No Paraná, Caio Castor testemunhou a direita organizada combatendo a ocupação das escolas por secundaristas; veja o vídeo

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

Estimulada pela Globo e organizada nas redes sociais, a direita conquistou nas ruas o impeachment de uma presidente eleita com 54 milhões de votos, Dilma Rousseff, mesmo na ausência de um crime de responsabilidade — como exige a Constituição rasgada de 1988.

Mas, ela, a direita, quer mais. Aqueles mesmos fãs de Sergio Moro que dia destes gritavam no Congresso pela intervenção militar — a Globo omitiu o apreço de alguns deles por Moro — transformaram-se em milicianos das decisões judiciais que lhes agradam, como o repórter Caio Castor testemunhou recentemente numa viagem ao Paraná.

Os secundaristas paranaenses enfrentam não só a polícia e as ordens judiciais de desocupação, mas militantes organizados ou não pelo movimento Desocupa Paraná.

São sombras do passado, quando o racha ideológico chegou a provocar confronto físico entre estudantes do Mackenzie e da Filosofia da USP nas famosas batalhas da rua Maria Antonia, em São Paulo.

Nos anos 60, a histeria anticomunista pelo menos tinha como alvo um inimigo concreto: a União Soviética, afinal, existia.

Hoje, depois da queda do muro de Berlim e em meio a uma crise econômica mundial, a direita parece militar por um resgate da “ordem” que eventualmente pode restringir direitos de mulheres, negros, indígenas, gays. No Brasil, o alvo descarado são os mais pobres, aqueles que “incomodavam” disputando espaço em aviões e universidades.

É uma tentativa de restabelecer um mundo hierarquizado em que cada um “saiba seu lugar” intuitivamente.

Para isso, a direita precisa de um moinho de vento, um fantasma, precisa desesperadamente de um comunista sob a cama de cada um dos brasileiros.

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Assim, pode militar — sem trocadilho — pela volta a um passado “não corrompido”, de “ordem e progresso”, acima da política suja do dia-a-dia — “sem partido”, gritavam manifestantes na avenida Paulista em 2013.

Nunca é demais lembrar que não existe nada de original em movimentos que se organizam a partir da negação do outro, muitas vezes em torno de mitos — sejam pessoas, ideias ou fontes da nacionalidade.

Nos anos 30, os integralistas fizeram isso com relativo sucesso no Brasil e talvez não por coincidência arrebanharam significativa militância onde hoje se ergue a República do Paraná.

Mas, nos dias de hoje, a CBF e o japonês da Federal não se adequam a tal formulação. Seria cômico tentar usar o Tietê como o Reno ou o Himalaia foram usados na invenção de fontes de pureza da “brasilidade”.

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