Professoras vão ao escritório de Zucolotto em Curitiba para questionar: por que o que vale para a mãe do amigo de Moro não vale para o Lula?

Tempo de leitura: 4 min

O que vale para a mãe de amigo de Moro não vale para Lula, questionam professoras de Filosofia da UFPR

por Marco Weissheimer, no Sul 21

Duas professoras de Filosofia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) gravaram um vídeo, em frente ao escritório do advogado Carlos Zucolotto, em Curitiba, afirmando que a democracia brasileira está sendo ameaçada pelo uso impróprio da Justiça e dizendo porque viajarão para Porto Alegre no dia 24 de janeiro, quando ocorrerá o julgamento do ex-presidente Lula, no Tribunal Regional Federal da 4a. Região.

Professora de Filosofia Política Moderna, Maria Isabel Papaterra Limongi, lembra que um dos pilares da democracia moderna é a separação entre os poderes, princípio que estaria sendo atropelado no Brasil pela interferência indevida do Judiciário na esfera da política.

“O que a gente tem observado no Brasil é uma interferência muito grande do Judiciário sobre o jogo político. Um dos presidenciáveis está sendo julgado aqui em Curitiba por supostos ilícitos e esse julgamento é bastante polêmico, pois está ocorrendo sem provas. O resultado dessa disputa pode ser a retirada de um dos presidenciáveis da disputa eleitoral, o que é bastante grave. É uma capacidade de interferir no jogo político muito grande do Judiciário”, afirma.

Professora de Filosofia Grega Antiga da UFPR, Viviane de Castilho Moreira, explica no vídeo o porquê do mesmo ter sido gravado em frente ao escritório de Carlos Zucolotto.

“Carlos Zucolotto é um advogado muito amigo do juiz Sérgio Moro. Foi padrinho de casamento dele e ex-sócio da esposa de Sérgio Moro. Zucolotto foi acusado por um ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Durán, na CPI da JBS, de negociar vantagens para que ele fizesse uma delação premiada na Lava Jato. Ele também acusou o Ministério Público Federal. Essas denúncias sequer foram mencionadas no relatório da CPI da JBS”.

Além disso, Viviane de Castilho aponta um segundo caso envolvendo a mãe de Zucolotto, que foi beneficiada em um julgamento na Justiça Federal no Paraná, que foi confirmado no TRF4 em Porto Alegre.

“A razão na qual se baseou o tribunal foi que a propriedade de um imóvel era da pessoa em cujo nome esse imóvel estava registrado. Isso valeu para a mãe do amigo de Sérgio Moro, então é natural, até por uma questão de jurisprudência, um princípio fundamental do Direito, que valha também para o julgamento que vai acontecer em Porto Alegre no dia 24 de janeiro”.

Sem jurisprudência, acrescenta Maria Isabel Limongi, o Direito não é imparcial, pois ele se baseia justamente no princípio de julgar todos os casos segundo uma mesma regra.

As duas professoras lembram ainda a recente decisão da juíza Luciana Correa Tôrres de Oliveira, da 2ª Vara de Execução e Títulos no Distrito Federal, que determinou a penhora dos bens da OAS, entre eles, o polêmico triplex no Guarujá, atribuído por Sérgio Moro ao ex-presidente Lula.

“Isso nos preocupa muito e achamos que não está sendo apurado com a devida transparência. É em nome disso que estamos indo a Porto Alegre para acompanhar de perto esse julgamento, preocupadas que estamos com os rumos da democracia brasileira”.

Moro ladeado pelo primeiro amigo, Zucolotto (à esquerda)

TRF4 cria precedente para mãe de Zucolotto que pode beneficiar Lula

por Luis Nassif, no GNN, em 12/01/2017

A atuação da presidência do TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) e da 8ª Turma – responsável pela Lava Jato – está lançando suspeitas sobre todo o Tribunal, expondo julgamentos discrepantes, subjetivismo suspeito.

Analise-se o seguinte caso.

A mãe do primeiro-amigo de Sérgio Moro, Carlos Zucolotto Júnior, foi executada pela Secretaria da Receita Federal por dívidas fiscais.

​Foi penhorado um imóvel de sua propriedade.

Logo depois da penhora, a mãe transferiu o imóvel para o filho, às pressas.

O registro continuava em nome dela, a propriedade sendo do filho.

A Receita entrou com denúncia de fraude fiscal.

Com isso, o imóvel ficaria sujeito a um confisco e os Zucolotto incursos em crime fiscal.

Rapidamente, mudaram a estratégia.

A mãe voltou atrás e afirmou que o imóvel era dela mesmo, pois o registro continuava em seu nome.

E, estando em seu nome, como morava nele, era bem de família.

O juiz de 1ª instância deu ganho de causa à mãe do primeiro amigo.

E a decisão foi confirmada pelo desembargador Jorge Antônio Maurique.

Os argumentos invocados pelos magistrados foram os seguintes:

Fala sobre os direitos humanos e o ser humano “como vértice de proteção da moderna teoria constitucional”.

Levanta a tese do mínimo existencial.

Cita autores alemães para concluir que “sem o mínimo existencial, o homem não vive, vegeta”.

Seguem-se inúmeras citações de autores alemães para defender o “bem de família”.

Encerra a sentença com uma afirmação taxativa:

“O titular do direito de propriedade é aquele em cujo nome está transcrita a propriedade imobiliária”.

No mesmo TRF4, tramita a denúncia contra Lula, a respeito do triplex de Guarujá.

A propriedade está registrada em nome da OAS.

Lula insiste que é da OAS.

E o TRF4, pela 8ª Câmara insiste que o imóvel é de Lula, em um caso esdrúxulo de lavagem de imóvel – a versão tupiniquim para lavagem de dinheiro.,

Conhece-se a lavagem de dinheiro.

Isto é, colocar dinheiro em nome de terceiros.

Isso porque o dinheiro é bem fungível.

Pôde-se depositar dinheiro em um país e receber em outro.

Agora, a OAS dar um apartamento para Lula e ficar com a posse, é demais.

Até mesmo para a luxuriante imaginação jurídica do TRF4, é demais!

Substituíram a lavagem de dinheiro por lavagem de apartamento.

Agora, com o precedente aberto para a mãe do primeiro amigo, cria-se uma jurisprudência no âmbito do próprio TRF4, que certamente será seguido em outras ações.

Afinal, o TRF4 é um tribunal sério, composto por juízes que se dão o respeito e respeitam a sua profissão.

Ou não?

Leia também:

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Comentários

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a.ali

e aí coxaiada, gostaram da aula ? sempre elas, êita mulherada porreta!

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