Marcelo Semer: Abuso policial só comove quando é mostrado em vídeos, fotos e TV

Tempo de leitura: 3 min

Quarta, 2 de março de 2011, 08h15

por Marcelo Semer, em Terra Magazine

As cenas da escrivã sendo despida à força por policiais da Corregedoria em São Paulo suscitaram uma enorme perplexidade.

Muitos se perguntaram: se a polícia faz isso com os próprios policiais, o que não fará com o cidadão comum?

A dúvida do governador Geraldo Alckmin foi outra: como um vídeo oficial da ação policial se tornou público?

O governador se comportou no episódio mais ou menos como o marido que ciente da traição da esposa no sofá da sala, decide vender o móvel.

Mas talvez valha a pena se questionar o que teria acontecido se as imagens jamais chegassem ao YouTube.

O inquérito que apurava eventual abuso de autoridade foi arquivado, a pedido da promotoria. O MP entendeu, que apesar de ter havido “um pouco de excesso na hora da retirada da calça da escrivã”, não havia no ato qualquer intuito libidinoso e isso bastou para isentá-los.

No âmbito disciplinar, os policiais chegaram a ser chamados de corajosos e destemidos.

Depois que o vídeo veio à tona, no entanto, tudo mudou.

Promotores do grupo de controle externo da polícia criticaram fortemente a ação. Os policiais foram afastados e a corregedora-geral perdeu seu cargo de confiança.

A mudança de comportamento não destoa, em verdade, de como a própria sociedade encara os excessos da repressão.

A violência policial está longe de ser uma novidade entre nós. Mas só quando ela nos é mostrada sem pudores, com imagens em relação às quais não se pode fechar os olhos, é que desperta indignação.

Longe dos olhos, longe do coração.

A edição da lei da tortura foi um nítido exemplo da importância das imagens furtivas.

O Brasil era signatário há anos de um tratado no qual se obrigava a reprimir o abuso de agentes públicos, mas as reivindicações para a tipificação do crime não sensibilizavam os parlamentares.

A lei só foi proposta, e aprovada em curtíssimo prazo, quando as cenas da violência policial na Favela Naval, filmadas por um cinegrafista oculto, foram mostradas em rede nacional.

A tortura não nos era desconhecida – apenas suportável quando não éramos obrigados a encará-la de frente.

A situação precaríssima dos encarcerados no país não é lá muito diferente.

É preciso uma rebelião daquelas em que cabeças são cortadas, ou fotos de corpos presos empilhados em contêineres, para que comecemos a supor que, afinal, alguma coisa está fora da ordem.

Analisando as atrocidades que tem visto em inúmeras inspeções carcerárias país afora, um juiz auxiliar do Conselho Nacional de Justiça chegou à conclusão que a sociedade tolera as graves violações porque, no fundo, acredita que o criminoso mereça vingança.

Faz sentido.

A opinião de que precisamos de mais repressão, mais pena, mais prisões e menos direitos, é persistente na sociedade. E as críticas aos abusos da punição são bem mais esporádicas.

Mesmo que já estejamos na faixa do meio milhão de presos, sem contar os adolescentes infratores, continuamos a clamar que o Brasil é o celeiro da impunidade, e pedir por mais e mais cadeia.

Quem se opõe a isso e luta pela preservação de garantias fundamentais é taxado de defensor dos “direitos humanos para bandidos”. A ojeriza à utilização dos instrumentos de defesa, como a recente crucificação do habeas corpus, faz com que todo advogado seja considerado um pouco criminoso.

Enquanto isso, as punições por tortura, como se sabe, são irrisórias.

O receio de denunciar, a desconfiança dos operadores do direito, a necessidade de preservar como legítimas provas obtidas de forma ilícita, tudo isso vitamina a enorme cifra negra da tortura.

Mas não é só.

