André Singer: Por que a onda barbarizante no Brasil?

Tempo de leitura: 2 min

Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, foi espancada até a morte no Guarujá

Brasil?

por André Singer, na Folha de S. Paulo, sugestão de Antônio David

O que está acontecendo no Brasil? Cabeças cortadas em presídios, mulheres arrastadas até a morte, linchamentos malucos que viram parte do cotidiano. É certo que o país sempre foi muito violento por baixo da capa cordial, terna e alegre –verdadeira, mas parcial–, usada para construir uma ideologia adequada aos trópicos. Só que agora a brutalidade parece exacerbada.

O que torna estranho o aumento do brutalismo, como o denominou o jornalista Janio de Freitas em coluna recente, é que houve, na última década, uma evidente, ainda que moderada, melhoria das condições sociais. As famílias mais pobres passaram a receber um auxílio que, embora pequeno, aliviou a miséria e abriu janelas de esperança para os seus filhos. Os jovens tiveram acesso a empregos com carteira assinada, ainda que de baixa remuneração e em condições precárias.

Os salários subiram, a começar do mínimo, que teve uma valorização da ordem de 70%. Mesmo depois de três anos de baixo crescimento do PIB, as categorias organizadas continuam a conseguir aumentos reais. Nos primeiro trimestre de 2014, de 140 convenções coletivas realizadas, 97% registraram concessão de ganhos acima da inflação (ver dados em bit.ly/agsind). São ganhos pequenos, com apenas 33% desses dissídios representando elevação real maior do que 2%, mas ganhos, enfim.

Pode-se argumentar que tais avanços significam pouco em face do tamanho da pobreza e da desigualdade brasileiras, o que não deixa, também, de ser verdade. Porém deve-se considerar que tendo conseguido mantê-los ao longo de toda uma década, os efeitos são cumulativos. A esta altura já existe toda uma geração formada em ambiente menos excludente.

Por que, então, os traços de barbárie social, nos quais é possível enxergar a perversidade específica que a escravidão legou, não vão sendo atenuados? É como se em um contexto de lento desafogo, as relações fossem tomadas por uma onda barbarizante, quando se esperava um progresso civilizatório, mesmo que incremental.

Com sinceridade, não sei responder à pergunta. Percebo que, no fundo, ela sequer está bem formulada, pois o que estou chamando aqui de brutalismo deve encobrir fenômenos muito diferentes entre si.

Estou convicto de apenas uma coisa: é preciso politizar o problema. Os candidatos e os partidos precisam por a questão da violência em suas agendas. O Estado deve desenhar novas políticas públicas a respeito. As instituições e organizações da sociedade que estiverem do lado da civilização precisam refletir a atuar sobre o assunto.

O pior que pode acontecer é deixarmos a brutalidade se naturalizar, enquanto cada um se esconde em casa, tentando fingir que o mundo lá fora não existe.

André Singer é cientista político e professor da USP, onde se formou em ciências sociais e jornalismo. Foi porta-voz e secretário de Imprensa da Presidência no governo Lula.

Veja também:

As consequências graves do jornalismo descerebrado


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

denis montanho de araujo

dizem por ai que a mídia e sensacionalista.pode ate ser, e é.mas esse fato anula o acontecido?se a mídia deixar de ser sensacionalista,cessa a barbárie? o que seria melhor;que não existisse a mídia sensacionalista? ou sera que não seria melhor que não existisse crimes bárbaros? me parece que muitos discursos por ai são feitos para desviar a atenção do assunto principal. e como acontece sempre no brsil;fulano foi flagrado corrompendo e sendo corrompido,mas essa gravação não serve para punir o corrupto e corruptor porque a gravação não foi autorizada. sendo que o ideal seria punir os corruptos com punição proporcional ao crime, e quem fez a gravação também;seria analizado ai, se seu crime prejudica ou beneficia as potenciais vitimas.

Vinicius Garcia

A exploração da violência, e ocultação de dados para favorecimento de determinados políticos feita pelo PIG, é o grande motriz dessa onda que surge. Mas os partidos populares também tem sua parcela de culpa nisso, por acharem que basta ser (teoricamente) ‘governo’, se esqueceu do que os alavancou ao poder: as manifestações de rua; e agora vê nessas mesmas ruas, manifestações nada agradáveis, como essas que estão ocorrendo.

Andre

Dificil entender as raizes dessa brutalização da sociedade. MAs acho que algumas coisas em um nivel mais geral podem ajudar a entende-las.Acredito que a raiz não é mais ou menos miséria:é mais capitalismo. A ‘psicologia’ do capital é a do psicopata; vários estudos já demonstraram que uma das profissões que têm maior número de psicopatas é a de CEOS e grandes empresários (isso não quer dizer que todos são psicopatas, mas que função favorece e atrai esse tipo de personalidade) – que não são nem um pouco ‘pobres’.Em uma sociedade que se torna cada vez mais dominada pelo capital – e estou falando do mundo todo – o comportamento psicopata aparece como sintoma.
Quanto ao Brasil, é claro que vivemos em uma sociedade que sempre foi extremamente violenta. O que há de ‘novo’ é a glorificação, a justificação e a apologia do comportamento psicopata. E isso não é só no Brasil: a hegemonia cultural no mundo hoje é crescentemente da cultura fascista. Isso leva a uma outra questão: que ideologia politica pode se beneficiar do terror e ódio difuso e disseminado?? Algumém lembrou do nazismo?

