Meritocracia, os de cima sobem, os de baixo descem

Tempo de leitura: 2 min

por Gerson Carneiro, especial para o Viomundo

Tenho uma amiga que é arquiteta em uma empresa de construção civil.

Recentemente ela me contou que a empresa abriu uma vaga para empregar um jovem.  Participaram do processo de seleção três jovens. Dos quais apenas um compareceu pontualmente no horário marcado para entrevista. Os demais chegaram atrasados.

Curiosamente o que compareceu pontualmente é o que mora mais distante, e o mais pobre deles.

A empresa optou por contratar o jovem que não se atrasou, dentre outros motivos, considerou sua história pessoal. Pobre, mora na periferia, primeiro emprego, prometeu ajudar a mãe com o salário.

Mas aconteceu uma dificuldade. O jovem deixou apenas um número de celular para contato, e a empresa, por uma semana, tentou contatá-lo. Sem sucesso, até deixou recado na caixa postal, mas não houve retorno. Ligou em estabelecimentos comerciais próximos ao endereço residencial dele e por fim teve a ideia de ligar na escola aonde ele estuda, explicou toda a situação, porém… Pasmem! A escola informou que não passa recado.

Isso me deixou profundamente contrariado.  A escola, que deveria ser a primeira a se empenhar para contribuir para a mudança, no sentido de oferecer oportunidade, para aquele jovem e mudar sua vida, se mostrou inerte. Indiferente, apática.

Foi então que solicitei o número do celular deixado pelo jovem e, no final de semana, fiz algumas ligações. Após algumas tentativas ele atendeu. Expliquei o que estava acontecendo, disse-lhe para comparecer na segunda-feira no local aonde havia feito a entrevista, portando seus documentos pessoais, pois havia sido selecionado.

Ele, após um momento de euforia, me disse:

– Meu celular é ruim, não toca, só acende a luz e às vezes eu não vejo.

Enfim, o moço já está trabalhando.

Relatei esse fato para demonstrar até onde chegam os estorvos que um jovem pobre enfrenta.

Tem negado até um simples e importante recado. Por alguém que, em princípio, tem o dever de conduzi-lo.

Agora observem as duas fotos acima. Há quem acredite que as crianças das fotos, em realidades totalmente distintas, têm as mesmas oportunidades e chances de sucesso na universidade pública, em concursos públicos, enfim, na vida.  E que as crianças que estão “brincando” de quebrar pedra, para ter as mesmas oportunidades, quando adultas, que as crianças que estão “brincando” com o computador, “basta se esforçar”. Do contrário serão adultos vagabundos.

A propósito: entre as duas fotos acima, quem está empreendendo maior esforço?

Tomando emprestado uma frase de Chico Science, disto tenho certeza: “Meritocracia: os de cima sobem e os de baixo descem”.

Leia também:

Raquel Rolnik: Uma faixa exclusiva de ônibus incomoda muita gente…


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Comentários

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assalariado.

Resposta para Ramalho em (qui, 26/12/2013 – 9:26).

Obrigado pelo bom combate.

Mas vamos encaminhar, debater nossa visão sobre meritocracia. Observo pelos seus comentários que a sua relação com mérito passa necessariamente em manter a sociedade divida entre exploradores x explorados intacta, na ‘certeza’ de que numa sociedade mal resolvida entre os opostos político/ econômicos (CAPITAL X TRABALHO), nos levará a ‘justiça social’.

O mérito, sob o olhar de quem pensa vertical (capitalista), não é o mesmo para aquele que olha e pensa horizontal (socialista)

Pelo jeito você nunca leu Karl Marx. Digo isto porque na teoria econômica socialista em Marx também existe a figura da ‘meritocracia’. Então não se trata aqui de acabar com o mérito, e sim, coloca -lo sob ótica diferente de como usa -lo, de acordo o regime econômico vigente e seu contraditório entre a (SOCIEDADE/ ESTADO CAPITALISTA) X (SOCIEDADE/ ESTADO SOCIALISTA).

Isto é, no capitalismo os meios de produção são particulares/ privado e no socialismo os meios de produção são socializados é do coletivo social/ sociedade organizada. Quer dizer, no primeiro caso (o capitalista) expropria o suor alheio através do trabalho não pago aos assalariados, dai a sua riqueza (meritocracia?).

Enquanto no segundo caso (o socialismo), o fruto do trabalho (como todos sabemos) é construído de forma coletiva nas linhas de produção, e é, distribuído entre os produtores e reprodutores da riqueza social e dividida para todo o país em comum. Sim, no socialismo o parasitismo social capitalista desaparece.

Ou, em outras palavras escritas pelo próprio Marx/ Engels:

Na sociedade/ Estado Socialista, no que se refere a remuneração individual, prevalece a regra: DE CADA UM SEGUNDO SUA CAPACIDADE, E A CADA UM SEGUNDO O SEU TRABALHO.

Na sociedade Comunista (aqui não existe Estado), quer dizer, pós socialista, prevalece a regra: DE CADA UM SEGUNDO SUA CAPACIDADE, E A CADA UM SEGUNDO A SUA NECESSIDADE.

Decifra -me ou te devorarei! Já li isto não lembro aonde.

Abraços.

    Flavio Rios

    Boa Noite!

    Sem querer ser contra e no intuito mesmo de saber. A pergunta é o seguinte: Em que país o comunismo/socialismo funcionou?
    Obrigado.

    assalariado.

    Boa Noite!

    Flavio Rios, primeira coisa que devemos saber é: o que é a teoria de Karl MARX, sobre Socialismo/ Comunismo?

    Em todos os casos, a minha culta ignorância sobre este assunto me disse que o que existiu por aí nunca foi uma Sociedade/ Estado Socialista.

    O que aconteceu, foi que, os que tentaram fazer/ viver em Socialismo, nunca conseguiram passar de uma (sociedade/ Capitalismo de Estado), coisa que não existe nas teorias de MARX e Engels. Sugiro que, você leia sobre o assunto na internet. Digite no busca do google, entre outros sites e procure: capitalismo/ socialismo/ comunismo.

    Abraços.

FrancoAtirador

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DARWINISMO SOCIAL (III)

No atual estágio do Capitalismo, o Neoliberalismo conseguiu um feito:

Estabelecer a concorrência e a competição entre os próprios trabalhadores,

enquanto as empresas amigavelmente se fundem, formando Grandes Corporações.
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FrancoAtirador

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É preciso haver muito cuidado com a definição de ‘Meritocracia’

para não escorregar para o ‘Darwinismo Social’ ou coisa pior…
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‘DARWINISMO SOCIAL’ NADA TEM A VER COM A CIÊNCIA DE CHARLES DARWIN

DW.de ESPECIAL: 150 ANOS DE “A ORIGEM DAS ESPÉCIES”

O biólogo inglês jamais concebeu uma doutrina da “sobrevivência do mais forte”.
Quando Hitler subiu ao poder em 1933, o solo para sua política assassina já estava preparado, à base de manipulações de conceitos.

O barbudo senhor inglês teria ficado surpreso se alguém o confrontasse com a suspeita de que, no século 20, sua Teoria da Evolução seria a justificativa para crimes horrendos.

Pois Charles Robert Darwin jamais foi um racista, afirma Matthias Glaubrecht, diretor do departamento de pesquisa do Museu Etnológico de Berlim.

“Ele era um homem típico da era vitoriana, ocupado consigo mesmo, sua família, sua propriedade rural. Era bastante apolítico. O fato de os nacional-socialistas evocarem sua teoria para impor uma visão política lhe causaria muita estranheza.”

Para Glaubrecht, é incompreensível a persistência da ideia de que as pesquisas científicas de Darwin teriam dado impulso a médicos e teóricos racistas do nazismo.
Trata-se de um total mal-entendido da teoria com a qual ele descreveu o fenômeno natural da mutação evolutiva.

“Ele apresentou a teoria de uma seleção na natureza, mas não com uma meta determinada, voltada para a pureza de uma certa raça.”

“Spencerismo” seria mais exato
A Teoria da Evolução é, portanto, uma constatação cientificamente fundada, passível de comprovação, através de fatos e da confrontação com outras teorias, afirma Glaubrecht. Enfim, o melhor que se pode desejar de uma teoria.

