Luciana Genro: Delação de Delcídio atinge toda a casta política; Lula no ministério “é ultima cartada”
Tempo de leitura: 2 min
Da Redação
O levante de 2013, nas palavras de Luciana Genro, foi protagonizado por uma juventude em busca de um novo regime político.
Foi expressão de um descontentamento que acabou por fraturar a Nova República, o acerto nascido entre os que combateram a ditadura militar.
Hoje, a condução das forças que emergiram então ainda está em disputa, entre a direita do Movimento Brasil Livre e outros e as forças de esquerda, muitas delas ainda solidárias ao PT.
De fato, uma entrevista com um jovem eleitor que está no vídeo do Viomundo feito durante as manifestações do 13 de março demonstra: ele se diz de direita apenas pelo fato de que o PT, que entende como sendo de esquerda, está no poder; apoia Bolsonaro, mas discorda de opiniões centrais da plataforma de Bolsonaro. É o retrato de uma juventude confusa. Vejam abaixo:
Luciana Genro, ex-candidata do PSOL ao Planalto, diz que seu partido é contra o impeachment de Dilma Rousseff e contra a possibilidade de que o vice-presidente Michel Temer assuma o Planalto. Segundo ela, a “ponte” representada por Temer vai desaguar na volta do PSDB ao poder, em 2018.
Luciana acredita que eventualmente o PSOL vá acabar assumindo uma proposta que ela fez já há algum tempo: novas eleições para resolver a crise.
“Cabe aos setores populares tentar disputar estes rumos [da crise]”, afirma, depois de criticar a Globo. Segundo Luciana, a emissora tenta desmoralizar toda a esquerda a partir das denúncias feitas contra o PT, poupando seus aliados.
Apoie o VIOMUNDO
“É possível que a burguesia consiga, via Congresso — se conseguirem se livrar do [Eduardo] Cunha — encontrar um caminho por aí [via parlamentarismo]”, prevê.
[O Viomundo precisa de sua ajuda para produzir conteúdo próprio como este e sobreviver]
De fato, chama atenção o fato de que a Globo dedicou longos minutos do Fantástico no último domingo a denunciar as gastanças de Cunha. Hoje, abriu espaço na revista Época para denunciar o tucano Aécio Neves, presidente do PSDB.
Isso, mesmo que indiretamente, pode fortalecer as negociações de bastidores que levariam à adoção do parlamentarismo, com José Serra primeiro-ministro. As iniciais “JS” apareceram ao lado de um número numa anotação eletrônica encontrada pela PF em um dos celulares apreendidos com Marcelo Odebrecht, o empreiteiro que está preso e ainda não formalizou delação premiada.
Luciana Genro considera fundamental a continuidade da Operação Lava Jato, desde que investigue a todos. Acha natural que apareçam mais denúncias contra o PT, já que o partido está no governo desde 2002.
Para ela, a presença de Lula no ministério de Dilma é “a última cartada” e “pode significar a sua salvação ou seu enterro definitivo”.
O PSOL acredita que parte do descontentamento expresso em 2013 vá desaguar nas eleições municipais deste ano, quando partido acredita ter chances de vencer no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belém.
Ouça abaixo a íntegra da entrevista:





Comentários
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!