Lúcia Rodrigues: Governo Alckmin mascara corte de água em São Paulo

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Na TV, paulista ri da falta d’água

Governo tucano mascara corte de água da Sabesp em São Paulo

Residências abastecidas pelos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga-Billings terão corte no fornecimento entre oito da noite e quatro da madrugada. Volume será direcionado para moradores da região da Cantareira

 Por Lúcia Rodrigues

Os moradores das regiões abastecidas pelos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga-Billings da Sabesp vão passar a conviver todos os dias com cortes no fornecimento de água entre as 20h e as 4h, segundo apurou a reportagem do Viomundo.

Uma fonte que trabalha na Sabesp, mas não quer se identificar com medo de represálias, informa que a orientação dada é para que os dois reservatórios passem a redirecionar o volume, para suprir parte da falta de água nas residências do sistema Cantareira. Não há prazo para a decisão ser revogada.

“Há dois meses começaram a fechar (os reservatórios) da meia noite às quatro da madrugada, há mais ou menos 20 dias reduziram para as 10 da noite e agora baixaram para as vinte horas. O governo não é transparente. Não informa a população sobre o que está fazendo”, critica.

De acordo com o funcionário da Sabesp, a decisão foi tomada depois de o volume operacional (quantidade de água acima das comportas) das represas Jaguari/Jacareí, as duas principais do sistema Cantareira, atingirem 1,95% de sua capacidade.

Ele conta que quando o volume operacional das duas represas for zerado, a Sabesp passará a utilizar o volume morto, que para ser extraído precisará ser bombeado. De acordo com o técnico, esse processo é caro.  “O governo vai gastar mais de 100 milhões (de reais). É tudo feito com dispensa de licitação.”

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PSDB é responsável

O técnico explica que isso ocorre porque o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não investiu na ampliação de mananciais nem na ampliação das estações de tratamento de água.

“O sistema Rio Grande (na região de São Bernardo do Campo) está quase 100% cheio e poderia fornecer água para a Cantareira. Mas a estação de tratamento é pequena, não tem condição de fazer isso”.

A mesma coisa acontece com os sistemas Gurarapiranga e Rio Claro (ambos na zona sul). “Têm água, mas não têm como tratá-la”, lamenta.

Ele recorda que em 2004 o sistema Cantareira quase entrou em colapso. “Estava abaixo dos 10% e só não secou porque choveu muito em janeiro, fevereiro e março. O governo não fez nada para reverter o problema. E agora ainda tem coragem de dizer que não sabe porque está faltando água…”

PS do Viomundo: A resposta da Sabesp, na TV, é de que faltou chuva. Paulista, corajoso, vai tirar de letra. Quando eu, Azenha, trabalhava na Globo do Rio, foi exatamente assim que a emissora tratou o racionamento de energia de Fernando Henrique Cardoso. Apelando à solidariedade, como se tudo se devesse ao acaso…

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