Flores da Cunha

Sem dúvida, a culpa desse barbarismo é dos americanos imperialistas, da “elite” branca, da elite golpista e do José Serra. Nunca dos governos populares. Isso é uma tentativa para desestabilizar o PT. Não conseguirão. Não passarão!

    Álvaro Simões

    PF identifica o autor das ameaças de morte ao ministro Joaquim Barbosa: é um integrante da COmissão de Ética do PT, no RN!

lulipe

Sob governos petistas a violência cresce a números nunca vistos na história. Talvez seja em virtude da leniência com que tratam os criminosos e seus crimes,são peritos em eufemismos, é só lembrar dos “aloprados”, “malfeito”, e por aí vai….

    Malvina Cruela

    prender bandido é “criminalizar a pobreza” na novilíngua petista..não se esqueça

    Valmont

    Pois é, meu caro crente da religião capitalista… O Brasil já tem a 4ª maior população carcerária do mundo, com aproximadamente 574 mil pessoas presas. Pelo seu entendimento, devemos ampliar isto, aumentar penas, reduzir maioridade penal, construir mais cadeias, assim, logo teremos um país perfeito e feliz, com milhões de presidiários e o primeiro lugar no ranking mundial. No entanto, suspeito que nada disto evite que você e os seus se tornem futuras vítimas da violência, pois antes de educação e cultura, JUSTIÇA SOCIAL é essencial para se atingir níveis mínimos de civilização. Significa reduzir desigualdades, coisa que a sua religião do Deus Mercado tem por sacrilégio.

    lulipe

    Sou a favor de investimentos em educação, saúde, transporte, segurança, etc, mas também, diferentemente de você, sou a favor de que quem comete crime seja punido, se para isso tem que modificar a legislação penal, construir mais presídios, que se faça.O que não podemos é continuar com medo de sair de casa, o que não pode é ver um “dimenor” rindo da polícia, quando é preso, por que sabe que logo estará nas ruas cometendo mais crimes gravíssimos. Adoraria que você um dia pudesse ficar cara a cara com um “dimenor” desses, quem sabe você não mudaria de opinião, isso se ficar vivo depois do “encontro”.Vamos deixar de hipocrisia, criminosos é criminosso, tem que ser tratado como tal, seja preto, branco, azul, do PT, PSDB, o que for.

Pedro

Num regime econômico baseado na permanente violência contra a classe trabalhadora, ou seja, contra a maioria da população em todos os países capitalistas, acho ingenuidade do articulista querer encontrar explicações fora desse contexto.

    Flores da Cunha

    Sem dúvida, companheiro. A culpa desse barbarismo é dos ianques imperialistas, da “elite” branca reacionária, da elite golpista, da imprensa tucana e dos traíras do povo: FHC, José Serra e Aécio Never.
    Nunca dos governos populares. Isso é uma tentativa para desestabilizar o PT. Não conseguirão. Não passarão!

    lulipe

    Você é um brincalhão, flores…..

marcio luz

O que vemos hoje é a banalização da violência, não somente na tv, mas na música, na internet, nos videogames. Os ídolos de boa parte da juventude são lutadores de MMA, cantores de músicas que pregam o exterminio de policiais e afins…Tudo isso aliado à completa ausencia do estado nas periferias, onde a polícia só entra para reprimir, dificilmente para previnir. Será possível reverter? Quero acreditar que sim.

Urbano

São aulas proferidas pelo staf…

Euler

Considero a mídia a principal responsável por este aumento da barbárie. Não tenho a menor dúvida disto. Somos uma população que ainda sofre uma grande influência da mídia. Uma palavra de ordem de algum ou alguma comentarista irresponsável pode produzir efeitos danosos. Coisa do tipo: incentivar o justiçamento com as próprias mãos, pois o Estado, a justiça, estão ausentes. E hoje temos uma rede social da Internet que multiplica estes chamados da grande mídia.

É fato que a mídia golpista vem criando um clima de caos no país. Para esta mídia, tudo vai mal, o país está à beira do abismo há 12 anos, a inflação voltará a qualquer momento. Qualquer feito que poderia ser comemorado em favor da população é apresentado como um desastre, mais um dano para o Brasil. Conseguem extrair veneno de qualquer boa notícia.

O pior erro dos governos do PT foi não ter bancado a destruição do monopólio da mídia. Por isto assistimos a este paradoxo entre os avanços sociais com o crescimento de sentimentos de insegurança, de que tudo vai mal, de medo, etc.

A própria “politização” do problema, a que autor se refere e com o qual eu concordo, dificilmente será possível sem que haja espaço na mídia para que tal debate aconteça. Não há. Meia dúzia de famílias, as mesmas que apoiaram o golpismo no passado e no presente, não querem este debate. Querem as trevas, a guerra entre os pobres, pois os de cima se protegem em condomínios fechados e espaços cada vez mais privatizados – e que o PT ousou ainda que timidamente invadir, como nos aeroportos que são hoje frequentados pelo povão pobre, também.

O governo federal precisa se comunicar melhor, e as forças de esquerda precisam construir projetos comuns de ação e reflexão sobre a nossa realidade. Sob pena de sermos pegos novamente com uma nova ditadura, inclusive apoiada por uma massa que será a maior vítima.

