Boff: O preço de não escutar a natureza

Tempo de leitura: 3 min

por Leonardo Boff

O cataclisma ambiental, social e humano que se abateu sobre as três cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na segunda semana de janeiro, com centenas de mortos, destruição de regiões inteiras e um incomensurável sofrimento dos que perderam familiares, casas e todos os haveres tem como causa mais imediata as chuvas torrenciais, próprias do verão, a configuração geofísica das montanhas, com pouca capa de solo sobre o qual cresce exuberante floresta subtropical, assentada sobre  imensas rochas lisas que por causa da infiltração das águas e o peso da vegetação provocam  frequentemente deslizamentos fatais.

Culpam-se pessoas que ocuparam áreas de risco, incriminam-se políticos corruptos que destribuíram terrenos perigosos a pobres, critica-se o poder público que se mostrou leniente e não fez obras de prevenção, por não serem visíveis e não angariarem votos. Nisso tudo há muita verdade. Mas nisso não reside a causa principal desta tragédia avassaladora.

A causa principal deriva do modo como costumamos tratar  a natureza. Ela é generosa para conosco pois nos oferece tudo o que precisamos para viver. Mas nós, em contrapartida, a consideramos como um objeto qualquer, entregue ao nosso bel-prazer, sem nenhum sentido de responsabilidade pela sua preservação nem lhe damos alguma retribuição. Ao contrário, tratamo-la com violência, depredamo-la, arrancando tudo o que podemos dela para nosso benefício. E ainda a transformamos numa imensa lixeira de nossos dejetos.

Pior ainda: nós não conhecemos sua natureza e sua história. Somos analfabetos e ignorantes da história que se realizou nos nossos lugares no percurso de milhares e milhares de anos. Não nos preocupamos em conhecer a flora e a fauna, as montanhas, os rios, as paisagens, as pessoas significativas que ai viveram, artistas, poetas, governantes, sábios e construtores.

Somos, em grande parte, ainda devedores do espírito científico moderno que identifica a realidade com seus aspectos  meramente materiais e mecanicistas sem incluir nela, a vida, a consciência e a comunhão íntima com as coisas que os poetas, músicos e artistas nos evocam em suas magníficas obras. O universo e a natureza possuem história. Ela está sendo contada pelas estrelas, pela Terra, pelo afloramento e elevação das montanhas, pelos animais, pelas florestas e pelos rios. Nossa tarefa é saber escutar e interpretar as mensagens que eles nos mandam.

Os povos originários sabiam captar cada movimento das nuvens, o sentido dos ventos e sabiam quando vinham ou não trombas d’água.  Chico Mendes com quem participei de longas penetrações na floresta amazônica do Acre sabia interpretar cada ruído da selva, ler sinais da passagem de onças nas folhas do chão e, com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens. Nós desaprendemos tudo isso. Com o recurso das ciências lemos a história inscrita nas camadas de cada ser. Mas esse conhecimento não entrou nos currículos escolares nem  se transformou em cultura geral. Antes, virou técnica para dominar a natureza e acumular.

No caso das cidades serranas: é natural que haja chuvas torrenciais no verão. Sempre podem ocorrer desmoronamentos de encostas.  Sabemos que já se instalou o aquecimento global que torna os eventos extremos mais freqüentes e mais densos. Conhecemos os vales profundos e os riachos que correm neles. Mas não escutamos a mensagem que eles nos enviam que é: não construir casas nas encostas; não morar perto do rio e preservar zelosamente a mata ciliar. O rio possui dois leitos: um normal, menor, pelo qual fluem as águas correntes e outro maior que dá vazão às grandes águas das chuvas torrenciais. Nesta parte não se pode construir e  morar.

Estamos pagando alto preço pelo nosso descaso e pela dizimação da mata atlântica que equilibrava o regime das chuvas. O que se impõe agora é escutar a natureza e fazer obras preventivas que respeitem o modo de ser  de cada encosta, de cada vale e de cada rio.

Só controlamos a natureza na medida em que lhe obedecemos e soubermos escutar suas mensagens e ler seus sinais. Caso contrário  teremos que contar com tragédias fatais evitáveis.

Leonardo Boff é filósofo/teólogo


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Comentários

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Boff: O preço de não escutar a natureza « Blog do EASON

[…] Blog Vi O Mundo de Luiz Carlos Azenha […]

SILOÉ

Catástrofes como essas não são evitáveis no máximo controláveis, acontecem desde que o mundo é mundo. Em priscas eras o mundo esquentou, esfriou, acabou segundo a Bíblia em Dilúvio, sem qualquer interferência do homem. A natureza é tão poderosa que: por mais que tentemos, sempre seremos impotentes diante dela.

    Alan

    Sim Siloé, catástrofes como essas vem ocorrendo ao longo da história,mas atualmente elas vem ocorrendo com uma frequência cada vez maior,o que é resultado principalmente da ação exploratoria do homem sobre a natureza e do modelo econômico capitalista de crescimento ilimitado. A natureza e um todo interligado,quando se altera uma parte do todo o sistema inteiro é afetado. O ser humano vem cada vez mais desmatando e queimando florestas,poluindo os rios,o ar,e o solo,e caçando e matando indiscriminadamente os animais. Todo esse grande desequilibrio na natureza e devido PRINCIPALMENTE há ganância humana por lucro.

