Emir Sader e a vitória de Humala: Fim do ciclo de governos neoliberais

Tempo de leitura: 6 min

“Quando se estrepou o Peru?”, pergunta um personagem ao amigo, no notável novela de Vargas Llosa, Conversas na Catedral. Os dois dão por estabelecido que o Peru tinha se estrepado. Se tratava somente de saber quando. Embora escrito há mais de quatro décadas (1969), na fase melhor da obra do Nobel peruano, poderia incluir o que o país viveu até agora.

A vitória de Ollanta Humala para a presidência do Peru fecha um longo ciclo de governos neoliberais e abre novas perspectivas para o país, ao mesmo tempo que fortalece o campo dos processos de integração regional e enfraquece a precipitada operação de construção de um eixo neoliberal, com o México, a Colômbia e o Chile, em contraposição aos governos pós-neoliberais.

O governo nacionalista de Velasco Alvarado (1968-1975) foi seguido de uma série de governos que buscaram desarticular os avanços do governo de Velasco, tanto no plano da reforma agrária, quanto na construção de um projeto nacional no Peru. Foi derrubado por um golpe militar dado por um ministro seu , Morales Bermudez, que governou até 1980.

Foi sucedido por Alan Garcia (1985-1990), do partido mais estruturado do Peru, o Apra, que tentou uma moratória da dívida externa peruana, não recebeu sequer apoio de governos da região, não conseguiu controlar a inflação e caiu, sem apoio interno. Na sua sucessão se degladiaram Vargas Llosa, com um programa claramente neoliberal, e o desconhecido Alberto Fujimori, que se valeu da rejeição do estilo aristocrático do escritor, para triunfar.

No governo, Alberto Fujimori (1990-2000) assumiu um projeto de contrainsurgência que, ao mesmo tempo que combatia a guerrilha do Sendero Luminoso, destruía a espinha dorsal do forte movimento popular peruano, tanto no campo, quanto na cidade. Entre as ações do Sendero – que atacaram também as forças populares que não se submetiam à sua ação – e as ações do Exército, o movimento popular peruano sofreu, sob um fogo cruzado, ações demolidoras, que o reduziu à uma expressão mínima. Fujimori deu um golpe, fechou o Congresso e interveio na Justiça (para o que recebeu, vergonhosamente para nós, o apoio de FHC), estendeu seu mandato, mas terminou caindo por processos de corrupção e violência, pelo que, depois de fugir para o Japão, foi condenado a 23 anos de prisão, cumprindo atualmente a pena.

Foi a partir dessa destruição da capacidade de defesa e resistência do movimento popular que se erigiu o projeto neoliberal no Peru, mediante os governos de Fujimori, Toledo (2001-2006) e Alan Garcia (2006-2011) cobrindo um período de mais de 20 anos, em que a economia peruana voltou a crescer, em base a uma extensa exploração extrativista exportadora das riquezas do país, centrada no ingresso maciço de empresas estrangeiras. As condições não poderiam ser melhores para essas empresas, dado que a tributação geral no país gira em torno de 15% do PIB, sem recursos para que os governos fizessem políticas sociais.

Repetiu-se assim com Fujimori, Toledo e Alan Garcia, o mesmo padrão de governo: continuidade do alto crescimento do PIB, centrado na exportação de minerais – ouro, zinco, cobre, gás, basicamente -, sem políticas sociais, com governos que, eleitos, perdiam popularidade de forma estrepitosa, seja pela corrupção que os envolveu a todos, seja pela falta de políticas sociais redistributivas.

Na eleição anterior se enfrentaram o projeto nacionalista de Ollanta Humala e Alan Garcia. Valendo-se de forte campanha de medo, depois que Ollanta havia triunfado no primeiro turno, com o apoio explícito de Hugo Chávez, Garcia triunfou por pequena margem e voltou ao governo, desta vez para dar continuidade aos programas neoliberais de seus antecessores e sofrer o mesmo tipo de desgaste. No final do seu governo, já com menos de 10% de apoio, Toledo havia assinado um Tratado de Livre Comércio com os EUA. Apesar de não se comprometer explicitamente em mantê-lo durante a campanha, Garcia assumiu o TLC e consolidou a abertura neoliberal da economia peruana. Com a recessão norteamericana, no entanto, o Peru passou a ter na China o seu principal parceiro e no Brasil um sócio muito importante, ambos com crescentes investimentos no país.

