Da impessoalidade das crises paulistas

Tempo de leitura: < 1 min

por Luiz Carlos Azenha

Faz tempo que as crises brasileiras são exclusivamente federais. Caos aéreo, pandemia de gripe suína, etc. Nossa mais nova crise é a postal.

Notem, no entanto, a impessoalidade das crises paulistas.

Foi a blusa. A blusa parou o metrô paulista. A culpa, portanto, é do usuário do metrô. De algum usuário oculto. Isso enquanto a polícia paulista não for acionada para colocar a blusa em algum sindicalista do ABC.

Isso me fez lembrar do anúncio em que apareceu o prefeito Gilberto Kassab, depois das enchentes em São Paulo e do transbordamento do rio Tietê. No anúncio, tinha um sofá atrás dele, sendo carregado em um caminhão.

Não foi falta de moradia para quem ocupa as áreas de várzea, nem falta de coleta de lixo, nem falta de limpeza da calha do rio Tietê. Foi apenas falta de educação.

E assim se transfere a culpa, sempre, para um sujeito oculto, indefinido. Só sabemos que ele fica distante, sempre distante, de qualquer governo.

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