A população hoje está mais despolitizada do que antes. Tem melhores condições sociais de vida, mas isso não vem acompanhado de um processo de reflexão e combate crítico em relação aos projetos em disputa na sociedade. O PT errou feio neste item, também. Políticas sociais desligadas do enfrentamento político contra esta mídia claramente golpista é quase que criar um exército de novos consumidores que serão usados como “inocentes úteis” para os projetos da direita golpista, neoliberal.

Por isso, Dilma, Lula e o PT, desta vez, precisam o assumir o compromisso público de que vão combater o monopólio da mídia, que é criminoso, e que atenta contra a democracia brasileira, contra as conquistas dos de baixo. Como pode um país de 200 milhões de almas estar subordinado a um poder tão grande de meia dúzia de famílias que não foram eleitas por ninguém, e que, através de rádios e TVs e jornais e revistas decidem diariamente o que é certo e o que é errado para todos?

    FrancoAtirador

    .
    .
    Perfeito, Euler!

    Há décadas, quem dita a pauta do País é a Mídia Empresarial Tucana.

    Meia dúzia de Empresários detém o Monopólio da (des)informação,

    pois são os que determinam o que, como, quando e onde noticiar.

    Além disso, as matérias de relevante interesse público e coletivo,

    das quais o Oligopólio Privado não pode tirar proveito financeiro,

    são imediatamente interditadas pelo Grupo Hegemônico G.A.F.E.*

    que se arroga o privilégio exclusivo do debate em qualquer área:

    Economia, Política, Ciência, Religião, Esporte, Comportamento, Cultura.

    A República Federativa do Brasil é refém dessa meia dúzia de crápulas

    que tenta destruir a cada dia um pouco do avanço social conquistado.
    .
    .

Álvares de Souza

O que esperar de um País onde as demonstrações de ódio, de perseguição implacável, de insanidade absoluta, emanam da sua Suprema Corte?

    Flores da Cunha

    Exato. Vejam o que ele fez a PF fazer com o companheiro Sérvolo. É um desequilibrado.

Mário SF Alves

Parte disso é consequência do atraso socioeconômico do Brasil. Atraso este que apenas recentemente começa a ser superado. E, sem dúvida, a maior parte disso é consequência direta do totalitarismo/regime ditatorial, imposto pelo golpe de 64 e que condenou o País a um modelo de desenvolvimento retrógrado, injusto e injustificável, e com ele, sérias restrições à plena democratização da sociedade brasileira.

Entretanto, não menos nociva é a violência verbal desregrada e a manipulação política proveniente de parte da mídia empresarial e daqueles cujo argumento sempre foi o argumento da força. Ou seja, parte significativa dessa deplorável e caótica barbarização da sociedade é devida:

Aos herdeiros ideológicos dos que tramaram contra a democracia, nos impuseram o horror, a vergonha e a tragédia do golpe de Estado de 1964, e que ajudaram os EUA a transformar o Brasil e todo o Cone Sul da América Latina num imenso laboratório de experiências antissociais;

Aos herdeiros ideológicos e ideólogos do radicalismo neoliberal imposto ao Brasil pelo sistema de estelionato eleitoral que levou ao governo não representantes do povo, mas gerentes do apartheid social inscrito no ideário neoliberal, especialmente no radicalismo neoliberal inconsequente e desumano do PSDB.
________________________________
O quadro das raízes da violência estará montado se acrescermos a tais heranças a influência antissocial/perniciosa:

Dos herdeiros ideológicos do Brasil-eterna-Colônia;
Dos herdeiros ideológicos das Capitanias Hereditárias;
Dos herdeiros ideológicos da aristocracia escravocrata;
Da ideologia fascistizante transmitida pela maioria das redes de televisão;
E do tráfico de drogas (quase meia tonelada apreendida num só helicóptero!).
_________________________________
Nos EUA a violência civil esteve concentrada na Klu Klux Kan; enquanto no Brasil, de hoje, ela é livremente irradiada a partir de um partido midiático, autodeclarado, e por isso mesmo fora da lei; ele mesmo herança de um regime autoritário, igualmente fora da lei.

Mardones

Quanto vazio. Será que Singer foi mesmo o autor disso?! Vindo da Folha, a gente tem obrigação de desconfiar. Afinal, a Falha é acostumada a mentir em suas páginas.

Enfim. Um dos caminhos para resposta é que os ditos ‘avanços’ por si mesmos foram insuficientes, como aponta o próprio artigo. Por exemplo, o Bolsa Família ‘tirou’ as pessoas da indigência. Ou seja, não criou cidadãos dotados de direitos e deveres. Isso é parte da resposta. A criminosa distribuição de renda segue firme e forte.

Outro fator é que o Estado Brasileiro está longe de cumprir a Constituição Federal no tocante às garantias mínimas da cidadania. E, levando-se em conta que a nossa representação política é mero eufemismo, pode-se concluir que seguimos numa semidemocracia. O que já dá mais um caminho para entender a barbárie.

Artigo medonho!