A invasão de terras indígenas na região amazônica por empresas transnacionais para explorar suas riquezas minerais levou ao despertar de importantes movimentos indígenas, o que ocasionou, entre outros conflitos, um massacre chamado de Baguazo, em junho de 2009, que teve 34 mortos, pela resistência indígena a ocupação de terras para exploração mineral. O Congresso peruano aprovou nesse momento uma legislação que contemplava a consulta aos movimentos indígenas sobre os investimentos.

Essa legislação passou a se constituir em um obstáculo a investimentos já existentes e a outros programados, mas o governo nunca a regulamentou, promovendo situações de incerteza, tanto para os investimentos, como para os movimentos indígenas. Dias antes do segundo turno das eleições desta semana, um movimento parou a região de Cuzco, só aceitando suspendê-lo pela intervenção de Ollanta, mas com a perspectiva de retomá-lo em seguida, se não houver solução para suas reivindicações.

Movimentos deste tipo fizeram com que o país tivesse que reconhecer a região amazônica como região importante para o Peru e despertaram movimentos antes pouco conhecidos no país, promovendo os conflitos sociais mais importantes, que devem se prolongar no novo governo.

O desprestígio de Garcia fez com que seu partido praticamente desaparecesse – elegeu apenas 4 parlamentares -, deixando aberta a sucessão, para a qual se apresentaram vários candidatos neoliberais – entre eles Toledo, um ex-ministro de economia de Garcia, um ex-prefeito de Lima, a filha de Fujimori, diante do único candidato que criticava o modelo, Ollanta Humala. O Apra nem sequer conseguiu apresentar um candidato próprio, com Garcia apoiando ao candidato neoliberal que chegasse ao segundo turno.

Humala reciclou suas posições para um modelo de continuidade do desenvolvimento, mas com redistribuição de renda mediante elevação da taxação dos investimentos mineiros e políticas sociais, modelo próximo ao de Lula. Conseguiu, com base de apoio popular, especialmente no interior do país, chegar de novo em primeiro lugar no segundo turno, desta vez contra Keiko, a filha de Fujimori, que gozava também de apoio popular, baseado nas políticas assistencialistas do seu pai na luta contra o Sendero Luminoso. Em viagem oficial ao Peru, quando se encontrou com Garcia, Lula recebeu publicamente também a Ollanta, com quem trocou opiniões sobre experiências brasileiras na construção de alternativas ao neoliberalismo. Desde então Ollanta veio ao Brasil, tanto na eleição de Dilma, quanto na sua posse, consolidando laços com Lula, Dilma e o PT, o que se traduziu, inclusive, em apoio politico à campanha de Ollanta. (enquanto os tucanos, envergonhados, torciam por Keiko, filha do amigo de FHC.)

O segundo turno foi muito acirrado, tanto na disputa de votos, quanto nas acusações. O apoio da velha mídia peruana, fortemente alinhada com Keiko e as campanhas, conhecidas por nós, de calunias e terror contra Ollanta – a ponto de chegar a revoltar a Vargas Llosa, que rompeu com o jornal tradicional, El Comercio, no qual historicamente publicava suas colunas -, incluindo falsas declarações e telefonemas de Ollanta e, horas antes da abertura da votação, uma suspeita ação, atribuída ao Sendero Luminoso.

Na fase final da campanha, os movimentos de rua e pela internet de rejeição a Keiko, pelos riscos de retorno da camarilha do governo do seu pai – governo de que ela participou como primeira dama -, contribuíram para a vitória apertada de Ollanta. Isso, apesar do apoio maciço da classe média e da oligarquia peruanas em Lima e em regiões do norte do país, além do apoio do governo de Garcia e dos 2 candidatos neoliberais derrotados – Toledo, que havia se elegido no bojo das mobilizações populares que derrubaram a Fujimori, ficou em quarto lugar e apoiou Ollanta.

Ollanta soube, no segundo turno, estabelecer as alianças para conseguir triunfar, renunciando a algumas propostas do seu programa inicial, como nacionalizações de empresas e convocação de Assembleia Constituinte.

Seu triunfo fecha o ciclo de 20 anos de governos neoliberais no Peru, e o mesmo se dá no marco de compromissos já estabelecidos, como o TLC com os EUA. Mas mesmo nesse marco, haverá uma clara aproximação com o Mercosul e, em particular com o Brasil, seja por afinidades políticas, seja pelos interesses econômicos mútuos entre os dois países e distanciamento do pólo neoliberal em que o México, a Colômbia e o Chile pretendiam construir, como alternativo aos processos de integração regional que envolvem a grande maioria dos países da região.