Entretanto, Glaubrecht se incomoda com o termo “darwinismo”.
“Não queremos associá-la a um nome; por exemplo, em relação à Teoria Quântica, não se fala em ‘planckismo’, nem a Teoria da Relatividade é ‘einsteinismo’.”

Inapropriado seria também relacionar o conceito “darwinismo social” a Darwin.

“Luta pela sobrevivência”, “direito do mais forte” jamais foram palavras de Charles Darwin, mas sim conceitos manipulados por outros.

Não foi o biólogo nascido em 1809, mas sim o sociólogo inglês Herbert Spencer a aplicar as leis da evolução à sociedade humana.

É dele que parte a noção de ‘survival of the fittest’ – ”sobrevivência do mais bem adaptado’.
Glaubrecht tira a conclusão lógica:

“Justamente o darwinismo social é algo que se deveria chamar – se é que precisamos fazê-lo – de ‘spencerismo’. Pois não tem absolutamente nada a ver com Darwin.”

Racismo socialmente aceitável
No século 19 discutiam-se, em diversos círculos, noções racistas e antissemíticas.
Cursava o mito dos “arianos” superiores: o ódio contra tudo o que fosse diferente e um nacionalismo pronunciado se disseminavam pela Europa.

As obras do francês Arthur de Gobineau e do publicista britânico Houston Stewart Chamberlain eram muito lidas.
Seu tema era a superioridade da “raça branca”, que criaria uma cultura mais elevada, enquanto outros povos, supostamente inferiores, tinham como única finalidade a servidão.

A mistura das duas “raças” devia ser considerada decadente e perniciosa.

A partir do ‘darwinismo social’ desenvolve-se a assim chamada Eugenia, uma ideologia extremamente desumana, cujo fundador foi justamente um primo de Charles Darwin, o matemático Francis Galton.

Seus adeptos propunham aperfeiçoar o material genético humano através da criação direcionada, como a praticada com os animais domésticos.

Consequentemente, apenas as pessoas “racialmente mais valiosas” deveriam se reproduzir.

Solo preparado para o nazismo

Em 1905 é fundada no Reich alemão uma “Sociedade de Higiene Racial”; em 1920 um jurista alemão e um psiquiatra redigem um ensaio sobre o “extermínio da vida indigna de viver”.

A doutrina racial, supostamente fundamentada na biologia, toma impulso.

Exige-se agora uma política de seleção, o extermínio dos judeus, a luta pela autopreservação e novos espaços vitais para a “raça dominante”.

Quando Adolf Hitler e os nazistas subiram ao poder em 1933, o solo para sua política assassina já estava preparado.

A Charles Darwin não cabe a menor responsabilidade pelos crimes nazistas.

(http://www.dw.de/darwinismo-social-nada-tem-a-ver-com-a-ci%C3%AAncia-de-charles-darwin/a-4011406)
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FrancoAtirador

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DARWINISMO SOCIAL
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O FUNESTO IMPÉRIO MUNDIAL DAS CORPORAÇÕES

Os bons votos de um ano feliz são rituais.
Não passam de simples votos, pois não conseguem mudar o curso do mundo onde os super-poderosos seguem sua estratégia de dominação global.
(…)
Richard Wilkinson, um dos maiores especialistas sobre o tema desigualdade disse, há tempos, numa entrevista ao jornal Die Zeit da Alemanha:

”a questão fundamental é esta:
queremos ou não verdadeiramente viver segundo o princípio que o mais forte se apropria de quase tudo e o mais fraco é deixado para trás?”.

Os super-ricos e super-poderosos decidiram que querem viver segundo o princípio darwinista do mais forte e que se danem os mais fracos.

Mas comenta Wilkinson:

“creio que todos temos necessidade de uma maior cooperação e reciprocidade, pois as pessoas desejam uma maior igualdade social”.

Esse desejo é intencionalmente negado por esses epulões.

Via de regra, a lógica capitalista é feroz:
uma empresa engole a outra (eufemisticamente se diz que se fizeram fusões).
Quando se chega a um ponto em que só restam apenas algumas grandes, elas mudam a lógica:
ao invés de se guerrearem, fazem entre si uma aliança de lobos e comportam-se mutuamente como cordeiros.
Assim articuladas detém mais poder, acumulam com mais certeza para si e para seus acionistas, desconsiderando totalmente o bem da sociedade.
(…)
Foi esta absurda voracidade de acumular ilimitadamente que gestou a crise sistêmica de 2008.
Esta lógica aprofunda cada vez mais a desigualdade e torna mais difícil a saída da crise.

Quanto de desumanidade aquenta o estômago dos povos?

Pois tudo tem seu limite nem a economia é tudo.

Mas agora nos é dado ver as entranhas do monstro.

Como diz Dowbor:

”A verdade é que temos ignorado o elefante que está no centro da sala”.

Ele está quebrando tudo, cristais, louças e pisoteando pessoas.

Mas até quando?

O senso ético mundial nos assegura que uma sociedade não pode subsistir por muito tempo assentada sobre a super exploração, a mentira e a anti-vida.

Íntegra em:

(http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/O-funesto-imperio-mundial-das-corporacoes/29872)
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FrancoAtirador

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E pensar que Paulo Freire,

que esteve tão próximo de nós,

está cada vez mais distante…
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EDUCACAO DE JOVENS E ADULTOS
Professora: TAISSA AGRICOLA DOS SANTOS
TUTORIA 2
Pesquisa sobre a importância de Paulo Freire
no campo da Educação de Jovens e Adultos.

A Educação de Jovens e Adultos, sob a luz da Pedagogia Libertadora de Paulo Freire, propõe uma forma de educação com conteúdos críticos, voltados à realidade do adulto.

A concepção de Escola, sob essa forma de pensar em Educação, é de fundamental importância, pois atua como transformadora do homem, numa sociedade em que ainda prevalece a opressão, a exclusão e a segregação.

Os conteúdos tornam-se ferramentas de transformação da realidade vivida pelo Educando.

Para isso, o diálogo entre Educador e Educando torna-se imprescindível, pois é através dele que surgirão as temáticas a serem trabalhadas.

A escrita, por exemplo, ganha uma dimensão mais profunda, pois permite que o Educando exerça a cidadania, tornando-se capaz de compreender a sua realidade e buscar formas de transformá-la.

Paulo Freire critica severamente o professor que desenvolve sua prática baseada na educação bancária, que vai transformando o educando num “fundo bancário”, ou seja, o educador deposita, de forma mecânica, informações ao educando, e este memoriza os dados adquiridos.
Mediante essa postura o autor descarta o método tradicional de ensino, que tem a cartilha como uma única fonte e base para aquisição dos conhecimentos e, principalmente, para a alfabetização de jovens e adultos.

Freire (2003) adianta que a alfabetização de jovens e adultos não é simplesmente um ato de ler e escrever, por exemplo, um simples bilhete, mas o de construir a leitura e a escrita crítica e participativa, de forma que os alunos tenham uma participação social efetiva e que possam transformar a realidade em que vivem.

Nesse sentido, os educadores devem, constantemente, avaliar suas práticas pedagógicas, buscar aprofundar teoricamente aspectos ligados à educação de jovens e adultos, resgatar, em primeiro lugar, a consciência sobre as seguintes questões:
quem são os educandos, como eles pensam, como dimensionam seu tempo, quais seus interesses, como percebem o mundo a sua volta, quais suas necessidades, como constroem o conhecimento e outras mais.

A interação por meio do diálogo e da socialização entre professor e aluno, demonstra que ambos são pessoas atuantes dentro de uma mesma sociedade e faz com que esse relacionamento seja amadurecido cada vez mais, valorizando o educando com suas experiências de vidas e, também, o educador, como um intermediador no processo de ensino e aprendizagem.

REFERÊNCIAS:

BRASIL, MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Resolução CNE/CEB, nº 1, de 5 de julho de 2000. Brasília: MEC, 2000.

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Editora Contexto, 2006.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.São Paulo: Paz e Terra, 2003.
_____. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. (Org.). Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta. 3ª ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001.

Elaborado por:

Graça de Fátima de Moura Bastos
Turma: C
Pólo Realengo
3 º período
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Palmeira

Vejam:

1 país pobre alimenta seus pobres com fubá e inhame.

