Kátia Gerab Baggio: Aécio Neves e a “organização criminosa”

Tempo de leitura: 2 min

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Quem tem telhado de vidro?

Aécio Neves e a “organização criminosa”

por Kátia Gerab Baggio*

O senador Aécio Neves repetiu, no dia 5 de julho, na 12ª Convenção Nacional do PSDB, pela segunda ou terceira vez, a seguinte frase:

“Não perdemos a eleição para um partido político, perdemos para uma organização criminosa”.

Aécio, ao pronunciar esta frase, revelou, mais uma vez, não estar à altura do cargo de presidente da República.

Ao associar todo um partido, ou seja, todas as suas lideranças e representantes — incluindo a presidente da República, senadores, deputados federais e estaduais, governadores, prefeitos e vereadores —, além de filiados, ao “crime organizado”, Aécio colabora, de maneira oportunista e irresponsável, para a exacerbação da intolerância e do ódio na cena política brasileira, direcionados ao Partido dos Trabalhadores, seus integrantes, militantes e simpatizantes.

Partido esse que teve, e continua tendo, um papel fundamental no processo de construção e consolidação — ainda incompleto — da democracia brasileira, desde a sua fundação, há mais de 35 anos.

Além disso, ao fazer essa afirmação, Aécio desrespeitou milhões de brasileiras e brasileiros que votaram, e continuam votando, em candidatos(as) do PT, há mais de três décadas.

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É simplesmente um acinte. É inaceitável.

Não há dúvida, entretanto, que Aécio se sente à vontade para repetir isso porque tem a conivência da mídia corporativa, majoritariamente de oposição ao PT e aos governos liderados pelo partido. Assim como, em razão das maneiras absolutamente distintas com que foram tratados os “mensalões” petista e tucano pelo Judiciário e pela “grande” mídia.

Com essa postura, Aécio demonstrou que não tem respeito por seus adversários e, muito mais grave, que não tem respeito pela democracia.

Há limites para o discurso oposicionista dentro das regras democráticas.

E Aécio Neves ultrapassou, mais uma vez, esses limites.

* Kátia Gerab Baggio é professora de História das Américas na UFMG.

Leia tanbém:

Gerson Carneiro: A hipocrisia da Globo ao “combater” o racismo

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