Abre-se para o Peru o caminho de colocar em prática políticas sociais redistributivas – apelo forte da campanha de Humala e, de alguma forma, também de Keiko – e nova inserção internacional do país, que passa a se somar aos governos posneoliberais da região. Não se pode definir precisamente quando o Peru se havia estrepado, mas certamente seguiu por esse caminho nas duas últimas décadas e 2011 marca o momento em que o país, sob a liderança de Ollanta e com forte respaldo popular, começa a ser resgatado para um projeto de ampla democratização econômica, social, política e cultural.

Emir Sader, sociólogo e cientista, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP – Universidade de São Paulo.

Leia aqui “Humala promete crescimento com inclusão social”.


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Comentários

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joao b martins

os PIGs não noticiam nada sobre aeleição de humala,nem sobre sua visita ao brasil! É um absurdo!A globonews só fala de cinza de vulcão e da reação da Itália sobre o caso Bastiti.É preciso mudar isso ! Divulguemos o "Vi o mundo"!

panaceiafilmes

Na AMERICA DO SUL, pra onde o BRASIL pende influencia os outros países, parabéns PERU. Por isso é importante o fim da reeleição legislativa no BRASIL. Viva a república e fora a MONARQUIA LEGISLATIVA.

João

Que o Peru viva um círculo virtuoso, com distribuição de renda para a população, e crescimento econômico.
Já foi provado que dá para crescer distribuindo renda.
Toda a felicidade aos hermanos peruanos!!!

Elza

Acompanhei pouco a eleição no Peru li alguns comentários por aqui, agora p o segundo turno, mas fiquei mt feliz c a vitória do Humala é mt bom ter presidentes na América do Sul que compartilhem com idéias de crescimento com desenvolvimento sustentável, proporcionando ao seu povo melhores condições de vd. Pois no século XXI, a vez será da América do Sul, pois a msm contribuirá e mt para o salto de consciência que a humanidade dará. AVANTE AMÉRICA DO SUL!!!!

FrancoAtirador

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O Brasil de Lula é um país que passou a ser um importante paradigma para os povos de vários outros países

que sempre foram desprezados e explorados pela International Community, sob às ordens dos EUA.

O não alinhamento com os EUA e com o Consenso de Washington, há algum tempo, começou a produzir frutos.

Os pobres do mundo inteiro estão se conscientizando que a pobreza não é uma condição eterna,

e, o que é mais importante, estão acreditando, cada vez mais, que é possível mudar a situação de pobreza.

HÁ ALGO PARA ALÉM DO NEOLIBERALISMO E DA EXCLUSÃO SOCIAL.

UM OUTRO MUNDO DE IGUALDADE E SOLIDARIEDADE É, SIM, POSSÍVEL.
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luiz pinheiro

A Bolsa de Valores de Lima teve sua maior queda na história, 12,51%,
Os analistas, coitados, estavam achando que a Fujimori ia ganhar…Só se deram conta na segunda-feira….
Aposto que quem investir na bolsa peruana agora vai ganhar.
Assim como os que acreditaram no Brasi com Lula.

operantelivre

Cai a bolsa de valores em Lima diz o PIG, por medo dos investidores.
Onde os especuladores vão colocar a grana? Nos USA?
Quando PTentrou ocorreu o mesmo aqui.
É hora de investir no desenvolvimento do Peru.
Juntos seremos todos fortes diante do império $.

luiz pinheiro

Tá melhorando. Agora estamos em 8 x 2.

luiz pinheiro

Conversa do âncora Sardemberg com o reporter José Casado, desde Lima, hoje no programa do meio dia da CBN:
Sard: "quer dizer então que aí no Peru o que estava em disputa era o imperialismo brasileiro contra o americano?"
Casa: "é isso mesmo Sardenberg, aqui a visão dos,peruanos é essa, os motoristas de taxi só falam isso"
Seguem-se risinhos e comentários ainda mais bobinhos.
Pelo jeito, o PIG revisou sua opinião de que o Brasil seria generoso em exagero com os vizinhos pé-rapados.

    Elza

    Ai como eu tenho raiva desse PIG nojento, sardento. Porém tbm me vingo qnd eles têm q dar a notícia de secesso daquilo q previram q seria terrível, tds c cara de tacho, tomara q o povo perceba a falta de credibilidade dele, q kd dia vai aumentando.

