Ministro do PSDB, investigado na Lava Jato, ameaçou deixar o governo Temer mas recuou; levou 200 mil em dinheiro da JBS

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

O deputado federal pernambucano Bruno Araújo apareceu com destaque pela primeira vez na mídia nacional quando bateu panela na tribuna da Câmara dos Deputados, assim que o delator Pedro Barusco disse ter desviado dinheiro da Petrobras (ver a cena acima).

Depois, tornou-se celebridade: deu o voto de número 342 na Câmara, garantindo a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff.

Foi o suficiente para guindá-lo ao cargo de ministro das Cidades do governo golpista de Michel Temer.

Hoje, logo cedo, depois das revelações do jornal O Globo, Bruno vazou que deixaria o cargo.

Mas, aparentemente pressionado pelo PSDB, recuou. Os tucanos querem as reformas a qualquer custo e talvez tenham a esperança de aprová-las no Congresso antes de abandonar o navio.

Temer, claramente, não quer perder o foro privilegiado. Nem ele, nem seus dois ministros do coração, Moreira Franco e Eliseu Padilha. Fora do governo, os três poderiam ser presos em pouco tempo.

No governo, podem contar com o perdão da mídia corporativa, que quer as reformas, não quer eleições diretas e não quer Lula presidente em 2018.

Além disso, o governo conta com a rapidez do ciclo de notícias. E se a Lava Jato fizer busca e apreensão na casa de Dilma Rousseff, por exemplo?

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A escandalosa conversa de Temer com Joesley Batista, do grupo JBS, na qual o usurpador ouviu uma narrativa de cometimento de crimes sem nem mesmo se espantar, será logo esquecida.

Sob a presidência do hoje presidiário Eduardo Cunha, Bruno Araújo deu o voto decisivo contra Dilma afirmando: “Quanta honra o destino me reservou de, da minha voz, sair o grito de esperança de milhões de brasileiros!”

Ele também celebrou o futuro. No caso dele, o futuro foi revelador.

Delator ligado à Odebrecht revelou pagamentos por fora a campanhas eleitorais de Bruno: “Consoante o Ministério Público, um dos colaboradores informa que, diante da influência do parlamentar, decidiu-se manter com ele boa relação, sendo realizados vários repasses financeiros nos anos de 2010 e 2012, como doação eleitoral, no valor total de R$ 600 mil, soma não contabilizada e paga pelo setor de operações estruturadas”, escreveu o ministro Edson Fachin ao abrir inquérito contra o tucano.

Ele é suspeito de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva.

O ministro, investigado pela Lava Jato, aparentemente decidiu dar uma segunda chance ao inatacável governo de Michel Temer. Talvez um novo grito de esperança…

PS do Viomundo: Na delação de Joesley Batista o agora ministro está na lista dos políticos que receberam dinheiro da JBS por fora: foram 200 mil em dinheiro vivo, de acordo com o empresário.

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Comentários

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carlos

Não é por acaso que a maioria dos eleitores do Brasil pretendem anular o voto, eu estou entre estes que anularei o meu voto total não voto em ninguém, sem falar que ao votar em alguém você simplesmente está assinando uma procuração em branco para o candidato, culpa da não reforma político-partidaria, que nunca foi proposta pelos deputados, esse negócio de ter imunidade no exercício do cargo tem que acabar o artigo quinto da CF define
claramente isso só no Brasil temos janela partidária, aniquilando a fidelidade, isso poderia ser votado uma espécie de recow político, em que o eleitor tenha o direito de pré julgar o candidato eleito quando o mesmo cometer um crime no exercício do cargo.

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