Conheça as únicas charges de Charb publicadas no Brasil

Tempo de leitura: 3 min

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por Conceição Lemes

Há pouco a Boitempo Editoral publicou  Marx, manual de instruções, o último livro escrito por Daniel Bensaïd, morto no dia 12 de janeiro de 2010.

A obra é ilustrada com cerca de 60 charges de Charb [Stéphane Charbonnier], uma das 12 vítimas do atentado à redação do semanário francês Charlie Hebdo.

Os editores da Boitempo lamentam profundamente a tragédia e os desdobramentos:

Estamos chocados com o atentado ao jornal Charlie Hebdo, não só pela violência e pelas perdas inestimáveis de Wolinski, Charb e Cabu, entre outros, mas porque ele colocará lenha na fogueira da islamofobia, dará munição tanto ao fundamentalismo de direita como aos xenófobos europeus.

Provavelmente as charges no livro de Bensaïds sejam as únicas de Charb publicadas no Brasil.

Charb era um dos mais importantes cartunistas franceses, jornalista e editor-chefe do Charlie Hebdo desde maio de 2009. É o criador dos personagens Maurice e Patapon, um cachorro e um gato anticapitalistas, em quadrinhos homônimos, cuja compilação foi publicada em quatro tomos, de 2005 a 2009, pela editora Hoëbeke. É autor de vários livros, incluindo Le Petit Livre rouge de Sarko (2009), Sarko, le kit de survie (2010) e La salle des profs (2012), pela editora 12 bis.

Seguem a orelha do livro Max, manual de instruções, redigida por  Marcelo Ridenti, e mais algumas das 60 charges de Charb.

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Ler e reler Marx. Eis uma proposta que pode parecer dogmática, como se todos os problemas do presente e do futuro estivessem resolvidos nas sagradas escrituras de um antigo profeta visionário. Não é o caso deste livro de Daniel Bensaïd. Tampouco se trata de descobrir algum aspecto despercebido que daria uma nova chave de leitura à obra do revolucionário alemão, nem de enveredar em discussões sobre seu “verdadeiro” pensamento.

A proposta é fornecer “um manual de instruções possíveis” para interpretar a obra do Mouro, plena de controvérsias, enfatizando o caráter crítico radical de seu pensamento, avesso a ortodoxias e fanatismos, aberto à autocrítica e apto a acompanhar o movimento contraditório e cambiante da vida social, que envolve constante (auto)questionamento. E usar esse instrumental teórico para compreender e transformar o mundo no começo do século XXI, dominado como nunca pelo fetichismo da mercadoria e diante de uma grave crise do capital.

Recorrendo a referências literárias, numa prosa bem-humorada, Bensaïd lança o leitor no rodamoinho do pensamento de Marx. Expõe sua trajetória de vida e destaca trechos de sua obra para tratar de temas como a religião e os fetiches; classes e luta de classes; a atualidade do Manifesto Comunista; a revolução e sua temporalidade; a política, o Estado e o partido; a teoria do valor e a contribuição de O capital; as crises; a ecologia e o produtivismo; a ciência e o comunismo. Por fim, faz um balanço alentador da herança de Marx em pensadores do presente.

Há quem possa contestar o estilo metafórico adotado pelo autor – por sinal, inspirado no “barbudo” –, bem como aspectos da interpretação proposta. Mas são inegáveis sua verve criativa e seu conhecimento do tema. O leitor ganha um apanhado polêmico não só para pensar o clássico pensador alemão, mas também o legado de Bensaïd.

Marcelo Ridenti

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Leia também:

João Peschanski: Em Paris, um atentado contra a extrema-esquerda

EUA fomentaram o terrorismo proclamando que o combatiam


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Comentários

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FrancoAtirador

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Entrevista: Reginaldo Nassr

Mídia-Empresa e o Tratamento Diferenciado dos Atentados:

Quando é com o Islã, é organizado e ideológico;
quando é com a extrema-direita, é individualizado.

Professor de Relações Internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser
discute a diferença de tratamento entre o atentado
à revista francesa Charlie Hebdo e o ataque realizado em 2011 na Noruega:

“Quando se descobriu que o autor era de extrema-direita,
a explicação foi de que era um louco.
Quando se trata do islâmico,
a tendência da grande mídia é associar um a todos”

Íntegra em:

(http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/01/entrevista-reginaldo-nasser-ataque)
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FrancoAtirador

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Desfile de Modas em Paris

Fascistas Judeus, Nazistas Cristãos e ‘Socialistas Ateus’

unidos na Passarela pela Supremacia Européia na França:
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Ironia Trágica

Marcha de Paris, em protesto contra massacre do Charlie Hebdo,

é liderada por Hollande, Merkel e, pasmem, Benjamin Netanyahu,

Premiê Israelense que acaba de se aliar à Extrema Direita

para a transformação de Israel em um Estado Teocrático.

