Sakamoto: Como cultivar a exclusão social em SP

Tempo de leitura: 3 min

14/11/2010 – 8:33

do Blog do Leonardo Sakamoto

Daqui a uma geração, quando estudarem a arquitetura de nossa época, além dos prédios em forma de melancia e dos espigões de aço e vidro azul, outra coisa, menos bonita por certo, chamará a atenção. Temos gasto muito tempo e inventividade para criar formas de excluir do convívio da cidade aqueles para os quais nunca abrimos as portas dos direitos econômicos – e isso não passará despercebido.

Reuni alguns desses métodos informais em forma de manual. Apesar de não estarem publicados e não seguirem padrões da ABNT, existem e fazem vítimas diariamente, ainda mais em noites frias e chuvosas como essas pelas quais estamos passando. Registrar isso serve para lembrar o quanto somos ridículos e ajudar o pessoal que vai nos julgar amanhã. Espero que não tenham dó ou piedade.

1) Áreas cobertas em viadutos, pontes, túneis ou quaisquer locais públicos que possam receber casas imaginárias do povo de rua devem ser preenchidas com concreto. A face superior não deve ficar paralela à rua, mas com inclinação suficiente para que um corpo sem-teto nela estendido e prostrado de cansaço e sono role feito um pacote de carne velha até o chão.
1.1) Outra opção, caso seja impossível uma inclinação acentuada, é o uso de floreiras, cacos de vidro ou lanças de metal. É menos discreto, mas tem o mesmo resultado.

2) Prédios novos devem ser construídos sem marquises para impossibilitar o acúmulo de sem-teto em noites chuvosas.
2.1) Caso seja impossível por determinações estéticas do arquiteto, a alternativa é murar o edifício ou cercá-lo. A colocação de seguranças armados é outra possibilidade, caso haja recursos para tanto.
2.2) Em caso de prédios mais antigos, uma saída encontrada por um edifício na região central de São Paulo e que pode ser tomada como modelo é a colocação de uma mangueira furada no teto, emulando a função de sprinklers. Acionada de tempos em tempos, expulsa desocupados e usuários de drogas. Além disso, como deixa o chão da calçada constatemente molhado, espanta também possíveis moradores de rua que queiram tirar uma soneca por lá.

3) Bancos de praça devem receber estruturas que os separem em três assentos independentes. Apesar disso impossibilitar a vida de casais apaixonados ou de reencontros de amigos distantes, fará com que sem-teto não durmam nesses aparelhos públicos.

4) Em regiões com alta incidência de seres indesejáveis, recomenda-se o avanço de grades e muros para além do limite registrado na prefeitura, diminuindo ao máximo o tamanho da calçada. Como é uma questão de segurança, o fiscal pode “se fazer entender” da importância de manter a estrutura como está.

5) Cloro deve ser lançado nos locais de permanência de sem-teto, principalmente nas noites frias, para garantir que eles não façam suas necessidades básicas no local. Caso não seja suficiente, talvez seja necessária a utilização de produtos químicos mais fortes vendidos em lojas do ramo, como vem fazendo algumas lojas no Centro da cidade. A sugestão é o uso de um aspersor conforme o item 2.2, mas instalado no chão.

Já que não se encontra solução para um problema, encobre-se. É mais fácil que implantar políticas de moradia eficazes – como uma reforma urbana que pegue as centenas de milhares de imóveis fechados para especulação e destine a quem não tem nada. Ou repensar a política pública para usuários de drogas, hoje baseada em um tripé de punição, preconceito e exclusão e, portanto, ineficaz. Muitos vêem os dependentes químicos como lixo da sociedade e estorvo ao invés de entender que lá há um problema de saúde pública. As obras que estão revitalizando (sic) a região chamada de Cracolândia, têm expulsado os moradores da região – para outros locais, como a Barra Funda e Santa Cecília. Contanto que fiquem longe dos concertos da Sala São Paulo, do acervo do Museu da Língua Portuguesa e das exposições Estação Pinacoteca uó-te-mo.

Melhor tirar da vista do que aceitar que, se há pessoas que querem viver no espaço público por algum motivo, elas têm direito a isso. A cidade também é deles, por mais que doa ao senso estético ou moral de alguém. Ou crie pânico para quem acha que isso é uma afronta à segurança pública e aos bons costumes. Em vez disso, são enxotados ou mortos a pauladas (sem que ninguém nunca seja punido por isso) para limpar a urbe para os cidadãos de bem.

PS: Recado à turma que entalou um “tá com dó leva para casa” na garganta: cresçam.


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Comentários

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Pall Kunkanen

Azenha, lendo o "Repórter Brasil" tendo a frente o abolicionista do século XXI Leonardo Sakamoto, é possível ver que aonde o trabalho escravo empera no sul são regiões a muito dominados por feudos da arena e psdb. Até o meu querido estado do PR, voltou no tempo e tem empregado esta nefasta prática, contra os pobres.
http://www.reporterbrasil.org.br/clipping.php?id=http://www.reporterbrasil.org.br/exibe.php?id=181

Panambi

Contribuição da RBS/SC e seu comentarista "iluminado" Luiz Carlos Mainardi Azevedo Nunes Jabor Leitão Sardenberg Lobo Bonner Kamel Marinho Sirotsky Prates: http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/playe
Luiz Carlos Prates e RBS: o preconceito em estado sólido.