Flavio Wittlin

Em 2007, entrei no olho do furacão de uma turba que linchava um rapaz acusado pela curra de quatro mulheres. Contestei o ânimo flagelador e homicida dela, e tentei reverter o desatino. O final do escabroso caso, que teve um desdobramento inusitado, pode ser visto aqui em 2min50seg no semi-estilizado docuvídeo “Pegaram o tarado” (https://www.youtube.com/watch?v=6q7bHktD8Qk).
Ficou clara uma constatação: os programas de inclusão do último decênio não têm de certo o efeito de apagar repentinamente recalques centenários. Ali, na periferia de N. Iguaçu onde o linchamento estava em curso vi que o Bolsa Família e a Agricultura Familiar apoiada pela Petrobrás se faziam presentes. Além disso, havia cobertura do Programa de Saúde da Família – entre os linchadores, havia pacatos (?!) pacientes meus do ambulatório do PSF.

Há por estas terras brasileiras ressentimentos, frustrações e humilhações sedimentadas nas massas por cinco séculos de brutal opressão, exploração e exclusão. A base do fascismo social e potencialmente político reside ali: na frustração, no recalque e na humilhação sedimentadas por séculos na gente pisada pelas classes dominantes. Sheherazade e outros carcarás assemelhados só fazer acender a centelha. Não podem passar!

    Bárbara

    Ensinam-nos os sábios orientais que cada problema tem causas várias e variadas.

    São séculos de humilhação, são má educação muito mais.

    No “meu” escritório há umas vinte pessoas sempre empenhadas em fofocas, ao invés de trabalhar. Muitos são formados, muitos são mestres, se acham educados e de boas famílias.Se acham chiques no último. Lincham pessoas com fofocas. Até matam. Se se considerar que uma fofoca pode destruir a felicidade, e com isso atacar os rins pela adrenalina ininterrupta.Pode fazer subir a pressão, e isso pode fazer um enfarte. Eles não se importam. Ninguém mais se importa com nada.

    Eu devo ser a última pessoa no mundo cuja mãe sempre dizia, não faça mal a ninguém. Defenda-se se te fizerem mal. Chame seus pais e amigos para te defenderem.

    Numa das tentativas de me defender desse tipo de subumanos fui linchada pela segunda e terceira e milésima vez. E seus pares os defenderam.

    A torcida do corinthians é todo lugar.

FrancoAtirador

.
.
O PRENÚNCIO DA CATÁSTROFE SOCIAL:

DESRURALIZAÇÃO, ÊXODO E CRESCIMENTO URBANO DESORDENADO

São Paulo, sexta-feira, 7 de junho de 1996

A face oculta da Habitat 2
[Conferência Mundial sobre Assentamentos Humanos]

Tudo se passa como se as periferias das cidades fossem o purgatório a caminho da verdadeira redenção, a urbana

RICARDO ABRAMOVAY e IGNACY SACHS

Cúpula das cidades: mais da metade dos habitantes do planeta está excluída do encontro mundial sobre assentamentos humanos, que acontece em Istambul (Turquia).
Ou, para expressá-lo numa versão otimista: está presente não pelo que é, mas pelo que virá a ser, não pela efemeridade de sua existência atual, mas pela consistência presumida de seu futuro inelutável.

É apenas na qualidade de migrantes potenciais que os 55% da população mundial que vivem hoje no campo integram as preocupações da conferência de Istambul.

Os documentos até agora conhecidos e o espírito geral da Habitat 2 não escamoteiam os problemas das cidades:
eles corroboram entretanto com um horizonte cultural, com uma escolha de civilização que faz das cidades o único espaço social possível de desenvolvimento do homem.

Portanto, nada mais lógico do que associar como termos sinônimos assentamentos humanos e cidades.

Não se trata de negar o efeito dinamizador que as cidades exercem sobre o conjunto da vida social, nem muito menos de preconizar qualquer forma de fixação do homem ao campo ou de fechamento do meio rural com relação ao mundo urbano.

Mas o peso atual dos assentamentos humanos no campo é tão grande que seria necessário, no mínimo, que a Habitat 2 examinasse seriamente a questão: será que o meio rural não pode ser um espaço geográfico de enriquecimento social, material e cultural para uma parte importante da população que ele hoje habita?

Será que o campo deve ser concebido apenas como espaço transitório, útil, eventualmente, para evitar o “inchaço” das cidades, mas incapaz de se constituir num lugar de verdadeira valorização da vida?

É verdade que a população urbana mundial cresce a um ritmo três vezes mais acelerado que a do campo, onde vivem hoje 3,1 bilhões de pessoas.

Dentro de dez anos, metade da população mundial viverá fora do campo e, em 2025, vão concentrar-se nas cidades -caso persistam as tendências atuais- 61% dos habitantes do globo.

O meio rural começará então a sofrer um decrescimento demográfico absoluto, mas nele viverão nada menos que 3,2 bilhões de pessoas, sobretudo na Ásia (2,2 bilhões frente ao 1,6 bilhão atual) e na África (692 milhões diante dos 469 milhões de hoje).

Contrariamente a essas duas regiões, o declínio absoluto da população rural na América Latina e no Caribe já teve início em 1985, e, dos 124 milhões de habitantes rurais de hoje, o continente passará a 108 milhões em 30 anos.

Um dos principais vícios do debate atual é a confusão entre urbanização e desruralização:
a maior parte dos habitantes das megalópoles dos países em desenvolvimento não possui as condições mínimas daquilo que se pode chamar de vida urbana.

A partir do êxodo rural, vai-se aglomerando numa espécie de pré-cidade geográfica e social que reúne habitações precárias e perigosas, insegurança no acesso ao trabalho e à renda e dificuldade de obtenção de serviços básicos.