A ânsia de punir, a comoção causada pela contínua exploração midiática dos crimes e a demagogia dos parlamentares que a cada vítima famosa propõem novas leis, acaba por moldar nossa forma de tratar o crime. Com o máximo de espetáculo e o mínimo de limites para a repressão.

Tudo isso vai bem, até que as duras imagens nos cheguem, de alguma forma, contrabandeadas da realidade.

Quando se vê, a barbaridade das consequências enfim nos assusta e nos comove.

Talvez por isso o governador tenha se preocupado tanto com o vazamento do vídeo.

Mas aí seria o caso de se perguntar: para a garantia dos direitos, ao invés de pregar o respeito à Constituição, teremos de recorrer ao Wikileaks?

Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo. Foi presidente da Associação Juízes para a Democracia. Coordenador de “Direitos Humanos: essência do Direito do Trabalho” (LTr) e autor de “Crime Impossível” (Malheiros) e do romance “Certas Canções” (7 Letras). Responsável pelo Blog Sem Juízo.


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Comentários

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zaca

vemos na historia da idade media atrocidades inusitadas, e hoje graças à tecnologia moderna conseguimos ver outras de autoridades sem carater , desde o praça ate o juiz . ate no transito as vezes somos tratado como se fossemos bandido , com prepotencia e arrogancia

Damiana

Concordo com o juiz que o governador tratou este caso como se fosse o "marido traído" que tirou o sófa da sala,
E a imprensa em geral com as autoridades, foi omissa. Um ano para esse caso vir a tona.
Numa instituição pública isto é inadmissível.
Imagine, que você trabalhe em qualquer repartição pública e cisma que vc tenha algo na calcinha ou na cueca e dai faça passa o constrangimento que essa funcionária passou. Dai o incriminador passou a criminoso e o incriminado poupado…

Leo Dias

A escrivã que tantos defendem teve sua roupa tirada porque tinha recebido PROPINA. Um funcionário público corrupto é gente do mais baixo escalão. Tinha educação, nível superior e um elevado salário para Servir ao Público, e ainda assim recebia propina e colocava dentro das calças. Esperta, conhecia bem seus direitos, sabia de cor que ninguém poderia arriar suas calças. Agora imagina um policial, que não é filho de ninguém, que se fizer uma merdinha mínima que seja é investigado, se deparar com uma picareta dessas e nada fazer. Meu amigo, censo de justiça todo bom policial tem. Como vc justifica um policial a paisana tentar socorrer alguém que está sendo assaltado, arriscando sua vida por justiça. Quantos já morreram nessa situação.
A corporação policial normalmente é formada por pessoas humildes, das classes mais populares da nossa sociedade. Muito diferente das pessoas que tanto criticam os policiais com os depoimentos acima. Se fossem seus iguais talvez fossem um pouco mais complacentes, como estão sendo complacentes com a escrivã que escondia propina na xereca!!! Por isso a crítica foca tanto a atuação da polícia, que nada mais é do que um efeito da impunidade, não a causa.
O policial se arrisca para pegar um bandido que a lei e os magistrados logo providenciam de soltar. Sendo solto vc acha que o bandido procura quem pra se vingar?? Quantos policiais são assassinados no Brasil?? É a profissão que mais gente morre em trabalho. Mas isso é normal né! Quem bota o “cú na reta” todo dia é quem??
Médicos recebiam salários superfaturados na Prefeitura de Jandira e nunca foram ao hospital. Quando foram descobertos imagina o que aconteceu com eles? Seus salários foram suspensos, somente isso!!! Pq o CRM não os cassou, pq a OAB não questionou o MP e exigiu punição exemplar para os médicos corruptos?? Pq são seus pares!! São seus amigos doutores!!!
Chega de demagogia gente!! O judiciário seleciona qual a classe social que o martelo da lei vai bater mais forte, isso é inadmissível em uma REPÚBLICA!!!