Márcia Lopes

É um texto que diz tudo. Ou mudamos essa percepção de mundo ou voltamos à barbárie

Julio Silveira

Azenha, meu caro, farei uma pergunta aqui só de sacanagem, que servirá para lembrarmos de dois de seus outrora assiduos participantes, desaparecidos deste espaço.
Por onde andarão o Dvorak e seu gemeo John Bastos? aqueles desafiavam a todos pelo presidencia do Serragio.
Será que estão escondidos embaixo da batina do Bispo Torquemada?

    ellen

    Julio,

    Para não ficar na saudade apareceu um Luiz Cabral no pedaço.

Luanay

chocante

zepgalo

Muito bom!

assalariado.

A história mostra que o capitalismo não veio pra distribuir a riqueza criada coletivamente pela classe assalariada,pois,a logica existencial do capital é a concentração e expropriação do suor alheio.Internautas jogam a solução de sofrimento/ miséria humana para o dito deus,como que,ele fosse resolver alguma coisa,a realidade é,quem tem consciência do porquê desta situação, sabe,com certeza,que é obra do próprio homem e,sua solução será obra também,do próprio homem.Estou falando de nossa santa hipocrisia que,teima em esconder que os frutos da árvore capitalista nunca vão além de gerar frutos podres tipo; fome,guerras,salários miseros,… em favorecimento da classe burguesa e seus vassalos,a serviço da acumulação dos patrões e seu Estado burguês.A saida pra esta hipocrisia será dar fim a esta sociedade hegemoneizada por uma minoria patronal sedenta por lucros e riquezas pessoais.Em nome da igualdade social e sem ser hipócrita,o socialismo é a soluçao.

José Manoel

Azenha: o negócio é o seguinte: se tamanho de cidade e de população fosse sinônimo de riqueza e qualidade de vida, a Cidade do México seria a melhor de tôdas!!!!!! É só ir lá e ver o que é!!!!!!!!!

yacov

As "Zelites" se apropriam da maior parte da riqueza produzida socialmente e jogam o "osso" para ser disputado por aqueles que só possuem sua força de trabalho para oferecer. O "osso", é óbvio, não dá para todos. ALguns ficam sem nada e nestas condições, alguns viram mendigos, sem-tetos e outros, bandidos. Assim se dá a reprodução social da pobreza e da violência. O "engraçado" é que quando vc tenta conversar com pessoas instruídas sobre a questão da inclusão social e dos direitos humanos, chamam vc de comunista ou que isso é "trololó petista". As pessoas, de uma forma geral, tem um noção muito torpe de "meritocracia e inclusão social". Não é à toa que chamam o Bolsa-Família de bolsa-vagabundo, por dar R$ 100,00, mensais, para uma família pobre, vacinar e manter os filhos na escola e comprar arroz e feijão. Dinheiro que eles gastam em uma única balada.

"O BRASIL PARA TODOS não passa na glOBO – O que passa na gloBo é um braZil para TOLOS"

Luiz Cabral

Pronto. Não me faltava mais nada!
Agora a Arquitetura é a culpada pela vagabundagem, pela insanidade mental e pelo consumo de entorpecentes.
Galerinha mais mauricinha essa que aqui freqüenta, hein? Parecem que vivem num mundo paralelo.
Depois de falar um monte de asneiras e negativar meu post, tirem as nádegas da cadeira e vão lá buscar um desses drogados e levem pra sua casa. Garanto que em uma semana vocês estarão filiados ao DEM e freqüentando reuniões da TFP…hahahahaha

    Ane

    Luiz Cabral,

    A arquitetura é culpada de ajudar a sociedade olhar para o outro lado, e ignorar esse problema social. Sei muito bem, pois sou Arquiteta e Urbanista, e posso falar com propriedade dos limites entre público e privado. E o Sakamoto se refere a espaços públicos, que não podem ser apropriados por ninguém. Nem mesmo pela governo.
    E pra me filiar ao DEM, eu teria que ser doente da cabeça. Posso garantir que não há droga nesse mundo capaz de me fazer cometer uma sandice dessas.

Nilson Moura Messias

Caro Leo, você deve ter "as costas largas", como se diz aqui no Nordeste. É, sorte, o Serra esta viajando.

Fabio_Passos

Distribuição de renda no Brasil em 2009… dos mais ricos para os mais pobres:

42,77% – 10% mais ricos
15,92% –
10,90% –
8,26% –
6,66% –
5,23% –
4,08% –
3,09% –
2,13% –
0,96% – 10% mais pobres

É isso mesmo.
Os 10% mais ricos abocanham mais renda que 80% da população mais pobre.

Repugnante, não é?

Fonte:
IPEA – http://www.ipea.gov.br/portal/

    Luiz Cabral

    E devolvem metade em impostos para sustentar via indireta (educação, saúde, iluminação, ruas, segurança, etc) os 80% e mais a galera dos sindicatos.

    Fabio_Passos

    pfff… você tem idéia da besteira que escreveu?
    A carga tributária no Brasil é regressiva. Quanto mais rico… menos paga imposto.

    Pare de ler e assistir lixo – rede globo / veja / estadão / fsp – e dê um pulo no site do IPEA.

    Luiz Cabral

    50% de quase nada é quase nada.
    45% de muito é muito.

    Fabio_Passos

    matemática não é seu forte.

    50% do que já é muito pouco… destrói a vida do pobre/miserável
    Apenas 20% de uma fortuna… é privilégio descabido de uma "elite" canalha.

    E 1 classe média puxando saco dos ricos… é patético.
    Toma semancol, capachão.

    Lucas Cardoso

    Devolvem metade em impostos? Se fosse verdade seria bom. Tinha que sê até mais até. Infelizmente, o imposto de renda no Brasil é ridículo.

    Fabio_Passos

    A carga tributária é ridícularmente baixa… para os ricos.
    Os pobres pagam muito.

