Fátima Oliveira: O comichão machista virou pereba

Tempo de leitura: 3 min

O comichão machista com as mulheres no poder virou pereba
O Palácio do Planalto virou o Clube da Luluzinha?

por Fátima Oliveira, em OTEMPO

Médica – [email protected]

Ou foi curuba? Pereba ou curuba, não importa. Ambas são feridas. As palavras, em qualquer idioma, mesmo as dicionarizadas, dependendo da época e do lugar, adquirem significados diferentes e até inusitados.

Aproveitando para agradecer os comentários, airosos e desairosos, à minha última crônica (“A irreverente, descolada e necessária Marcha das Vadias”, 7.6.2011), compartilho que não consigo introjetar que o vocábulo vadia é um xingamento porque nasci e vivi minha meninice onde vadiar significava brincar. Dizíamos: “Ei, vamos vadiar?”. Quando chegávamos à casa de uma colega e ela não estava, a resposta era que saíra para vadiar de boneca, de casinha, de roda, por aí…

No sudestão metropolitano e nas capitais pelo país afora, vadia é xingamento e vadiar é coisa de homem que vive de brisa, logo é vadio – cujo feminino da palavra não é a mesma coisa! Sem falar que a Lei da Vadiagem, herança do Código Criminal do Império (1831) para o Código Criminal Republicano (art. 59 do decreto-lei 3.688, de 1941), “coloca em cana”, principalmente, negros sem carteira assinada: quem não comprova vínculo empregatício é tido como vadio.

Eis dois comentários pertinentes à conversa de hoje. Amanda: “seus comentários apenas justificam que uma Marcha das Vadias seja feita! Qual é o seu problema em relação à roupa de uma mulher?! Agora, uma saia é um convite a um estupro? Porque é disso que trata a marcha, das argumentações ridículas que certos homens utilizam para justificar uma violência injustificável: o estupro!”.

Tália Mangabeira: “Assim sendo, ficando os ditos machistas pelos não ditos, vamos todas e todos à Marcha das Vadias! E vamos que vamos porque ela é absolutamente necessária e imprescindível, inclusive e sobretudo para mudar culturas”.

O último comentário serve à matutagem sobre a pergunta das jornalistas de “O Globo” Adriana Vasconcelos e Luiza Damé à ministra Ideli Salvatti: “O Palácio virou o Clube da Luluzinha, e os homens que se cuidem?”. Ao que a ministra jocosamente retrucou: “Os homens não precisam se preocupar, porque nós cuidamos deles. Aliás, se tem alguém bem cuidado é o homem. A gente cuida como mãe, como namorada, como esposa, como filha. Cuidar é conosco mesmo. Precisamos, para o bem do país e o sucesso do governo, que haja harmonia entre homens e mulheres” (12.6.2011).

Sobre o Clube da Luluzinha, ouçamos o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) – sim, aquele mesmo que, na campanha presidencial passada, escreveu o memorável “Serra, mulher tem cérebro, você sabia?”: ” O Globo , mais uma vez, é de uma infelicidade impressionante naquilo que publica. Fez uma fotomontagem com as três das principais ministras do governo Dilma, com chamada para o fato de que Dilma se cerca de mulheres e de um terço de seu ministério ser composto por elas, e faz com o fato a brincadeirinha de chamar de Clube da Luluzinha (…).

Ora, se um terço do ministério é composto por mulheres, significa dizer que o que sobra é composto por homens, ou seja, o dobro”. Arrematou bem o deputado: “Essa brincadeirinha é um desrespeito às mulheres” (Tijolaço).

O governo Dilma conta com 23 ministérios e 37 status de ministros. Somente dez são mulheres, e 23, homens. Há menos de um terço de ministras! Para quem defende a paridade de gênero no primeiro escalão do governo, é aquém como vitrine da expressão da vontade política de empoderamento das mulheres e de vincar um padrão cultural de equidade de gênero, mas merece aplausos. E muitos.

Clique aqui para ler o artigo do deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) citado pela doutora Fátima Oliveira.


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Comentários

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JOSE DANTAS

O endereço da competência ou da incompetência é no miolo da cabeça e não no meio das pernas.
No lar, manda quem tiver mais cabeça e não mais força. A regra vale para o restante das situações.
Aliás, a carcaça só serve mesmo para carregar a cabeça, que vem ao mundo com a obrigação de raciocinar, independentemente do que cobre as pernas.
Pior que muita gente não enxerga essa realidade, assim como alguns usam a buzina ao invés do freio, confiam na "preferencial" e geralmente acabam se dando mal, pagando caro pela insensatez..