Lucas Parente

Parabéns pelo excelente texto, Marcelo. Qualquer debate sincero sobre problemas graves e complexos como a tortura somente é possível se começamos com uma autoanálise: “o que eu tenho a ver com isso?”.
É pena que muitos ainda tenham dificuldades em enxergar as relações mais ou menos sutis que nos vinculam de alguma forma, seja por ação, seja por omissão, com a corrupção, com a impunidade, com a tortura.
Dessa forma, torna-se ainda mais difícil identificar a nossa responsabilidade individual pela defesa dos Direitos Humanos, da Constituição, do Estado de Direito…
Há mesmo muita coisa fora da ordem. E eu, como advogado, bem sei o quanto somos considerados “um pouco criminosos” por defender um acusado. Fico indignado quando vejo gente que vivenciou a ditadura se posicionando contra os Direitos Humanos: acaso esqueceram que esse conjunto de garantias foi pensado para nos proteger da mais perigosa de todas as forças – o próprio Estado? Parece que muitos nem aprenderam isso.
Direitos humanos deveriam ser ensinados na escola. Mas, o que fazer se nem na Faculdade aprendemos satisfatoriamente? O que mais me deixa perplexo, contudo, é ver Bacharéis em Direito e até advogados (que juraram defender os Direitos Humanos) repercutindo o discurso de que precisamos de leis "mais duras" e “menos impunidade”. Acho que precisamos é de melhores escolas, professores com salários muito melhores, polícia equipada, bem paga e melhor fiscalizada, um Poder Judiciário melhor aparelhado, transparente, modernizado, informatizado.
Mas creio que carecemos, antes de tudo, adotar uma atitude menos omissa diante dos grandes problemas do país.

Racismo

A comoção ocorre se a vítima for branca.Os demais são vítimas sem rosto, são simples números de estatísticas.
"Não Somos Racistas".

Luci

O vídeo demonstrou que autoridades públicas são cúmplices de ações desumanas. Aqueles que por dever de responsabilidade no cumprimento de leis deveriam punir servidores públicos que demonstraram violência omitiram-se. A omissão deixa no ar uma pergunta "Qual mentira vou acreditar".

João Sérgio

Não devemos esquecer das execuções no pedágio da Castelo, efetuadas pela polícia do Sr. Alkimin, e que foi objeto de denúcia do Dr. Hélio Bicudo que, recentemente, aderiu à eles naquela manifestação armada por estes fascistas, pela liberdade de imprensa, e que, independentemnte de suas motivações, manchou sua biografia. Ah. tem o caso recente da professora presa em um onibus, no interior de São Paulo, por suspeita de tráfico de drogas, quando na verdade carregava um tijolo de rapadura. Tem, também, o caso do rapaz inocente, preso dentro de sua casa sob suspeita de ter atirado nos estudantes da FGV, e que a polícia do Sr, Alkimin sequer se tentou para os álibis apresentados pelo rapaz que, mais tarde, provou serem verdadeiros e reais. Estes descalabros não são mero acasos.

SILOÉ

Caro JUIZ:
Como podemos nos indignar com qualquer situação sem tomarmos conhecimento dela?
Por suposição!!! Não dá.
Pelo que eu entendi o V.E.. está jogando nas nossa costas as responsabilidades do mau funcionamento da justiça. Quando a gente critica o habias corpus que só funciona prá endinheirado, aí o sr diz que é ojeriza ,e quanto aos advogados: O V.E. sabe que não é bem assim.
O Brasil é um celeiro de impunidade sim: Porque a maioria dos meio milhão de presos são de ladrões "de galinhas" e outra parte já cumpriram a pena e esta aguardado alvará de soltura que nunca sai por incompetência do judiciário.
Posso contar nos dedos os criminosos de colarinhos branco presos. Graças ao tal habias corpus.
Não tente nos fazer de idiotas tentando livrar a cara do seu governador, a sua, e a de seus pares das responsabilidades que são única e exclusivamente suas, da Justiça e do seu estado.

