Ilan Pappé: A vergonhosa reviravolta de Goldstone

Tempo de leitura: 6 min

09-04-2011

A vergonhosa reviravolta de Goldstone

Ilan Pappé

Tradução de Jair de Souza

“Se eu tivesse sabido naquele momento o que sei agora, o informe Goldstone teria sido um documento diferente”. É assim como inicia o muito discutido artigo do juiz Richard Goldstone no Washington Post. Tenho a forte sensação de que talvez o editor tenha mudado o texto e que a frase original devesse ser lida da seguinte maneira: “Se tivesse sabido que o informe ia me converter no judeu que odeia a si mesmo perante os olhos de meu Israel amado e de minha própria comunidadem judaica na África do Sul, o informe Goldstone nem teria sido escrito”. E se esta não foi a frase original, ela é certamente o subtexto do artigo de Goldstone.

Esta virada vergonhosa não ocorreu esta semana. Chega depois de mais de um ano e meio de uma perseverante campanha de intimidação e difamação contra o juiz, uma campanha cuja índole, no passado, destruiu gente poderosa como o senador estadunidense Willian Fulbright, a quem assassinaram politicamente por sua valente tentativa de revelar os negócios ilegais do AIPAC (Comite de Assuntos Públicos Estados Unidos- Israel) com o Estado de Israel.

Já em outubro de 2009, Goldstone declarou a CNN: “tenho um grande amor por Israel” e “trabalhei em favor de muitas causas israelenses e continuo fazendo-o (Vídeo: “http://www.cnn.com/video/#/video/world/2009/10/04/gps.richard.goldstone.cnn”, 4 de outubro de 2009).

Levando em conta que no momento de fazer esta declaração de amor ele não dispunha de novas provas, como ele agora alega ter, poderíamos lhe perguntar como pôde este amor não ter ficado mais fraco com aquilo que tinha descoberto ao redigir, juntamente com os outros membros da comissão da ONU, seu informe original.

O juiz Richard Goldstone na Faixa de Gaza em junho de 2009

Mas coisa pior estava por vir. E exatamente há um ano, em abril de 2010, a campanha contra Goldstone atingiu os patamares mais altos, ou melhor, mais baixos. Ela foi conduzida pelo presidente da Federação Sionista da África do Sul, Avrom Krengel, que tentou impedir que Goldstone participasse do bar mitzvah de seu neto, em Johannesburg, porque “Golstone causou danos irreparáveis ao povo judeu em geral”.

A Federação Sionista da África do Sul ameaçou montar um piquete na entrada da sinagoga durante a cerimônia. Mas pior foi a interferência do rabino chefe da África do Sul, Warren Goldstein, quem repreendeu Goldstone por “causar um grande dano ao estado de Israel”. Em fevereiro passado, numa entrevista que não foi trasmitida, Goldstone disse que “O Hamás perpetrou crimes de guerra, mas Israel não”, de acordo com um informe de 3 de abril de 2010 do portal na Internet do Canal 2 de Israel. Isso não foi suficiente: os israelenses exigiam muito mais.

Os leitores poderiam se perguntar: E daí? Por que Goldstone não foi capaz de aguentar a pressão? Boas perguntas, mas acontece que a sionização das comunidades judaicas e a falsa identificação do judaísmo com o sionismo são ainda um poderoso empecilho para dissuadir os judeus liberais de encarar com audácia os crimes de Israel.

Vez por outra, muitos judeus liberais parecem se libertar e permitir que seja sua consciência, ao invés de seu medo, que lhes guie. No entanto, muitos se mostram incapazes de manter por muito tempo suas inclinações mais universalistas quando se trata de Israel. O risco de ser definido como “judeu que odeia a si mesmo”, com tudo o que isto implica, constitui para eles uma perspectiva real e aterradora. É preciso estar nesta posição para entender o poder deste terror.

Há apenas algumas semanas, a inteligência militar israelense anunciou que havia criado uma unidade especial para controlar, confrontar e, possivelmente, perseguir a indivíduos e organismos suspeitos de “deslegitimar” Israel no exterior. Assim as coisas, talvez os mais vacilantes pensem que enfrentar Israel não compensa.