    Aliás, boa parte da "renda" dos grã-finos no topo da pirâmide é dinheiro dos impostos recolhidos pelos pobres.
    Dinheiro surrupiado por esta ricaiada avarenta.

    Silvio

    Luiz Cabral:
    E quem mais o menos podem, e com muito sacrifício paga duas vezes, a educação e a saúde. A educação porque a elitizarão, deixando a escola pública, a deriva. E a saúde igualmente, governantes que colocam a juro, o dinheiro destinado a saúde, assim tem dinheiro para fazer publicidade do governo, que se preocupa com o povo. E tem mais, tem hospitais com contrato com o SUS, que não atende a maior de 75 anos.

    Fabio_Passos

    E por incrível que pareça, mesmo maltratada e humilhada pela "elite" rica, a classe média continua dependurada no saco de seus algozes…

    Não é impressionante?

    Lucas Cardoso

    Exatamente. Nós da classe média (nós temos acesso à internete no Brasil. Somos, no mínimo, classe média) devemos parar de agir como capatazes das classes mais altas. Porque o que é bom pra eles não é bom pra gente. Em contrapartida, a distribuição de renda, a reforma agrária, e outras bandeiras da esquerda são boas pra todo mundo.

Janes Rodriguez

Em Curitiba, desde a década de 1930, a cidade pratica políticas higienistas – limpar o centro da cidade de pobres – com muito sucesso. O pensamento conservador, elitista, excludente e fiadora de politicas agressivas contra os pobres, é aqui ensinado na educação infantil. Onde as crianças já aprenderam a reconhecer a mulher de Jaime Lerner como uma "santa"… em algumas escola na de´cada de 1990. Os curitibanos aprednem cedo a valorizar a moral, a fé criatã, o puritanismo, e sobretudo, a hipocrisia como regra moral. PObre é sem dúvida o vagabundo que não quer trabalhar e ainda vem enfear esse jardim do paraíso. São Paulo e Curitiba: tudo a ver. Só vou morrer sem entender o que levo Hélio Bicudo para o colo dessa escória.

Jairo_Beraldo

Hipocrisia pura querer dizer que só os paulistas não assistem seus pobres. Na Bahia tem o mesmo problema. Na via que liga o aeroporto á cidade de Salvador, há o muro da vergonha. E pobre é odiado e desassistido em qualquer lugar.

patricio

Com um texto curto, mas muito afiado e com muita ironia, Sakamoto expõe as vísceras de um sistema falido. Verdades que causam uma angústia terrível.

Gostaria de saber se há aqui pessoas dispostas a discutir uma solução política viável, solidária, concreta, não-demagógica, não-partidária, laica, não-filantrópica com o fito de alcançar nossos irmãos moradores de rua. Que fosse capaz de propor à Presidenta da República uma política pública para essa indignidade criada pelo capitalismo selvagem (o adjetivo é inerente ao substantivo).

Respostas, por favor.

    Silvio

    patricio:
    Ainda e cedo para analisar o governo Lula. Mais temos que ver que ele fez as fundações para que este pais mude. E não tem sido fácil, fazer fundações em um terreno movediço, completamente instável. Agora temos a grande esperança, que essa brasileira, grande patriota, nossa próxima presidente a Senhora Dilma, que sendo jovem, arrisco o mais prezado que tem u homem, a vida, para lutar por a liberdade, continue a mudar.

    patricio

    Silvio
    Não estou avaliando nem Lula nem a Dilma. Lutei ao meu modo a favor dos dois, desde os anos de chumbo. O que eu quero é simples: formar um grupo de discussão sério e de ação propositiva em favor dos moradores de rua. Lutar pela liberdade para mim, significa encontrar todos os meios que estão a nosso alcance em favor de um mundo novo, socialista, igualitário, libertário. O que propus vai nesse sentido. Pelo visto, ninguém aqui leu, topa, ou entendeu. Nem você.
    Acho melhor eu retirar a proposta.

joão bravo

Ah! é quase natal!…Espero que todos os amigos aqui tenham um ótimo natal.Natal!,Natal!…Costumo chorar muito.
É, gaúcho também chora em fim de ano,não é só quando o preço da arroba do boi cai.
Eu mesmo sou muito emotivo,choro até em inauguração de supermercado.
Ainda trago viva na lembrança,meu último natal com presentes,primeiro natal após tornar-me arrimo de família.
Sem amigos secretos para disfarçar a miséria, dourar a pílula como dizem.
Comprei um pinheiro enorme,enchi-o de presentes embaixo,luzes,cores…meu filho negou-se sair debaixo dela,dormiu ali mesmo.
Hoje!…Para minha netinha fazer isto, só cavando um túnel. A arvore é um Bonzai.
Ah! que natal inesquecível aquele, mesmo em tempos tão sombrios.Nunca entendi aquela guerra das malvínas.
De lá para cá, meus natais começaram a ficar deveras econômicos,ganharam ares de complexidade.
Minha esposa,talvez pelo desespero,perto do natal, costuma ter explosões de criatividade.
Quando surpreendi-a embrulhando tijolos em papel de presente, perguntei-lhe qual o motivo daquilo:
-É pros guri não perder o foco – disse-me.
Nossa ceia de natal,já não provoca surpresa a pelo menos duas décadas:Frango de padaria,arroz,alguma verdura da época,coca-cola e cidra.
O tamanho da ave,varia pelo IGPM.
O que outrora poderia confundir-se com um chester,não passaria hoje por um pinto pré-adolescente.
Meus dois filhos ouviram tantas vezes a frase:
"este ano vai ser ruim, mas ano que vem vai melhorar",que basta olhá-los meio triste no inicio de novembro,que já vão zoando:
-Tá bom Guido Mantega,a gente já sabe.
Este natal porem se aproxima trazendo consigo um "probleminha técnico",minha netinha disse que este ano vai esperar o papai noel acordada de qualquer jeito,ou então, não come nunca mais!.
Temendo por sua vidinha, penso em me socorrer de algum 1.99 e de meus trajes de torcedor fanático colorado.
Pequenina,creio que ela não estranhará um papai noel usando camiseta vermelha, calção e meias brancas,chuteiras e com patrocínio do Banrisul.