Milani, SP

O eleitor paulista é uma besta. Tira um tucano do Bandeirantes pra colocar outro. Faz isso há 16 anos. E tome guerrinha de egos entre eles, enquanto o Estado mais rico do país afunda em sua própria mediocridade. Estamos estagnados, cheios de problemas, pedágios e policiais mal prepaparados, mas o bom eleitor acha tudo lindo. Bando de antas!

Abuso policial só comove quando é mostrado em vídeos, fotos e TV « LIBERDADE AQUI!

[…] Via Vi o mundo […]

Marcio

Texto estranho pois cita dois casos claros de impunidade patrocinado pela justiça brasileira: Sobre HC's – Dois habeas Corpus em 48 hs no STF para um criminoso do colarinha branco é o que? 2 – Operação Satiagraha toda jogada prá baixo do tapete, destruindo anos de investigação que alcançaria a elite política, do judiciário, e empresarial. Resumo o delegado acusado de obter provas ilícitas. O buraco é bem mais embaixo sr. Juíz.

Mauro A. Silva

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O juiz da 7ª Vara Criminal de Goiânia, Oscar Sá de Oliveira Neto, não viu torturas nem no vídeo e nem nos depoimentos de outra professoras e funcionárias. O juiz também concedeu liberdade à professora Maria do Carmo Serrano, a dona do berçário Bebê Feliz, por entender que ela não tem antecedentes criminais e tem endereço fixo…

Este é o Brasil que vai pra frente.

Leia a notícia completa aqui:
– Dona de creche filmada agredindo crianças é solta em Goiânia (Correio Baziliense, 05/03/2011)
“Apesar de o crime de Maria do Carmo ter sido desclassificado e enquadrado em categoria mais branda, os depoimentos de funcionários da creche e de pais das crianças indicavam que as agressões podem ter sido mais sérias. Há casos de relatos em que a dona da creche obrigava meninos e meninas a sentarem na própria urina, trancava as crianças no banheiro e esfregava o dedo delas no muro até sangrar”.
http://movimentocoep.ning.com/forum/topics/justic

O_Brasileiro

Se para garantir seu bem estar uma sociedade precisa descumprir suas próprias leis, então há alguma coisa muito errada com essas leis… Ou com essa sociedade…

Remindo Sauim

Rato é rato!

Francisco Hugo

“… a sociedade tolera as graves violações porque, no fundo, acredita que o criminoso mereça vingança.
Faz sentido.”
Faz sentido?
O meritíssimo assiste ao Datena. E, ao mesmo tempo, o meritíssimo assiste o Datena. Assim, não há problema de regência: a classe dominante, que inclui meritíssimos, não age porque “a sociedade tolera”.
A parte da sociedade a qual pertenço e com a qual convivo não tolera violência de jeito nenhum. Exceção a pastores/grupos de evangélicos fundamentalistas cujo deus os protege (os bons) com uma das mãos e com a outra aniquila os maus.
As manifestações populares contra a violência policial, quando vão além das balas de borracha e dos cassetetes, param nos meritíssimos e são caracterizadas pelos datenas como tumultos, desordens, badernas.
Estou pensando na menina que ficou dias presa em cadeia pública, lá no Pará, servindo sexualmente aos presos em troca de comida.
Não deu ibope como o da escrivã galega.
Não, meritíssimo! Não faz sentido!

    Clóvis

    Você precisa URGENTEMENTE aprender a interpretar um texto! O que faz sentido é a intepretação do membro do CNJ e não a vingança! Ele passa o texto inteiro metendo pau em quem defende abusos…. Leia com mais atenção

    Francisco Hugo

    Clóvis,
    vá desculpando o decurso entre seu conselho e minha resposta. Não voltei à matéria em tempo.
    Procurei, como você indicou, reler com mais atenção. Fiz isso mais que uma vez.
    Acontece que tenho certa limitação intelectual.
    Por conseqüência (com trema e tudo), só fiz confirmar minha primeira impressão: o meritíssimo escreve mal pra caramba e o "faz sentido" não faz sentido.
    Ainda assim, muito obrigado!

tunico

A cúpula da SSP de São Paulo ainda tem como referência o antigo DEOPS. É ainda a predominância do ultra-conservadorismo arcaico da elite paulista enraizada nas esferas de poder.