Renato

RENATO
Torci pela vitória de Humalla. Vibro com os comentários raivosos dos jornalões e da Revista Mentira, digo Veja. Defendo políticos de esquerda. Sei que Chaves, Morales, Dilma, Correia, Ortega, o bispo paraguaio e o nosso eterno Fidel Castro têm lá sua contradições e merecem alguns reparos. Contudo são bem melhores para o povo do que os pseudos-democratas de plantão. Muitos político do PT são decepcionantes, porém são bem melhores dos que aqueles que os criticam. PPS, PSDB e o execrável DEM tem de tudo, menos pessoas honestas.

Francisco Moralez

Além do gostinho pela vitória do povo peruano, a gente ainda se diverte com o desespero da direitalha do continente e do "nosso" PIG, que tentou, inutilmente ajudar a eleger a verdadeira mala, a filhinha Fugimorinha, aprendiz de ditadora neoliberal. Agora a Keikinha vai continuar a visitar papi na prisão; só que numa prisão de verdade; não um quartel policial transformado em comitê central da ex-candidata. Também o seu sonho de comemorar o Dia de Ação de Graças com seu maridinho estadunidense na Casa Branca foi abortado, e Obama não poderá apreciar o Peru frito, pois o mesmo acaba de ser libertado.

P A U L O P.

Azenha, desculpe, mas acho que todos devem saber de mais este absurdo dos NAZIONISTAS

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Rabino de Israel defende o holocauso contra todo o povo de Gaza!

O líder espiritual do partido ultra-ortodoxo Shas, de Israel, rabino Ovadia Yosef, provocou surpresa e indignação ao pedir, em sermão, a aniquilação dos árabes.
"É proibido ter piedade deles. Temos que lançar nossos mísseis para aniquilá-los. Eles são diabólicos e malditos", disse o rabino no sermão que fez na segunda-feira, como parte das comemorações que marcam o início da Páscoa judaica.

O rabino Yosef é um dos líderes religiosos mais influentes de Israel. Ele é conhecido por suas declarações surpreendentes, sendo que anteriormente já chamou os árabes de "víboras".

Através de sua atuação como líder do Shas, o terceiro maior partido de Israel, ele passou a ter grande influência no cenário político israelense.

Santo

O rabino Yosef – fundador e líder espiritual do Shas – é considerado praticamente um santo, por centenas de milhares de judeus sefarditas (originários do norte da África e do Oriente Médio).

Os sefarditas são, em sua grande maioria, seguidores do Shas, o que garante ao partido grande poder político.

No sermão, o rabino disse também que o povo judeu vem sendo perseguido por seus inimigos desde a época do êxodo, quando saíram do Egito, até os dias de hoje.

"Deus deverá mandar as escrituras árabes de volta, acabar com suas sementes e exterminá-los, devastá-los e eliminá-los de uma vez por todas deste mundo," disse o rabino Ovadia Yosef.

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PARA LER MAIS.. .http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2009/01/436768.shtml

    luiz pinheiro

    Paulo, ontem as tropas de Israel abriram fogo contra centenas – ou milhares, não sei direito – de manifestantes civis contra a ocupação de Golã.
    Naveguei por varios jornais internacionais pela internet. Todos os que vi – apesar de serem ocidentais e simpáticos a Israel – não deixaram de noticiar que as tropas mataram tantos e feriram centenas.
    Voce viu como a Folha manchetou o episódio?
    "Protestos na fronteira deixam tantos mortos"

    Beto_W

    Paulo, eu sempre digo que contexto é fundamental. Ovadia Yosef é fundador do Shas, um partido de ultra-direita religiosa, e é figura bem polêmica. Já falou tanta abobrinha que muita gente em Israel nem presta mais atenção nele. O problema são os que ouvem o que ele diz… Alguns parlamentares israelenses de esquerda já condenaram essa e outras manifestações dele.

    Se ele é um dos líderes religiosos mais influentes de Israel? Pode ser. Mas a influência deles se restringe à população ultra-ortodoxa (haredi) e religiosa, em torno de 20% da população judaica de Israel, e portanto 15% da população total [ http://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3890330… ]. E tem muita subdivisão entre os religiosos, muita gente que não segue o que ele diz. Então, ele ser um dos líderes religiosos mais influentes não quer dizer nada para a população laica e pouco religiosa.

    Um outro fato a se considerar é que o Shas não é o terceiro maior partido de Israel, mas o quarto, se considerarmos o número de cadeiras no parlamento israelense. Eles detêm 11 de 120 cadeiras. O grande problema é que, juntando com os outros partidos religiosos e de direita, o bloco detém mais da metade das cadeiras, suficiente para passar a maioria das leis sem grandes dificuldades.