    Luanay

    João, você merece um blog pra chamar de seu.
    Se ainda não tem e se não souber abrir um, abro um pra você, aí depois que você receber é só mudar a senha de acesso e correr pra o abraço :)
    Me avisa se quiser

    joão bravo

    Obrigado Luanay.

Gilson Cabral

O poder faz do homem a criatura mais perversa, ele acha que tudo pode, esquece que corda, da velhice do cancer, da dor, dor odor que brota da sua boca, de dos seus genitais, das viceras povoadas por milhões de vermes, seres vivos que competem dentro de si, igualsinho aquele ditador, que ignora-os, que tem forte odor na sua mente, e que insiste em se auto avaliar. Mas não é que ela aparece uma hora, para os que ele ama, ou mesmo prá si, ela vem lembrá-lo, sou a dama de preto, sou a morte, que chegou prá lev´-lo, não tem mais o seu mísero poder, vou levá-lo, vai ficar, junto daqueles, que teve igual modelo, voce, teve a sua oportunidade.Queimou sua chance, bem na largada, triste fim, nem sequer, aprendeu, nem provou doce néctar, de amar…Mas que judas, político traidor, que pena dos seus eleitores, que estão abandonados, na fria estrada, ou será quente? Sem pão e sem água, …E na sua verdadeira fartura, não lhe falta nada…

geraldo de carvalho

eu li alguns dos comentários aqui, não li tds. pode ser, portanto, que já tenham dito isso q vou dizer agora. o texto do blogueiro é mt bom, ótima contribuição. agora, peço q vcs experimentem ler os comentários. acho q vão ficar horrorizados com uma parte significativa das intervenções. a mayara (cadê ela?) parece estagiária perto de alguns q lá escrevem. acho q não tem aprovação do sakamoto, td é publicado. aí vc vê q o buraco é mais embaixo! tem mt, mas mt racismo no brasil. é preocupante.

Paulo Ribeiro

Pois saibam voces, que para desespero dos meus pais, já hospedei em casa um morador de rua, que lá permaneceu durante 18 dias. Saiu por iniciativa própria, cumprimentado por toda a minha família. Ajudava nas tarefas de casa, limpava o jardim e comia conosco na mesa, após dois dias de desconfiança. Tinha mais ou menos 40 anos, era do interior de Minas e trabalhava em Osasco. Perdeu o emprego e foi expulso de casa pela mulher, que levou traficante para morar junto. Quando foi embora, deixou uma flor para minha mãe. Era o Roberval, se alguém tiver noticias dele, deixe um post aqui no blog.

joão bravo

Estou doente,meu médico disse:
-João,não puxe pela sua cabeça,se você não consegue escrever mais,vai ter de conviver com isso.
-Mas doutor – disse eu –tudo o que mais gosto é de escrever minhas bobagens.
O doutor alertou:
-João,se você tiver outra crise pode não voltar mais,vai ficar lelé da cuca.Sua esposa me disse que você escreveu dezenove crônicas em uma noite,não tem cabeça que resista.
Insisti:
-Mas doutor,nenhumazinha,nem a cabecinha?
Disse ele:
-Não force a situação,é sua saúde que esta em jogo.
Nem precisava o alerta dele,os efeitos colaterais dos remédios ou da doença sei lá,fazem com que minha mente fique vazia.
Eu tento escrever algo que seja engraçado,que me faça voltar aos velhos tempos quando escrever para mim não era problema,mas tento,tento e nada,nadinha de nada.
Não vai, não vai, fico frente ao computador ,abro o microsoft word e nada de inspiração,nadinha.
Antes eu lia com atenção as matérias do vi o mundo e quando os comentários já estavam se repetindo eu ia lá e postava uma de minhas bobagens,mas agora tudo o que posso fazer é acompanhar as matérias,ler os comentários e só.
As poucas crônicas que estou mandando são velhas e as tenho guardadas, eu não tinha o hábito de guarda-las então tenho poucas.
Espero sinceramente que isto passe e que eu encontre outra vez inspiração,para postar minhas bobagens.

    joão bravo

    Pamplona,sou analfabeto digital,tentei criar uma conta no twitter,consegui,mas agora não sei como fazer para seguir alguém,esqueci minha senha e tudo mais,eheheheh.Já criei um blog,mas não tive paciência para mante-lo.

Regina

Silvio e Jacira….Tive a oportunidade de conhecer o professor Hélio Bicudo, pessoalmente.Embora naõ entenda a opçaõ pessoal de ambos,pela Candidatura do ex-rei…Naõ posso de deixar de ver a profunda falência SOCIAL que estamos vivendo…Enquanto, formos dependentes de Alguns Nomes,NÃO VAMOS realizar nenhuma mudança…È so com a mobilizaçaõ das pessoas, como um todo ,que poderemos GARANTIR as transformações necessárias…Tive a oportunidade de entrar no Blog do Sakamoto, é mais um,mobilizando mais pessoas…Trabalho de formiguinha é feito aos poucos e constantemente…Tenho a mais profunda crença que em breve haverá mais Hélios e Paulos…Por enquanto, vou continuar as denúncias em todos os lugares e usar de todos os recursos e instituições disponíveis…Grata.

