Marcelo Lopes: Os cavalos e o filho do empregado

Tempo de leitura: < 1 min

Azenha, meu nome é Marcelo Nogueira Lopes.

Estou enviando uma matéria que passou no JN de sábado. Entrevistaram o responsável pelo Jockey e ele fala dos cavalos que morreram e por último de uma criança de 5 anos. Ficou muito estranho, pois ele lamentava a morte dos cavalos e a criança não teve tanta importância assim. Estou enviando o link também pois lá tem a entrevista que saiu no JN.

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/01/quinze-cavalos-do-jockey-club-brasileiro-morrem-em-itaipava-rj.html

Quinze cavalos do Jockey Club Brasileiro morrem em Itaipava (RJ)

Muitos passaram três dias dentro da lama. Tragédia na Região Serrana do Rio atingiu também um dos mais importantes centros de treinamento de cavalos do país.

Cerca de 120 cavalos viviam em um haras, no Vale do Cuiabá, em Itaipava, distrito de Petrópolis. É o principal centro de treinamento do Jóquei Clube do Rio de Janeiro. Quinze cavalos morreram. Alguns ficaram feridos. Muitos passaram três dias dentro da lama.

“Um desespero. Você ver o cavalo morrer. Parte das cocheiras foi destruída. O cavalo foi levado água afora. Perdemos casas, empregados, perdemos o filho de 5 anos de um empregado nosso. É muita tristeza”, contou o veterinário Leopoldo Curi.


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Comentários

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~Mônica Rangel

Não sei se é procurar "cabelo em ovo" mas que ficou "estranho", ficou. Quando vi essa reportagem, já comentei na hora: "o filho do caseiro veio depois dos cavalos". O triste é constatar que, essa mentalidade, talvez seja muito mais usual do que a gente pensa.

Lucia

Pra quem tenta desculpar o depoimento do Porco Capitalista de Amarelo, digo que atentem para reconhecer um momento em que as relações humanas nesse sistema terrível se revelam em sua pior crueza: ele não vê a diferença entre uma casa e um empregado. Muito menos entre os cavalos e a criança. É só prestar atenção na prioridade que ele estabelece ao comentar as perdas: e são todas perdas materiais, porque um empregado morto, na cabeça de um patrão capitalista, é uma perda na medida em que ele vai ter que arranjar outro cara não treinado pra colocar no lugar. Um depoimento desses, no JN, só serve pra ilustrar a desumanização das relações humanas no capitalismo. Welcome to the jungle.

Fernando

Os esportes de cavalos estão evoluindo no Brasil, graças ao apoio do Ministério dos Esportes, e devemos seguir assim para fazer bonito na olimpíada Rio 2016.

    Marco Túlio

    Esportes das zelite das zelites. E ainda precisa de dinheiro público?
    Se fosse eu, construiria ginásios de atletismo para os jovens que não possuem cavalos puro sangue.
    Mas, sei lá…cada um com sua fé, como dizem nas cerimônias equusmênicas.

    Fernando

    Cara, isso é a inclusão proporcionada pelo governo Lula!

    Botar os jovens negros pra ficar correndo numa pista de atletismo é do tempo do FHC, quando pessoas de baixa renda não tinham ar refrigerado, não andavam de avião e só podiam jogar futebol ou correr.

    Agora com a bolsa para futuros atletas criado pelo governo do PT os jovens carentes podem optar por uma série de esportes com todo o apoio do governo federal, inclusive esportes ´´de branco“ como tênis e hipismo.

    Esse papo só alimente o preconceito, e preconceito eu tô fora. Quero um negro ganhando o ouro no cavalo em 2016, e graças ao Lula e a Dilma assistirei isto!

Claudinha

Meus caros,

Mais triste ainda, nesse caso, é que o cavalo entrevistado, ao contrário do que presume nosso colega Lima, em post abaixo, não teria chorado nem mesmo se fosse o próprio filho vítima da tragédia que assola alguns municípios do Rio. O "cavalo Curi" tem filhos, sim, mas lembra-se deles quando chegam as faturas do cartão de crédito… Quanto ao filho do empregado, ora, faça-me o favor, que o "cavalo Curi" é homem ocupado e tem mais o que fazer! (…)

Madrasta do texto ruim

Na boa, acho que isso já é procurar cabelo em ovo, gente!

O cara é de um haras, e estava lá pra falar dos cavalos. Se ele fosse de um orfanato ou de uma escola, ele iria falar primeiro das criancinhas.

Eu vi essa reportagem. O cara tava transtornado, falou dos cavalos, "moradores" principais do local e lembrou-se de dizer que não foram só os moradores principais que sofreram, o filho do criador tb sofreu. Ficou claro no tom de voz dele a perda do menino foi tão ou mais chocante que a perda dos cavalos.

Além do quê, o intuito da reportagem foi mostrar que os prejudicados com essa tragédia toda não foram só os pobres ferrados. Reportagem num haras dá a conta do recado direitinho.