Marcelo

Bom coração, mas péssima gramática. Doutor, "encarar de frente" é pleonasmo. E o sinônimo de impingir um comportamento ou alcunha é "tachar", e não "taxar".

    I.F.Neto

    Quanto mais vivo, mais aprendo. Ao criticar o estilo literário do comunicador, eu denigro sim o texto dele. E a mensagem, mesmo correta, é vista com o mesmo desdém do crítico pelos outros leitores. Envenenar o poço é a melhor maneira de impedir os outros de beber dessa água. A mensagem do Juiz é e está correta, tanto no conteúdo quanto na forma. Pleonasmo é vício de linguagem, não erro gramatical. E as formas "tachar" e "taxar" estão ambas corretas. A oralidade das duas formas é equivalente, embora a tradição estilística adotada pelas maiorias seja de maior uso escrito de uma delas, em detrimento da outra. Já quanto ao assunto, oportuno. A tortura ainda ocorre como prática policial comum no Brasil. Enquanto a impunidade desse tipo de ação prosseguir, não superaremos essa chaga da nossa história. Muito ainda por fazer. Vamos trasbalhar.

dsampa

Agradeço imensamente à PM de meu estado por todas as vezes que precisei e fui bem atendido, precisamos apena de algumas adequações nas nossas polícias, investimentos material e humano. Ainda temos alguma segurança nesse país graças aos nossos policiais que não têm salário, equipamento reconhecimento, mas mesmo assim continuam a servir a população de bem.

    Geysa Guimarães

    dsampa:

    Concordo, também reconheço o valor dos bons policiais. O problema é a chefia e a promiscuidade com os políticos.

Pedro

É isso aí, demagogos! Continuem fazendo argumentos vazios, peçam mais paciência com os bandidos, batam palmas para os maconheiros.
Isso ajudará muito a extirpar a violência e a bandidagem do Brasil.
Essa esquerda é brincadeira…

    ivomar

    3 decadas atras, investigação de homicidio, juiz "convocado" a meia-noite, os "cachorros"na rua farejando e trazendo suspeitos, delegado federal com ordens do ministerio da justiça, o telefone e a palmatoria começa a tocar a musica funebre. Amanhece o dia um simples PM peregunta "dotô e ai?". E recebe a resposta "Zé" só fiquei com pena de fulano, bati tanto e ele é inocente. 3 decadas se passaram e a vitima ainda tem sequelas e o "dotô" esta preso por assassinar um colega, delegado corregedor da PF.

    Gersier

    Desde quando a esquerda tem a ver com isso? Pelo que sei,existem no Congresso Nacional projetos sobre mudanças na lei que aborda a criminalidade no país,desde a época do fgagac,logo…Mas espere aí,não foi um dos "ícones" da direitona,o gilmar dantas mendes que acusou o Lula de implantar o estado polialesco no Brasil?Não foi ele que disse que algemar não pode?

    Pedro

    Criticar a esquerda não significa defender a direita. Eu mencionei a esquerda porque, estatisticamente, são essas as pessoas que pregam as coisas sobre as quais falei. Tudo bem que não são todos, mas a maioria.

    João

    Cara, sugiro que leia o artigo de novo. Você não entendeu nada da discussão.

    Pedro

    Camarada, realmente não foquei no cerne do artigo, isso foi proposital. Apenas quis aproveitar a oportunidade para me expressar sobre assuntos correlatos. Isso, creio, também faz parte do debate.
    Porém, alguns camaradas se sentem ofendidos e me chamam de "troll"… que coisa patética…
    (não é o seu caso).