    Jairo_Beraldo

    Concordo com voce, Regina…o maximo que podemos fazer é o papel de formiguinha. No Brasil ainda não se adquiriu a cultura de que se voce é bom, será levado a ser líder. Para ser lider neste país, é necessário que voce seja medíocre e faça o papel de moleque de recados. E em todos os níveis. Veja…quem voce viu neste país que tenha lutado com garra e vontade e que tenha sido elevado à condição de destaque? Se voce fizer isso, será massacrado até que seja feito um assassinato moral, seja desconstruída sua reputação, para que sua capacidade seja colocada em xeque. Antes de mais nada, é necessário que se mude a cultura.

    Silvio

    Regina- O golpe do ano 64, e durante os 21 anos de ditadura que vivemos, este país ficou sem lideranças políticas novas. Foram mortos todos aqueles, que poderiam no futuro ser um líder. Agora e que vamos a começar a ter elas.

Fernando

A morte anunciada de um quilombola maranhense: outros quarenta estão jurados
http://candidoneto.blogspot.com/2010/11/morte-anu

Dilenia Valença

Não é só em São Paulo, os mendigos e moradores de rua já não tem o direito de frequentar os mesmos lugares que os outros cidadões mas previlegiados.; Em Itajaí cidade portuária de Santa Catarina em frente a igreja matris tem uma praça que não me lembro o nome, que lá os pobres não podem sentar-se nos bancos da praça, nem nas calçadas da igreja, tem um vigilante da mesma igreja que expulsa essas pessôas e impide descansem nesses locais, achei isso um absurdo fiquei muito indignada, como é possível que até a igreja tenha esse tipo de discriminação! que falta de solidariedade e compaixão.

    Silvio

    Dilenia Valença:
    Não te chame atenção essa postura da Igreja, ela diz que se interessa pelo pobre, mais se interessa muito mais pelos ricos. Existem alguns Padres que devem ser elogiados, por sua posição de ajudar os desassistidos da fortuna, mais eles também, são combatidos pela mesma Igreja, que eles formam.

Gilson Cabral

De que adianta, um providencial banho, uma roupa nova, e depois liberar aquele indivíduo novamente, nesta selva de prédios e de carros, com ruas e suas piranhas, num mar de tubarões, com os dentes mais afiados do que punhal, querendo ganhar os seu míseros trocados, de bar em bar, sujeito tá viciado, de copinho em copinho o etanol dá energia necessária,até que o sono, ali mesmo o detenha, por uns momentos, sujeito fica parado, deitado ali, sonha que é um anjo, quem sabe o pior demônio, que a sociedade, finge que nada tem à dever. Alí aquele homem está pior que um animal, pois a única armadura, é aquela roupa cheia de amônica proveniente, do seu xixi, e o mal cheiro das suas fezes que espanta os inimigos, quando estes não lhe traem, e lhe causem um mortal, traumatismo. Gente boa do nosso planeta, prá que cigarro, cachaça, drogas, e carrões, prá que palacetes, tantos luxuosos celulares, lier jetes, lanchas, iates, diamantes, parque temáticos, word disney, beto carreiro, hopy harry, ferrari. O mendigo está ali, deitado na esquina, seu cabelo já não é cortado, piolhos escorrem. Falta, amor, dignidade, lembrem-se, saúde, e dinheiro não dura, prá sempre, a vida não é eterna, a juventude vai embora, sobra a velhice a fraqueza, e o que sobra?INDELICADEZA!

    Azaghal

    Poético, porém grotesco. É fácil escrever isto confortavelmente instalado, bem alimentado e com dinheirinho na conta corrente… Ou é esquerda (ou centro-esquerda) e progressista, defendendo a igualdade de condições para todo mundo, caso contrário é relativista, hipócrita e politicamente correto, ruminando moralismo rasteiro e banalizando a miséria alheia…

joão bravo

Quem pensa que as coisas que conto aqui são invenções, de minha mente fértil e doentia engana-se.
Sempre fui o que entendeu-se convencionar de “figura folclórica”.
Sempre otimista e brincalhão, de tudo faço piada mas, “pavio curto”.
Se me tirassem do sério, pronto!!!…Lá ia eu, ouvir longas explicações filosóficas, por parte do delegado de plantão, da função social da Policia Civil, frente a realidade política do Rs.
Culpa em parte a cultura Gaúcha, onde homem não chora e nem leva desaforo para casa.
Isto além de prejudicar-me nas relações com os diferentes, ainda causava-me um doloroso conflito interno do tipo:
-Será que eu sou fora da casinha?
Além é claro, de me render o sugestivo apelido de “estepe de viatura”.
Comecei a mudar,quando senti na carne que, uma palavra pode ferir mais que a espada, ou, um Gaucho aloprado.
Estava eu, em uma destas intermináveis filas de banco, para pagamento de algumas contas, exercitando todo meu auto-controle já a uns 45 minutos, em transe, já vendo pêlos de nuca tomarem as mais variadas formas, prestes a baixar o “caboclo quebra-tudo”, em um terrível dia de verão.
Naquele dia eu utilizava o cartão de minha esposa, o que não para mim não era problema, pois conheço a todos naquele banco, quer dizer, menos o reforço de verão, e foi justamente um desta leva, a quem tocou atender-me.
A frente do caixa dei-lhe o cartão e as contas.
Ele pegou-o ,fitou-me com profundo sentimento de que, tipos como eu, eram o motivo de seu verdadeiro ódio ao atendimento ao público e disse-me:
-O senhor é Pamela Cristina?
Normalmente, nas contas de minha vida, eu colocaria isto na coluna dos enganos, mas, ao perceber que o canto esquerdo de seus lábios elevaram-se, no que me pareceu naquele instante um sorriso de deboche, respondi-lhe:
-Tchê,tu comeu merda quando era pequeno?
-Tá me achando com cara de veado?
Ele calmamente, com a paciência de um franciscano, devolveu-me o cartão entre as pontas dos dedos indicador e médio, olhando-me por sobre os óculos, e respondeu:
-Para sua primeira pergunta é não!
-Para sua segunda, posso não responder?
Detesto que riam de mim, principalmente uma fila de banco inteira!