    Adriana De Simone

    Este é o maior exemplo de como nossa sociedade tem se posicionado. Hoje é um dia importante de mobilização contra Belo Monte. Assistam, divulguem, votem o abaixo assinado. Faça o que estiver ao seu alcance para impedir a construção de Belo Monte.
    http://www.youtube.com/watch?v=JcCpFBro-Lc&fe
    http://www.youtube.com/watch?v=JcCpFBro-Lc&fe

SILOÉ

Catástrofes como essas acontecem desde que o mundo é mundo. Em priscas eras o mundo esquentou, esfriou, acabou segundo a Bíblia em Dilúvio, sem qualquer interferência do homem. A natureza é tão poderosa,
que: por mais que tentemos, sempre seremos impotente diante dela.

niveo campos e souza

No que Leonardo Boff disse está claro:

Não nos iludamos, a natureza é sábia, misteriosa e poderosa, enquanto continuar o que sempre existiu: acumulação desenfreada de riqueza, destruição, desrespeito e os homens pensando que são os Senhores da situação, vai ser disto aí para pior: choro, destruição e morte.
Há muito tempo os pobres e desassistido são os únicos atingidos, mas já está mudando e não haverá distinção.
Atenção políticos e donos do poder!

Niveo Campos

    Adriana De Simone

    Citando o I Ching, para que se entenda o tipo de controle que a Natureza exige, para que seja estimulada em sua produtividade: O governante dos homens deve regular essa a corrente de energia proveniente do contato e da influencia múta do Céu com a Terra, propiciando uma época de florescimento e prosperidade geral. "Isso se faz através da divisão. Assim, os homens dividem o fluxo uniforme do tempo em estações, de acordo com a seqüência dos fenômenos naturais, e dividem também em pontos cardeais o espaço que envolve todas as coisas. Desse modo, a natureza, em sua pujante profusão de fenômenos, é delimitada e controlada. Por outro lado, é necessário estimular a natureza em sua produtividade. Isso se consegue ajustando os produtos ao momento e lugar adequados, o que aumenta o rendimento natural. Assim, a natureza recompensa o homem que a controlou e estimulou".

    vi dantas

    Boa Tarde!
    É verdade, a natureza em sua magnitude, parece implorar ao homem o que de direito é seu. A ganancia pelo poder, alavanca as piores situações possíveis.

Boff: O preço de não escutar a natureza « Blog do EASON

[…] Vi O Mundo – por Leonardo Boff […]

José Manoel

Azenha: sabe porque os norte-americanos dizem que não há aquecimento global? Porque eles acham que irão invadir qualquer país para pegar recursos naturais que amenizem o futuro sofrimento deles. O que o mundo tem que evitar, é que pessoas como Sarah Palin assuma o governo deles, pois aí a III Guerra Mundial iria eclodir!!! O Tea party está louco para isso! Só que eles vão se dar conta que o mundo inteiro vai virar contra eles de uma maneira inexorável e aí o imperiozinho vai acabar de vez…….! Quem viver, verá!!!!!!!!!!!!!!!!!

m.fóerbah

O eixo da análise reside como compreensão da dinâmica contemporânea,
na cumulativa civilizacional onde lá em 1821 está a filosofia do direito do Hegel,
e lá em 1843 , a crítica do Marx a Hegel no que concerne ao papel do Estado.
Hegel aponta para o papel civizador do componente do Estado como
controlador do mercado , do processo privatista como miserabilidade quando
este controla o Estado. Marx vê no Estado o controle burguês apontando para
a necessidade de colocar os pés no chão , ou seja , de compreender a
sociedade burguesa sob a ótica da luta de classes.
Hoje, 2011, a disputa pelo controle do Estado , o estágio desta disputa,
com a vitória das forças progressistas com a vitória da Dilma da
continuidade no âmbito Nacional ao processo civilizador , acirra
o conservadorismo na esfera do localismo , onde por exemplo
o pig detem o controle do Estado , por exemplo nesta questão
deste tal" museu do futuro"com o custo de 130 milhões . sendo
106 m., da prefeitura do Rio e 24 m. do Estado, para a Fundação
Roberto Marinho. Esta questão esta em desdobramento…; daí
a necessidade de focar a análise no componente direcional
do poder local inserido na construção da Nacionalidade e daí
para a perspectiva planetária.
Significa que para avançar a compreensão da realidade
a reflexão do Espinosa " Ignorância não é argumento "
nunca foi tão atual. Ignorância com o sentido preciso neste
caso de não levar em consideração dados relevantes
para avançar na sua inteligibilidade.

Daniel

Boff fala sempre em mudança de paradigma, em todos os sentidos. Desde a ECO92, seus livros batem nessa tecla. Ah, pra quem nao sabe ele usa mtas metáforas e um excelente contador de historias

Fabio

Azenha a um tempo atras vi uma campanha da Record falando de Blumenau quando teve uma tragedia semelhante de lá para cá já ocorreram outras ( Angra, Niteroi , Vila Romano etc. ) vc como bom reporter que é poderia nos dizer o que foi feito nestes municipios, houve liberação de dinheiro federal, fizeram um Plano Diretor as casa prometidas pela Record foram construidas. Enfim o que aconteceu depois?

José Vilson

Bom Dia! Estudando todas as ponderações dos geólogos, ambientalistas, políticos e pessoas envolvidas na tragédia, chego à conclusão que a Serra do Mar Vales e Planícies de beira de rios são lugares inabitáveis. Se olharmos com atenção uma foto de satélite, vemos claramente que as montanhas vão no decorrer dos milênios sendo escavadas pela ação da natureza e todo o detrito se deposita nos lugares mais baixos, que por sua vez também serão escavados em outros cataclismos. Há poucos lugares na terra para se habitar em segurança.