(Hora a Hora – Carta Maior)
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Gerson Carneiro

Só digo uma coisa: se não fosse o atentado eu ainda estava aqui sem saber quem era Charb.

Gerson Carneiro

Toda vez que estou quase convencido da minha intelectualidade morre alguém mundialmente famoso de cujo nunca ouvi falar. Afff…

FrancoAtirador

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O Reinício da História

Patriot Act 2001 e Monopólio da Informação

(http://imgur.com/X49bCzf)
i.imgur.com/X49bCzf.jpg
boitempoeditorial.files.wordpress.com/2015/01/marx-manual-de-instruc3a7c3b5es_sarkozy.jpg

    FrancoAtirador

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    EM 26/10/2001, OS UNITED STATES OF AMERICA REVOGARAM A PRIMEIRA EMENDA

    A edição do “Ato Patriótico” imposto por George W. Bush aos norte-americanos como justificativa para iniciar uma planetária “Guerra ao Terror”, sob o pretexto da Segurança Nacional, em represália aos ataques sofridos em 11/09/2001, equivaleu-se ao AI-5 decretado pela Ditadura Militar dos generais no Brasil (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/AIT/ait-05-68.htm).

    O USA PATRIOT Act foi o maior atentado aos direitos individuais e coletivos.

    Se até então havia alguma democracia nos EUA, em 26/10/2001 ela acabou:
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    O USA PATRIOT Act foi um ato aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos da América, assinado pelo então presidente George W. Bush, tornando-o lei em 26 de outubro de 2001.

    (http://epic.org/privacy/terrorism/hr3162.html)

    O acrônimo significa “Uniting and Strengthening America by Providing Appropriate Tools Required to Intercept and Obstruct Terrorism Act of 2001″

    (algo como Ato de Unir e Fortalecer a América Providenciando Ferramentas Apropriadas Necessárias para Interceptar e Obstruir o Terrorismo, de 2001).

    Entre as medidas impostas pela lei, estão a invasão de lares, espionagem de cidadãos, interrogações e torturas de possíveis suspeitos de espionagem ou terrorismo, sem direito a defesa ou julgamento.

    Com esse ato, foram retiradas as liberdades civis dos cidadãos dos United States.

    Muitos historiadores relacionam essa lei como um passo legal para a instituição de lei marcial na eventualidade de qualquer evento de terrorismo, falso ou verdadeiro.

    De acordo com o Departament of Homeland Security todas as ações consideradas “antigovernamentais” foram imediatamente consideradas atos de terrorismo.

    Em 26 de maio de 2011, o presidente Barack Obama assinou a prorrogação do PATRIOT Act por mais 4 anos.

    (http://pt.wikipedia.org/wiki/USA_PATRIOT_Act)
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    Esse é o Paradigma braZileiro de ‘Democracia Representativa’
    e ‘Liberdade Política e Econômica’
    garantidas pelo “Destino Manifesto” dos United States of America

    (http://pt.wikipedia.org/wiki/Destino_manifesto).
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    *Texto da Primeira Emenda à Constituição dos EUA:

    “O Congresso não deve fazer leis a respeito de se estabelecer uma religião, ou proibir o seu livre exercício; ou diminuir a liberdade de expressão, ou da imprensa; ou sobre o direito das pessoas de se reunirem pacificamente, e de fazerem pedidos ao governo para que sejam feitas reparações por ofensas.”
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    FrancoAtirador

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    A “GUERRA DA INFORMAÇÃO” E A “POLINIZAÇÃO CRUZADA”

    Quando Hillary Clinton falou em vencer a “Guerra da Informação”,

    ela não estava se referindo, apenas, ao Oriente Médio.

    No dia 02/03/2011, no comitê de Política Externa do Congresso dos EUA,

    disse a Secretária de Estado dos Estados Unidos da América do Norte:

    “Falemos francamente em termos de realpolitik.
    Estamos em uma imensa competição por influência global e mercados globais.
    China e Rússia lançaram redes de televisão funcionando em várias línguas, quando os EUA faz cortes nesta área.
    Isso é muito instrutivo: estamos cortando investimentos nessa área … a BBC está cortando investimentos.
    Há uns 5 anos atrás, meios de comunicação estrangeiros, incluindo BBC e CNN detinham quase o monopólio da cobertura de notícias no mundo.
    As coisas têm mudado desde então.