Mas, como as condições de vida no campo tendem a ser ainda mais precárias, tudo se passa como se as periferias das cidades, as favelas, as concentrações de bóias-frias fossem o purgatório a caminho da verdadeira redenção, a urbana.

Ora, os pobres rurais não estão condenados à escolha destrutiva entre a miséria no campo e a marginalização urbana.

No meio rural, poderiam desempenhar funções produtivas muito mais úteis à vida social do que aquelas às quais têm acesso nas cidades.

Não se trata de um voto piedoso movido por nostalgia bucólica.

O combate à pobreza rural vai depender fundamentalmente da capacidade que terá o modelo de crescimento agrícola de incorporar e valorizar a atividade econômica das populações que hoje vivem em situação muito precária e para as quais as cidades dificilmente representariam um caminho em que seu trabalho pudesse ter utilidade social maior que no campo. Em outras palavras, o desafio é transformar as necessidades alimentares presentes em trunfo para o desenvolvimento.

Utopia? Talvez.
Mas é importante assinalar que os principais centros de pesquisas agronômicas do mundo estão elaborando e difundindo modelos tecnológicos mais intensivos em conhecimento do que em capital e, sobretudo, mais adaptados aos meios naturais em que vivem os pobres do campo.

Os pesquisadores que trabalham nessa direção chegam a falar em uma revolução duplamente verde, que amplie as capacidades produtivas, mas que valorize os ambientes sociais e naturais que até aqui foram marginalizados pelos padrões dominantes da pesquisa agronômica.

Existem cada vez menos razões técnicas que possam impedir que os pobres do campo tenham no aumento de suas capacidades produtivas o elemento chave de sua emancipação social.

Seria lamentável que essas conquistas técnicas e organizacionais não fossem colocadas a serviço da diversificação dos espaços geográficos de luta contra a pobreza e de valorização da pluralidade dos assentamentos humanos.

Infelizmente, entretanto, essa é uma ameaça que paira sobre a Habitat 2.

Ricardo Abramovay, 43, é professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia e Administração da USP (Universidade de São Paulo).

Ignacy Sachs, 65, é professor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (Paris, França).

Os autores são consultores da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) para a Conferência Mundial sobre Assentamentos Humanos (Habitat 2).

(http://migre.me/j9uR0)
.
.
Brasil
Censo 2010

População urbana sobe de 81% para 84%

(http://migre.me/j9v8W)
.
.
No início do Século 20,
Rosa Luxemburgo exclamou:
“Socialismo ou Barbárie!”

Hoje, no início do Século 21,
estamos perplexos testemunhando
a opção adotada pelo Ocidente.
.
.

    Mário SF Alves

    “Cúpula das cidades: mais da metade dos habitantes do planeta está excluída do encontro mundial sobre assentamentos humanos, que acontece em Istambul (Turquia).”
    _________________________________
    Isso sim, é verdadeiramente fantástico.

    Então. Se a coisa fosse pra valer, se não fosse apenas para alimentar o discurso e impor umas diretrizesinhas aos governos neoliberais, os caras deveriam discutir um problema dessa natureza e dessa dimensão não em Istambul,belíssima e histórica cidade da Turquia, mas, sim, onde a porca tende a torcer ainda mais o rabo, ou seja, no epicentro do caos, onde se dá a produção precária, viciada, viciante e/ou envenenada de alimentos.

    Houvesse seriedade, responsabilidade cívica e respeito à vida, os caras do Habitat 2 deveriam começar a ligar lé com cré. Ou seja, correlacionar as causas do êxodo rural, derivadas, na maioria dos casos, de processos antissociais e ecologicamente insustentáveis de produção agrícola, com a questão da ausência de políticas públicas de desenvolvimento urbanístico no meio rural.

    A não ser assim, quais as possíveis intervenções por eles preconizadas?

    __________________________________
    Olha, prezado FrancoAtirador, pelo que tenho observado e a prosperar o neoliberalismo, o que está posto na linha do (des)horizonte não é outra coisa senão a despopulação radical do Planeta. Talvez, por isso mesmo
    é que tais cúpulas sejam tão fantasiosas e tão desconectadas do mundo real.
    _______________________________________
    Dúvidas?
    Pergunte à… vejamos… à Monsanto, entre tantas outras.

    Bárbara de Pindorama

    Mas os países poderosos darão um jeito nisso. Com inseticida nos alimentos, com drones, com guerras, com bactérias, com armas químicas,
    com remédios que causam efeitos colaterais desconhecidos.

    Acham que os poderosos vão morrer junto com os pobrs? Ahhh vão!!!!

Leandro_O

Assisti a “Abril Sangrento”, que aborda a questão do massacre em massa ocorrido em Ruanda em 1994, e uma das questões que se percebe é que foi justamente o incitamento via rádio que permitiu que o massacre atingisse níveis absurdos.

Cláudio

… “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …

Erik P.

Isso começa desde a escola. Eu lembro que na escola, apesar de ser um CDF – eu fui até que bastante poupado enquanto estudei com a mesma turma da 1a à 7a série. Meu inferno começou na 8a série e foi até o final do 1o colegial, por causa da acne. O bullying era intenso.

Mas fora o bullying, presenciei outras situações brutais – estudei o fundamento de 94 a 2001 e o médio de 2002 a 2004.