Luis

A crítica superficial de Boff encanta. Mas não coloca o dedo na ferida. É verdade que é melhor uma crítica incompleta e superficial do que crítica nenhuma.
No 2º parágrafo ele relata criticamente razões parciais das enchentes no Rio. No terceiro ele diz: "A causa principal deriva do modo como costumamos tratar a natureza."
A sua "causa principal" exclui o homem da sua "natureza". Ora, a natureza é humanizada. Ou seja, nas causas secundárias e na principal ele elide algo importante: enquanto a terra for ativo financeiro, objeto-mercadoria, coisa vendável para fins especulativos, sobrarão aos pobres as encostas. Boff, colaborador de Gorbatchev, não chega ao ponto: a propriedade privada dos meios de produção, circulação e crédito.
O termo "tragédias naturais" deveria ser repensado. Algumas são evitáveis. Outras não. Mas, a tragédia social pode ser evitada: se o propósito socialista for hegemônico, muitas consequências das "tragédias" naturais inevitáveis seriam minimizadas. O problema é que o ecocapitalismo não topa esse debate.

De Paula

Com ou sem a presença do homem nas encostas serranas, ou nos alagados e margens ribeirinhas, isso, um dia acabaria por acontecer, como de fato vem aconteceu nas serras do Rio, e vem acontecendo por lá e pelo país afora, a cada temporada de chuvas, nos verões ou invernos, com mais frequencia ou intensidade. A nave terra segue seu curso ao longo de sua história; o homem é um mero passageiro e não sabe disso. Qual um menino travesso, mexe em tudo sem o domínio daquilo que está mexendo e só aprende com as consequencias. Aquelas imensas pedras que rolaram sobre casas de veraneio e cortiços, estavam lá para um dia rolarem e se juntarem, encosta abaixo, às tantas outras, nos riachos bucólicos de um vale. Era um aviso na linguagem da natureza. O homem que mexe em tudo não entendeu o recado de sua babá e deu no que deu.

Paulo Marcel

VEJA não dá uma palavra sobre enchente em São Paulo. E acha que Alkimin é herói porque chamou a atenção do seu cunhado publicamente. Agora ele é o pilar da Honestidade http://todeolhomalandragem.blogspot.com/

El Cid

… enquanto isso, o lamentável papel dessa nojenta emissora de TV:

Globo usa tragédia para fazer pegadinha – http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/globo-us

Enviado por luisnassif, dom, 16/01/2011 – 00:13
Por Weden

A Globo resolveu usar a triste situação da Região Serrana do Rio para fazer política. Para isso recorreu a uma edição absolutamente tendenciosa, o que é comum naquela emissora, mas que não se esperava que chegasse a tanto.

No Jornal Nacional, desta sexta-feira, 14, os editores utiilizaram passagens da reunião ministerial convocada pela Presidente Dilma Rousseff e juntaram as imagens a um texto que tratava enfaticamente da ajuda aos desabrigados e às cidades atingidas.

No texto, a repórter dizia que a tragédia da Região Serrana ocupara boa parte da pauta do encontro interministerial. Mas as imagens mostradas eram de um momento de descontração dos ministros em que mesmo a presidente sorria. A intenção dos editores era mostrar uma cena de descaso com o drama do Estado do Rio.

Essas pegadinhas de edição são muito comuns entre amadores. No youtube, podem ser encontradas centenas delas.

Mas não é hora de profissionais responsáveis pela informação pública brincarem de pegadinha quando o assunto é tão sério.

Ali Kamel é o responsável último por esta falta de respeito ás vítimas da tragédia e por este uso político do drama de milhares de pessoas.

Veja a armação aqui: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/

edv

Novaorleaninos (?) no delta do Mississipi, floridianos (ixi!) na rota dos furacões, suiços e canadenses debaixo de encostas de avalanche, californianos na falha de San Andreas.
É, tem também favelas em encostas, bairros em várzeas…
Todos sabem que uma hora vem, inexoravelmente, mas lá permanecem. E são milhões!
Os napolitanos ficam aos pés do Vesúvio desde Herculano e Pompéia até a última erupção da segunda guerra. Sabem que vem mais… Há um "plano de evacuação", cazzo! Mas dependerá da rapidez da erupção e do famosamente caótico trânsito de quem conhece a cidade de alguns milhões.
Quem são ou serão os culpados, os responsáveis? Tantos que fica difícil julgar todos.
Como em casa que não tem pão, todo mundo briga e ninguém tem razão, já ficou claro que a previsão, o alerta e evacuação fazem a diferença como a alternativa barata, rápida e eficaz para evitar mortes.
Em alguns meses pode ser implantado um sistema nacional ligando todas as rádios, tv's, portais e redes sociais com os centros de detecção de eventos naturais e defesas civis.
Todos eles podem ter um software de "alerta vermelho" (ou de diversos níveis) acionado via Internet pelos centros e o compromisso de, recebido, divulgá-lo, disseminando-o aos envolvidos.

@AndreGruber

Caro Azenha … Quando LB diz … "a configuração geofísica das montanhas, com pouca capa de solo …" , é importante lembrar que a exuberante floresta lá existente, trata-se de uma floresta que se regenerou pois, assim como na Ilha Grande, ano passado, em algum momento da história dessa região, esses morros ficaram "carecas". A Ilha Grande, em algum lugar do passado, e bem antes de se tornar area de proteção, teve 70% de sua superfície dedicadas à pastagens. Em alguns lugares, as florestas primitivas foram substituídas por matas de eucalipto. Sem contar a topografia. Analisando a ocupação de Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Itaipava e região, 70% dos imóveis regulares estão localizados em áreas de risco. Aliás, os imóveis mais caros são exatamente os que ficam pindurados em encostas. E, dado a dimensão da tragédia recente, não haverá área que não seja considerada de risco. Essas cidades terão que ser repensadas. Como bem disse o texto de Leonardo Boff, a capa de solo é muito estreita.