Outro alimenta seus pobres com coca Cola e chips de farinha branca temperados com Ajinomoto.

qual dos dois terá um exército?

Resposta: somente o 1

Por que na África se mostram esqueletos com a arcada dentária intacta?
E no Brasil, mesmo a classe média tem poucos dentes?

Exercício para pensarem…

Palmeira

O problema é que quase ninguém sabe ler no Brasil. O artigo nº 1 sobre meritocracia causou o maior bafafá. Porque ninguém entendeu. Daí saiu o 2 para explicar. Como diria o Mino, a direita e a classe média não entendem ironia.(acho que foram lidos no Nassif)

A propósito, tenho encontrado posts muito burros no Nassif. Nem parecem de pessoas que discutem economia. Seriam trollers?

Gerson Carneiro

Estou vendo o filme “Butter”. Em português foi traduzido como “O mordomo da Casa Branca”. Lembrei de um velho guerreiro da Bahia chamado Edson Gomes:

Eu vou contar pra vocês
Certa história do Brasil
Foi quando Cabral descobriu
Este país tropical
Um certo povo surgiu
Vindo de um certo lugar
Forçado a trabalhar neste imenso país
E era o chicote no ar
E era o chicote a estalar
E era o chicote a cortar
Era o chicote a sangrar

Um, dois, três até hoje dói
Um, dois, três, bateu mais de uma vez
Por isso é que a gente não tem vez
Por isso é que a gente sempre está
Do lado de fora
Por isso é que a gente sempre está
Lá na cozinha
Por isso é que a gente sempre está fazendo

O papel menor
O papel menor
O papel menor
Ou o papel pior

História do Brasil – Edson Gomes

Luca K

@Roberto Locatelli

Alguns têm + oportunidades do q outros? Não diga! Sem dúvida, e sempre será assim. Para reduzir a desigualdade de oportunidades, o caminho,
como bem aponta o Ramalho, é o mérito! Mas as diferenças de oportunidades
sempre existirão. Mesmo nos países + desenvolvidos.

Não Roberto, QI não eh conceito arcaico. A propósito, é pouco provável
q alguém com QI de 80 consiga se formar engenheiro numa boa escola.
A nao ser q tenha uma ‘ajuda’.

O QI médio de uma nação está relacionado diretamente a sua riqueza.
Há muitos outros fatores, claro, mas este eh um dos fatores importantes.
O mapeamento do QI mundo afora nos mostra isso.
Veja alguns exs: Japão=105, Coréia do Sul=106(interessante q a Coréia do
Norte, apesar de bem mais pobre q a do Sul tem QI médio de 105, evidenciando o forte componente genético do QI de uma populaçao), Alemanha=102.
Do outro lado do espectro temos países como Serra Leoa=64, Zimbabwe=66,
Nigéria=67.

    Palmeira

    Coreia do norte e sul>>> diferença 1 ponto. Nada de genética. A alimentação média apesar da propalada fome é muito boa na coreia do norte também. E a escola é muito boa também.

    Mas na Serra Leoa não há nem escola nem alimentação. Tá aí a causa.

    Luca K

    Seria bom se fosse simples assim Palmeira… mas NÃO É.

    Na verdade, a ideia de q o QI eh totalmente cultural/ambiental é FURADA
    e há uma massa de pesquisa mostrando q aproximadamente 50% é HEREDITÁRIO(genético).

    Os negros americanos, que têm ESCOLA E ALIMENTAÇÃO(além de possuírem
    entre 20% a 29% de herança européia, mais alguma indígena) e estão
    livres de uma série de doenças tropicais q afetam o QI, têm QI médio
    na casa de 85, muito mais alto do q a média da Africa Sub-Saariana(70).
    Porém bem inferior às médias de americanos brancos e asiáticos.
    Estudos de gêmeos brancos, negros e asiáticos, demonstram q a
    hereditariedade do QI é de pelo menos 50% em todas as raças. Um estudo
    muito interessante acompanhou gêmeos separados desde crianças, com
    condições culturais e econômicas diversas. Qdo adultos, seus QIs são
    basicamente iguais, salvo quando um dos gêmeos havia experimentado privações excessivas.

    No Brasil, levando-se em conta o ‘Flynn effect’, nossa herança genética e
    fatores externos – q podem ser fortemente melhorados – imagino q possamos
    nos afastar de nossa atual média pífia de 87-90, nos aproximando das
    nações mais “inteligentes”.

Mauro Assis

Desejo aos amigos de esquerda, por favor aceitem, sem obrigação ou compromisso, implícito ou não, os meus melhores votos para uma socialmente responsável, ecologicamente consciente, de baixo estresse, livre de vícios e dependência, celebração neutra de gênero do feriado do solstício de inverno do Hemisfério Norte, praticado dentro das tradições mais agradáveis da persuasão religiosa de sua escolha, ou práticas seculares de sua escolha, com respeito pela escolha religiosa/secular e/ou tradições de outros, ou sua escolha de não praticar as tradições religiosas ou seculares de forma alguma.

Também lhes desejo um ano fiscal bem-sucedido, pessoalmente gratificante e clinicamente sem complicações, do calendário geralmente aceito para 2014, mas não sem o devido respeito aos calendários da escolha de outras culturas cujas contribuições para a sociedade têm ajudado a tornar o Brasil grande. Não quer dizer que o Brasil é necessariamente melhor do que os outros países, claro.

Além disso, esse desejo é feito sem levar em conta a raça, o credo, a cor, a idade, a capacidade física, a fé religiosa ou a preferência sexual dos destinatários.

Aos amigos liberais e conservadores, um Feliz Natal e um próspero Ano Novo!

claret

Revoguem a evolução da espécie e recomecem do modo adequado a agradar aos “igualitários”.

    José Ricardo romero

    Desculpe claret, mas você não sabe o bastante sobre evolução das espécies. A teoria moderna da evolução simbiótica (Margullis e Sagan), muito bem aceita e recheada de provas e bom-senso (sim, porque quando se trata de evolução muitas coisas precisam ser afirmadas tendo apenas o bom-senso como respaldo) mostra que muito mais importante que a “seleção do mais forte” é a cooperação, muitas vezes com simbioses de bactérias e outras espécies para fazer um ser mais adaptado e não o mais forte. A ideia do mais forte é deliciosamente usada pelos fascistas, mas na realidade, saltos evolutivos incompreensíveis até estas descobertas só podem ser explicados pela cooperação e não pela força bruta. Chegar junto é muito mais inteligente que chegar em primeiro. O vencedor é um só entre todos os demais perdedores e aquele se angustia porque fica insatisfeito querendo mais.

    Mauro Assis

    Caro José Ricardo, bom senso como método científico é boa… quem sabe a gente volta a crer na Terra como centro do universo?

    Palmeira

    Quem são os igualitários?

    Ao que eu saiba os esquerdistas radicais sabem que existem enorme diferena entre as pessoas, por isso tentam garantir um mínimo aos mais fracos.

    Na esquerda europeia também, a capitalista, ela dá um salário mínimo maior aos pobres, e deixa os de cima se duelarem.

    Palmeira

    Melhor falar a partir do mínimo,

    mínimo salário, mínima produção,

    A direita raivosa brasilis quer:

    -mate o pobre antes de nascer, com falta de pré-natal
    -se nascer, não deixe estudar em creches, para ficar pra trás, já que em casa nem terá alimento
    -se passar da creche, não deixe fazer o ensino básico
    -se passar ao ensino médio, que seja de má qualidade, em salas quentes, após uma viagem de quilômetros. Assim sobram mais vagas no vestibular.
    -contem que a maioria terá morrido até aqui, pelas lutas de gangues.
    -se não morreram terão se envolvido com crimes, daí fica fácil
    a-morreram pelas balas
    b-morrerão dentro das cadeias

Ramalho

(Em resposta ao comentarista Assalariado)

Você defende mal o que parece ser seu ponto de vista.

Para combater desigualdades sociais e econômicas, deve-se atacar a meritocracia? O ataque à meritocracia resolve desigualdades? Claro que não.