Lembro uma vez, na 8a série (em uma escola diferente, na EM Primeiro de Maio, arquitetura brutalista, puro concreto armado) em que estava no recreio e vi um garoto, pequeno, parecido com um índio, ao qual chamavam de Polho. Me advertiram para não olhar pra ele. Polho, era um pequeno traficante da região. Ia armado à escola. Todo mundo temia Polho, que não devia ter 1,55m!

No colégio, lembro do pessoal arrumando briga com gente de outras escolas próximas. Os motivos eram desde brigas durante partidas de futebol até traições. Rixas entre dois garotos acabavam por inflamar a galera. Nesses momentos, o pessoal incorporava o lema dos 3 mosqueteiros: um por todos, todos por um! E lá ia 10, 12 garotos de 14, 15, 16 anos “enquadrar” o otário. Se ficasse só no “apavoro”, tudo bem. Mas se o clima esquentasse mais, o otário virava coitado e apanhava sem dó.

A crueldade começa na escola. E muitos na minha época sabiam quem eram os caras perigosos. Num jogo de futebol qualquer, se você machucasse o cara errado numa dividida e discutisse depois, deveria ficar pronto para apanhar a qualquer dia, no caminho da escola ou saindo pra passear com os amigos.

Quando morava na favela do Areião, lembro que um cara foi esquartejado. Não lembro se foi por tentativa de estupro, roubo ou porque bateu na mulher. Só lembro de amigos meus falando que viram as orelhas, mãos e pernas espalhadas pelas vielas. George R. R. Martin se torna um Monteiro Lobato perto dessas cenas, quando você as presencia.

Pra completar, cresci no Guarujá. Hoje vivo em São Paulo e com meus 27 anos, vejo claramente essa vontade de cometer atos violentos entre os adolescentes da rua que moro, na Freguesia do Ó. Sei que o comentário está confuso, mas apenas queria lembrar que tudo isso já está institucionalizado na nossa cruel e violenta sociedade.

Espero que cheguemos logo no ponto de inflexão. Tá foda.

Regina Braga

A lei do olho por olho, acaba com todo mundo cego.Governo não vê,sociedade ignora,Instituições desacreditadas e uma mídia nazista…só pode levar ao retrocesso.O momento da bárbarie II.A violência só pode ser vencida com a coragem do debate,com a transparência das causas e com a vontade política dos governantes.Todos os movimentos neofacistas voltam ,pela incapacidade do Estado, de apresentar soluções ou debates com a sociedade!Eduardo Galeano, já fez vários alertas e nós continuamos a ver o massacre de crianças, e nem nos tocamos mais…deshumanização não é só pela mídia!

    Bárbara

    Se há países em que não há esse tipo de coisa, então a causa é menor, mais família e mais cultura local mesmo.

    Pobreza aumenta o problema, mas a favela ajuda mais, devido à necessidade de proteção. Nem paredes há.

Leo V

No tempo das emergências | Uma entrevista com Paulo Arantes

http://blogdaboitempo.com.br/2014/05/11/no-tempo-das-emergencias-uma-entrevista-com-paulo-arantes/

“Em “Depois de junho a paz será total”, volta sua verve crítica para pensar as reiviIidicações de que protestos políticos só são legítimos se forem pacíficos e o significado de o Brasil vir a sediar dois megaeventos, Copa e Olimpíada. “São rituais de massa e como tal, um tremendo dispositivo de governo, algo como um não menos tremendo centro emissor de comandos pacificadores, pois é preciso que durante a Copa a paz seja total. Até os ambulantes serão vacinados.” Estado de exceção, argumenta, em que cada arena para os jogos serã uma situação de sítio, e cada sede, um zoneamento de ocupação militar. E se alguém lhe perguntar pelo legado dos jogos, o tiro é certeiro: “Quando o megaevento se for, tudo isso ficará na praia à espera da próxima maré, repetindo-se religiosamente os mesmos rituais de segurança, um ponto zero acima. Se há um real legado da Copa, é justamente o da atualização acelerada dos aparatos coercitivos de vigilância e punição.” “

Mário SF Alves

Tudo isso faz parte de uma estratégia de sabotagem do governo.

E o problema dos que ora estimulam os instintos mais baixos dos brasileiros não é o governo. Não a presidenta Dilma e não é o Lula e nem o PT.

O problema deles é o não alinhamento dessas forças com a fascistização do Ocidente.

E quando a ordem imperialista e hegemônica é fascistizar… só a educação política é capaz de resistir e contra-atacar.

Felipe dos Santos

Você não sabe responder a pergunta ou é uma pergunta retórica? Na minha opinião,Walter Benjamim esclarece um pouco em Documentos de Cultura, Documentos de Barbárie: escritos escolhidos, introd. Willi Bolle, trad. Celeste H. M. Ribeiro de Sousa, São Paulo: Cultrix, 1986.Resumindo: “processo civilizatório consiste em barbárie.”

http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/Autores/Benjamin,%20Walter/Documentos%20de%20Cultura,%20Documentos%20de%20Barbarie%20escritos%20escolhidos.pdf

    Felipe dos Santos

    Escola de Frankfurt!

    Mário SF Alves

    “Resumindo: “processo civilizatório consiste em barbárie.””

    __________________________
    E você concorda com isso?

    Felipe dos Santos

    Civilizar um índio é uma barbárie, não?

    Depende do ponto de vista…

    Revolução industrial foi uma barbárie?

    Depende do ponto de vista.
    Complicado e extenso explicar. Leia o Walter.

