Siron Nascimento: E a onda de violência no Rio?

Tempo de leitura: 2 min

Do leitor Siron Nascimento:

Azenha,

Acho que tá na hora de discutir segurança pública a fundo, tendo como palco o Rio de Janeiro, tão citado na campanha presidencial.

É preciso perguntar: UPP dá certo? só isso basta? sem inteligência se combate o crime, prende bandido e retira suas armas?

É necessário fazer um raio-x da política de segurança pública do Cabral. A UPP não é ocupação social. É ocupação militar. Não tem nenhum civil desempenhando qualquer função nas upps. Ia ter um concurso para assistente social, psicólogo, advogado etc para as UPPs e foi cancelado.

E os bandidos, para onde foram? E suas armas?

A maioria dos ataques vem sendo realizados no subúrbio ou em outras cidades da região metropolitana. Óbvio. O policiamento ostensivo nessas áreas diminuiu. Os bandidos e suas armas foram para lá. Mas só
que estão longe de sua clientela mais importante, a classe média zona sul carioca.

Vladimir Palmeira em seu site, fez uma bela e sintética análise.

Onde foram parar todos os criminosos?

Arrastões explodem o Rio. O Secretário de Segurança Pública diz que se trata da vingança de um grupo de criminosos. Bobagem. As ações de hoje são fruto da cegueira do governo do Estado, que imaginou que acabaria com o banditismo por convencimento.

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Fomos dos primeiros a defender a ocupação social das favelas e bairros pobres. Mas sempre insistimos no papel da polícia civil para prender os bandidos antes de qualquer ocupação social. O governo do Estado
ocupou algumas poucas favelas, com resultados positivos em algumas, anunciou sua política pacificadora e dormiu em seus louros. Ora, os bandidos abandonaram as favelas das UPPs e foram para onde? Alguns
para a Baixada Fluminense e Baixada Gonçalina. Outros deslocaram suas atividades do tráfico para crimes de outro tipo. Assaltos, invasões de edifícios, arrastões como os que vemos agora.

Não devemos nos iludir com o aspecto espetacular dos últimos arrastões. Devemos sim saber que vieram para ficar. E existem bases locais para isso. O Secretário Beltrame disse que há que eliminar as bases de poder dos grupos criminosos. Verdade. Mas, no ritmo do governo Cabral, vamos ter de esperar mais quinhentos anos para que isto aconteça.

O Rio de Janeiro vai assistir uma fase de grande violência. Cabral perdeu um mandato inteiro. Vai ser difícil recuperar o tempo perdido, ainda mais com Copa do Mundo e Olimpíadas pela frente.

O governo precisa mudar de rumo. Precisa reorganizar a polícia civil. Precisa prender os bandidos. Precisa desmilitarizar sua política de segurança. Em tempo: a ocupação social das favelas e bairros pobres deveria ser dirigida por civis. A ocupação das comunidades pela polícia ameaça espalhar milícias pelo Rio. Estado e prefeituras deveriam se unir para designar um prefeitinho para cada área, que atuasse m conjunto com um pequeno conselho escolhido pelos moradores.

No mais, não são só as autoridades que sabem da importância da Copa e das Olimpíadas. Os bandidos deram seu recado. O governo vai fingir que não entendeu?

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