Ministro da Saúde exonera auditores signatários de carta em defesa do SUS; clara tentativa de desarticular serviços de combate à corrupção

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Ministro Ricardo Barros concede sua primeira coletiva

por Conceição Lemes

Reunidos em Fortaleza (CE), na semana passada, durante o XXXII Congresso do Conasems (Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde), os diretores do DENASUS (Departamento Nacional de Auditoria do SUS/Ministério da Saúde) e os seus chefes nos estados lançaram um documento histórico: A Carta de Fortaleza dos auditores em defesa do SUS (na íntegra, ao final).

Em retaliação, o ministro interino da Saúde, o engenheiro e deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), decidiu exonerar os signatários do documento.

Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira 6 (aqui e aqui), já constam sete dirigentes do Denasus. O DOU de amanhã provavelmente trará mais nomes de demitidos.

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O DENASUS é o departamento de auditoria de todo o Sistema Único de Saúde (SUS).

É a cabeça do controle de todas as ações da saúde pública, inclusive  contra a corrupção.

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Ao exonerar os dirigentes do DENASUS nos Estados, Ricardo Barros enfraquecerá o combate à corrupção na saúde.

A decisão absurda equivale à extinção da Controladoria Geral da União (CGU).

Aliás, foi graças ao trabalho conjunto da CGU e do DENASUS que, em 2006, estourou o Escândalo dos Sanguessugas, também conhecido como máfia das ambulâncias.

Também foi do DENASUS a ação que, em 2010, demonstrou que governos estaduais  descumpriam  a Emenda Constitucional nº 29, que garante financiamento da saúde.

Ou seja, eles não colocavam na saúde o piso estabelecido na Constituição.

Alguns Estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, e o Distrito Federal aplicavam no mercado financeiro os recursos enviados pelo governo federal para saúde. Em consequência, desassistindo ações vitais, como SAMU, Assistência Farmacêutica, Atenção Hospitalar, entre outras.

A atitude de Ricardo Barros revela clara tentativa de desarticular serviços de auditoria, controle e combate à corrupção.

Sinaliza também que o governo do “interino” Michel Temer visa desmontar o SUS e privatizar a saúde pública.

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