A redução das desigualdades passa por caminhos muito diferentes deste seu ataque. Um deles é educação pública (gratuita) de qualidade, desde o pré-primário. E aí entra a meritocracia. Não há sistema de educação de qualidade que não se assente nela. Boas escolas são aquelas em que os melhores alunos e professores têm reconhecimento e recompensa, sendo sempre estimulados a melhorar. Sistemas de educação que NÃO se assentam no primado do mérito (onde todos são promovidos independentemente de aproveitamento, como a tal da progressão continuada, que, aliás, foi praticada no Rio e São Paulo) ACENTUAM a desigualdade. Se você quer de fato ajudar a reduzir desigualdades, um caminho é ajudar a construir uma educação pública, aberta a todos, de qualidade, assentada, por isso, na meritocracia.

A redução das desigualdades passa, também, por sistema público (gratuito) de saúde de qualidade. Novamente, para que tal sistema seja de boa qualidade, tem de se assentar na meritocracia, óbvio. Aos melhores profissionais de saúde, as melhores recompensas e o maior reconhecimento. É claro que os melhores profissionais de saúde têm de ser reconhecidos, pois produzem melhores resultados para a população; além disso, a todos profissionais é passada a clara mensagem de que, quanto melhor trabalharem, melhor serão recompensados. Como, em geral, as pessoas buscam reconhecimento e renda, de preferência por caminhos éticos, o primado meritocrático contribui para a elevação da qualidade do sistema como um todo. Ademais, contribui para a melhoria das condições de trabalho, pois compadrio e nepotismo são enfraquecidos, reduzindo injustiças. Uma vez que a população em geral tenha acesso a serviço público de saúde que ofereça atenção pré-natal de qualidade, orientação e acompanhamento pós-natal de qualidade, programa vacinal de qualidade e remédios quando necessário, haverá a tendência das pessoas ficarem em pé de igualdade na aquisição de conhecimento nas escolas públicas e privadas. Como se vê, também por este caminho redutor de desigualdade, a meritocracia é essencial.

Há, ainda, para ajudar a reduzir a desigualdade, necessidade de garantir a segurança alimentar da gestante e filhos. Assim, você também pode ajudar a reduzir as desigualdades contribuindo para melhorar a eficácia e a eficiência do Bolsa-Família. Mas veja, sistemas eficazes e eficientes requerem comprometimento da organização com a qualidade, e isto só se consegue sob a meritocracia. Os funcionários do sistema têm de estar comprometidos com a qualidade e, para tanto, os que mais contribuírem para a qualidade do programa, aqueles com mais mérito, têm de ser recompensados. Ademais, além das condicionalidades para permanecer no programa, as famílias que tirarem melhor proveito dos benefícios, e um critério de avaliação do aproveitamento do benefício é o desempenho escolar dos filhos (mérito), têm de ser premiadas. A premiação das famílias cujos filhos tenham melhor desempenho escolar estimulará as demais a buscar o mesmo resultado, reduzindo a desigualdade. Aqui, igualmente, o sistema meritocrático é fundamental.

É claro que, em tese, você poderia tentar trilhar o caminho de uma revolução socialista que estatizasse os meios de produção, acabando teoricamente com explorados e exploradores, reduzindo, assim, a desigualdade, mas não parece haver condições para tal, tanto agora, quanto em futuro visível. Talvez, por este caminho, se conseguisse trilhá-lo, você reduzisse desigualdades, mas, não se iluda, mesmo e principalmente nele, a meritocracia seria essencial. Leve em conta, porém, que política é a arte do possível.

A meritocracia não é invenção capitalista, meu caro. Vem de muito antes, vem de antes da civilização, da época em que mais éramos primatas do que humanos. A natureza nos impôs a competição para ter o privilégio de procriar: machos tinham (e têm) de lutar entre si, um processo de seleção dos com mais mérito (mais forte e mais adaptado ao ambiente, e, agora, com mais fama ou dinheiro, ou cultura, isto é, tanto antes, quanto agora, com mais poder) para usufruírem do privilégio. O propósito do processo é produzir descendência com mais chances de sobreviver, e não o de perpetuar desigualdades, como você diria. E, em verdade, na natureza, tudo é competição, e só os melhores, isto é, os com mais mérito, sobrevivem. Isso é bom? Essa competição toda é boa? Não, não é, mas é assim, trata-se de fato da vida que acontece há muito tempo e por toda parte. Meritocracia não é invenção capitalista.

É claro que um sistema meritocrático feito por humanos pode e deve ter características “humanas”, ou melhor, humanistas, que amenizem os efeitos adversos da competição inerente aos sistemas meritocráticos. Contudo, não se pode abdicar da meritocracia, e não se abdica: mesmo os que a combatem, na hora de escolher um médico em situação de crise, por exemplo, escolherão sempre o que tiver mais mérito (conhecimento, comprometimento com o doente, mais experiência etc.) dentro de suas possibilidades. Fora da meritocracia, repito, não há salvação.

Dada a pergunta que me faz, vê-se que você quer enriquecer e quer enriquecer sem trabalhar. No entanto, você diz que meu comentário é pequeno burguês e reacionário! Seu desejo revelado na pergunta, um ato falho, ele, sim, é burguês (não sei se pequeno-burguês): ficar rico explorando a mais valia alheia, pois sem trabalhar. Quanto reacionarismo esconde o seu coração, meu caro.

Atacar a meritocracia e o trabalho, como você faz, não leva a nada. Em vez de atacar e tentar destruir, ofereça soluções, ajude a construir. Destruir, e infundadamente, só atrapalha.

Boas festas a todos.

    Luiz Carlos Azenha

    Ramalho, notamos sua tentativa de dividir o comentário em partes. Não é preciso. O problema é aqui, quando os comentários caem na caixa do spam que lota rápido, com centenas de spams de verdade. Estamos em busca de uma solução. abs

    augusto2

    necas, amigo ou, as vezes, ecas.
    a meritocracia é um conceito.
    O qual, nele mesmo e na aplicabilidade pode estar furado e pode ser bombardeado por critica, até feroz.
    E digo que aquilo nela, que implique nao tratar desigualmente os desiguais deve ser rejeitado. Rejeitado tanto conceitual como pragmaticamente.
    é o que o o que o lulismo vem fazendo.

    claret

    Uau, não vejo nada mais claro do que o exposto pelo Ramalho, fui muito breve em meu comentário, parabéns Ramalho.

Walter

Exemplos práticos de meritocracia à brasileira

Paulo Henrique Cardoso, 45 anos, filho do presidente da República, é um sociólogo por formação acadêmica – estudou na Unicamp, logo após a família voltar dos anos de exílio, durante o governo militar. Mas nunca abraçou exatamente o que a carreira lhe oferece. É hoje diretor-geral da recém-lançada Brasil Sempre, uma publicação trimestral com mais de 150 páginas, com oito mil exemplares de tiragem etc…

http://wwwterrordonordeste.blogspot.com.br/2010/09/paulo-henrique-cardoso-o-verdadeiro.html

Jair Antonio Meneguelli (São Paulo, 16 de julho de 1947) é um sindicalista e político brasileiro.

Ferramenteiro na Willys Overland, tornou-se presidente do Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo em 1981.1 Presidiu a CUT do estado de São Paulo. Integrante do Partido dos Trabalhadores, elege-se deputado federal em 1994 e novamente em 1998.2

Preside o Conselho Nacional do SESI desde 2003- aparte meu. Saláriozonho de uns 25 paus por mês, SEM CONCURSO!!!!!!

Incontestavelmente exemplos de que o estudo não compensa.
Que meritocracia não existe.
Que PT e PSDB são farinha do mesmo saco.

Bastava cumprir a lei 8112 e acabar com os DAS. Mas isso ninguém faz.

Isso me faz lembrar uma época , nos idos dos anos 80, eu , recém formado em jornalismo e perseguido por um quadro petista, meu ex-chefe, posto que havia levado a empresa, da qual ele era empregado ,na justiça do trabalho.
Falava inglês, alemão e espanhol. Formado na PUC com o suor e as lágrimas dos meus pais,iludidos da classe média de então.
Fui concorrer a um emprego e fui detonado na entrevista final pelas referências dadas pelo ex-chefe petista, não obstante ter o currículo bem melhor que o outro concorrente. A meritocracia do quem indica.

Pouco tempo depois fui concorrer a uma vaga no portal do jornal estado de minas, vaga perdida para uma moçoila com dotes físicos bem mais atraentes que os meus. A meritocracia da gostosona.