Gilson Cabral

AMOR. Amor ao próximo, dignidade, calor humano, abaixo a hipocrisia. Sabe daquele gesto simples, "um bom dia", nem isso as pessoas querem dar. Não é demais, o ser humano, tá desconfiado, revoltado, socando o vento, não sabe realmente que o seu inimigo, é a sua maldade, o egoísmo, egocentrismo, individualismo, ironismo, abismo, desamor, orgulho, distancia, arrogancia, um horror, que dá no que dá . As ruas com mendingos, favelas mal cheirosas , com a população em pavorosa, roubando, ou trabalhando, nos sub empregos, e a alta sociedade negligenciando, um corte de cabelo,um banho, um telhado, um cobertosinho, uma extração de um dente que dói, cariado. Um veterinário, que não castra o animal da rua, um político, que embolça, o suado, aquele dinheiro fedido e suado, dos imposto que o trabalhador, tem arrecadado, é a vida que finge que nada ve, é o abismo que só faz crescer, cade o amor?O homem de Deus.

    Jairo_Beraldo

    A hipocrisia está muito mais naqueles que são feridos pelos algozes, que propriamente pelos algozes. Eles fazem o jogo. Basta ver Corinthians x Cruzeiro no sábado. Voce acha que Sandro Ricci quer continuar a apitar pela federação de Brasilia, ou ir apitar pela federação de São Paulo?

    Fernando Romano

    Pronto! Mais um anti-Corinthiano confundindo as coisas. Discurso de ódio, contra o Corinthians pode, né?

    Todo anti-corinthiano tem um pouco de fascista. Até mesmo os "progressistas".

    Jairo_Beraldo

    E sou anti-Flamiengo também! Tudo que é bajulado pela grande mídia sou ANTI!

Elizete

Sabe fico feliz que ainda existam pessoas corajosas como esse professor ao escrever esse texto. O pior cego é aquele que não quer ver. como os paulistas ainda elegeram o geraldo alckmin.

    Jairo_Beraldo

    Porque paulista gosta tanto de pobre, quanto qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo! Não vamos ser hipócritas…não são só os paulistas que odeiam pobres..eles mesmos, os pobres, se odeiam!

    Silvio

    Jairo_Beraldo:
    Você não tem observado. Os pobres se ajudam entre si. Coisa que não ocorre em a classe media, e muito menos na alta.

    Jairo_Beraldo

    Com raras exceções, voce quer dizer. E a elite se ajuda sim, e muito. São ligados por pacto de sangue.

    Silvio

    Elizete:
    Não e que não queiram ver, si não que são cegos. Não aprenderão Braile, para poder se informar e são surdos, para não ouvir. E também acéfalos,porque não tem com que pensar.

easonnascimento

Se estas medidas sugeridas não derem resultados resta ainda mandar a polícia baixar o cacete. Pobre deve ser tratado assim. Que o diga o ex-governador José Serra?
http://easonfn.wordpress.com

Nana

Próximo passo: colocar painéis gigantes para esconder as favelas em vários bairros da cidade.

FrancoAtirador

.
Poema para estes tempos

em que falar de laranjas da Cutrale

é quase um crime,

pois significa se omitir sobre a injustiça

e tripudiar ante a miséria humana.

(Parafraseando Brecht)

REPROTEÇÃO

VAMOS APLICAR A LEI DE PROTEÇÃO

AOS POBREZINHOS ANIMAIS

QUE SERIAM RACIONAIS

E QUE SÓ NÃO O SÃO

PORQUE, ANTES DE O SEREM, MORRERÃO

DE FOME, DE FRIO, DE CHURRIO

DE SEDE, DE DESNUTRIÇÃO.

VAMOS APLICAR A LEI DE PROTEÇÃO

AOS NOSSOS POBRES VIRA-LATAS

QUE SAÍRAM LÁ DAS MATAS

INVADIRAM TUA CIDADE

E SEM OPORTUNIDADE

APODRECERAM NOS PORTAIS.

ESSES RELES ANIMAIS

SÃO A TUA PRÓPRIA ESCÓRIA

MAS TAMBÉM TÊM SUA HISTÓRIA

P’RA CONTAR E P’RA CANTAR

MAS NÃO PARAS P’RA ESCUTAR

SÓ CHEIRAS SEU FEDOR

TUA MISÉRIA INTERIOR

ENSURDECEU O TEU OUVIDO

JÁ NÃO TENS NENHUM SENTIDO

PARA A DOR E PARA O AMOR

MAS SE RESTA UMA RAZÃO

VAMOS APLICAR A LEI DE PROTEÇÃO…
.

FrancoAtirador

.
A IGNORÂNCIA TRAZ CONSIGO O MEDO E O PRECONCEITO.

E A 'CLASSE MÉDIA BRAZILEIRA' É ESCOLARIZADA, MAS CONTINUA IGNORANTE !
.

lucila

Triste São Paulo! Não que a elite carioca esteja exatamente livre desse tipo de pensamento, ou atitude, mas a administração pública tomar essas iniciativas, é de doer! É mesmo um aval para que se matem moradores de rua, se queimem favelas…

pedroleonardo

Recomendo este Provocações com o ex-morador de rua Sebastião Nicomedes. Para as pessoas entenderem o significado da palavra "dignidade".
http://www.tvcultura.com.br/provocacoes/programas

Nilva

O Sakamoto, como sempre, irrepreensível. Na mosca!