    Os sefaraditas não são em sua maioria seguidores do Shas. O Shas é um partido sefaradita, mas também é religioso, e muitos sefaraditas são laicos. A população religiosa em geral é em torno de 1,5 milhões, dos quais podemos estimar que metade (750 mil, aproximadamente 10% da população israelense) sejam sefaraditas. Além disso, nem todos esses sefaraditas religiosos seguem o rabino Yosef ou votam no Shas. Nas últimas eleições eles receberam 11 cadeiras de 120, ou pouco mais de 9% dos votos. Considerando uma população de 7,7 milhões – e considerando todos como votantes – teríamos por volta de 700 mil votos, e a população total de sefaraditas em Israel é de aproximadamente 3,5 milhões.

    Esclarecidos esses pontos, infelizmente o tal rabino é bem popular entre os sefaraditas religiosos. E infelizmente ele não é o único a ter uma visão deturpada das coisas. Salvo um punhado de políticos de esquerda (boa parte dos quais é árabe), a maioria dos parlamentares pode até achar seus comentários engraçados ou exagerados, mas não vê nada de errado nessas declarações.

    No entanto, você publicou aqui apenas parte do artigo. Coloco alguns trechos e comento:

    "O porta-voz do partido Shas, Yitzhaq Suderi, amenizou as palavras do rabino, dizendo que suas declarações se referiam apenas aos árabes 'assassinos e terroristas' e não ao povo árabe como um todo." Interessante, ele falou mas não quis dizer. Curioso é que essa mesma tática do "não foi bem isso que eu disse" é muito usada por proeminentes líderes muçulmanos também.

    "Mas o sermão do rabino Yosef foi condenado pela ministro de Justiça israelense Meir Sheetrit: 'Uma pessoa da estatura do rabino Ovadia Yossef não deveria fazer comentários ácidos como estes.' O ministro acrescentou que os israelenses não devem seguir o mesmo caminho dos palestinos e fazer declarações que incitam a raiva e a violência. Salah Tarif, o único ministro árabe no gabinete do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, também criticou o rabino Yosef: 'suas declarações só contribuem para aumentar o ódio.'" Pelo menos alguns ousaram levantar a voz e denunciar o absurdo, mas infelizmente foram poucos, o que me deixa triste ante o futuro político do país.

    Continua…

    Beto_W

    Continuando…

    O artigo segue mencionando descalabros de outras proeminentes figuras públicas, o que mostra que há uma cultura disseminada na política israelense de achar que uma vida judaica vale mais do que uma vida palestina. Bom, a essas pessoas eu sugiro que estudem o Talmud e se lembrem do sábio Rabino Hillel, que há 2000 anos na Babilônia já dizia: "Não faça aos outros o que não queres que te façam. Esta é a Torá. O resto é comentário. Vai e estuda."

    Infelizmente, intolerância não é exclusividade dos judeus, os muçulmanos também têm seus líderes religiosos mais radicais, que também incentivam seus seguidores a odiar os judeus e fazem discursos inflamados conclamando a destruição de Israel e a morte a todos os judeus. Misturar política com religião – qualquer que seja – é algo prejudicial e perigoso.

Gerson Almeida

Vejam só como a nossa imprensa demora para descobrir as coisas, pelo fato de apenas traduzir matérias estrangeiras:

Sabem essa manchete que está "pipocando" na seção de "Ciência e Tecnologia" de todos os grandes jornais, sobre a antimatéria que foi "aprisionada" pelo recorde de 16 minutos pelo CERN?

Pois é. Tem um brasileiro na equipe que conseguiu isso.

Alguns veículos publicaram: "Cientistas europeus obtêm átomos de antimatéria por longo período".

Somente europeus? NÃO! Na equipe do CERN que conseguiu essa proeza está o físico cearense Cláudio Lenz Cesar, professor da UFRJ.

Sabiam disso? A nossa imprensa ainda não descobriu. Apenas traduziram as matérias publicadas em inglês nos sites estrangeiros.

Maria Dirce

Azenha
Manhattan Connection o programa da Globo News aos domingos, indignados que estavam seus "colonistas" com as eleições dando vitória a Humala, o jornalista Lucas mendes, disse que peru é fornecedor de cocaina para o Brasil, comprometendo assim a diplomacia do Brasil com nosso país vizinho. veja o vídeo- http://youtu.be/uGFZK4Tkg3E

M. S. Romares

O Boca não foi para o Perú articular a direitona?? Realmente, o cara é bom demais.