Desisti e fui ser autônomo na área de T.I.

Me restou ,aos 40 anos,ser aprovado em segundo lugar em concurso público federal numa concorrência de 500 por vaga. E aí vem nego dizer que não tenho mérito, que não há mérito nisso porque sou da “nefasta classe média”? E aí querem botar cota afirmativa no concurso?

Que papo é esse de meritocracia????

    Flavio Rios

    Putz! PARABÉNS! Falou tudo! Esse pessoal quer que nos espelhemos no lula(minúsculo mesmo), que hoje esta milionário sem ter trabalhado ser quer alguns anos. Parabéns Walter.

José Ricardo romero

Estou surpreso e contente que o tema meritocracia, até então ausente das discussões políticas, está vindo à tona no Brasil. Este fenômeno é a causa primeira e mais importante do atual conflito acirrado que estamos enfrentando entre direita e esquerda, elites e governo. O PSDB é declaradamente, expressamente, favorável inconteste em tempo integral e dedicação exclusiva da meritocracia. Ora, o mérito não é meritocracia. A organização dos que têm mérito na forma de associação de classes, elites e corporações, por exemplo, que tentam influenciar o poder em seu favor (e não apenas na justa defesa de seus interesses) é o problema. E estas associações, por óbvio, têm poder, fazem por isso. Um governo não pode se guiar pela meritocracia porque as necessidades e anseios de uma sociedade complexa e difusa não tem nada a ver com mérito. Daí o conflito.

Carlos Rocha

Não acho que o ideal da Meritocracia seja totalmente equivocado, mas é necessário avaliar que tipo de Meritocracia está sendo praticada na sociedade. Mudando um pouco o foco da questão, eu gostaria de dar o meu testemunho de como tenho vivenciado a Meritocracia no setor privado.

Eu trabalho há 8 anos em uma empresa multinacional onde o discurso da Meritocracia prevalece. Nesse contexto quero destacar que nem sempre o funcionário mais qualificado ou produtivo é o mais valorizado. O que importa são os resultados, ou seja, quem atingi as “metas” é bom, quem não atingi, não serve!!!

Mas como assim? Aqueles que atingem os melhores resultados não são consequentemente os mais produtivos e qualificados??

Nem sempre, existem várias formas de se atingir resultados. Pode-se trabalhar em busca de resultados com ética e transparência, respeitando direitos e pessoas, ou pode-se trabalhar usando outros artifícios como a mentira, omissão e a manipulação.

Portanto, eu entendo que a Meritocracia dominante hoje no setor privado é completamente desprovida de valores, nesse contexto os mais espertos quase sempre são os mais valorizados, pois no setor privado, como no capitalismo de um modo geral, o que importa é o LUCRO e não as pessoas.

Ainda, será que a Meritocracia é a única forma valoração? tão absoluta que não possa dar margem a outras iniciativas que permitam ações afirmativas e políticas de inclusão social como estas que vem sendo praticadas no Brasil pelo atual governo, afim de que tenhamos uma sociedade mais homogênea em termos de oportunidades.

Rogério Ferraz Alencar

A meritocracia não é para ser extinta, nem os concursos devem ser. Mas há que se dar cotas numa competição tão desigual.

    Palmeira

    Mesmo entre os cotistas em breve haverá guerra pela vaga. Sobre isso ninguém da classe média, a que sempre alega a meritocracia mas não entende o artigo que leu…., quer falar. Pois na verdade a classe média clássica quer é mais vagas para seus filhos. Com o aumento da população e a nova concorrência da classe média C que esforça muito para mudar de vida, a classe média clássica está sofrendo horrores. Tem apelado para o cargo de desconfiança, mas os pobres, tipo eu, já estão propondo acabar com os cargos de desconfiança. Talvez porque eu conheça alguns nesses cargos que não aguentariam uma concorrência média.

Luca K

O Ramalho teceu comentários muito bons sobre o texto do Gerson.
Mais algumas considerações:

. Igualdade total NÃO existe em lugar nenhum do mundo! Em sociedades menos desiguais as oportunidades são mais acessíveis a todos mas é evidente q os filhos da elite no Japão ou na Finlândia, têm sim mais oportunidades do q os filhos dos mais pobres.

. Como o Ramalho bem observou, NENHUM d vcs q odeia o sistema por mérito(ainda pouco empregado no Brasil), tem a oferecer qualquer alternativa superior. Ramalho bem observa q a falta do mérito foi um importante fator para a construção de um Brasil tão desigual. Mas, obviamente, a meritocracia não eh e nunca será perfeita. Consideremos 2 caras de classe média, um, já com 30 anos, casado e um filho pequeno. Trabalha o dia inteiro. O outro, 20 anos, recém saído da facul, solteiro, não trabalha. os 2 resolvem fazer concurso para o mesmo cargo X. O q não trabalha, estuda o dia todo, o outro, precisa fazer grande sacrifício e, óbvio, sua carga de estudo será bem menor. Quem terá mais chances? Ainda assim, não há opção melhor do q o concurso neste caso.

. Como eh de se esperar de textos publicados neste espaço, há o ângulo do racismo(tá cansando hein) pois a foto escolhida pelo Gerson NÃO poderia ser mais maniqueísta!!

. Enquanto o Brasil não trabalhar melhor com planejamento de longo prazo, independente de partido(kkkk, não vai rolar nunca!), não investir pesada e competentemente em educaçao de qualidade(quem quer dar aula pra ganhar merreca?!), infra-estrutura, segurança, etc, não muda. As mudanças serão superficiais e se perderão facilmente.

    assalariado.

    Lucas K, vamos deixar de ser hipócrita, vamos ser objetivo no contexto exato a que nos propõe o Gerson Carneiro, neste post. Estou falando das fotos. (As crianças ‘que trabalham’ no computador) X (crianças trabalhando/ quebrando pedras para sobrevivência da família).

    Oras, na real, qual o futuro destas crianças como sobreviventes? Os primeiros a tendencia é sobreviverem na condição de exploradores dos assalariados. Os segundos, na condição de explorados de pelos donos do capital. Então, chego a seguinte conclusão: vivemos numa sociedade de luta de classes. Quer dizer (CAPITAL X TRABALHO), onde a burguesia na hora de negociar o salário do peão entra com a corda, no oposto, os assalariados e seus filhos quebra pedras, entram com o pescoço. Aonde é que entraria a meritocracia nessa luta entre desiguais?

    Abraços.

Ramalho

Há certas palavras cujo sentido é desvirtuado por razões políticas. Dois exemplos são populismo e meritocracia. Populismo, segundo o Houaiss, é, em primeira acepção, simpatia pelo Povo. Meritocracia, ainda segundo Houaiss e em primeira acepção, significa predomínio dos que têm mais mérito.

O que há de errado em premiar os que têm mais mérito? Nada. Por isto, entre Houaiss e Chico Science, a não ser que Science desenvolva muito bem sua declaração condenatória do sistema meritocrático, claro que fico com Houaiss.

Aliás, foi a ausência da meritocracia que produziu a desigualdade: a divisão injusta da riqueza é fruto inicialmente da força (acumulação primitiva do capital) sucedida pela sua perpetuação nas leis. A meritocracia nada tem a ver com isso, e atacá-la é diversionismo. A problema é outro, e a meritocracia faz parte da solução.

O texto que parece pretender condenar o regime meritocrático é contrassenso, faz o elogio deste: no case apresentado, o único candidato que chegou na hora foi admitido (ser pontual é um critério de avaliação de mérito). Trata-se, pois, o texto, de condenação do signo “meritocracia” ao lado do elogio do conceito que o signo representa.

O artigo critica a meritocracia, mas não apresenta alternativa a ela, e as alternativas à meritocracia são ruins; compadrio, trambique, nepotismo etc. Uma das aplicações concretas da meritocracia é o concurso público, que se opõe ao “quem indica”. Dá oportunidade a todos e seleciona em tese os melhores. Muito melhor do que selecionar a filha do ministro do STF apenas porque a dondoca é filha do ministro, não é mesmo? Portanto, ainda bem que o conceito de meritocracia avança nas entidades públicas, apesar de Chico Science.