Boff: O preço de não escutar a natureza (via @Viomundo) « Opinião Divergente

[…] Boff: O preço de não escutar a natureza (via @Viomundo) By Gustavo Nasa, on janeiro 16th, 2011 Boff: O preço de não escutar a natureza | Viomundo – O que você não vê na mídia. […]

Gerson Carneiro

"Chico Mendes… com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens… Mas esse conhecimento não entrou nos currículos escolares nem se transformou em cultura geral".

Fico imaginando um aluno na cidade de São Paulo colocando o ouvido no chão para "escutar a natureza". Vai ouvir o barulho do metrô passando.

    Nivaldo

    Leonardo Boff vai na essência da questão ambiental. Estou impressionado com tanta besteira discutida nas Redes de TV, com agravantes políticos particulares na Rede Globo/GoboNews. A Ciência da Hidrologia explica que os homens ampliam os "desastres" naturais (…ou não seria o equilíbrio natural ?) e, no caso, das encostas com maior declividade esta questão se evidencia com maior profundiade. A Ciência Política nos ensina que estas estabilidades das encostas, raramente, são entendidas em sua amplitude por parte do Poder Público. O que mais me impressiona é que, agora, tentando descontruir a figura do Lula, a mídia, esconde, manipula, "interpreta" a natureza e segue na linha da "manipulação" das mentes. As áreas de fragilidade ambiental, foram e estão sendo ocupadas de forma desordenada, com conivência ou não, daqueles responsáveis pela organização do espaço territorial das bacias hidrográficas. Não é 'culpa" da população de baixa renda que se instala nestas áreas de riscos e tampouco deles a produção de lixo que assoream os leitos dos rios, córregos e rede de drenagem. O texto de Leonardo Boff deveria ser objeto "se é que é possível" de análise pela mídia para que possamos fugir de "reporteros" (…jornalistas???) e "formadores de opiniões" que manipulam as mentes das pessoas. Não tenho muito esperança de que isto possa acontecer. Enfim…deixemos apenas a solidariedade com aqueles que sofrem com tantos desastres ambentais, tomar conta de nossa mente.

Gerson Carneiro

Concordo com a argumentação da comentarista Geysa Guimarães. O texto está desconexo mesmo.

Somos uma sociedade que não vive para "escutar a natureza". Os europeus chegarm aqui não para "escutar a natureza" mas sim para saqueá-la. E desde lá é o que fazemos.

Chico Mendes "sabia interpretar cada ruído da selva, ler sinais da passagem de onças nas folhas do chão" porque vivia na floresta e a ela se dedicava. Como não somos da floresta devemos pensar em alternativas de nos relacionarmos com a natureza que se enquadre no nosso modo de vida mas sem muita utopia.

Leonardo Boff em seu transe chega a dizer que Chico Mendes "com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens". Isso é um absurdo, impossível. Não acredito. Será que Leonardo Boff havia tomado chá de Ayahuasca quando escreveu essa bobeira?

    carmen silvia

    Carneiro,concordo com vc.que temos que criar ou estabelecer ,ou o que seja,o nosso modo urbano de nos relacionarmos com a natureza.Mas o homem urbano chegou num nível de distanciamento com os outros componentes do meio, que já vi neguinho assistindo eclipse pela televisão e a lua lá fora toda pretona ao vivo e os caras dislumbrados com o que via pela televisão.Aí também já é demais.

    Gerson Carneiro

    E eu já vi em Aracaju, neguinho colocar os filhos em carrinhos elétricos no calçadão da orla e ir seguindo os filhos, de dentro do carro, acompanhando, guiando o carrinho elétrico com controle remoto. Pode?!

    Nem paciência e disposição para brincar com os filhos têm, quanto mais "escutar a natureza".
    Isso também já é demais.

    Leonel

    Leonardo Boff em seu transe chega a dizer que Chico Mendes "com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens". Isso é um absurdo, impossível. Não acredito. Será que Leonardo Boff havia tomado chá de Ayahuasca quando escreveu essa bobeira?
    ________________________________________________________________
    não diga asneiras sem conhecer…
    direi a resposta a essa bobagem que escreveu. Meu vô já "velho" me chamou para caçar, e olha que curioso ele nem precisou colar os ouvidos ao chão e conseguiu ouvir enxames de abelhas não é difícil de se escutar, pegadas de veados campestres, tatus.
    caso duvide pergunte a um físico ou um índio nativo.

    Gerson Carneiro

    "ouvir", não duvido que ouça.
    agora… "saber a direção"… meu amigo… tem que ser um bruxo.
    aí eu fico com minha asneira (conhecendo mais ou menos).

mello

Continuando;
Foi possível ver , pela tv, em variadosos locais, o escorregamento do solo mesmo ele estando intensamente arborizado, sem ocupação humana.
Assim, é urgente pensarmos soluções concretas: remoções, tratamento do solo, reflorestamentos, contenções, tudo com base em relatórios de geotécnicos . um eficiente sistema de prevenção , alarme, e evacuação,como os pensados para as usinas nucleares de Angra. No alarme, usar compulsoriamente as redes de rádio e tv, concessões públicas que são.

