Aroldo Bernhardt: A pancada mal dada na jararaca despertou o Lula e a militância

Tempo de leitura: 2 min

Aroldo

Como matar uma jararaca!

por Aroldo Bernhardt, especial para o Viomundo

A jararaca é um animal da classe “reptilia”, do gênero “bothrops” de bote muito rápido, certeiro e mortífero. Sexta-feira em sua fala, Lula, usando da sua extraordinária habilidade de se comunicar por metáforas, igualmente certeiras e mortíferas, mencionou a serpente. Para matar a cobra é preciso “acertar a cabeça” disse ele. Ele foi certeiro e mortífero. A pancada mal dada despertou o Lula, acordou a militância e estimulou os movimentos sociais.

Foi certeiro porque sempre esteve à disposição e ao alcance para prestar esclarecimentos. Aliás, segundo o ministro Mello, do Superior Tribunal Federal, a Polícia Federal deveria ter “observado os parâmetros normais” e disse mais, “um ex-presidente da República, sem ter oposto resistência física, ser conduzido coercitivamente revela em que ponto estamos. A coisa chegou ao extremo”.

Foi mortífero para as pretensões golpistas, porque agora restam apenas duas opções: julgar e condenar Lula de alguma forma ou, caso contrário, com o golpe mal desferido, acabam transformando o molusco em cobra, injetando nele a vontade inquebrantável de lutar. E se Lula chamar, o povo vem.

E o povo vem porque sabe que o golpe não é contra Lula, Dilma e o PT. É contra 54 milhões de eleitores, é contra 22 milhões que deixaram a pobreza extrema para trás. É contra as políticas sociais que praticamente eliminaram a miséria no Brasil. Miséria histórica, atávica, contra a qual os representantes do golpismo pouco ou nada fizeram, quando governaram.

Marx dizia que a história se repete a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. E isso me lembra a noite de 13 de dezembro de 1968 com o AI-5 à solta, Juscelino foi preso e, além dele, obviamente Jango e também Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ferreira Gullar, Carlos Heitor Cony e muitos mais. Outros fugiram, Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, e outros tantos foram para a luta armada.

E hoje a história de fato se repete. Coincidência de métodos, coincidência que enseja a escuridão. Mas a luz prevalecerá!

Aroldo Bernhardt é professor universitário aposentado

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