Fora da meritocracia não há salvação.

    manoel vieira

    Ora, se durante algum período(no Brasil, aliás, um longo período), a ausência da meritocracia produziu a desigualdade, os governantes tem mais é que subverter a lei da meritocracia para promover, o mais rapidamente possível, a igualdade. Depois então volta-se à meritocracia. Simples assim!!!

    Palmeira

    Claro!

    José Neto

    “A rosquinha vende mais porque é fresquinha, ou é fresquinha porque vende mais?!!!!!

    Luca K

    Na mosca Ramalho! Ótimas observações!

    Gerson Carneiro

    Ramalho,

    A asserção trazida, em forma de citação, pelo comentarista Gleison Zambon derruba a tua argumentação:

    “Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um. ” (Mário Quintana)

    Outrossim, a pontualidade na entrevista é ponto de chegada.

    Luca K

    @Gerson
    Sinceramente, pela sua resposta, duvido q vc tenha sequer entendido o q o Ramalho escreveu. Vc não refutou absolutamente NADA…

    Gerson Carneiro

    Aaahhh… que preguiça de jogar xadrez com pombo.

    assalariado.

    Ramalho, da forma como colocas os conceitos sobre populismo e meritocracia de acordo com Houaiss nada mais é que uma visão que parte do principio que a sociedade em que vivemos as chances de sobrevivência entre os filhos dos ricos e dos pobres, tem a mesma ‘força’. Visão puramente elitista e pequeno burguesa de sociedade. Quer dizer, o ponto de partido de comparação (meritocracia?) trata desiguais como iguais, nesta relação entre os exploradores capitalistas e os assalariados explorados pelos capitalistas.

    Numa sociedade de relação meritocrata (capitalista?), a meritocracia é sempre uma condição pré estabelecida entre o explorador x explorado, isto, para que o primeiro, justifique politicamente/ economicamente o sofrimento politico/ econômicos dos segundos.

    O que faz parte da solução é acabarmos em principio com a exploração dos ricos sobre os pobres. Partindo desse ponto, com certeza, a meritocracia sairá do campo individualista de solução, e passará a ser uma solução do coletivo, visto que, toda riqueza produzida encima da terra é construída produzida e reproduzida de forma coletiva pela força do trabalho assalariado. Porém, expropriada pelos ‘méritos’ dos exploradores sangue suga do capital.

    Para acabar de vez com este seu comentário pequeno burgues reacionário, lhe pergunto: Se trabalhar enriquecesse, os aposentados eram todos ricos, no entanto, … Cadê a meritocracia?

    Abraços.

    Palmeira

    Chico Science usou de ironia.

Ananda

O perfil dos defensores da meritocracia, via de regra, segue a mesma cartilha, falam mal de corrupção, citam mensalão como exemplo, falam mal do PT e do governo, falam mal do Brasil, e do quanto é desnecessário a existência de programas sociais que ajudam a minorar difrenças, afinal quem é ‘bom’ como eles, não precisa disso.
E o curioso é que os que mais arrotam essa ladainha da meritocracia, via de regra, são os que menos juz fazem para dar sustentação `a tese. Cansei de ver empregadores com esse discurso burlarem as leis trabalhistas para conseguirem maiores lucros `as custas ds funcionários. Onde a meritocracia, onde a capacidade de gerir uma empresa decentemente?
Na real, como você bem lembrou nesse post e como diz o clipe do radiohead, “some things cost more than you realize” http://www.youtube.com/watch?v=xgXo4ybigpM
Feliz Natal, Azenha, Conceição, Gerson e todos os frequentadores do Viomundo

    Conceição Lemes

    Ananda, em nome do Viomundo, obrigadíssima. Pra vc também. bj

Carlos N Mendes

Entre os vícios ‘brasileiros’ (que geralmente são universais, por mais que achemos o contrário), está essa coisa do ‘mínimo esforço’, primo-irmão do ‘não é minha função’. Gerson, se não fosse seu esforço pessoal, este jovem , que provavelmente vai agregar imenso valor ao seu universo familiar,teria visto o que talvez seja a oportunidade de uma vida ser destruída por um funcionário despreparado de uma escola. Escola essa, com certeza, desprezada pelo poder público, por um motivo ou outro. Apenas torço para que gotas de boa vontade como essa se tornem, em breve, um rio que varra para bem longe o marasmo cívico e moral onde está mergulhado o brasileiro.

Rogério Ferraz Alencar

A meritocracia é balela, mesmo. O que existe é uma competição profundamente desigual, em favor do estudante rico (quase sempre branco) contra o estudante pobre (quase sempre negro). E a competição pra lá de desigual se dá na disputa por vaga em escola superior pública, único caso em que ensino público é, quase sempre, melhor do que o privado. A disputa, então, é entre um rico, que é estudante profissional, bem alimentado, com acesso a todos os recursos curriculares e extracurriculares, com aulas de reforço quando precisa ou quando quer, vivendo em família geralmente estruturada, que estudou fundamental e médio em escolas particulares; contra estudante pobre, esfomeado, que não pode ser estudante profissional, pois tem que trabalhar ou pedir esmola para viver melhor, com mínimo acesso a recuso curricular, dado pela própria escola pública, onde ele cursa fundamental e médio, que e vive em famílias, muitas vezes desestruturadas. Quem ganha uma disputa dessas?

bento

Uma mentira para ser bem contada até o mentiroso tem que acreditar nela…

O principal meio de dominação é o ideológico…afinal somos consciência em vida…

Feliz natal e 2014 para todos…

Mauro Assis

Pois vou contar uma outra historinha comovente:

O filho de um conhecido, bastante pobre, branco, é um ótimo aluno de escola pública. Fez teste de seleção para uma bolsa parcial de uma boa escola particular e conseguiu. Os irmãos, que são oito e por não terem estudado também não tem grana, e dispuseram a investir uma grana para:

– Que o irmão não tenha que trabalhar para ajudar em casa.

– Para pagar a outra metade da bolsa.

Quando eles comunicaram isso ao jovem rapaz, em vez de ficar feliz, ele respondeu assim:

– Sei não. A minha outra escola é ruim, mas lá eu tenho o benefício de ser uma aluno de escola pública, que pode fazer falta no futuro. Será que vale a pena tanto sacrifício de vocês?

Vou contar uma segunda historinha:

Meu irmão é professor da rede municipal de Belo Horizonte há muitos anos. Uma aluna disse a ele:

– Professor, sabe que vou à Disney nessas férias? Eu e minha família!

Ele teve vontade de ir até o pai da jovem e dizer:

– Porque vc não pega essa grana que vai gastar com essa viajem e investe em uma educação de qualidade para a sua filha?

O que eu quero dizer com estas histórias:

Toda vez que se cria um “direito”, isso implica em que alguém perde do outro lado, sempre. E quem perde nesta coisa de cotas etc, não é a elite, porque essa estuda nas melhores escolas pagas, no Brasil e no exterior. São crianças e jovens, muitas vezes tão pobres mas mais capazes porque seus pais investiram muito de seus poucos recursos em sua educação.

Não tenho a resposta para essa questão, por isso estou perguntando cá.

    News

    Cota para todo mundo, educação para ninguém.

    Para negros, para índios, para dependentes químicos, para nascidos em aquário com ascendente escorpião.

    cotas para todos.

    cada cota nova, é um voto novo.

    educação? bom esta não é a prioridade neste ano de eleição.

    Luca K

    “cada cota nova, é um voto novo.”

    É por aí mesmo.

Bacellar

O mito da meritocracia é um dos pilares da retórica furada neoliberal (quem tiver paciência de ler sempre toco no assunto em meu blogue jbacellartm.wordpress.com ) me lembro, por exemplo, na Baixada do Glicério, centro de SP, de uma menina de uns 2 ou 3 anos, filha de uma usuária de crack, que ficava amarrada por uma corda na cintura à perna da mãe para que não se perdesse. Qual é a chance de uma criança como essa se desenvolver adequadamente para competir no mercado? 0%. Em contrapartida conheci gente especializada em abrir e falir negócios, um atrás do outro, bancados pela família, só para terem oque fazer. Qual é a chance deles acabarem na miséria? 0%! Meritocracia é mito!
Alias estou lendo e recomendo um livrinho do Celso Furtado interessantíssimo sobre outro mito que povoa o imaginário coletivo “O Mito do Desenvolvimento Econômico”. Escancara como não existem de fato os tais passos e etapas de desenvolvimento para que um determinado pais subdesenvolvido saia da periferia econômica para o centro. Não com as condições históricas nas quais se deram sua formação específica. Escrito em 74 e atual.