    Felipe dos Santos

    Considere as aspas na palavra civilizar, por favor…

    Nesse exemplo, na minha opinião, a palavra correta é barbarizar!

    Mário SF Alves

    Entendo, Felipe.

    Só que na conjuntura atual, face a tendência de fascistização neoliberal do Ocidente, temo que barbárie seja apenas isso, barbárie.

    Felipe dos Santos

    Barbárie é barbárie; civilizar, transformar, modificar, implementar, construir: tudo isso é barbárie.

    O barroco que veio logo após ao classicismo é barbárie – até mesmo um estilo de época literário.

Gerson Carneiro

“As Flores do Mal”, ou Ode à Imprensa.

Eu quis você
E me perdi
Você não viu
E eu não senti
Não acredito nem vou julgar
Você sorriu, ficou e quis me provocar
Quis dar uma volta em todo o mundo
Mas não é bem assim que as coisas são
Seu interesse é só traição

E mentir é fácil demais
Mentir é fácil demais
Mentir é fácil demais
Mentir é fácil demais

Tua indecência não serve mais
Tão decadente e tanto faz
Quais são as regras? O que ficou?
O seu cinismo essa sedução
Volta pro esgoto baby
Vê se alguém lhe quer
O que ficou é esse modelito da estação passada
Extorsão e drogas demais
Todos já sabem o que você faz
Teu perfume barato, teus truques banais
Você acabou ficando pra trás

Porque mentir é fácil demais
Mentir é fácil demais
Mentir é fácil demais
Mentir é fácil demais
Volta pro esgoto baby
E vê se alguém lhe quer

As Flores do Mal – Legião Urbana

http://www.youtube.com/watch?v=c91QK9jD-lg

FrancoAtirador

.
.
“Em um mundo de cidades enormes, de espaços urbanos reduzidos para cada indivíduo,
de homens aprisionados por convenções e limites…
[a turba] libera as paixões, os instintos, o grito primal, a fúria coletiva…
A exacerbação da repressão aos instintos vitais acaba por produzir o efeito contrário…
Sufocado pelas normas da racionalidade e do ‘bem’, transformado em um animal doméstico,
o homem, em busca da força vital perdida, explode e mata.
…ajuste de contas, cujos motivos restam desconhecidos para a maioria dos atores,
entre a paixão e a razão, a civilização e a barbárie, a pulsão vital e a morte.”

Juremir Machado da Silva,
Jornal da Copa
14/7/1994
.
.
A TURBA É O SER HUMANO OPTANDO PELO INSTINTO ANIMAL.
.
.

    FrancoAtirador

    .
    .
    O CÉREBRO REPTILIANO

    (http://psicologiaciencia.blogspot.com.br/2008/04/o-crebro-reptiliano.html)
    (http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2014/01/degustando-gente-breve-nota-sobre.html)
    .
    .
    “Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias para a compreensão
    da minha aventura;
    mas é um modo de ir dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual não acho porta grande nem pequena;
    o melhor é afrouxar a rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de haver alguma;
    tudo depende das circunstâncias, regra que tanto serve para o estilo como para a vida;
    palavra puxa palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução;
    alguns dizem mesmo que assim é que a natureza compôs as suas espécies.”

    Machado de Assis
    (em Primas de Sapucaia, Histórias sem data, 1884)

    (http://minhateca.com.br/Janesaraiva/Documentos/Psicopatologia+e+semiologia+dos+transtornos+mentais+-+Paulo+Dalgalarrondo,3258650.pdf)
    .
    .
    Basicamente a Mídia Empresarial opera na manipulação áudio-visual, pela aplicação da Psicologia de Propaganda e Marketing, por intermédio dos Meios de Comunicação de Massa,
    atuando no inconsciente, alcançando os instintos primitivos, estimulando os sentidos, gerando internamente sensações não conscientes, de desejo ou de medo,
    provocando involuntariamente uma busca por respostas sensitivas, principalmente de prazer, num caso, ou de ira, no outro,
    que podem ser imediatamente satisfeitas, como nos fenômenos físicos de ato reflexo,
    ou cumulativamente reprimidas na memória até que, tornando-se organicamente insustentável e psicologicamente insuportável, extravasem compulsivamente numa explosão de prazer e êxtase, por satisfação, ou de ódio e violência, por frustração.
    .
    .

    FrancoAtirador

    .
    .
    Aporias filosóficas:
    algumas diferenças entre sociedade e cultura de consumo

    Por Fred Tavares e Marta de Azevedo Irving

    O campo epistemológico do consumo opera na metamorfose de um devir subjetivo, no qual as pessoas se transformam em mercadorias e as mercadorias em pessoas.

    Revista Comum RJ
    v.14 – nº 31 – p. 94 a 109
    Julho/Dezembro 2008

    Íntegra:

    (http://www.facha.edu.br/revista-comum/Comum31.pdf)
    .
    .

    FrancoAtirador

    .
    .
    No início do Século 20,
    Rosa Luxemburgo exclamou:
    “Socialismo ou Barbárie!”

    Hoje, no início do Século 21,
    estamos perplexos testemunhando
    a opção adotada pelo Ocidente.
    .
    .