    Ⓐnti

    É isso aí troll! Tomara que teu filho, teu sobrinho, qualquer adolescente parente teu tome batida durante a adolescência inteira para você ver o quão legal é a TUA polícia…

Gustavo Pamplona

Estão falando de "sociedade" então vejam a sociedade hipócrita que vivemos onde cachorros tem direito.

[MP quer que homem que explodiu cachorro pague indenização]
http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/mp-quer

O mais interesante é que todo dia abatemos vacas, porcos e frangos e não damos a mínima para eles enquanto no sudeste asiático churrasquinho de cachorro é uma "iguaria".

Detalhe: Esta notícia deveria estar na parte de "Esquisitices" do R7.. eu até gostei dela, gostaria de ter visto o cachorro ser explodido… hahahahahhaha

    Cachorro

    Realmente, Gustavo, você tem razão. Há diferenças gritantes entre nós e o sudeste asiático. Também concordo que há desigualdade no tratamento dispensado aos outros animais, normalmente destinados à alimentação da espécie homo sapiens (acredito que seja mais demens do que sapiens). O sonho de toda vaca é nascer na Índia e, suponho, que todo cachorro deveria ter medo de nascer no sudeste asiático ou ser dado de presente pra você. O cara que explodiu o cachorro deve, no mínimo, sofrer de algum distúrbio. Espero que você só tenha falado que gostaria de ver o fato para dar uma de valentão, ou machão, ou sei lá o que…

Fernando

Vá ao Complexo do Alemão, lá é um festival de abusos promovidos pelas ´´forças do bem“.

FrancoAtirador

.
Um corajoso Juiz de Direito vem a público pedir,
aos agentes públicos e às autoridades constituídas,
o respeito à Constituição Federal.

Em que grau de civilização nós estamos?
.

Paulo França

A blogosfera abre espaço para reflexão, saindo da mediocridade dos conceitos da Imprensa Marrom. Uma mudança de comportamento está longe de acontecer, mas a sensibilização de toda sociedade é um caminho necessário para encontrarmos novas leis e aplicações dos Direitos.

jucemir

Outro dia, um ministro do STF acusou outro, em plenário, de manter jagunços. De modo geral, a mídia fingiu que não ouviu.
(Não sei se o juiz Marcelo Semer postou por aí algo sobre o episódio.)
…Polícia no padrão escandinavo e executivo, legislativo e judiciário no padrão brasileiro…Difícil…

Luci

Eu nunca soube que no país houve estudo para saber porque policiais são violentos com a população civil. A inistência de negação da da violência supostamente é uma senha para que a população pobre continue sofrendo humilhações e destrato. Estamos na contramão da história da evolução da humanidade.Ser campeão em economia impôe maior rsponsabilidade com políticas públicas para reduzir a desigualdade social deste país. Cumpra-se as 'Metas do Milênio". O Brasil deve ser um apís para todos.

Lucas

Sinceramente, eu tenho dificuldade de entennder: a mesma sociedade que "se comove" com o caso da escrivã, é a mesma que bate palmas para o BOPE, que faz coisas muito piores do que despir uma acusada.

    Ricardo

    A escrivã é o tipo fisico da classe dominante, já os que o bope pegam é da classe dominada. Fora esse detalhes, tem o lado corporativo da policia civil que nao aceita atuaçao da corregedoria atrapalhando os negocios. Quando Daniel Dantas foi algemado foi um deus nus acudam… vejo isso todo dia na tv e esses hipocritas ai / nao falam uma virgula….