    Roberto Locatelli

    Bacellar, sobre essa tal “meritocracia” há um livro demolidor. O título é “Fora de Série”, de Malcolm Gladwell, Editora Sextante. Já deve estar disponível até em sebos.

    Já antecipo que o autor não é “de esquerda”. No entanto, ele diz que essa conversinha de que os mais capacitados “vencem” na vida é um mito. Ele mostra que não há diferença significativa entre as pessoas, EXCETO AS OPORTUNIDADES QUE UNS TÊM E OUTROS NÃO. Ele demonstra que Bill Gates e Steve Jobs não são diferentes de outros bilhões de seres humanos, exceto por terem tido a oportunidade – DESDE MUITO CEDO – de ter contato DIÁRIO com computadores.

    Luca K

    Ô Roberto, isso de não haver diferenças é tolice pura. A questão da oportunidade ou falta dela, é observação ÓBVIA e NÃO elimina o fato de q as pessoas são diferentes SIM, E q isto é parte da equação com relação ao q as pessoas alcançam na vida. Entre 2 irmãos, 1 muito dedicado e esforçado e um outro descansado, quem geralmente avança mais? Entre uma pessoa com QI de 75 e outra com QI de 115, quem provavelmente terá mais sucesso numa sociedade moderna? Não considerar as diferenças é IGNORAR a realidade o q nos mostra apenas q o sr eh ideologicamente motivado…

    Roberto Locatelli

    Luca, ninguém disse que as pessoas são iguais. Não distorça. O que foi dito é que todos têm talentos e habilidades, mas alguns têm OPORTUNIDADE.

    Um menino preto pobre tem “QI” (conceito arcaico, mas vá lá) de 120. Mas não tem dinheiro para estudar, não é aceito em empregos “de branco” e acaba comprando um carrinho de cachorro-quente pra ganhar a vida.

    Um menino branco de classe média tem “QI” de 80, mas vai estudar numa faculdade boa, forma-se engenheiro e vai trabalhar numa multinacional.

    Ou pior, um bebê nasce com todo o potencial genético para ser inteligente. Mas morre antes do primeiro ano de vida pois nasceu numa família de agricultores pobres.

    O autor do livro que citei pesquisou a questão anos a fio. É autor consagrado nos EUA e em outros países. E você vem querer contestá-lo na base do achômetro?

Marat

Aos defensores da tal da meritocracia, lembro:
– As multinacionais (inclusive as da telefonia) ganham muitas isenções de impostos;
– Os empresários, em grande parte, são sonegadores;
– Eles querem ganhar muito e oferecer pouco ou quase nada em troca;
E muitos etc…
Por outro lado, quem paga contas abusivamente caras de celular, muitas vezes têm problemas para fazer ou receber ligações…
Estes são os “melhores”, para os meritocratas? Estes são os “melhores” para os lambedores de botas das multinacionais e o tal de “primeiro” mundo?

Narr

A meritocracia é o fundamento do funcionamento ótimo do capitalismo.
Uma sociedade em que, por meio do regime universal de educação, distingue os méritos e seleciona para as classes superiores apenas os que habilitaram-se por suas próprias qualidades e ações, e não por causa de privilégios de origem.
Nos EUA, os liberais defendem programas de reforço dos sistema público de educação, de bolsas universitárias e de apoio a lares com crianças desassistidas para que a sociedade capitalista alcance o ideal: as diferenças entre as classes sociais serem o resultado de uma competição justa entre indivíduos que tiveram as mesmas oportunidades.
Meritocracia é uma bandeira liberal.
Nada mais anti-meritocrático que o princípio comunista “de cada um segundo seu trabalho, a cada um segundo suas necessidades”.

    Bacellar

    O centro e a periferia econômica fazem parte da mesma superestrutura. Um não existe sem o outro. A meritocracia, nobilíssimo ideal com o qual qualquer pessoa razoável concorda, não se dá de fato pois fatores históricos já predeterminam as funções de nações e indivíduos. Existe uma divisão internacional do trabalho solidamente posta e defendida a todo o custo inclusive por aparato militar superior. O desenvolvimento definitivo dos EUA se deu através da internacionalização de seus trustes, o que pode ser menos meritocrático, do que um jogo de oligopólios, que sistema pode ser menos favorável à livre iniciativa individual?

Edno Lima

Enquanto, graças ás quotas, poucas dessas crianças que passaram a infância brincando de quebrar pedras vão ter chance na universidade pública, em concursos públicos, enfim, na vida; a imensa maioria delas vai ter contar com a sorte, e muita sorte , para ter alguma chance em algum lugar, pois a depender exclusivamente da educação pública brasileira, vão chegar á vida adulta qualificadas apenas para quebrar pedras.É fácil resolver uma pequeníssima parte do problema através das quotas, difícil é resolver a enorme parte do problema dando acesso á educação de qualidade.

    Edgar Rocha

    Edno, receio ter de dizer quem nem sorte, nem competência são toleradas por aqueles que se apropriam do ensino e das oportunidades. Florestan Fernandes, por exemplo, formou-se por sua enorme competência, sendo ele originário das classes mais desfavorecidas. Infelizmente, isto não foi suficiente pra que ele conseguisse formar sequer um descendente direto de sua coerência e de sua capacidade intelectual. Aqueles mesmos professores que faziam de tudo na FFLCH – História pra esvaziar as salas e lecionar apenas aos que lhes apeteciam (sejam lá quais forem os critérios para tal empatia) diziam com a boca cheia terem sido alunos dele, do Sérgio Buarque e de tantos outros consagrados intelectuais daquela instituição. Infelizmente, fosse no período em que estudei, dificilmente o próprio Florestan teria concluído o curso, sob o risco de simplesmente ter de fazer concessões a um sistema excludente e elitista (estou falando de puxar o saco, ficar o dia inteiro coçando no centro acadêmico, assumir-se como desta ou daquela vertente política alinhada com professor fulano, corroborar teses furadas sem o menor senso crítico, não reclamar nunca pra não sofrer represálias burocráticas ou angariar antipatia de funcionários da administração, etc., etc., etc…) Enfim, longe de mim comparar-me em brilhantismo intelectual a alguém tão admirável quanto ele mas, desta leva toda que desistiu por simples pressão (tinha professor que falava francês durante a aula, exigia textos em três línguas estrangeiras diferentes, só pra fazer o povo desistir, além da grosseria descarada de alguns) quantos poderiam ter, efetivamente, contribuído para elucidar nossa História, ainda tão mal contada, apontando outras perspectivas, questionando paradigmas? O Brasil perde e muito por isto, sem se conhecer de fato, enquanto acadêmicos acham que História é só um belo mote pra se escrever livros de cabeceira, afirmando abusrdos que são críveis apenas no meio universitário (ou até mesmo na própria FFLCH, somente), como o de que o Brasil e a América são atrasados devido ao fato de sermos uma cultura composta de cacos do passado, os quais insistimos em tentar juntar (e qualquer cultura não é composta da mesma matéria prima? Existe um “povo puro”, por acaso?) Pra quem escreveu isto, seria preciso esquecer tudo (amnésia coletiva ?!) e começar com algo absolutamente novo (pensado por quem?). O Brasil como um imenso blackbloc, do jeito que eles, estes gênios, gostariam que fosse. Niilistas não assumidos. E neste niilismo, os inferiores, a maioria, serviria apenas pra ser conduzida. Esta é a ética uspiana e os parâmetros da historiografia produzida por lá. Desculpa por ser extenso. Mas, creio ser esta uma disucssão importante. Quem escreve nossas versões históricas está comprometido com o que, mesmo?

    Palmeira

    Sim, Edgard.
    Tocou em um dos pontos.
    As nossas universidades públicas não são públicas. São púbicas.
    São fábricas de puxa-sacos. Forma-se uma rede de interesses e auto-proteções para servirem por anos a fio a outros interesses indicados. Nada além.
    Precisamos refundar o Brasil.

marcosomag

Em SP, as escolas estaduais são depósitos de crianças para que não incomodem a classe média como pedintes nos semáforos.