Deveríamos ter reconhecido que Goldstone fazia parte deles quando afirmou que, a pesar de seu informe, continua sendo sionista. Este adjetivo, “sionista”, tem muito mais sentido e carga do que costumamos lhe atribuir. Não é possível reivindicar-se sionista se você se opõe a ideologia do apartheid do Estado de Israel. Você pode continuar sendo sionista se você somente recrimina o Estado por uma certa política criminosa mas não vê a conexão entre a ideologia e essa política. “Sou sionista” é uma declaração de lealdade a uma forma de pensar que não pode aceitar o informe Goldstone de 2009. Ou você é sionista, ou você culpa Israel por crimes de guerra e contra a humanidade. Se fizer as duas coisas, você vai explodir mais cedo do que tarde.

Que este mea culpa nada tem a ver com “novos” fatos fica claro quando examinamos a “evidência” fornecida por Goldstone para explicar sua retratação. Honestamente, não é preciso ser um expert mundial em direito internacional para saber que Israel cometeu crimes de guerra em Gaza em 2009. Os informes de organismos tais como Breaking the Silence e os representantes da ONU no terreno deram conta disso, antes e depois do informe Goldstone. Não foram as únicas provas.

As fotografias e imagens que vimos em nossas telas e sobre o terreno apenas contaram uma história da política criminosa que pretendia matar, ferir e mutilar como castigo coletivo. “Os palestinos vão conseguir seu holocausto”, prometeu Matan Vilnai, viceministro de defesa de Israel, ao povo de Gaza em 20 de fevereiro de 2008.

Goldstone somente aporta um prova nova, a de um investigador militar israelense que afirma que um dos casos suspeitos de crime de guerra deveu-se a um erro por parte do exército israelense, e que ainda está sendo investigado. Isto sim que é um ás na manga: a pretensão por parte do exército israelense de que as matanças massivas foram um “erro”.

Desde a criação do Estado de Israel, as dezenas de milhares de palestinos mortos por Israel foram ou terroristas, ou assassinados por “erro”. Isto significa que 29 das 1400 mortes foram devidas a um erro desafortunado? Somente um compromisso ideológico poderia basear sua revisão do informe em uma investigação interna do exército israelense que se centraliza em apenas um das dezenas de exemplos de matanças e massacres. Portanto, não pode ser a nova evidência o que motivou Goldstone a escrever este artigo. É, muito mais, seu desejo de voltar à comodidade o que o levou a escrever este artigo raro e falido.

Isto fica claro também pela forma como ele endurece sua linguagem contra o Hamás no artigo, ao mesmo tempo que suaviza suas palavras contra Israel, esperando desta maneira livrar-se de sua fúria justiceira. Mas ele está enganado, muito enganado. Poucas horas depois da publicação do artigo, o Ministro da Defesa Ehud Barak, o Primeiro Ministro Nenjamin Netanyahu e, logicamente, o Prêmio Nobel da Paz Shimon Peres encomendaram a Goldstone um novo papel: espera-se que ele vá de campus em campus e de acontecimento a acontecimento a serviço do novo e casto Israel. Ele pode escolher não fazê-lo, mas também pode ser que, em represália, não o deixem assistir ao bar mitzvah de seu neto.

Goldstone e seus colegas redigiram um informe muito detalhado, mas foram bastante comedidos em suas conclusões. O retrato que se desprendia das organizações de direitos humanos palestinas e israelenses era muito mais horrendo, e escrito com uma linguagem muito menos cínica e legalista, o que com frequência não transmite a magnitude do horror. Foi a opinião pública ocidental que melhor compreendeu em primeiro lugar as implicações de seu informe. A legitimidade internacional de Israel sofreu um outro golpe sem precedentes. Ele ficou chocado de verdade por ter sido este o resultado.