Mari

Gente, quem gostou desse artigo vai amar mais um episódio de Dona Lô:
"Mesa de Donana na festa portuguesa de Tonico" , onde ela diz coisas do tipo:
– Furdunço nenhum Pedro! Deixe as ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) quietinhas no canto delas. Elas foram as escolhidas da presidenta! Quem pode, pode e quem não pode se sacode. E Dilma pode. Mostrou força, poder… Deixou esse bando de gente do teu partido, esse PMDB, e até do PT chupando pau de picolé, pois não? Queriam que ela sangrasse, exsanguinasse para que tomassem o poder de assalto…(…) … Ela, a Dilma, já entendeu o recadim de seu conterrâneo Guimarães Rosa: “Sapo não pula por boniteza, mas porque precisa”… http://talubrinandoescritoschapadadoarapari.blogs

Patricio

Um terço, dois terços, que raios! Cá entre nós, é lícito aceitar, sem medo de ser feliz, que as mulheres tenham vez, ou não? Três terços e não se fala mais nisso! Se fosse arriscado para a raça humana – e não é – aposto que grande parte dos homens estariam dispostos a correr esse delicioso risco.

Eis uma intuição, não uma tese científica: quanto mais feminino for o poder, tão mais distante do poder estaremos, e quem sabe? – mais próximos da revolução que abolirá as classes sociais. Mais próximos da felicidade. O que temos a temer?

Gersier

Disse, repito e não cansarei de repetir. As "organizaçõs(?) globo é o câncer do Brasil.Um dos muitos exemplos? Tem algum inocente aí que duvida que eles não sabiam das falcatruas do tal ricardo teixeira,o bebum?

Martha Vilarinhos

Segundo os nome das coceiras de acordo com a localização partes do corpo, há pereba e curuba. Pra quem inventou de chamar o ministério de Dilma de "Clube da Luluzinha", eu acho que tem é curuba mesmao rsrsrsrsrs.
Pelo menos aqui no Maranhão, onde vadiar é mesmo brincar, há pereba e curuba. Pereba é ferida já com cascão no pé e nas pernas. E curuba? Pense…
Leiam do paraense Dom Morais a poesia "Pereba ou Curuba… É chato!" – No Pará também se fala pereba e curuba, dependendo do lugar onde está a ferida coceirenta com cascão. rsrsrrsrssrsr
http://www.overmundo.com.br/banco/pereba-ou-curuba-e-cha...

    Manuel Farias

    Gostei de saber a diferença real entre pereba e curuba. Então essa gente está mesmo é com curuba. E muita inveja das mulheres no poder

Luci

Dra. Fátima poderia ser convocada para reforçar o time das Ministras.

    Márcia Lopes

    Ora Luci, Fátima Oliveira é uma livre-pensadora. Independente até o talo. Gente assim não cabe em nenhum governo. Não foi chamada e se fosse provavelmente não aceitaria, pois é muito ciosa dos eu livre pensar

    Luci

    Então que dra. Fátima seja candidata a Presidente da República, para mudanças necessárias que o mundo necessita para melhor desenvolvimento e progresso.Reafirmo minha admiração pela doutora e não aceito contestações.Eu sou admiradora da médica Fátima que é uma cidadão do mundo.

Leonardo

"Recém-empossada, Ideli falta a almoço e já é alvo de críticas de aliados"

"Nova ministra das Relações Institucionais não participou do encontro com os líderes da base

Denise Madueño e Eugênia Lopes / BRASÍLIA – O Estado de S.Paulo

Se os líderes da base aliada já tinham resistências em relação à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o clima piorou nesta terça-feira, 14. Reunidos em um almoço, aliados criticaram a ausência de Ideli. Em contraste com a falta da nova coordenadora política do governo, o ex-ministro da pasta Luiz Sérgio, presente no encontro, foi aplaudido pelos líderes.

O ex-ministro de Relações Institucionais e atual ministro da Pesca sempre participou das reuniões dos líderes da base aliada realizadas durante almoço às terças-feiras. Ele agradeceu o apoio que recebeu dos líderes. "A ministra tem de entender que o Legislativo não é o Senado. Se ela acha que o Legislativo é o Senado, está enganada", disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), segundo relato de líderes presentes.