J Souza

De quem é a culpa pela situação das crianças pobres? No jogo de “empurra” entre pobres e ricos, entre os políticos e o resto da sociedade, sabemos quem são os perdedores.
Hoje o BNDESPar aportou mais um bilhão de reais para reformar aeroportos e UMA estrada recém privatizada. Os bancos privados não se interessam pelos “gargalos da infraestrutura”, assim como o BNDES não investe muito em Educação. Talvez ache que Educação não gere desenvolvimento…
Conheço uma mãe que saiu de um barranco de um rio num seringal da Amazônia, que morando na casa dos outros conseguiu se formar professora, e que mesmo com baixo salário conseguiu formar o filho Doutor (PhD, mesmo!) porque teve a sabedoria de ter um único filho, para poder bancar a Educação dele, já que só a oferecida pelo Estado não era suficiente. Para mim, isso também pode ser considerado meritocracia!

    FrancoAtirador

    .
    .
    Engano seu.

    O BNDES investe muito em educação.

    Na ‘Abril Educação’, com certeza:

Fabio Passos

A “meritocracia” da “elite” branca e rica: O “mérito” de gozar privilégios desde o início da vida… e anunciar que são conquistas pessoais.

    Gerson Carneiro

    “Nada é impossível para quem consegue”.

    Panino Manino

    Aham… e os milhões que não conseguem acabam às multidões indo para uma igreja qualquer ouvir que a culpa por não conseguir é deles (ou do diabo) ou então é o que Deus quer, mas se eles doarem uma “pequena” quantia para demonstrar a humilde deles… quem sabe.

Marcilio Serrano

Gerson,

Sou fã dos teus comentários e causos. Quando li este post lembrei de algo que aconteceu comigo há algum tempo atrás.

Estava eu num bar em Botafogo/RJ com amigos quando adentrou o bar uma família típica de classe média alta pois tinha uma babá acompanhando o grupo (um luxo nos dias de hoje), no grupo uma criança branquinha de olhos azuis com não mais do que cinco anos de idade. Enquanto almoçávamos olhei para o lado de fora e vi uma criança negra com a mesma faixa etária perambulando pela rua e com olhar triste.

Fiz a mesma pergunta….será que os dois teriam as mesmas chances na vida??? Todos na mesa ficaram mudos…resumindo fui para casa me sentindo um “m” e com a consciência de que muita coisa ainda precisa mudar.

Desejo a você e a todos que frequentam o site um Feliz Natal e que 2014 seja marcado por mais inclusão social.

assalariado.

Caro Gerson Carneiro, com este post você me fez lembrar de meu pai. Ele me comtava que quando ele fez 7 anos de idade, pediu para o meu avô compra r um lápis e um caderno para começar a estudar. Sabe qual foi a resposta de meu avô?

— Pega a enxada vai ali carpir a roça. Morreu sem aprender a ler e escrever.

Quer dizer, este papo de meritocracia, é bem a cara da burguesia e de seu espelho, a classe média reacionária. Tudo para justificar que a oportunidade é igual para todos na hora de ‘escolher’ uma opção de vida.

Me engana que eu gosto!

Edgar Rocha

Fui aluno da FFLCH USP e tenho um relato bem adequado. Ao discorrer sobre os 90% de evasão (!) dos alunos da faculdade de História nos anos de 1995, a chefe de Departamento Vera Lúcia Fellini argumentou sobre o fato, explicando que se tratava de uma disparidade entre o que era exigido na faculdade e o nível baixo dos alunos que recém saíam do Ensino Médio na Escola Pública. Segundo ela, a disciplina de História era muito escolhida por ter uma nota de corte menor e os alunos não tinham formação suficiente pra encarar os textos, muitas vezes em língua estrangeira, exigidos no bacharelado. Além disso, sendo uma faculdade que, segundo ela, não poderia ser considerada profissão (qual seria a profissão dela, então?!), pressupunha tempo de sobra da parte do aluno para dar conta de uma carga de leitura imensa, fazendo com que a conclusão se desse entre 5 anos e meio a seis anos em média (tinha cara cursando História fazia 17 anos!). Ao ser questionada por mim sobre o fato de o currículo da faculdade desconsiderar que muitos trabalhavam e estudavam ao mesmo tempo e que precisavam também concluir o curso no tempo previsto (4 anos) para poder fazer a licenciatura, além do fato de que não havia um cronograma que absorvesse integralmente os calouros (o quadro do semestre era escolhido pelo próprio aluno, tendo os mais antigos, prioridade e os calouros eram obrigados a desistir de certos dias da semana, ou por falta de vaga, ou porque depois recebiam a notícia dos professores de que calouros não eram benvindos em suas disciplinas, o que atrasava a todo mundo), a resposta da ilustre acadêmcia foi a seguinte: “meu filho, se tem que trabalhar e estudar, mora longe e precisa acabar logo o curso, então, VAI FAZER SENAI.” Simples, assim. Desisti no ato, depois de quatro anos me descabelando e perdendo a saúde física (e mental), dando aula em duas escolas e saindo de São Mateus pro Butantã pelo menos 3 vezes por semana. Agora, se uma faculdade de humanas é tão “meritocrática” assim, que dirá o resto. E antes que venham me chamar de incompetente, relembro que os evadidos anuais eram 9 pra cada 10. Imagino os méritos de quem dá aula lá, pelo que vi, e os méritos dos “heróis” que terminam aquela faculdade.

    Gerson Carneiro

    Caro Edgar Rocha,

    Nunca vi o José Serra prometendo USP para jovens pobres, mas já o vi inúmeras vezes prometendo escola técnica.

    Infelizmente é assim, quando eles pensam muito sobre pobres, pensam em formar funcionários para os filhos deles.

    Abraço.

Zanchetta

Por isso que eu acho que o presidente da Petrobrás tinha que ser o MC da Leste…

    Guilherme Silva (Guirma)

    Prefiro o genro do FHC… Ou aquele que afundou a p-36. Tem que ter muito estudo pra conseguir afundar a maior (na época) plataforma marítima de petróleo do mundo. Isso é que é meritocracia!

    Gerson Carneiro

    Concordo com ressalvas: 1. que fosse dado ao MC da Leste as mesmas oportunidades que foram dadas à atual Presidenta da Petrobras, inclusive a oportunidade de estar vivo; 2. que MC da Leste optasse por ser Presidente da Petrobras.

    Em tempo: a atual Presidenta da Petrobras ingressou na Petrobras como estagiária aos 24 anos de idade; MC da Leste não chegou a completar 24 anos de idade, foi assassinado, quando estava trabalhando, aos 21 anos de idade.

FrancoAtirador

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O jovem estudante e trabalhador aprendiz obteve ajuda

do sempre solidário militante social Gerson Carneiro,

mas não da própria Instituição Escolar onde estuda

e que deveria auxiliar o aluno a obter oportunidades.

Essa Escola, que se negou a colaborar, é ‘Pública’?
.
.

    Gerson Carneiro

    Caro guerreiro FrancoAtirador,

    Esqueci de avisar, a escola é pública sim, da rede municipal.

    FrancoAtirador

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    Bravo lutador planetário de humano coração Gerson Carneiro.

    Já havia suposto, por óbvio, que a escola fosse estatal.

    Com a confirmação de que efetivamente o é, há o agravante.

    Denota-se daí que a rede escolar do ensino público fraqueja

    no ponto essencial: a promoção da igualdade econômico-social.

    Lamentável constatação, a esta altura da História do Brasil.

    A desigualdade é persistente em todos os recantos do País.

    Mas quiçá, a partir do ano que vem, com o ‘Mais Professores’…
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Panino Manino

Se tivesse comprado um Nokia isso não teria acontecido.

    FrancoAtirador

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    Poi$ é, Panino Manino. $e não fo$$e o $e…
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    Panino Manino

    Nokia, aquela fabricante de celulares que fábrica os aparelhos de baixo custo mais baratos, mais indestrutiveis e mais confiaveis. Sabe, “Conectando Pessoas”?

    Panino Manino

    É sério, se precisar comprar um celular simples só para falar compre um Nokia para não se arrepender.

    Safire

    Concordo. Nokia é bom mesmo.

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