Já passamos por isso antes. Em fins dos anos 1980 o historiador israelense Benny Morris escreveu um relato estéril similar sobre a limpeza étnica da Palestina em 1948. Os acadêmicos palestinos Edward Said, Nur Masalha e Walid Khalidi foram os que sinalizaram as implicações significativas do material que Morris desenterrou para a identidade e imagem própria de Israel.

Morris também se acovardou diante da pressão e pediu para der readmitido na tribo. Ele foi muito longe com seu mea culpa e ressurgiu como um extremista racista antiárabe e anti-islâmico que sugeria enjaular os árabes e promovia a ideia de outra limpeza étnica. Goldstone poderá ir por este caminho também; ou, pelo menos, é o que os israelenses esperam que ele faça.

Profissionaalmente, tanto Morris como Goldstone tentaram retroceder à posição que alegava, como o faz Goldstone em seu artigo no Washington Post, que Israel somente pode ser julgado por suas intenções e não pelas consequências de suas ações. Em consequência, apenas o exército israelense, em abos os casos, pode saber quais eram tais intenções. Muito pouca gente decente e inteligente aceitaria uma análise e uma explicação tão extravagantes.

Goldstone ainda não entrou na faixa lunática do ultrassionismo, como fez Morris. Mas, se não tiver cuidado, o futuro promete ser uma agradável viagem em companhia dos assemelhados a Morris, Alan Dershowitz (que já disse que Goldstone é um “judeu arrependido”) pelas reuniões anuais dos rottweilers do AIPAC e as convenções excêntricas dos sionistas cristãos. Ele logo descubriria que, uma vez que você se acovarda diante do sionismo, se espera que você recorra todo o caminho ou então que você se encontre no mesmo ponto que acreditava já ter exitosamente deixado para trás.

Conquistar o amor dos sionistas a curto prazo é muito menos importante que perder o respeito do mundo a longo prazo. A Palestina de veria escolher seus amigos com cuidado: estes não podem ser pusilânimes nem pretender ser sionistas ao mesmo tempo que defensores da paz, da justiça e dos direitos humanos na Palestina.

Fonte: http://electronicintifada.net/v2/article11895.shtml


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Comentários

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Dr Marcelo Silber

Jair de Souza
Assisti de novo a entrevista de Ilan Pappé (ja havia assistido no Millenium) e embora concorde com algumas de suas opiniões, acho Avi Schlaim muito mais equilibrado e atento a pesquisa histórica) e ele comete um erro (ou equívoco) imperdoavel para um historiador de seu nivel.
Ele diz que a liderança palestina havia sido "morta na revolta árabe de 1936…
MENTIRA. Haj Amin Al Husseini e Fawzi el Kawtjii estavam vivinhos da silva, procurados pela União Soviética (Stalin não se conformou com a "fuga" dos mesmos que impediram o julgamento do mufti Al Husseini em Nuremberg-1946)
Motivo (para quem não sabe) foi que eles organizaram as divisões árabe palestino-nazistas da Waffen-SS, muito ativas na Boznia e Croacia na perseguição aos partisans de Tito.
Claro que o povo palestino em sua esmagadora maioria não era simpatizante do Nazismo.
Mas é claro para mim também, que mesmo os mais cultos e instruidos em relação ao conflito israelo-palestino insistem em colocar só os fatos e as versões que lhes interessa, e isso vale para TODOS…

Dr Marcelo Silber

Marcelo Fraga
Li novamente a frase postada inicialmente por você.
"Os judeus comandam muitas das principais organizações empresariais do mundo. Mandam e desmandam no maior país do mundo, e ainda têm a cara-de-pau de se dizerem "vítimas".
Você pode ver que você não disse que "os sionistas comandam….."