Fernando

Tomara que Humala seja mais Evo e Chávez do que Lula e Kirchner.

Fernando

Pelo menos agora estão do nosso lado…rumo a integração latina…..méxico, chile e colombia…acordem!!!!!!

Antonio Silva

Prezado Azenha, não perca, logo mais, na Rede Brasil (emissora administrada pelo Governo Federal), um verdadeiro show de jornalismo "imparcial" .

Programa Roda Viva

Convidado Especial = Deputado Alvaro Dias (PSDB-PR)

Apresentação = Marília Gabriela

Entrevistados :

Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes ( inVeja)
Paulo Moreira Leite (Revista, quase mata Dilma, Época)
Ricardo Mello (Folha ditabranda São Paulo)

Pauta = Momento político brasileiro e cabeça de Palocci

    M. S. Romares

    Não vou de deixar de perder. Obrigado pela dica.

    Antonio Silva

    Pois se prepare, pois vou acionar a descarga !
    Pronto ! Vá e fique com os coliformes !

    M. S. Romares

    Acho que voce não entendeu a brincadeira. Tampouco precisava ser tão agressivo e escatológico.

    Antônio Manoel Góes

    Engano do Antônio Silva. O 'RODA VIVA' é produzido pela TV Cultura, da Fundação Padre Anchieta, instituição vinculada ao governo demotucano de São Paulo, com a qual a Rede Brasil(empresa pública) mantém contrato de parceria, desde o tempo da TVE. A TV Cultura também retransmite produções da Rede Brasil, entre as quais o 'Observatório da Imprensa'.
    Aliás, entendo oportuno ouvir as basófias de Álvaro Dias. O 'Roda Viva' desta segunda, 6, será, sem dúvida, uma comédia-pastelão protagonizada pelo senador paranaense do PSDB, inquirido pelos basbaques do PiG paulistão.

Elisabeth

Estou feliz! Eu avisei que daria Humala! Rs Acompanhei a mobilização dos jovens e militantes pela internet. Forma a luta em convencer os que tinham medo pelo terrorismo que fazia os "medios" da direita. Política se faz com militantes, com base… Quem tem o poder de mobilizar pessoas terá força política. Sonho um Peru melhor para uma America do sul melhor e para sermos exemplo para America Latina ser um bloco de influencia política no mundo.

alexandre silva

é alguns países vão de esquerda, e o Brasil em 2014? Do jeito que Dilma vai é capaz do Brasil tb protagonizar a volta da direita muito antes dos 20 anos

acorda Dilma, vc nao esta honrando a esquerda que lhe elegeu, brigou com aliados, deu força a igreja pra defender palloci, deu força ao PIG ao não levar adiante a regulação

ZePovinho

VITÓRIA DE HUMALA CONSOLIDA AL COMO NOVA REFERENCIA DA ESQUERDA MUNDIAL

O Peru que foi às urnas neste domingo para rejeitar a continuidade da política neoliberal personificada em Keiko Fujimori registrou a maior taxa de crescimento da América Latina no ano passado: 9%. A média de expansão do seu PIB tem sido elevada, da ordem de 7%. Em 2010, sua economia atraiu mais investimentos estrangeiros do que a Argentina. O presidente Alan García, no entanto, deixa o cargo com uma das taxas de popularidade mais baixas das Américas: cerca de 26% — inferior à de George Bush, por exemplo, que encerrou o mandato em meio a uma hecatombe financeira e desacreditado pela guerra do Iraque. A explicação para o paradoxo, responsável pela vitoria de Ollanta Humala, segundo as pesquisas de boca de urna, é o modelo de crescimento adotado nos últimos anos. O Peru desde os anos 90 cresce sem políticas públicas para redistribuir a riqueza em benefício da sociedade, sobretudo de sua vasta maioria pobre constituída de indígenas, que formam 45% da população (brancos são 15%). Foram deles os votos decisivos que garantiram a virada da candidatura de centro-esquerda. Basicamente exportadora de minérios, a economia peruana
beneficiou-se fartamente da valorização dos preços das commodities nos últimos anos. A opção política, porém, foi por um modelo de crescimento de recorte neoliberal feito de desregulação máxima para os mercados e direitos sociais mínimos para a população. A riqueza gerada nessa engrenagem não circula na sociedade,
concentrando-se numa órbita restrita de beneficiados que gostariam de eleger Keiko Fujimori para afsatar o risco de mudanças. A ausência de carga fiscal sancionou e acentuou as polarizações decorrentes dessa dinâmica A receita do Estado peruano é de 15% do PIB, inferior até mesmo à média latinoamericana e caribenha que já é acanhada, oscilando em torno de 18% do PIB, contra 39,8% da União Europeia, onde a rede de contrapesos sociais está consolidada. O governo Alan García poupou as mineradoras peruanas de uma taxação correspondente aos lucros fabulosos acumulados no atual ciclo de alta das matérias-primas. O mercado naturalmente cuidou de seus próprios interesses e o Estado não reuniu fundos para investir em educação, saúde, habitação e segurança alimentar. No crepúsculo do ciclo neoliberal a renda per capita no Peru é de US$ 5.196, bem inferior a de outros países da região, como Uruguai, Chile, Brasil e México. A realidade, no entanto, é ainda pior que isso. Com 2/3 da mão de obra na informalidade, a sociedade peruana não dispõe de uma estrutura de direitos trabalhistas; a população rural, formada sobretudo pelos indígenas, vegeta; uma professora ganha cerca de R$ 200,00 por mês. É esse modelo de crescimento que ao gerar riqueza amplifica a desigualdade e polariza toda estrutura social que foi rejeitado agora nas urnas.
(Carta Maior; 2º feira, 06/06/ 2011)

