Os “Documentos da Palestina” [Palestine Papers]
23/1/2011, Gregg Carlstrom, Al-Jazeera, Qatar
Introdução
A rede de televisão Al-Jazeera recebeu mais de 1.600 documentos internos, relativos a uma década de negociações entre Israel e a Autoridade Palestina, aos quais teve acesso irrestrito.
São quase 1.700 arquivos, milhares de páginas de correspondência diplomática que detalha ‘por dentro’ o andamento do processo de paz. Os documentos – memorandos, e-mails, mapas, minutas de atas de encontros privados, relatórios de encontros de alto nível, papéis estratégicos e até apresentações em Power Point – datam de 1999 a 2010.
É material volumoso e detalhado, que oferece panorama jamais visto, interno, do andamento das negociações em que se envolveram representantes de alto nível dos EUA, de Israel e da Autoridade Palestina.
A rede Al-Jazeera divulgará os documentos entre os dias 23 e 26 de janeiro de 2011. Os documentos revelam detalhes até agora ignorados sobre:
– a disposição da Autoridade Palestina para aceitar as construções ilegais de Israel em Jerusalém Leste;
– a disposição da Autoridade Palestina para aceitar soluções “criativas” sobre o status do Monte do Templo/Haram al-Sharif/Temple Mount;
– as concessões que a Autoridade Palestina estava disposta a fazer quanto aos direitos dos refugiados e o direito de retorno;
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– detalhes da cooperação para questões de segurança entre a Autoridade Palestina e Israel; e
– trocas privadas entre negociadores da Autoridade Palestina e dos EUA, no final de 2009, quando o Relatório Goldstone estava sendo discutido na ONU.
Dada a natureza excepcionalmente sensível desses documentos, a rede Al-Jazeera não revelará a(s) fonte(s) nem qualquer detalhe sobre como os documentos lhe foram entreges. A autenticidade dos documentos foi cuidadosamente examinada, por longo tempo e estamos convencidos de que são autênticos.
Cremos que é material de valor inestimável para jornalistas, especialistas, historiadores, políticos e para a opinião pública.
Sabemos que parte do que aqui divulgamos gerará controvérsia, mas nosso dever é informar, não ocultar informação, e provocar debate e reflexão, não impedi-los ou dificultá-los. Nossos leitores e telespectadores verão que criamos uma sessão de comentários, na qual todos podem manifestar-se. Mantemos nossa política editorial, e nos reservamos o direito de não publicar comentários que nos pareçam ofensivos, mas todas as vozes da sociedade serão respeitadas e todas as opiniões adequadamente manifestadas serão ouvidas.
Apresentamos esses documentos como serviço prestado a nossos leitores e telespectadores, como reflexo de nossa postura fundamental – que o debate e as políticas públicas crescem, florescem e afirmam-se quando podem respirar e recebem luz plena, sem as quais, não há democracia nem transparência democrática.




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