Jair de Souza

Aproveitando a dica de nosso colega Omar SC, quero recomendar também uma outra entrevista com Ilan Pappe na qual, por ser bem mais extensa, ele expõe com ainda maior clareza essas questões relacionadas com os mitos e propagandas difundidos por Israel e os sionistas, assim como nos dá mais dados sobre a limpeza étnica cometida contra o povo palestino. O link para acessar esta entrevista é: http://www.youtube.com/watch?v=buIKKeygWBY

Omar SC

A clareza com que Pappé apresenta os fatos é sempre muito esclarecedora. Em 2008 ele concedeu a entrevista que posto logo abaixo na qual põe por terra muitos mitos sobre a criação de Israel, e mostra de maneira muito clara a limpeza étnica da Palestina. http://video.google.com/videoplay?docid=739357207

Omar SC

A clareza com que Pappé apresenta os fatos é sempre muito esclarecedora. Em 2008 ele concedeu a entrevista que posto logo abaixo na qual põe por terra muitos mitos sobre a criação de Israel, e mostra de maneira muito clara a limpeza étnica da Palestina.
Segue o link http://video.google.com/videoplay?docid=739357207

Um bom dia a todos!

Pedro1

Só tenho pena dos verdadeiros judeus, que estão tendo sua imagem rapidamente vinculada ao terrorrismo.

valdeci elias

Faz tempo, que a terra prometida ,é ocupada pelos filhos de Deus. Oque vem mudando, é a facção que a contro-la, uma hora é a cristã, outra hora é a judaica, outra hora é a muçulmana.

Mário SF Alves

Enquanto seres humanos acreditarem que Deus é o deus do estado de Israel, a Palestina continuará sofrendo limpeza étnica, que é nada mais, nada menos que a "solução final" preconizada pelo nazismo.

Marat

Por que será que eles desejam tanto fazer com os árabes o que os alemães fizeram com os judeus? Fazer essa pergunta é ser antissemita?

waleria

Pappé tem toda razão.

augusto

É Warren goldstein contra o Richard goldstone.
Se procurar mais vai achar Goldwood, goldwater e até goldair.
Mas gold nao vai faltar.

Bonifa

Só os judeus podem barrar a loucura de Israel e garantir a sobrevivência daquele país. Não há a menor dúvida de que Israel está insano, embora grande parte de sua população não tenha nenhuma culpa por essa insanidade. E esta grave doença poderá levar ao desaparecimento de Israel, que está aos poucos se movendo para ficar contra todo o resto do mundo. Os judeus lúcidos têm o dever de se dedicarem de corpo e alma à tarefa de salvar Israel do desastre total.

    Beto_W

    Pois é, mas infelizmente os líderes do establishment judaico reagem sempre da forma descrita no artigo, afastando, condenando e rotulando as vozes dissonantes.

    Mário SF Alves

    De acordo, Bonifa. E o que efetivamente os impede de assim proceder?

Beto_W

Levando em consideração o histórico de perseguições ao povo judeu, e tendo pessoalmente perdido familiares durante o Holocausto, acho que os judeus têm a obrigação moral de lutar contra qualquer forma de preconceito – e principalmente de evitar exercê-lo. Não se pode imputar ao outro o sofrimento que nosso povo passou.

Infelizmente, sinto na pele o que diz Ilan Pappé (em escala bem menor, já que não sou figura influente na comunidade – longe disso). Muitos de meus amigos judeus me rotulam de louco, radical, um "self-hating jew", quando começo a discutir política do Oriente Médio. Alguns evitam tocar no assunto quando estou por perto.

Estou até me preparando para os absurdos que vou ouvir quando acontecer outro desastre com a nova flotilha que está sendo organizada em direção a Gaza. Infelizmente, a maioria dos judeus engole e acredita nos argumentos tecidos pelo governo israelense, e acha que Israel nunca age por má-fé…

    Jair de Souza

    Estimado Beto_W (ainda não sei seu nome real). Fico feliz ao ver pessoas de ascendência judaica se posicionar como você está fazendo. Sou admirador das tradições humanistas do judaísmo e adversário do sionismo (me refiro ao sionismo que defende o estado de Israel, não o de Noam Chomsky). Entendo como deve ser difícil aguentar as pressões dentro da comunidade (como no caso relatado por Pappe). Mas também acredito que, se nossa causa é justa, não se deve desistir de lutar para mudar a situação. Também era muito difícil ser alemão e posicionar-se contra o nazismo na época hitleriana, mas agora já está claro que nazismo não é igual a alemão. O mesmo podemos dizer sobre sionismo e judaísmo. Veja a palestra de Marc Ellis "Judaísmo não é igual a Israel", Está no youtube. Pode te fazer bem.