Nilva

Hehehe! O João Bravo é um figuraço! Me divirto com suas histórias, é candidato a LFV. Bravo ! Sem trocadilhos, claro.

Lênin

Gostei muito do post, só verdades!!
Enquanto as pessoas tentam tampar o "sol com a peneira", a situação só vai piorar!
Mendigos, usuarios de crack e a criminalidade estão em níveis absurdos, e virar a cara só vai comprometer as gerações futuras.
Uma hora o barril vai explodir, e isso não vai demorar muito.

Gerson Carneiro

Uma coisa que me deixa constrangido é saber que existe uma lei que proíbe a circulação pelas ruas de carroças puxadas por animais (cavalos, burros etc). Daí a gente sai nas ruas e se depara com pessoas puxando carroça.

Quantas vezes na infância ouvi e repeti a expressão "não sou burro pra puxar carroça". Atualmente já não se pode utilizar essa expressão. Lembro disso e fico constrangido de verdade. E isso não é exclusividade da cidade de São Paulo. Na rua da minha casa sempre passa uma senhora pela manhã, puxando a carrocinha, e o casal de filhos acompanhando. Observo e fico com o coração apertado.

No caso da cidade de São Paulo a lei foi aprovada em abril de 2006 pelo prefeito Gilberto Kassab, e meu intuito aqui não é discutir se a lei está certa ou errada. É apenas relatar a situação que considero triste e que se relaciona com o cultivo da exclusão social.

    Gerson Carneiro

    Falha minha: acabei por me envolver e não realizar uma análise apenas técnica, sem dó nem piedade. Talvez a complementação a seguir, possa me redimir.

    A lei foi sancionada não simplesmente por uma questão de preocupação com os animais, mas sim por uma única preocupação com a fluidez do trânsito. O que acresce ainda mais a dose de insensibilidade: preocupar-se apenas em não ter cavalos e burros morrendo na contra-mão atrapalhando o trânsito, e não preocupar-se em ter pessoas, exercendo a antiga função dos cavalos e burros, morrendo na contra-mão atrapalhando o trânsito.

Cassia

O que os jornalistas da globo não podem falar na tv aberta ou mesmo abertamente nos canais de assinantes, eles podem claramente deixar suas opiniões na internet. O sério e competente André Trigueiro da GloboNews (Jornal das 10 e Cidades), fala a respeito da sustentabilidade que muito se prega e pouco se faz.
http://www.youtube.com/watch?v=WlQLRjMvKIY&fe…!

Jacira

Regina
como apelar aos Direitos Humanos ? Se o próprio Hélio bicudo, que secretário internacional dos direitos humanos apoiou Serra nas últimas eleições!!! A quem recorrer .. só Deus !!

    patricio

    Não adianta recorrer a Deus nenhum. Foi ele que começou tudo.

Alberto

Bravo, bravo, João Bravo!
Há muito tempo não lia um texto com humor satírico como o seu, realmente e efetivamente muito bom.
Permito-me sugerir-lhe escrever mais textos de teor similar e, quando tiver produzido uma quantidade suficiente, procurar um editor para publicá-los em forma de contos de um cotidiano urbano. Pelo menos alguns leitores garanto-lhe que terá, além de mim mesmo.

Silvio

Azenha:
Faltou disser no blog do Sakamoto, que o prefeito de São Paulo tem colaborado y bastante por certo. Está demolindo os prédios frente ao Mercado Municipal. Poderia ter os recuperado, e, por exemplo, vender a preços prudenciais com credito da Caixa Econômica Federal, a os soldados da policia militar, que tem o quartel, próximo de ali. Para completar está pensando também, demolir o famoso minhocão (alias, elevado Costa e Silva) melhor será trocar o nome, e deixar o. Para substituir ele, pensa gastar uma fortuna em um caminho subterrâneo. E viva o transporte individual!

Ane

Texto excelente!
Faltou apenas mencionar a proliferação dos condomínios fechados a "40 min de São Paulo", e dos empreendimentos que vendem não apartamentos, mas pequenos clubes que possibilitem às pessoas manterem-se isoladas do restante da cidade. E neste contexto, a qualidade do imóvel que se negocia, não tem a menor importância.
Pra que melhorar a cidade, ou a sociedade, se o indivíduo consegue isolar-se da miséria e da sujeira?
A cidade é a tradução concreta do pensamento excludente da nossa sociedade.

Regina

Azenha…faz muito tempo que estou denunciando as barbáries que acontecem em Sampa(pricipalmente)…já pedi que o sr.IVAIR AUGUSTO ALVES DOS SANTOS,da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República,que tbém investigasse os CRIMES em Saõ Paulo(foram para Alagoas – reduto do PSDB-DEM – coincidência????).Estou cansada ,de ver notícias de MORTES de Moradores de rua,Incêndios de Favelas,Batidas contra Vìciados…Que tipo de atitude devemos tomar?Qual a postura da Arquidiocese? Das ONGs?Dos Movimentos Raciais?Das Pastorais?Da OAB?Do Ministério Público? Do Governo de Saõ Paulo?Da Prefeitura de Saõ Paulo?…Quando vai ter FIM a impunidade? Ou estamos vivendo uma limpeza étnica consentida?!!!!Sinceramente,naõ quero fazer parte…A quem devemos recorrer? A ONU? Será que estamos taõ indiferentes ,que perdemos a NOÇÃO do que é ser HUMANO.SAKAMOTO,pedi aos Deuses que alguém escrevesse sobre o Assunto!!!!!