Sergio José Dias

Palavras do Pelenegra: Postei o texto de François Quesnais em 2008. Nele, o economista francês faz uma análise da crise econômica que ora se iniciava, ligava a mesma aos limites de valorização do capital e estabelecia uma ponte entre a crise econômica e a crise ambiental, abordando a violenta reação da natureza, "tratada sem a menor contemplação e atacada pelo homem no marco do capitalismo".

Percebo ser importante voltar a esta reflexão, em virtude das últimas catástrofes ambientais, não somente a ocorrida recentemente na região serrana do Rio de Janeiro. Chamo atenção para eventos que tem assustado e estarrecido a população do planeta nos anos recentes.

http://pelenegra.blogspot.com/2011/01/o-capitalis

mello

Na pressa de se chegar aos culpados, apontar o dedo, não podemos deixar de ouvir vozes ponderadas como a do admirável Boff, de geólogos e geotécnicos, especialistas em minorar riscos, etc..
Essas ocorrências provavelmente ter uma só causa: ocupação irregular de encostas, desídia de autoridades, desmatamentos, ocupação de margens de rio, mas também…chuvas anormais…Tudo misturado.

Gerson Carneiro

Não necessariamente tem que ser um "cientista sério" para pregar "A Grande Farsa do Aquecimento Global". Basta ser membro da bancada ruralista no Senado Federal.

    Elton

    Ahh sim! Concordo, mas existe ciência paga, pra defender os interesses dessa gente e de grandes transnacionais do petróleo.

Diogo

Há sim sérios cientistas no mundo inteiro, inclusive no Brasil, que não concordam com a tese do "aquecimento global". Eles afirmam que o que está por trás da farsa, é o objetivo de travar o desenvolvimento dos paises perifericos, dentre outras revelações importantes.
O Canal 4 britânico produziu o devastador documentário intitulado "A Grande Farsa do Aquecimento Global".
Confira:
[youtube NvSJQQuOtxg&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=NvSJQQuOtxg&feature=related youtube]
[youtube JxC_JIwat9s&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=JxC_JIwat9s&feature=related youtube]

    ZePovinho

    Alguns deles dizem que o aquecimento atual é transitório e ocorre devido à evaporação da água do mar devido à atividade maior do sol nos últimos anos.Então,o chamado "aquecimento global" seria um fenômeno que costuma ocorrer com certa frequência,bem como as glaciações.Tudo isso,sem nenhuma relação com a emissão de gás carbono.
    A emissão de gás carbono está sendo colocada como forma de gerar mais uma bolha financeira com créditos de carbono.Quem criou esse novo instrumento financeiro foi a mesma economista inglesa que criou os derivativos Credit Default Swaps que,entre outros,afundaram a economia dos EUA.
    Eu gostei do texto do Leonardo Boff.Homem bom e sábio.

    Alan

    O aumento da presença de gases estufas na atmosfera vem ocorrendo desde da revolução industrial, quando as industrias passaram a emitir mais gases poluentes para a atmosfera. O efeito estufa e um fenômeno natural e é responsável por manter o aquecimento do planeta. O que esta ocorrendo e que com o aumento dos desmantamentos, das queimadas,e da emissão de gases estufas por carros e industrias a quantidade de gases poluentes está aumentando na atmosfera de forma acelerada,o que esta causando o aquecimento global. Negar que o aquecimento global não é devido PRINCIPALMENTE ao fator humano de destruição da natureza e do modelo capitalista que está baseado num desenvolvimento econômico sem limites, e o mesmo que pensar que não interferimos na natureza e que somos independentes desta.

Roberto Locatelli

A extrema-direita estadunidense diz que o aquecimento global não existe, que é invenção dos comunistas.

A China "comunista" diz que o aquecimento global não existe, que é invenção dos capitalistas.

Aguardemos, pois, o Dia Depois de Amanhã.

[youtube js183HfE91Q&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=js183HfE91Q&feature=related youtube]

Fernando

E dá-lhe hidrelétricas na Amazônia!

    Jairo_Beraldo

    O que tem a ver hidreletricas com aquecimento global? Isso é sustentabilidade.

    @sergiobio

    Jairo, desculpe corrigi-lo, mas hidrelétrica tem tudo a ver com aquecimento global. Quando se encobre uma área de grande biomassa, como é o caso da Amazônia, há uma enorme quantidade de carbono ali, que não ficará estático, isto é, voltará para a atmosfera. E, embora hidrelétricas tenham, sim, esse mérito de um prazo de validade bastante extenso, esse não é o tipo de atividade que eu chamaria de "sustentável". Por quê? Porque, mais cedo ou mais tarde, vão acontecer pelo menos duas coisas (como em qualquer reservatório, mesmo os naturais). Eles vão eutrofizar (principalmente com uma floresta, cheia de fósforo e nitrogênio, submersa) e, em seguida, assorear, ocasionando a inutilização da área inundada. Não dá nem pra prevenir. Acontecerá e pronto, sem remédio. Isso sem falar em perdas inestimáveis, como a de inteiras comunidades ecológicas, de patrimônio genético, do microclima original, de potencial turístico, das raízes dos povos que habitam as áreas atingidas (que, além de tudo têm seus valores ignorados), tudo isso em nome do desenvolvimento. Não me estranha que a especulação imobiliária ou outra atividade lucrativa qualquer agora estejam sendo acusadas como as maiores culpadas pela tragédia "natural".

    Jairo_Beraldo

    Mas se fo feita uma 'limpeza" no local a ser inundado, isso ocorre em menore proporções. E parece que as hidreletricas que serão constrídas na amazonia, sofrerão esta varredura. Se também formos levar tudo ao pé da letra, até pum de boi colabora…e voce fica sem uma picanha na brasa?

