paris com um véu islâmico."

Esse o melhor protesto pacífico e estrondoso contra Sarkozy.

    Carmem Leporace

    Depois dessa eu vou """"pousar""" para foto …

    Roberto SP

    O Sarkô fazendo papel de xerife na África não tem nada a ver, mas essas mulheres querendo usar burka em plena e linda Paris é demais, né?

    Se querem e gostam tanto do véu e dos costumes islâmicos, porque não voltam pros aprazíveis Irã, Arábia Saudita?

    Bonifa

    No Irã não se usa burka. Nem em Paris. Véu islâmico é uma coisa, burka é outra. Sarkozi deverá também proibir em breve o chapéu das freiras de certas ordens religiosas católicas, dez vezes mais exagerados que a própria burka. Em pouco, siks e hindús também não poderão trafegar com turbante. O ápice se dará quando o governo francês distribuir todo fim de ano o modelo de traje a ser usado no ano seguinte por homens, mulheres e crianças. Pobre França.

    priscila presotto

    Roberto ,é aliberdade de crença .Esta atitude ao prender usuárias de burka ,não só é uma atitude ignorante qto ignorância pura.

    priscila presotto

    Quis dizer intolerante.

    Marcelo Fraga

    Você e o Sarkozy provavelmente não conhecem o conceito de cosmopolitismo.
    Para vocês, só vale andar por Paris se for fazê-lo vestindo um refinado terno Armani.

Renato Lira

Azenha.

Longe de mim glorificar o Sarkozi, mas tem santo nessa história?

O golpista que perdeu a eleição e não queria largar o osso é vítima?

Se não houvesse esta intervenção o banho de sangue continuaria?

Esta intervenção evitou que mais vidas fossem perdidas?

Se a resposta é sim, então valeu.

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