Izaías Almada: Brasil numa encruzilhada; ou reage ao fascismo e entreguismo ou será consumido pelo ódio e violência

Tempo de leitura: 2 min

ENCRUZILHADA

por Izaías Almada, especial para o Viomundo

Tudo indica que as palavras do general interventor no Rio de Janeiro, ao anunciar que a cidade maravilhosa se tornaria um “laboratório” para outras intervenções do tipo pelo país, começa a se tornar realidade.

Antes desta declaração, um seu superior, o comandante do Exército, general Vilas Boas, também declarou qua a intervenção militar deveria ter garantias de que sua ação não seria confrontada, quem sabe, por uma nova Comissão da Verdade.

O que pensar dessas duas declarações quando na noite de ontem, dia 14 de março de 2018, uma integrante da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, vereadora do Psol na mesma cidade, Marielle Franco, é covarde e brutalmente assassinada ao lado do seu motorista numa emboscada que reúne todas as características de uma morte por encomenda e um claro recado para quem ainda tem veleidades de tentar interferir a sério no chamado crime organizado carioca.

Os dois generais foram confrontados e ridicularizados em suas declarações, se considerarmos a possibilidade de que foram feitas com alguma boa intenção.

O crime, hediondo, como é todo crime dessa natureza, merece investigação mais do que rigorosa, pois não se trata apenas de justiça para Marielle e sua corajosa luta, mas, sobretudo, de começar a punir os meliantes que assaltaram o palácio da Alvorada e adjacências.

Pois é disso que se trata: a morte de Marielle é um crime político.

O governo (e peço licença para assim me expressar) do presidente Temer, com a sua incapacidade para governar um país como o Brasil ajuda a botar mais lenha na fogueira e deixa que a lei da selva se instale em definitivo entre nós.

Mas a pergunta que fica é mais terrível: quem irá investigar, se o fascismo já está integrado ao cotidiano brasileiro e muito dele a se aproveitar de marginais para o serviço sujo?

Talvez um arremedo de investigação seja feito para aplacar aos mais revoltados, pois atualmente é muito fácil apontar acusados sem provas, prática antiga da polícia brasileira.

Incorporada mais recentemente, sobretudo após o golpe mequetrefe de 2016, pela justiça de qualquer instância.

O dia a dia do brasileiro transforma-se num pesadelo para muitos, numa brincadeira de mau gosto para outros e numa terra de ninguém para (com licença da expressão) o governo Temer.

Não há governo, repito, e sim grupos — mafiosos ou não — a dilapidarem o que resta do patrimônio nacional, a rasgarem o que resta de uma Constituição, a mentirem e insuflarem o ódio de classes pela imprensa e pela televisão, tudo sob a complacência e vista grossa de um Poder Judiciário cada vez mais acovardado.

O país está mais uma vez diante de uma encruzilhada.

Ou reage ao fascismo e ao entreguismo (com licença da expressão) do governo Temer ou será logo, logo, consumido pelo ódio e pela violência de grupos que não têm o menor compromisso com a democracia, a soberania do país e com a justiça social.

A História está cheia de exemplos dessa natureza, sendo o mais conhecido deles o incêndio do Reichstag, organizado e perpetrado há 85 anos na Alemanha durante a ascensão do nazismo.

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Comentários

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Airoldi lacroix bonetti junior

Será que há todo esse tempo um grupo de extermínio nas esferas federais, estranho o caso do roubo das balas “num correio da Paraíba”, Desapareceram Eduardo Campos, teori zawaski e Marielle Franco, estranho!!!

Julio Silveira

Coisa facilmente observável e que está se tornando corriqueira no mundo, onde os States se metem, de forma insidiosa, tem odio multiplicado, preconceito idem, com guerra fratricida no caminho. Geralmente com eles, posando de bons moços, se dando bem. Ficam com parte ou o todo de estados, com suas centenas de bases instaladas, deixando países dominados por delegação, pelo mesmo tipo de gente que entrega o Brasil. Como se suas participações fizesse parte de sua estratégia geopolitica com vistas agregá-los (por suas fraquezas estrategicamente estimuladas), como uma reserva de mercado para exploração.

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