E várias outras reportagens daquela edição falavam das mazelas e tragédias ocorridas com as pessoas, então, na boua, não vi nada de mais nessa reportagem…

    Edno Lima

    Felizmente há gente inteligente aqui nesse blog.

    Arthur Schieck

    Eu também já tinha postado algo semelhante mas parece que caiu no limbo.
    Essa reportagem é procurar cabelo em ovo!

    dukrai

    véi, ele podia estar lá pra falar da vó do zé mané, mas a morte de uma criança não pode ser "tão ou mais chocante que a perda dos cavalos", ela é absoluta na sua dimensão humana e familiar e é uma perda irreparável para a mãe e o pai, os parentes e os amigos.

Marcelo Lopes: Os cavalos e o filho do empregado | Blog do Disimo – Textos para pensar

[…] Do Vi o mundo […]

Rodrigues

Não sei se rio ou se choro com o depoimento do porco de camisa amarela…

armando jonas

Azenha,
no mesmo JN, de sábado, a reportagem final fala de um pedreiro que perdeu mulher, dois filhos e mais parentes e está atuando como voluntário ajudando os bombeiros nos resgates etc. Num dos trechos da reportagem, o repórter chega com o pedreiro onde fora a sua casa. Mostra a casa do patrão intacta, sem nenhuma trinca e lá pelas tantas diz o off do repórter: Fulano não tem onde morar.

Aí, eu pergunto: e o patrão, onde está? Por que não cede um cômodo da casa da fazenda para o empregado se abrigar até conseguir um novo espaço?
É o nosso mundo. O pedreiro que perdeu tudo dando o exemplo. E o patrão, bem, o patrão tem muitas outras coisas pra pensar que não incluem a solidariedade ao funcionário e muito menos solidariedade humana.

Pensei dia desses, em criar um blog para incluir os nomes de todos os trastes humanos com que nos deparamos no nosso dia a dia, na política, no juciciário, nas artes, na vida, enfim. Este patrão teria lugar garantido ali.

abs.

    Madrasta do texto ruim

    Er… o pedreiro não é "free-lancer", não? ele tem patrão? C tem certeza de que ele tem patrão?
    Gente, tem muita coisa errada nessa história da região serrana, mas vcs tão procurando cabelo em ovo!

    dukrai

    quanta pergunta trollzinha, argumento mesmo, nadinha

Tolentino

Mundo cão

gente vale nada

cavalo, milhão

Ricardo Galvao

A matéria foi um COICE na 'liberdade' de imprensa de Paulo Bernado…

Claudionor Damasceno

pelo que vejo, nem todos os cavalos morreram.

    O_Brasileiro

    Excelente!

Tereza

Nao entendi. Qual o problema de lamentar a morte do cavalos e da crianca?
Eh lastimavel mesmo.

Gerson Carneiro

O cavalo se foi.
Ah, a criança também.
Ficou o pelego.

Stephania de Souza

Normalmente tenho muito orgulho do meu país e dos meus compatriotas, mas neste momento confesso que estou envergonhada!!!!!

    Márcia Aranha

    Desculpe, amiga… Mas deste tipo de brasileiro, jamais tive orgulho. Não valem o que o gato enterra…

Edson

Não podemos deixar de lamentar a morte de animais… somos todos seres vivos, quer sejamos animais, quer sejamos humanos…
Fiquei muito triste com a imagem de um cavalo preso entre quatro paredes e com lama até o peitoril sem ter chances de sair… provavelmente morreu em agonia… como muitos humanos, que é triste DA MESMA FORMA sem distinção por ser humano ou animal… Pra mim, é uma ignorância sem tamanho o tratamento distinto entre humanos e animais… fica parecendo que os humanos são superiores e os animais meros OBJETOS… fato totalmente irreal.

Arthur Schieck

menos, né?
O sujeito fala do menino também e provavelmente estava respondendo a pergunta do reporter sobre os cavalos. Por isso a ênfase.
Mais que isso é procurar cabelo em ovo.

Robson Porto

É certo que a Globo, na sua eterna obsessão em turbinar qualquer tipo de evento que possa respingar em Lula, o que claramente não é o caso, pois trata-se de "gente bem" que jamais construiria em área de risco, deve ter incluído os cavalos no "toll death" desta triste tragédia…

lima

Se fosse o filho desse capitalista, ele certamente, estaria a lamentar-se.

@flaviaholleben

Realmente, essa matéria foi uma 'cavalice'…

Luis

Numa hora dessas fica difícil alguém dizer o certo da maneira politicamente correta se quem deveria ter mais responsabilidade pela divulgação do certo não dá exemplo. Pobres de todos, pessoas e animais.

Elton

Valores invertidos, característico de nossa sociedade atual, Cavalos valem milhões…..o que vale o filho de um empregado???? Hoje, cachorros e gatos criados emmelhores condições do que crianças. Tempos atrás lincharam um carteiro em Santa Catarina porque apenas bateu com o capacete de motoqueiro num cachorro que se soltou de uma casa para atacá-lo, vizinhos viram e "justiçaram" o animal, que nem se feriu…….

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