    Adriana De Simone

    Ser vegetariano é maravilhoso!

    Roberto Locatelli

    Não há como não fazermos usinas elétricas. Sem eletricidade, faltará empregos e milhões passarão fome. Já aconteceu no Brasil.

    Já que temos que gerar eletricidade, que seja a hidrelétrica, que é uma das menos poluentes.

    O desmatamento da Amazônia caiu drasticamente – depois que Marina saiu do Ministério – e isso é mérito do Governo Lula.

    Fernando

    Sim, é o capitalismo se sustentando às custas da natureza e dos povos da floresta.

    Roberto Locatelli

    Energia hidrelétrica é uma das mais limpas existentes no mundo. O Brasil tem a meta de reduzir a praticamente zero a geração por termoelétricas (usinas que usam carvão e/ou diesel) e substitui-las por hidrelétricas.

    Além disso, no Governo Lula, a geração eólica avançou – principalmente no Nordeste – como nunca antes neste país aconteceu.

    Além disso, o Brasil é campeão MUNDIAL na produção de biocombustíveis.

    Além disso, o desmatamento na Amazônia teve queda recorde, voltando aos níveis de 20 anos atrás.

    Não estou dizendo que está tudo maravilhoso. Ainda precisamos reduzir muito mais o desmatamento, eliminar as usinas termoelétricas, reduzir o consumo de eletricidade usando lâmbadas econômicas e lâmpadas LED. Mas temos que reconhecer os avanços conquistados.

    Sr. Indignado

    É isso aí… vamos de usina nuclear! Só uma coisa, lixo nuclear perto de casa (raio de 2000 km) não!

Cabeção

Leonardo Boff é excelente! Uma boa e rara influência na Igreja católica!
Traz uma reflexão importante sobre a relação de nós, seres humanos, com a natureza. Essa relação que vivemos hoje, baseada no modo de produção capitalista que explora o meio-ambiente, tornou-se insustentável. Ou mudamos essa relação no rumo do equilíbrio e harmonia, algo parecido com que os indígenas faziam, ou estamos fadados a conviver com mais catástrofers como essa.

Silvio Gouveia

Frei e Teólogo Leonardo Boff, padre que quiseram obrigar a cumprir uma deformação chamada "silêncio obsequioso" sempre teve e tem pensamentos sólidos sobre Fé e Ecologia.

É ao mesmo tempo simples, necessário, vital, e muito difícil para esta sociedade em que vivemos, abandonar a Ganância !!!

Digger

– Será que todos esses prédios comerciais e residenciais que foram atingidos pelas enchentes estão irregulares?
– Foram todos construídos clandestinamente, sem projetos, a devida aprovação, fiscalização e a licença do habite-se, pelas secretarias de obras das prefeituras?
– Quem aprovou os projetos, fiscalizou as construções e autorizou o habite-se?
– Em que anos e meses foram construídas?
É muito fácil chegar aos irresponsáveis "gestores públicos", que permitiram construções em áreas de risco e preservação permanente.
Só a Goebbels e os demais da confraria maledicente do PIG, desrespeitam a inteligência alheia com inverdades e acusações levianas contra o ex-presidente Lula e o atual governo federal.

JUCANAPOLEÃO

CERTO! MALUF POR EXEMPLO, NÃO RESPEITOU A "'outro maior que dá vazão às grandes águas das chuvas torrenciais" CONSTRUÍNDO AS MARGINAIS TIETÊ.
MAIS CULPADOS SOMOS NÓS MESMOS, JOGAMOS LIXO NAS VIAS PÚBLICAS, NOS RIOS, VOTAMOS EM PESSOAS QUE NÃO TEEM COMPROMISSO COM A CAUSA PÚBLICA.
QUANTO AOS EFEITOS CLIMÁTICOS, SEMPRE EXISTIRAM, AÍ… É CULPA DE DEUS… ADIANTA CULPAR ALGUEM NESTE PAÍS?!!

Luiz Fortaleza

Não é o rio que invade as casas, são as casas que invadem o leito e pré-leito do rio…

    Jairo_Beraldo

    Sua teoria é correta!

aldo luiz

Caro Leonardo Boff e amigos, tudo isto é horrivelmente lamentável. Ainda nem começamos a chorar o que nos aguarda… Não há como nos defendermos destas tragédias muito bem planejados que se intensificam assolando o planeta. Infelizmente esta midiocracia brasileira e internacional está a serviço dos dominadores que querem, entre outros, o Brasil desatitculado e de joelhos cumprindo suas determinações inconfessas…
Acaso? Nada disso é por acaso. Evolução? Isto é um plano ("diabolicamente sofisticado") urdido há muito tempo e sempre aperfeiçoado ao longo dos anos de dominação da CASA GRANDE em permanente religioso escravagismo. Só no Brasil são 510 anos de escravidão nestas pseudo democracias. Nada, religião alguma, lei alguma, substituirá a responsabilidade 100% dos julgamentos, escolhas e decisões de cada um de nós. A verdadeira maravilhosa revolução é intrapessoal e intransferível.

O desconhecido HAARP, ativo desde os anos 90, é parte do arsenal da Nova Ordem Mundial no marco da iniciativa da defesa estratégica (SDI). Desde os pontos militares principais dos EUA, se poderiam desestabilizar potencialmente economias nacionais inteiras utilizando as manipulações do clima.
O que é muito importante, esta última poderia colocar-se em prática sem o conhecimento do inimigo, a um custo mínimo e sem empregar pessoal e equipamentos militares como em uma guerra convencional.
O HAARP, se aplicado, poderia trazer conseqüências devastadoras para o clima mundial. Para satisfazer os interesses econômicos e estratégicos dos EUA, poder-se-ia utilizar para modificar o clima de maneira seletiva em diferentes partes do mundo, o que provocaria a desestabilização dos sistemas agrícolas e ecológicos.