EUNAOSABIA

Um governo que num único mês, repito, num único mês, paga aos banqueiros do seu país, o equivalente a três anos do valor de seu programa social, pode ser considerado de esquerda??? isso depois de oito anos no poder.

Só um mês de dívida pública não vendida (entrou para o estoque), equivale a três anos de bolsa família.

Governo de esquerda???

    luiz pinheiro

    Já imaginou do que seremos capazes quando não precisarmos mais fazer superavit primário? Vamos deslanchar de vez. E não vai demorar muito. É só seguir o rumo em que vamos.
    Os países que precisam fazer superavit primário são aqueles que faliram. Nós estivemos falidos por duas décadas, mas agora estamos entrando na fase final da nossa recuperação.
    Com Lula e com Dilma.

EUNAOSABIA

"""A eleição de Keiko Fushimori seria um atentado a democracia Peruana! """

Dá pra levar isso a sério??? rapaz… vocês precisam é de estudo … parecem ser da turma mesmo do 7-4=4.

    Leider_Lincoln

    Richard Smith, meu caro! Cansou de usar o "Carmem Leporace"? Pois vou dar a mesma resposta que dei para "ela": olha que brilhante aula do Engenheiro (sem diploma e sem CREA) e Dr. (sem tese) economista (sem diploma e Corecon) José Serra Chirico: http://www.youtube.com/watch?v=UiRNvK95438

EUNAOSABIA

Eu fico em êxtase quando leio gente por aqui glorificando a democracia, e que a eleição de Keiko seria uma volta a ditadura e outras sandices, como se ela não estivesse disputando da mesma forma que Humala disputou e ganhou as eleições.

Mas uma coisa é verdade, Lula nunca foi amigo de Fugimore, não eram contemporâneos, Lula é amigo de gigantes democratas como Fidel Castro, Raul Castro, Hugo Chaves (este com eçeçu de democracia) gigantes democratas e humanistas como Armadinejad e mais uma dúzia de democrtas humanistas de mesma linhagem na África…

Meu amigo e meu irmão Muamar Kadafi… vocês tem razão… Lula nunca foi amigo de Fugimore mesmo.

Lula é amigo de outros democratas.

    augusto

    qual é a tua tese amigo 'eu naosabia'?
    A tua tese é que '' quem é amigo de fulano é como fulano, mesmo na condiçao institucional de
    presidente de uma país?
    Pois, vamos te contar uma historinha. verdadeira.
    Apos, 54 anos de luta anti comunista, pro democracia pro isso pro mercado etc. o Presidente (republicano fanatico) Richard Nixon viaja de repente para Pekim, aperta as duas maos do 1º
    Ministro comunista Chu En Lai no dia 17-21971. E joga sua velha amizade e compromissos com
    a democracia de TAIWAN na lata do lixo… Dia 21 de fevereiro ele vai la apaertar as maos de, de….
    de quem: Mao Tsé Tung, o ditador pela midia americana tao sanguinario como stalin! E dai
    em diante, se entenderam muuito bem, obrigado.

    augusto

    (COntinua)
    E a democrata Taiwan? Chorou e esperneou.
    Eram os interesses nacionais dos USA, era business as usual. Mas a CHINA nao era capitalista na
    economia (ate certo ponto) e comunista na direçao politica como hoje. Era o proprio demonio para
    wall street e vizinhanças.
    A guinada do seculo. E os tontos anti comunistas mundo afora que ate ali tinham ' horror' a Mao?
    Chuparam o dedo e resmungaram.
    Ah, e como é mesmo a tua tese, do negocio dos amigos de Lula, isso e aquilo?
    A proposito, ele era bem amigão de george bush, remember.