    Beto_W

    Jair, eu já tinha visto a palestra do Marc Ellis, mas infelizmente ele foi, assim como Pappé, Goldstone e muitos outros, tachado de "self-hating jew". Dessa forma, suas opiniões são tratadas pela comunidade judaica como sendo de um louco. Mas ele faz um belíssimo trabalho ao tentar abrir os olhos de seus ouvintes à dura realidade que está além da visão idealizada que se tem de Israel dentro da comunidade judaica.

    Eu posso não ter tanto conhecimento quanto ele, nem tanta influência, nem tanta eloquência. Mas também tento fazer minha parte, mostrando (ou tentando mostrar) a meus amigos judeus que o conflito no Oriente Médio não é tão preto-e-branco quanto eles enxergam.

    Mário SF Alves

    Perdoe-me, mas, não entendi o "Sou admirador das tradições humanistas do judaísmo e adversário do sionismo (me refiro ao sionismo que defende o estado de Israel, não o de Noam Chomsky). Entendi que o Noam Chomsky é sionista e que há uma modalidade de sionismo aceitável? É isso?

    Jair de Souza

    É mais ou menos isso. Gente como Noam Chomsky, Martin Buber e outros acreditavam (e Chomsky talvez ainda acredite) que os judeus deveriam se reaglutinar na Palestina. Mas não para expulsar o povo palestino autóctone e formar um estado exclusivamente judeu na região. O que eles defendiam era a convivência em condições igualitárias de todos os habitantes da Palestina, independentemente de sua origem étnica ou religião. Na palestra de Marc H. Ellis que citei anteriormente ele apresenta de forma resumida as posições de várias personalidades humanistas do judaísmo que eram favoráveis à criação do "lar nacional judaico", mas contrários à criação de um "estado judaico". Ou seja, visões muitos diferentes do sionismo. Lamentavelmente (para a humanidade), a versão que vingou foi a da criação do estado de Israel e expulsão dos palestinos.

    Beto_W

    Não sei se Chomsky se considera sionista. Eu me considero sionista, e acho que sim, há várias formas de sionismo. Sionismo no sentido amplo é a aspiração a um lar nacional para os judeus. O que se convencionou chamar pejorativamente de sionismo é a idéia que Israel deve ser um país judaico, com leis judaicas e com benefícios para os judeus, criando assim uma aberração onde a igualdade foi jogada pela janela. Eu acho que isso não é ser sionista, é ser parcial, preconceituoso e egoísta.

    Mário SF Alves

    Obrigado pelo esclarecimento. E por falar nisso, o Jair acrescentou algo que considerei realmente importante em termos de entendimento do impacto social negativo dessa outra modalidade de sionismo. Por outro lado, essa dualidade entre um e outro sionismos só faz perdurar o desalento e o horrar do povo palestino.

O_Brasileiro

Do jeito que as coisas estão indo, os israelenses conseguirão fazer com que Hitler seja considerado um "santo".
Lamento pelos judeus mundo afora, que podem ter sua imagem vinculada à dos israelenses…

Marcelo Fraga

Quem sofre preconceito é quem é é oprimido, não quem oprime.
Eu nunca vou ter compaixão por alguém que se diz discriminado mas que fomenta a discriminação como ninguém. Essa campanha anti-árabe que vemos hoje em dia é fomentada por quem?

Há quem tenha a cara-de-pau de dizer que os judeus sofrem preconceito, provavelmente motivados pelo Holocausto. Isso parece ser "carta branca" para os sionistas fazerem o que quiserem com os palestinos. Massacram aquela gente e ainda posam de vítimas.

Os judeus comandam muitas das principais organizações empresariais do mundo. Mandam e desmandam no maior país do mundo, e ainda têm a cara-de-pau de se dizerem "vítimas".

Sei que existem judeus que não compactuam com isso. E os admiro.
Podem me chamar de anti-semita. Não sou.
Sou anti-preconceito, e sinto repulsa por qualquer um que o pratique.