O anfitrião do almoço saiu em socorro da ministra. O líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG), lembrou que a ministra foi chamada pela presidente Dilma Rousseff para participar de um almoço, no mesmo horário, no Palácio da Alvorada, com a bancada do PR no Senado. "Ela não poderia deixar de atender ao convite da presidente. Precisamos ver o outro lado da moeda", justificou Portela.

Para contornar as críticas e o mal-estar, o braço direito de Luiz Sérgio no ministério de Relações Institucionais, Claudio Antonio Vignatti, que acompanhou o ex-ministro no almoço com os líderes, telefonou para Ideli. Um encontro está sendo agendado ainda para esta terça-feira, mas não está definido se a ministra irá à liderança da Câmara ou se os líderes da base serão recebidos por ela no Palácio do Planalto.

Agenda espinhosa. Os líderes da base manifestaram a decisão de votar em breve dois assuntos espinhosos para o governo: a proposta de emenda constitucional que cria um piso salarial nacional para os policiais civis, militares e bombeiros; e a regulamentação dos gastos com a saúde definidos pela emenda constitucional 29. Os deputados querem votar o projeto sem a criação de uma nova CPMF, mas o governo tem evitado a volta do projeto ao plenário porque teme ter de gastar mais com o setor.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ideli

Dani

Lucas, veja um comentário de um chileno no blog Maria Frô:
Victor Farinelli
jun 14, 2011 at 12:13

Aqui no Chile foi mais ou menos assim, começaram com o machismo na imprensa mais ou menos na metade do primeiro ano de mandato, e depois não pararam mais. Daqui prá frente tende a ser pior.
http://mariafro.com.br/wordpress/2011/06/14/fatim

Lucas

Na verdade, tinha que ser mais que paridade, já que mulheres são a maioria da população, e o governo é, em teoria, representativo.

Margarida

Será que este tipo de reportagem do Globo acontece tb na alemanha ou nos EUA? Ou mesmo na Inglaterra quando Margaret Thatcher estava no poder? Será que esses comentário pejorativos contra as mulheres não é machismo de pais tupiniqui? Acho que sim.

@eduardomarconde

Por falar nessas coisas de sexismo, machismo e outros preconceitos estava eu assistindo à cobertura da Globo News sobre o sequestro ocorrido em Brasilia, hoje à tarde, e me chamou a atenção o fato de que os jornalistas se referiam às sequestradas como "3 mulheres e uma freira". Aí caiu a ficha. Ora, ou a freira não é mulher ou as três não tem profissão! Ainda estou sem resposta.

FrancoAtirador

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"Não Vadeia Clementina" de Candeia
com Clara Nunes e Clementina de Jesus (Quelé)

Não vadeia Clementina
Fui feita pra vadiar
Não vadeia, Clementina
Fui feita pra vadiar, eu vou…

Vou vadiar, vou vadiar, vou vadiar, eu vou
Vou vadiar, vou vadiar, vou vadiar, eu vou

Energia nuclear
O homem subiu à lua
É o que se ouve falar
Mas a fome continua

É o progresso, tia Clementina
Trouxe tanta confusão
Um litro de gasolina
Por cem gramas de feijão

Não vadeia Clementina
Fui feita pra vadiar
Não vadeia, Clementina
Fui feita pra vadiar, eu vou…

Vou vadiar, vou vadiar, vou vadiar, eu vou
Vou vadiar, vou vadiar, vou vadiar, eu vou

Cadê o cantar dos passarinhos
Ar puro não encontro mais não
É o preço que o progresso
Paga com a poluição

O homem é civilizado
A sociedade é que faz sua imagem
Mas tem muito diplomado
Que é pior do que selvagem

Não vadeia Clementina
Fui feita pra vadiar
Não vadeia, Clementina
Fui feita pra vadiar, eu vou…

Vou vadiar, vou vadiar, vou vadiar, eu vou
Vou vadiar, vou vadiar, vou vadiar, eu vou…

[youtube gD6PTV5g1v4 http://www.youtube.com/watch?v=gD6PTV5g1v4 youtube]
http://www.vagalume.com.br/clementina-de-jesus/na

    Luana

    Amo, amo, amo!
    Bela lembrança!