O Sistema, cujo o único inimigo é o proprio povo que explora, ô corja, cuida bem do o irônico detalhe "humanista". Pergunte ao povo do Haití o que ele acha da "ajuda humanitária" internacional que o sistema alardeia oferecer aos seus infantilizados senzalados. O tempo urge. O sistema é por sua natureza fratricida e antropofágico, e adora uma literatura para se fazer de importante e necessário enquanto nos devora. SÓ PARA NÃO ESQUECER: POLÍTICOS, MUNDIALMENTE, TODOS, ESTÃO AÍ PARA NOS DAR A ILUSÃO QUE TEMOS ESCOLHAS senzalados neste escravismo travestido. Precisamos parar de entregar a condução de nossas vidas àqueles que querem apenas o lucro de nossa escravidão e agora nosso extermínio.
David Rockefeller: "Estamos à beira de uma transformação global, tudo o que precisamos é da apropriada grande crise e as nações aceitarão a Nova Ordem Mundial".

Sinto muito, sou grato.

Jairo_Beraldo

É fato que o planeta passa por uma grave crise ambiental. E, de certa forma, não é errado dizer que esse caos foi causado por nós, seres humanos, principalmente nos últimos 100 anos. Sendo assim, é preciso pensar no futuro e fazer com que as novas gerações não repitam os erros das anteriores. Para atingir as novas gerações, temos que revolucionar a educação. Pode-se criar sociedades sustentáveis seguindo o modelo dos ecossistemas da natureza. E para entendermos os princípios organizacionais que os ecossistemas desenvolveram ao longo de milhões de anos, temos que conhecer os princípios básicos da ecologia – a linguagem da natureza.

rosa

É isso aí.

Adriana De Simone

Coloquei uma crase a mais…No comentário, agradeço ao grandioso Leonardo Boff. Se a academia considerasse mais a teologia dda libertação e Karl Barth além do papel do outro, como em filósofos como Emmanuel Levinas para os quais a empatia, ou abertura de certa qualidade afetiva, na medida da apreensão afetiva do Outro, na assimetria própria da relação Eu‐Outro, é fundamental para a vida ética em sociedade (De-Simone, tese), a ciencia encontraria seu devido lugar na sociedade. E a Natureza seria apenas uma benção a ser contemplada, respeitada e amada. Salve, salve!

Emília

Certíssimo o senhor Leonardo Boff, mas infelizmente o ser humano, em sua maioria, carrega no ADN o gene da ganância e do egoísmo. O mundo consumidor e materialista de hoje não dá espaço pra se escutar a terra, por isso estamos caminhando rumo ao abismo.

Regina

Como sempre perfeito o Leonardo…Mas,recursos pra prever enchentes,tbém existem-ANA/CPRM,porque naõ saõ usados? Falta de interesse,falta de capacidade,ou só incompetência…Ou desviar as verbas é mais útil? Como se justifica tudo pelo La Niña,na BBC,foi colocado um post,de 3 pesquisadores que naõ acreditam que os fatos ocorridos no sudeste,estejam ligados ao efeito La Niña- Ghassem Asrar( Programa Global de Pesquisas Climáticas),Ester Ito ( Inpe),Omar Badour ( Organizaçaõ Meteorológica Mundial ). Se existe dúvidas sobre o que está ocorrendo,precisamos de um grupo ,que realmente traga respostas para a populaçaõ.Fica a sugestaõ Presidenta!!!

Marcilio

O que temos que se atentar que o problema do Brasil ainda é infra estrutura
http://sujoseempoeirados.blogspot.com/

Matheus

Não que o aquecimento global seja uma farsa, ele existe e é uma realidade tangível. Mas as empresas que se posicionam como "ambientalmente responsáveis" assumiram isso e outros fatores ambientais como estratégia de mercado e se utilizam disso para fazer marketing e buscar cada vez mais lucros!

Geysa Guimarães

Este texto não faz jus ao talento de Boff, flerta com o contraditório.
Ok, a causa principal é não escutar a natureza, mas quem é que faz isso? Os mesmos que ele cita: as pessoas que ocupam lugar de risco, os políticos corruptos que permitem, o poder público que fecha os olhos.
Fica desconexo, portanto, o raciocínio de que "nisso tudo há muita verdade, mas não reside a causa principal desta tragédia avassaladora".
Ora, se são eles os sujeitos da ação, não há como desvencilhá-los da causa principal.

    Gerson Carneiro

    Telepatia agora, é?

    Digo mais: desde quando o europeu pisou aqui ele não escuta a natureza. Herdamos essa mania deles.
    Os holandeses e franceses aqui permaneceram por algumas boas décadas e só levaram madeira embora, só depredaram. Não cosntruíram nada. Nem um escravinho sequer foram capazes de trazer para dar uma embelezada na cor da pele.

Gerson Carneiro

Esse negócio de "escutar a natureza" era o modo de viver dos índios, não?

E o homem urbano quer lá saber de "escutar a natureza"! Está mais interessado em saber quanto vale cada lote na beira do rio, ou no alto da serra de onde se tem uma visão privilegiada, ou na mata que fica ali naquela maravilhosa praia.

O que tem que ser feito é bater um concretão para segurar a encosta. Vamos ser realistas e parar de ficar analisando a elasticidade do rabo da lagartixa, nesse momento.