Luci

Um dia um (uns) jornalista, um jurista, uma socióloga, um magistrado, as vozes que lutam por justiça e paz estão aumentando.O magistrado expressou o pensameno de milhões de cidadãos brasileiros, se a escrivã mereceu este tratamento e "encobrimento" por parte de servidores públicos (seus colegas), é possível imaginar o que o cidadão não servidor público sofre nas mãos de policiais. A manifestação do juiz Marcelo Semer é um ponta de esperança, nem todos estão mudos diante de injustiças/barbaries que violam Direitos Humanos, desrepeitam a Constituição Federal e impõem o "faz de Conta" que fragiliza a Democracia. A semente desta indiferença é os programas policialescos que trabalham para distorcer realidades.A violência é maior de cima para baixo.

Mac

Mataram Jesus , quanto mais os outros !

Gustavo Pamplona

Provavelmente vou ser negativado com isto… mas lá vai…

Vocês sabiam que se o "lance" da escrivã de polícia tivesse acontecido na PM paulista a Band não noticiaria… (até daria 80% de chances) mas como foi na Polícia Civil…

Detalhe: Depois que a Band noticiou o resto dos veículos (inclusive a blogosfera) passaram a repercutir a notícia.

Bom.. basta ver como o Datena fala bem da PM e além do mais existe aquele programa chamado P-24 (Polícia 24H) que mostra as "boas ações" da PM e que também serve como propaganda da PM paulista

Eu pergunto: Vocês acham que a Band noticiaria algo de péssimo contra "protagonistas" de um de seus programas?

Eu sei muito bem como a sociedade age e principalmente como a mídia age… se é contra os seus, tudo bem… agora se é contra os meus… é um silêncio

Não se esqueçam também daquele confronto entre as polícias civil e militar em que a maior parte da mídia apoiou a PM.

Além do mais o caso com a escrivã ocorreu em 2009… já era… se fosse para ter tido alguma "justiça" teria que ter sido feita na época

ANA

A questão fundamental é a prática da transparência do Poder Público.
Sr. Alckmim demonstrou nesse episódio que não é um seguidor.
Lembremos disso nas próximas eleições!
Façamos um arquivo!
E as estatisticas lançadas por São Paulo sobre a violência?
E o cientista político responsável por elas? E o seu negócio de consultoria sobre violência?

Jairo_Beraldo

O que eu penso sobre veste fardas, já sabem…mas quando li que foi UMA CORREGEDORA, que avaliou a situação sobre A ESCRIVÃ, pirei…não tinha lido ainda sobre, pois nem o vídeo quis assistir. E depois EU que sou machista!

Luis

É bom ler a primorosa obra do Zizek (Em defesa das causas perdidas – Editorial boitempo). Nela, o intelectual resolve disparar sua metralhadora teórica contra a acomodação politica. Afinal; o protesto "bem comportado" é que faz nos escondermos da violência do Estado. O que o "picolé de chuchu" fez foi o que nossas consciências pequeno-burguesas pedem: livrem-nos da responsabilidade de agir. Não mostrem o real, o deserto ético, a terrivel obscenidade do Estado. Isso revela nossa impotência social e nossa covardia. O Lobão, numa ótima entrevista, disse: quem é o Estado para definir que substância ele deve ou não deve ingerir? Foi em cana por isso. Tais espamos de resistência deveriam ser vir de exemplo… para que deixem de se apenas espasmos.

waleria

A estrutura policial no BRasil é a estrutura de uma colonia, onde o Estado colonizador precisa se proteger CONTRA os cidadãos.

Já passou do Congresso Nacional trabalhar para mudar isso.

Mas nosso Congresso só olha para o próprio umbigo e não muda nada – só pensa em seus partidos e sua politicalha.

Já deu para perceber que uma "democracia representativa" entre nós sempre girará em torno dos interesses dos representantes e jamais dos representados.

Porque não uma democracia mais direta, sem tantos intermediários? Sem tantos Cartórios?

Geysa Guimarães

Ulalá, ainda há juízes em São Paulo!

josaphat

Não existem direitos humanos. Existem, sim, direitos à propriedade. O resto são sonhos, quimeras…

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