Jeferson Miola: Brasil entregue à bandidagem – na política, na economia e nos presídios

Tempo de leitura: 3 min

Temer posse

A imagem de um país dominado por máfias

por Jeferson Miola, em sua página no Facebook

A imprensa internacional, à diferença da brasileira, assinalou com realismo os passos da conspiração da oligarquia brasileira que redundou no golpe de Estado jurídico-midiático-parlamentar perpetrado através do impeachment fraudulento da Presidente Dilma.

Um analista português especializado em Brasil resumiu com notável precisão o contexto da aprovação do impeachment inconstitucional pelos deputados em 17 de abril de 2016: “uma assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”!

A carnificina nos presídios do país – 142 presos mortos em 15 dias – colocou o Brasil em evidência no mapa da estupidez humana. A mídia internacional repercute enormemente esses eventos medievais, e alude que a guerra de máfias nas prisões acontece em meio à depressão econômica, e em meio à profunda degradação ética, moral e tremenda impopularidade do Temer. Avalia-se que essa conjunção explosiva é fator potencial de instabilidade política e social.

A barbárie nos presídios desnuda a falência absoluta do sistema de execução penal, assim como do arcaico código de processo penal, que castiga com privação de liberdade inclusive crimes famélicos e consumo de drogas.

Esta barbárie evidencia, ainda, o retumbante fracasso de um Poder Judiciário remunerado a peso de ouro, muito acima do teto constitucional, e que goza mais de 60 dias de férias por ano, enquanto metade da população carcerária brasileira, em prisão provisória, apodrece em masmorras medievais sem julgamento e, menos ainda, condenação judicial.

O episódio é um alerta da vulnerabilidade da sociedade às máfias criminosas que comandam e organizam o crime organizado tanto de dentro, como de fora dos presídios, dispondo de recursos bélicos e de comunicação mais sofisticados que as Polícias.

O governo federal tem responsabilidade por este desfecho. Ignorou os pedidos de socorro dos governadores no ano passado e agora, no momento crítico dos acontecimentos, faz propostas equivocadas, aumentando o risco de esparrame do caos para todo sistema penitenciário.

A matança nos presídios acontece no momento em que o governo é avariado por mais um grave escândalo de corrupção: a revelação da máfia criminosa de Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima, outro comandante do quartel-general do Temer na conspiração.

Desde o início do governo golpista em 12 de maio de 2016, quase uma dezena de autoridades foi demitida por desvios éticos ou corrupção – um recorde de praticamente duas demissões a cada mês.

A outra parcela do governo que ainda não foi defenestrada, a começar pelo próprio Temer e demais sócios – o “primo” Eliseu Padilha e o “angorá” Moreira Franco – é denunciada na Lava Jato e em outros crimes, e poderá ser processada.

Essa confluência de eventos transmite ao mundo a péssima idéia de que o Brasil está dominado por máfias, foi entregue à bandidagem – na política, na economia e nos presídios.

Já não adianta a promessa de redução de juros, de retomada do crédito e dos estímulos econômicos; tampouco ajuda a projeção de crescimento de 3,4% do PIB mundial no ano e a oração fervorosa, porque a economia destruída pelo PMDB, PSDB e aliados não sairá da depressão profunda enquanto o governo ilegítimo estiver ocupando o Palácio do Planalto.

Somente um governo legitimado pelo sufrágio popular terá confiança e condições de retirar o país desta catástrofe econômica, social e humanitária. O Brasil precisa urgentemente de eleições diretas.

Os golpistas não estão destruindo somente a economia, os direitos sociais, a Petrobrás, a engenharia nacional, os empregos e a soberania do Brasil, mas estão legando ao mundo a imagem de um país dominado por máfias.

É preciso virar urgentemente esta página tenebrosa da história do Brasil; é urgente eleição direta já!

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Pimenta, exclusivo: “Temer é o chefe da quadrilha; se Geddel e Derziê falarem, ele cai”


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Comentários

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FrancoAtirador

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A Plutocracia Encarcerou os Humanos Dentro das Corporações Econômicas.

No Novo Millenium, a Liberdade de Expressão Passou a Ser Limitada por Bites.
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Robson Santos

Caros concidadãos, todas essas medidas draconianas, tomadas por esse desgoverno golpista contra o Brasil e a maioria de seu povo, visam tão somente escoar recursos para alimentar o grande cancro do País – não comentado com a devida veemência, inclusive, nos “blogs sujos” – , que é a tal Dívida Pública Interna, cujos encargos sangram (todos os anos!) quase 50% do orçamento público. Isso pode ser conferido nos textos abaixo, de autoria de Maria Lucia Fattorelli – auditora aposentada da Receita Federal que, escandalizada com tais números, fundou o movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil. Pauta, aliás, ao que parece, Lula e seu governo (Dilma idem) tiveram que abandonar para poder se instalar no Planalto, como explicitado na tal “Carta aos Brasileiros”, em junho de 2002, ainda antes de sua eleição… Penso que, infelizmente – em minha não muito grande experiência como ex-militante na esquerda -, esse documento marca o ponto de inflexão/capitulação do PT (e aliados) em sua história de luta no movimento social brasileiro. Seguem os textos e a já citada carta…

http://www.auditoriacidada.org.br/blog/2016/12/02/pec-552016-e-pec-dos-banqueiros/
http://www.cartacapital.com.br/economia/201ca-divida-publica-e-um-mega-esquema-de-corrupcao-institucionalizado201d-9552.html
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u33908.shtml

FrancoAtirador

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#Lula2017
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