    Mais e mais telespectadores em todo o mundo acessam várias mídias estrangeiras para ter notícias sobre os eventos que estão acontecendo.
    Estamos pagando por um preço elevado por desmantelar redes de comunicação internacional depois do fim da Guerra Fria.
    Nossos meios privados não podem preencher essa brecha”.

    (Hillary Clinton, Chefe do Departamento de Estado dos USA,
    apelando ao Congresso Norte-Americano pela liberação de 43 bilhões de dólares, a serem investidos na “Guerra da Informação”)

    “Os EUA estão perdendo a Guerra da Informação para os meios de comunicação alternativos…
    esta é a mensagem de Hillary Clinton para os membros do congresso americano que questionaram o pedido de orçamento de 47 bilhões de dólares para o próximo ano …
    ela disse que Washington precisa intensificar seus esforços de propaganda …
    A guerra declarada pelos EUA está agora oficialmente em um tipo de batalha da informação com mídias estrangeiras que fazem um uso alternativo no mundo das notícias, apresentando visões que contrastam com a cobertura dos eventos feita pelos principais meios de comunicação dos EUA.”

    (http://www.viomundo.com.br/denuncias/politica-na-era-digital-como-o-neoliberalismo-tenta-controlar-a-explosao-da-bomba-demografica.html)
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    09/04/2012
    Embaixada dos EUA no Brasil

    Brasil e EUA podem impulsionar padrões de vida e democracia,
    diz Hillary Clinton

    Clinton destacou parceria entre a Tecsis, empresa brasilera produtora de pás para energia eólica, e o setor privado dos EUA como exemplo bem-sucedido de “polinização cruzada“.

    Washington – Uma cooperação mais estreita entre o Brasil e os Estados Unidos, no setor privado e também em outras áreas, pode impulsionar os padrões de vida nos dois países e promover valores democráticos compartilhados, disse a secretária de Estado, Hillary Rodham Clinton, à presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e a outros convidados na Câmara Americana de Comércio em Washington.

    Falando em 9 de abril, Hillary disse que como as duas maiores democracias e economias do Continente Americano, os Estados Unidos e o Brasil têm “uma das mais importantes relações do século 21”.

    Segundo Hillary, é importante que enquanto os dois países promovem seus laços econômicos eles tentem “de todas as maneiras possíveis elevar o padrão de vida de nossos povos”, com uma economia que proporcione a todos “a mesma chance de competir” e fazendo isso “dentro de uma estrutura sólida de compromisso com os valores democráticos”.

    A secretária destacou que o Brasil oferece “uma história de sucesso inspiradora” depois de desenvolver uma economia dinâmica que permitiu que muitos brasileiros avançassem para a classe média e também está ajudando a impulsionar a economia mundial.

    Ela afirmou que programas sociais inovadores, tais como as transferências condicionadas de renda, ajudaram a expandir a classe média brasileira e tornaram o Brasil um modelo ao demonstrar que “uma economia em crescimento não é um fim em si mesma; é um meio de melhorar a vida do povo de um país”.

    A relação econômica em amadurecimento entre o Brasil e os Estados Unidos está aumentando os laços nos setores comercial e de investimento empresarial.

    Hillary disse que a tarefa de desenvolver uma parceria e uma cooperação mais fortes não é “exclusiva dos governos”, mas “na verdade é realmente mais tarefa para o setor privado, nossas universidades, nossas sociedades civis, nossos cidadãos”.

    Ela destacou a empresa brasileira Tecsis, que produz pás usadas em turbinas eólicas para produção de energia verde, e informou que essa empresa de 5 mil funcionários agora se tornou líder no mercado americano, exportando mais da metade de suas pás para os Estados Unidos.

    Em troca, disse, a Tecsis recebe 80% da matéria-prima necessária para produzir as pás dos Estados Unidos e criou uma empresa subsidiária em Houston, Texas, que emprega 150 funcionários para serviços de conserto e manutenção das pás usadas dentro do país.

    “Esse tipo de parceria – chamem de ‘polinização cruzada’ se quiserem – é cada vez mais viável, e queremos ver mais delas”, afirmou Hillary.

    A secretária anunciou que o governo Obama está abrindo dois novos consulados, em Belo Horizonte e Porto Alegre, em parte para permitir que os brasileiros consigam vistos com mais facilidade para os Estados Unidos e também promover mais o contato entre as pessoas.

    (http://portuguese.brazil.usembassy.gov/clintononusbr.html)
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