    Silvio

    Regina:
    Não sô foi Bicudo. Também estava dom Evaristo Arn. Para mim, foi uma desilusão. Agora penso, que e possível, que estejam sofrendo de Alzheimer. De outra forma, não e possível acreditar.

joão bravo

Tive um depósito de recicláveis e posso afirmar que cada "andarilho", cada um tem sua história.São gente,muito melhores que muitos "riquinhos" que conheço.

    Aracy_

    Conheci andarilhos da Rodovia Castello Branco, em SP. Um deles, culto, sempre pedia doação de revistas. Adorava a Caros Amigos. Lia andando para não perder tempo. Tinha memória fantástica – sabia de cor os nomes dos alunos de Medicina da PUC que haviam ateado fogo a um calouro no trote. Gostava de discutir política e economia. Outro andarilho adotava cães atropelados na estrada e cuidava deles. Um terceiro doava a esmola que recebia para a mãe de uma criança doente que morava num sítio próximo à rodovia.

joão bravo

Meu filho chegou em casa com um opala 76, sorrindo de orelha á orelha.

Dizem que rico ri á toa, mas só pobre, da desgraça.

-Que que tu achou,pai?

-Compraste também, o posto de gasolina?!

-Pô pai, tu só esculhamba!

Acho que ele tem razão afinal, também já tive 21 anos.

Estou sempre atento ao meu tempo, por isso sei que hoje em dia é moda comprar carros velhos, para restaurá-los ou transformá-los.

Se você não tem um, paga um mico, como dizem. Engraçado é que em meu tempo, quem tinha um parecia pagar promessa, isto sim.

Não se comprava carro aos pedaços por hobby, comprávamos por necessidade ou falta de opção.

Na idade dele, já casado, comprei meu primeiro veículo, fabricado no ano de meu nascimento, o que já foi uma façanha á época. Equivalia ao quase zero. Lá estava eu, fechando negócio orgulhoso. Finalmente em 1985, comprava meu primeiro carrinho: um fusca 64, 1300, 12 V, vermelho. Tudo funcionando perfeitamente, até o vendedor picareta ,entregar-me as chaves e apertar-me a mão. Depois disto meu amigo!!!

Porta para fechar só a chute. Apertava o acendedor de cigarros, cortava a corrente. Ligava o rádio, não funcionava o limpador de para brisa. Ligava o limpador de para brisa, queimava a entrada do rádio. Buzinava, torrava o relé do pisca.

Bastava uma freada mais forte, lá ia eu, catar no chão, os aros dos faróis e a Haste do limpador de para brisa.

O motor batia tanto, que parecia fabricado pela Singer. Para me encontrar, bastava seguir o rastro de óleo.

Quando o arranque virava, minha mulher e eu, nos abraçavamos e chorávamos.

Um verdadeiro carro ecológico, tamanha quantidade de bacalhaus nos pneus, e pula macaco nas velas.

Mas o pior mesmo era em dia de chuva…Credo!!!

Enquanto eu dirigia, minha esposa esgotava a água de seu interior com uma caneca.

Foi exatamente em um destes dias de intensa chuva, que minha esposa combinara de passar em casa de uma de suas tias, para juntos almoçarmos com seu pai no sítio.

A tia de minha esposa, tinha formas exageradas, seu corpo era basicamente formado por substância adiposa, ou seja, uma forte candidata a obesidade mórbida. Fazê-la sentar na parte de trás do veículo, já foi algo deveras laborioso.

Concluída a árdua tarefa, lá fomos nós, enfrentar 30 Km de estrada de chão batido, que nem tatu usando chuteira passava, em meio a uma chuva torrencial.

No trecho mais problemático, onde qualquer erro ou parada significava um atolamento, a quantidade absurda de lama e buracos, fazia a tia saltitar no banco traseiro, o que despertava em nós sorrisos até que…

Bem, antes porem, tenho de dizer o que um cidadão que tem um fusca, não pode fazer de maneira alguma, quando limpa-lo por dentro. A bateria fica muito próximo as molas do assento traseiro, convém então, jamais tirar-se o protetor de borracha dos pólos da bateria. Foi justamente, o que achando que não houvesse serventia para nada, retirei.

Em um destes saltitares,ao descer, o peso da tia, fez as molas cederem, ocasionando um curto-circuito, que por sua vez, transformou-se em línguas de fogo. Ela ao tentar levantar-se aos gritos, encontrava a barreira do banco dianteiro e tornava a sentar com força, ocasionando outro curto-circuito, mais barulho, mais faísca, de formas que aquilo, tornou-se um circulo vicioso: faísca, grita,tenta levantar, bate no banco volta, senta, faísca, grita…

Eu não podia parar naquele momento, o desespero tomava conta de todos, minha esposa com os olhos que eram um pires, era só gritos. Sua tia, naquele senta levanta frenético, em meio a línguas de fogo, era só goela. Era tanta faísca que parecia relampear dentro do fusca.

Passado o susto, já no sitio, nossa tia, não perdeu a oportunidade:

-Se o almoço for churrasco, fico de mal com vocês!

    joão bravo

    Não vou sumir Pamplona, só me afastei por problemas de saúde.Enquanto o Azenha não me correr ficarei por aqui.

    Luanay

    kkkkk, muito bom, adorei

    Michel Edson

    Muito boa essa história, quem já teve fusca sabe bem o que é isso!!!! KKKKKKKKK Fazia tempo que não ria assim KKKKKKKKKKK

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