Em João Pessoa-PB um ricaço da cidade estava destruindo uma falésia para poder ter aceso de carro à praia. Não adianta falar em "escutar a natureza" para um sujeito desse.

Afora o romantismo do texto que não serve à realidade, traz importante denúncia de nossa ignorância e estupidez.

    Silvio

    Gerson Carneiro:
    Acredita que e fácil bater um concreto, para segurar as encostas? Imagina o concreto que vai a ter que ser batido, para segurar a Serra do Mar. A solução e não ocupar os lugares, como encostas, e leitos dos rios. Si se impermeabiliza o solo, buscar a forma de que as águas das chuvas sejam filtradas a terra, e que não corram todas totalmente para os rios.

    Gerson Carneiro

    Foi uma maneira rápida que encontrei de dizer que há ações práticas e eficazes para solucionar a questão do que a utopia de reeducar toda uma sociedade tentando introduzir costumes que não é nosso.

    É como pedir a bença ao pai e à mãe ao ir dormir e ao acordar. Nos tempos de hoje os pais ridicularizariam os filhos se fossem pegos de surpresa com essa atitude. Os pais de hoje querem ser mais jovens dos que os filhos. Querem ser amiguinhos.

    Ou seja, são coisas que não se enquadram mais no modo de vida contemporâneo. Até mesmo quem deveria ouvir o barulho da natureza prefere ouvir o barulhinho da moto serra. Passe uma semana hospedado na tribo do Paiakan lá no Pará para você constatar o que digo.

Alê Marques

Belo e triste texto.
Com todos esses sinais o homem continua a insistir nessa relação desonesta com o meio ambiente. Moro numa área abrangida por uma reserva florestal. Convivo com esse descaso do ser humano, pior é que aqueles que se indignam e que agem contra essa ação predatória são sempre alvo de desprezo e atitudes agressivas.
É urgente repensar esse modo de vida do homem dito "moderno". Conforme dizia José A. Lutzenberger, precisamos "Olhar a Terra com reverência."

Gustavo Morais

INCRÍVEL ESSE TEXTO! COMPLETAMENTE DE ACORDO COM OS FATOS E COM A VERDADE.

Adriana De Simone

PARABENS!!!!! AGRADEÇO COMO A NATUREZA QUE SOU. `A LEONARDO BOFF.

Elton

Mas o que tem de gente "séria" por aí defendendo que o aquecimento global é uma "farsa"…….

    Vera Pereira

    Farsa ou não, "culpar" o aquecimento global é tão ineficaz como solução prática quanto "culpar" São Pedro pelo volume da tromba d'água que caiu na região serrana do RJ. Como se pode "desaquecer" o globo em meses? Deixando de usar sacolas de plástico nos supermercados? Precisamos de medidas práticas, para ontem, para hoje, ou para o próximo verão, quando em nossas regiões tropicais e subtropicais vai chover muito. Por exemplo, exigindo das autoridades municipais, estaduais e federais que se comprometam desde logo com planejamento de esquemas eficazes de alerta, remoção de moradores em áreas de risco (ricos ou pobres) a destinos exequíveis, conhecimento das condições geológicas de habitação em áreas que não são de risco imediato, planejamento de ocupação do solo das cidades, e organização de medidas de Defesa Civil quando os desastres ocorram. Pq com aquecimento global ou não, ano que vem vai chover muito.

    E. W.

    Com certeza, concordo. Nosso movimento tem reivindicado políticas de prevenção e de emergência, Redução da emissão dos gases de efeito estufa para 350 PPM.
    Gostei muito das suas idéias e colocarei um trecho do seu comentário em nosso Facebook: aquecimentoglobalicare. Participe do nosso grupo. Abraço e aproveito para convidar as pessoas a unir-se ao nosso movimento.
    Ethel Weitzman
    Movimento Aquecimento Global- I Care – Eu me Importo!

    Silvio

    E.W.:
    O aquecimento global e uma grande mentira. Não existe nenhum estúdio cientifico serio, que o comprove.E pura propaganda, atrás de isso se movem bilhões de dólares.Interesses de todo tipo..

    Silvio

    Vera Pereira:
    Tem coisas que se podem prever o diminuir de alguma forma seus efeitos. Exemplo Japão está no anel de fogo. Eles constroem prédios que podem agüentar algum tipo, de terremoto. Não optante a cidade de Kobe foi arrasada. Califórnia, a ciência diz, que qualquer dia de estes, pode desaparecer do mapa. Não optante u homem continua morando em ela. Amanha ocorre, e que vamos a disser? Friburgo lugar paradisíaco, lindo para morar, para fazer turismo, mais a Serra pode ruir um dia! A única forma e não ocupar essas terras. E possível?

    edv

    Não sabia que havia FGTS no Japão. Não obstante, parece que lá ainda é opcional.
    (desculpe, Silvio mas ficou gozado, não se apoquente…)

    Sim Silvio, há gente que SABE que está em áreas de risco, mas continua morando nelas.
    Geralmente por falta de opção (geralmente mais pobres e/ou por custo benefício. Nápoles, Veneza, Oklahoma, Flórida, Japão em geral, Eu mesmo moraria em algumas delas (ex: Flórida, região serrana … e podia estar soterrado a esta hora…

    Não obstante, afirmar que não há nehum estudo científico sério é brincadeira sua, né?

    Gente séria

    Nunca morreu tanta gente de frio na Europa como ano passado.
    As geleiras da Antártida estão se recuperando.
    Coincidentemente ao fim de um extraordinário ciclo de explosões solares.

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