Elisabeth

Confesso que adorei idéia da imagem de três mulheres gerindo um governo.rs Como resposta a idéia plantada que o HOMEM forte do governo ,o Palocci saiu. Entendi que poderia usar com FATO político, reforçar a imagem de mulher no comando. Mas juro, que não esperava essa reação como algo EXTRAURDINÀRIO e como algo surreal as mulheres estarem nestes cargos. Confesso que me surpreendeu a resistência com elas e o tom pejorativos e quase decretando que era inábeis politicamente por serem mulheres e AGRESSIVAS.

    augusto

    bety, voce porque não vai para lá?
    Vc claramente ja tem essa qualidade que colocou em caixa alta ai (agressivas) , só falta a outra qualidade (mulheres)

FrancoAtirador

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A presidenta Dilma nomeou o equivalente a 26% do Ministério.

Além de Gleisi, Helena e Ideli, estão no primeiro escalão:
Tereza Campello (Desenvolvimento Social);
Miriam Belchior (Planejamento);
Maria do Rosário (Direitos Humanos);
Iriny Lopes (Mulheres);
Luiza de Bairros (Igualdade Racial);
Ana de Hollanda (Cultura) e
Izabella Teixeira (Meio Ambiente).

http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2011/0

    Paulo Henrique

    Não entendi muito a conta feita por você.
    Entre na página do planalto.gov.br http://www.presidencia.gov.br/ministros/view
    Há: Abaixo lista completa de ministros organizada em ordem alfabética.
    Confira!
    São 23 ministérios e 37 cargos de ministros. Dos cargos, que são 37, apenas 10 são mulheres.
    Isso dá 26%? Verifique por favor. É uma regra de 3 simples

    FrancoAtirador

    .
    .
    Caro Paulo Henrique.

    Entre de novo na página, que você mesmo indicou, e conte:

    Lá constam 24 Ministérios, 9 Secretarias e 5 Órgãos.

    São 38 (24+9+5) cargos com status de ministro, todos ligados à Presidência da República.

    Faça, então, a regra de três simples e verá que os 10 cargos exercidos por mulheres correspondem a

    26,315789473684210526315789473684% do total de 38.

    Observação:
    Há, ainda, um 39º importante cargo com status de Ministro de Estado, que é o de Defensor Público-Geral Federal (da União).

    No entanto, a Defensoria Pública da União é um Órgão autônomo, portanto não está diretamente ligada à Presidência da República.

    Aliás, a Defensoria Pública foi criada pelo artigo 134 da Constituição Federal de 1988 com a missão de garantir o acesso à justiça das pessoas carentes, prestando assistência jurídica, judicial e extrajudicial,
    integral e gratuita, por intermédio dos Defensores Públicos Federais, a todos aqueles que comprovarem insuficiência de recursos, pois, de acordo com o artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal de 1988, todo indivíduo, brasileiro ou estrangeiro, possui o direito fundamental de acesso à justiça, ainda que não tenha condições financeiras de pagar um advogado particular.
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    Os 24 Ministérios
    1.Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento – Wagner Rossi (PMDB)
    2.Ministério das Cidades – Mário Negromonte (PP)
    3.Ministério da Ciência e Tecnologia – Aloizio Mercadante (PT)
    4.Ministério das Comunicações – Paulo Bernardo (PT)
    5.Ministério da Cultura – Ana de Hollanda (—)
    6.Ministério da Defesa – Nelson Jobim (PMDB)
    7.Ministério do Desenvolvimento Agrário – Afonso Florence (PT)
    8.Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – Fernando Pimentel (PT)
    9.Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – Tereza Campello (PT)
    10.Ministério da Educação – Fernando Haddad (PT)
    11.Ministério do Esporte – Orlando Silva (PCdoB)
    12.Ministério da Fazenda – Guido Mantega (PT)
    13.Ministério da Integração Nacional – Fernando Bezerra Coelho (PSB)
    14.Ministério da Justiça – José Eduardo Cardozo (PT)
    15.Ministério do Meio Ambiente – Izabella Teixeira (—)
    16.Ministério de Minas e Energia – Edison Lobão (PMDB)
    17.Ministério da Pesca e Aquicultura – Luiz Sérgio Nóbrega de Oliveira (PT)
    18.Ministério do Planejamento – Miriam Belchior (PT)
    19.Ministério da Previdência Social – Garibaldi Alves Filho (PMDB)
    20.Ministério das Relações Exteriores – Antônio Patriota (—)
    21.Ministério da Saúde – Alexandre Padilha (PT)
    22.Ministério do Trabalho e Emprego – Carlos Lupi (PDT)
    23.Ministério dos Transportes – Alfredo Nascimento (PR)
    24.Ministério do Turismo – Pedro Novais (PMDB)
    .
    .
    As 9 Secretarias com status de ministério
    25.Secretaria de Assuntos Estratégicos – Moreira Franco (PMDB)
    26.Secretaria de Aviação Civil – Wagner Bittencourt (—)
    27.Secretaria de Comunicação Social – Helena Chagas (—)
    28.Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres – Iriny Lopes (PT)
    29.Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – Luiza Bairros (PT)
    30.Secretaria Especial dos Direitos Humanos – Maria do Rosário (PT)
    31.Secretaria-Geral da Presidência – Gilberto Carvalho (PT)
    32.Secretaria de Portos – Leônidas Cristino (PSB)
    33.Secretaria de Relações Institucionais – Ideli Salvatti (PT)
    .
    .
    Os 6 Órgãos com status de ministério
    34.Advocacia-Geral da União – Luís Antonio Adams (—)
    35.Banco Central – Alexandre Tombini (—)
    36.Casa Civil – Gleisi Hoffmann (PT)
    37.Controladoria-Geral da União – Jorge Hage Sobrinho (—)
    38.Gabinete de Segurança Institucional – José Elito Carvalho Siqueira (—)
    e
    39.Defensoria Pública da União – José Rômulo Plácido Sales (—)