    Marcelo Fraga

    Bom mesmo era o Pinochet, lá do Chile que "não tem favelas"…

Leider_Lincoln

Dois coelhos com uma cajadada só; e se consideramos que o Juan Manoel Santos nem de longe é um Uribe e que foi do México a iniciativa da CELAC (OEA – Estados Unidos e Canadá) aos ianques só restam o Chile…

    EUNAOSABIA

    No Chile não tem favelas, o Chile é um dos, se não for o país do continente com os melhores índices socais da região.

    Devem estar morrendo de inveja desse papo furado de não colonizado ou anti iankes e congêneres…

    Rapaz, sabe qual é o problema??? é que a informação circula.

    augusto

    Tem sim.
    Chamam poblaciones callampo.
    E conheço chilenos que me dizem que, por exemplo, para os mais velhos e para os aposentados
    o Brasil tem muito mais respeito, apoio financeiro e proteçao social. Ou voce esqueceu do que
    fizeram la os chicago boys que Pinochet adorava. (e que a concertación depois nao conseguiu senão parcialmente reverter)? As vezes a informaçao circula exceto na midia corporativa.

    Gerson Carneiro

    "…a informação circula."

    Verdade? Aonde a informação circula?

    Não fosse o Azenha não saberia que na Venezuela se degusta uma bela lagosta.

    Scan

    Circula, mas os lumpens seguem não sabendo nada…
    Ah! o rebotalho intelectual…

    Leider_Lincoln

    Eu estou indo ao Chile em breve; meu orientador ia sempre. Aí eu te mostrarei fotos e filmagens das favelas que não existem no Chile. E o Chile é um país onde os mapuches são tratados como párias e terroristas. Quanto aos dados, veja os da CIA, compare-os com os de Cuba e depois conversamos, ok?
    E te falar: a informação até pode circular, mas discernimento e inteligência, infelizmente para você, ainda continuam sendo dotes individuais e intransferíveis.

Gustavo Pamplona

Este Humala deve ser um mala! hahahahhaaha

    M. S. Romares

    Favelado intelectual

    João

    Nunca entendi gente como o Gustavo ou o "eunaosabia" por aqu.
    Aqui é "blog sujo"; aqui temos lado sim: o lado do povo!

Nilza

Venceu por um triz.
O povo ainda gosta de apanhar.
Isso se deve a uma brecha aberta pela péssima educação onde a mídia se aproveita para dominar o povo.

    Klaus

    Mas o povo com menos educação votou justamente em Humala…

    Leider_Lincoln

    Talvez por que quisesse justamente, mais educação. E eles não votaram no Humala por que não tinham educação, votaram por que eram pobres e tinham orgulho. Da mesma forma, senhor Klaus, a alta intelectualidade em peso do Peru, até conservadores do porte de Vargas Llosa, votaram no Humala…

    amores

    O pobre não está mais votando no rico. Alguma coisa aconteceu.
    Tem índio votando em índio, alguma coisa muito estranha está acontecendo.
    Tem gente acordando
    O gigante ainda está por se levantar, A América do Sul é nossa !

    M. S. Romares

    A mesma ladainha de que o Chirico era o mais preparado, quem votou na DILMA foram os "deseducados", pessoas de baixo nivel intelectual e pouco poder aquisitivo…sempre a "lesma lerda". Não aprendem nunca.

    João

    Jisuis! Às vezes me pergunto porque o que querem os "Klaus" da vida por aqui.
    Entram somente para provocar? Ou são, mesmo, trolls pagos (daqueles nomeados sem concurso) por algum governo do pássaro do bico grande.

Marcio Carneiro

Para mim é simples.
Não é questão de "ciclo neo-liberal". A questão é que era um suicídio coletivo colocar de volta ao poder pessoas ligadas diretamente a antiga ditadura que assolou o país. A eleição de Keiko Fushimori seria um atentado a democracia Peruana!

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