    Dr Marcelo Silber

    Marcelo Fraga
    O Sr reconhece que "Podem me chamar de anti-semita " Por que será? sentimento de culpa?
    Vamos aos fatos. O Sr coloca (vou usar apenas as suas palavras…)
    "Os judeus comandam muitas das principais organizações empresariais do mundo. Mandam e desmandam no maior país do mundo" Pergunto, Qual o problema? Repito a pergunta (caso não tena entendido…) Qual o problema?? Cristãos tambem não comandam algumas das principais organizações empresáriais do mundo ?? ou Ateus?? ou Indianos?? ou Chineses ?? (Arre Égua…)
    'Sou anti-preconceito, e sinto repulsa por qualquer um que o pratique"
    Como o Sr deve estar sentido repulsa por si mesmo, recomendo talvez um bate papo com um bom Psiquiatra….
    Arre Égua…
    Dr Marcelo Silber

    Marcelo Fraga

    Você acha que quem discrimina pode ser o discriminado? Acha isso?
    Pode um criminoso se dizer vítima de preconceito apenas porque todo a sociedade enoja-se com ele?

    E sim, sinto uma culpa enorme por não gostar daquela gente que massacra os palestinos e depois se diz vítima de terroristas.

    Se eu preciso de psiquiatra, você precisa de camisa de força, "seo dotô".

    Beto_W

    Fraga, acho que o que o Silber está tentando questionar (de maneira um tanto agressiva, devo acrescentar) é este trecho de seu comentário:

    "Os judeus comandam muitas das principais organizações empresariais do mundo. Mandam e desmandam no maior país do mundo".

    O Silber em nenhum momento se colocou a favor da opressão aos palestinos. Ele apenas está tendo aquela já conhecida reação de enxergar toda crítica a Israel como ataque anti-semita. E escolheu esse trecho pois seu teor pode ser interpretado como uma sutil referência aos Protocolos dos Sábios de Sião…

    Eu concordo com você que, mesmo que alguém seja vítima de preconceito ou perseguição, isso não lhe dá o direito de oprimir outro povo (aliás, pelo contrário, o oprimido deveria ser o primeiro a lutar contra qualquer outra opressão). No entanto, esse trecho de seu comentário requer um pouco de argumentação ou reformulação.

    Marcelo Fraga

    Eu disse aquilo porque como sabemos o capitalismo é um sistema onde, historicamente, o forte explora e oprime o mais fraco.

    Quando eu vejo que grande parte das grandes empresas é comandada por sionistas, portanto no topo da "pirâmide capitalista", e que não fazem nada além de reforçar essa relação entre o fraco e o forte, eu não posso deixar de ligar uma coisa à outra.

    Jair de Souza

    Estimado Marcelo Fraga, entendo e concordo com sua indignação com aqueles que querem posar de vítimas enquanto cometem crimes contra outro povo indefeso. É bem a mentalidade que Yoav Shamir expõe com clareza em seu documentário "Difamação". Eu só gostaria que você levasse em conta que não podemos dizer que esta é a atitude dos judeus, e sim a atitude dos sionistas. Esta diferenciação é importante porque o interesse dos sionistas é justamente forçar a indentificação de sionismo com judaísmo para, assim, fazer que toda a comunidade judaica se sinta atacada. Veja também a palestra de Marc H. Ellis para notar como há judeus e judias de grande valor que não aceitam compactuar com a escória sionista. Ele também mostra os pseudo-progressistas, que são na verdade iguais aos abertamente constantinianos.

    Marcelo Fraga

    Eu vou olhar essa palestra no Youtube.
    Note que eu reconheço que existem muitos judeus de valor, que não compactuam com os sionistas.

    Nas próximas vou diferenciar mais um grupo do outro. "Don't worry, be happy…"

    Jair de Souza

    Por favor, corrijam minha besteira ortográfica: onde está "indentificação", queiram ler "identificação". Neste caso não foi um erro por "ingnorância", e sim por digitação impensada.

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