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Defensoria_P%C3%BAbl
    http://www.dpu.gov.br/images/stories/documentos/c

Gerson Carneiro

Apois Luis Gonzaga até brincou com a vadiação, na música "Derramaro o Gái":

Eu nesse côco num vadeio mai
Apagaro o candeeiro; derramaro o gái

Nesse côco, nesse côco num vadeio mai
Apagaro o candeeiro; derramaro o gái

Apagaro o candeeiro, derramaro o gái
Coisa boa nesse escuro já sei que num sai
Já não tão mais respeitando nem eu que sou pai
Pois me deram um beliscão quase a carça cai
Começando desse jeito num sei pronde vai
Por isso nesse côco num vadeio mai
Eu nesse côco num vadeio mai…

Laura

E quanto aos contra dizerem que o Governo Dilma é Clube da Luluzinha, digo-lhes: peguem uma corda e se enforquem!!!!

    Elisabeth

    Que isso Laura?! Supere vc, seus problemas preconceituosos!

    Paulo Henrique

    Cara Elisabeth, a Laura está certíssima e não é preconceito. Os parcos neurônios dessa gente não assimilam uma sociedade de mulehres e homens iguais, nem querem saber de equidade, de paridade e nada assemelhado. Olhe o que escreveu hoje o dono do jornal que Fátima Oliveira trabalha, que aparentemente não é contra mulheres no poder e já até escreveu um artigo elogiando a presidenta:
    O DESAFIO DAS TRÊS MULHERES
    Mais provável ainda que o curto estopim atribuído às três damas leve a um embate não tradicional
    Vtitorio Medioli

    Nada contra, mas três representantes do sexo feminino, universo que inclui desde a bruxa de Cinderela até Giselle Bündchen, conduzindo o destino do país é uma extraordinária inovação. Os historiadores e cientistas políticos estão atentos ao caso das três mulheres, todas marcadas por um caráter "forte". Servirá para novas e até então desconhecidas teorias. http://www.otempo.com.br/otempo/colunas/?IdColunaEdicao=...

Laura

Fátima Oliveira tem razão quando diz que a palavra vadiar significa brincar, no Brasil todo, não apenas no Nordeste. um trecho de Lygia Fagundes Telles:
“Assim que comecei a usar a lupa… levei um susto, então era a cara de um inseto debaixo da lente? Fiquei apavorada, aumentados eles eram horríveis! Fui me acostumando quando fui achando que todos esses insetos eram parecidos com a gente nas suas festas. Nas suas brigas. Trabalhavam sem parar e também VADIAVAM como naqueles ajuntamentos de domingo no largo do Jardim, gostavam de se divertir. E gostavam de brigar e algumas brigas ficavam tão feias que eu fugia com vontade de vomitar. Debaixo da lente era medonho demais”.

(trecho de “A rosa verde”, de A noite escura e mais eu)

Alberto

"Quando criança, nós VADIAVA muito. A gente tocava violão, casava música, tudo com um cunhado meu, Mário Ribeiro Amaral. Ele gostava de muito de tocar violão …"
“Sempre trabalhei na roça” – Jorge Ferreira Carvalho, de Luminárias (MG) http://museudaoralidade.org.br/?p=262

Alberto

Vadiar, no linguajar popular nordestino, sobretudo sertanejo é mesmo brincar. Crainças vadiando significa crinaças brincando.
….

A Barquinha de Noé

A barquinha de Noé, ei vamos vadiar.
Sete anos navegou, ei vamos vadiar.
Num balanço que ela deu,
bateu na pedra e virou, ei vamos vadiar.

Ivonete

A autora tem razão sobre o termo vadiar. Os garotos, quando convidavam os amigos para jogar drible, ou jogo de botões, ou outra brincadeira qualquer, usavam a expressão vadiar. Porém acho que essa palavra, em relação à brincadeira de meninas era pouco usual. Ouso dizer que vadiar, na visão das pessoas era um verbo que não se adequava às pretenções lúdicas de garotas, posto que, a rigor, as brincadeiras de meninas se caracterizavam por atividades que até poderíamos considerar como um longo processo educativo em direção à seu futuro papel de mãe, dona de casa, enfermeira ou professora. Claro que minha fala é oriunda de experiência pessoal e memória de bairros populares de Floripa, e não de um estudo sistematizado.

O comichão machista com as mulheres no poder virou pereba

[…] no Jornal OTEMPO em 14.06.2011 LEIA + comentários em: VI O MUNDO – Fátima Oliveira: O comichão machista virou pereba LIMA […]

Marcelo de Matos

Fátima, não sei de que região você é, mas, sempre pensei que vadiar fosse ir para a orgia, como na música Vai Vadiar, de Zeca Pagodinho. Na minha terra ouvia os termos sarocotear e flanar, este de origem francesa e aquele de origem desconhecida.

    Fátima Oliveira

    Marcelo, eu sou uma "menina do interior"… Nasci numa cidade chamada Graça Aranha, no médio sertão do Maranhão. Sinônimo de vadiar é brincar. Lá até hoje as crianças, meninas e meninos, quando saem para brincar saem para vadiar. Ainda há pouco telefonei para lá só para saber se ainda era assim. Pois é!
    + um pouco sobre a cidade onde as crianças vadiam:
    "A dona Lô que aparece em meus escritos da Chapada do Arapari " http://talubrinandoescritoschapadadoarapari.blogs

Coralina

Cara Fátima, parabéns pela objetividade literária e, como sempre, pela problematização que traz seu conteúdo. O estranhamento – ou incômodo, ou… – causado em determinados homens e, em algumas mulheres, como vc cita, demonstra e comprova que o gênero é, sim, uma questão de poder; de hegemonia e de supremacia do homem, ainda em muitas instituições, em muitas visões de mundo. Por isto desestrutura alguns – vide os comentários impressionantes(!) à Marcha das Vadias – e deixa sem chão, também, algumas mulheres; aquelas cuja visão de mundo traz implícita a "necessidade" de um "mentor", um "provedor" e um "protetor" para que a vida seja possível.

Dani

… já disse o grande revolucionário e idealista Charles Fourrier, há mais de 200 anos: “O grau de emancipação das mulheres em uma sociedade é o termômetro através do qual se mede à emancipação geral”.
“Promover a criação de mecanismos e apoiar os que já existem para assegurar a participação político-partidária das mulheres que, além da paridade nos registros das candidaturas, assegurem a paridade nos resultados, garantam o acesso igualitário ao financiamento de campanhas e à propaganda eleitoral, assim como sua inserção nos espaços de decisão nas estruturas dos partidos políticos. Da mesma forma, criar mecanismos para sancionar o descumprimento das leis neste sentido” (Cepal, 2010, p. 8)"
A Paridade de gênero e os Consensos de Quito e Brasília, artigo de José Eustáquio Diniz Alves
TEXTO COMPLETO EM: http://www.ecodebate.com.br/2010/12/06/a-paridade

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