    FrancoAtirador

    .
    .
    A BALELA CAPITALISTA NEOLIBERAL NA ONU

    Cronologia do Pensamento Urbanístico (UFBA/UFRJ)

    2ª Conferência Mundial Sobre os Assentamentos Humanos
    HABITAT II, em Istambul
    1996
    Turquia

    Habitat II foi uma série de conferências das Nações Unidas
    que moldaram a agenda global de desenvolvimento para os anos seguintes.

    Essa conferência produziu um Plano de Ação Global, A Agenda Habitat,
    que fornece diretrizes para a criação de assentamentos humanos sustentáveis durante o século XXI,
    tendo em conta a sua relação com o meio ambiente, direitos humanos, desenvolvimento social, direitos das mulheres, questões demográficas e outros apêndices.

    Conferência Habitat II, 1996:

    “A AGENDA HABITAT

    O plano de ação da Conferência, a Agenda Habitat, tem por objetivo ser uma mobilização global de ação em todos os níveis, a fim de alcançar o desenvolvimento sustentável de todas as cidades, vilas e aldeias em todo o mundo durante as primeiras duas décadas do século próximo.

    O programa contém uma declaração de princípios e objetivos, um conjunto de compromissos assumidos pelos governos e, finalmente, estratégias para a implementação do Plano de Ação.

    DECLARAÇÃO DE ISTAMBUL

    Nos 15 pontos da Declaração os Governos, salientaram sete principais prioridades dentro do Programa Agenda Habitat:

    – Padrões insustentáveis de produção e consumo,
    particularmente nos países industrializados;
    – Alterar a demografia insustentável;
    – Pessoas sem moradia;
    – Desemprego;
    – A falta de infra-estrutura básica e serviços;
    – A escalada de violência e insegurança, e
    – O aumento da vulnerabilidade a desastres.

    OBJETIVOS E PRINCÍPIOS

    – Assentamentos humanos equitativos nos quais todas as pessoas tenham igual acesso à habitação, espaço aberto, serviços de saúde, educação, etc.;
    – A erradicação da pobreza no contexto do desenvolvimento sustentável;
    – A importância para a qualidade de vida das condições físicas e espaciais características das aldeias, vilas e cidades;
    – A necessidade de fortalecer a família como célula fundamental da sociedade;
    – Os direitos e responsabilidades cívicas;
    – As parcerias entre países e dentro dos países em todos os setores;
    – A solidariedade com os desfavorecidos e vulneráveis;
    – Aumento dos recursos financeiros;
    – Os cuidados de saúde, incluindo serviços de saúde reprodutiva, para melhorar a qualidade de vida.”

    Fonte(s): Site da ONU. Disponível em: [www.unhabitat.org]. Acesso em: 30/09/2008.

    (http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=1394)
    (http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br)
    .
    .
    Leia também:

    “A cidade do pensamento único”

    “A cidade do pensamento único” foi publicado em 2000 na coleção Zero à Esquerda, que reuniu títulos, cuja temática e vontade Otília Arantes define como “afinadas igualmente no mesmo intuito de atrapalhar unanimidades regressivas, notadamente os alinhamentos induzidos pela atual hegemonia do capitalismo global.” (ARANTES; VAINER; MARICATO: 2000).

    O livro apresenta três estudos que analisam o mesmo objeto, o planejamento estratégico de cidades.

    Primeiramente Otília Arantes analisa o período urbanístico dos anos de 1970 até o final do século, “a terceira geração urbanística” e defende que não houve uma ruptura com o formalismo dos modernistas, mas sim um ajuste ao caplitalismo que “proclama prescindir dos homens, e logo das classes (OLIVEIRA: 2000).

    Carlos Vainer constrói uma análise sobre a fabricação do atual “pensamento único” e alerta sobre a difusão do Planejamento Estratégico na América Latina.
    Esta difusão segundo ele, vem se dando por ações cruzadas entre grandes instituições multilaterais (como o Banco Mundial, BID, PNUD, etc.) e consultores internacionais, sobretudo catalães, que prestam serviços a outras cidades que desejem adotar o modelo do “sucesso” de Barcelona.

    Já Ermínia Maricato discorre sobre a questão da propriedade e a relação direta desta questão com o futuro das cidades brasileiras.
    Aponta sintomas como o crescimento exponencial da “cidade ilegal”, a expansão espacial da pobreza, desamparo e violência.

    (http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=1404)
    .
    .

    Mário SF Alves

    Cara, que maravilha, essa arte e lucidez do Machado de Assis.

    Valeu.

    “Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de haver alguma;…”

    Machado de Assis
    (em Primas de Sapucaia, Histórias sem data, 1884)

    Coisa de gênio, mesmo. E isso eu ainda não vi nem no Gabriel García Márquez.

José Souza

Impunidade existe? Existe. Tem um monte de bandido solto. A arma ficou barata? Ficou. Qualquer um pode comprar uma. Os pobres sempre foram empurrados para as periferias? Sempre. E o rico sempre pensou que eles só poderiam sair de lá para trabalhar ou depois de ter dinheiro. Agora estão assustados com a circulação e atuação dos pobres em suas regiões. As escolas são guarda volumes? São. Mas porque filhos viraram malas? Será que é porque os pais têm que trabalhar e precisam de um lugar “seguro” para deixarem seus filhos? Mas porque, então, tiveram filhos? Porque o país, há muito tempo, considera que pagar juros é mais importante que fornecer bem estar à sua população? Porque se não ele para. Como explicar ao povo a diferença entre as taxas que o governo paga (Selic) e os juros bancários cobrados da população? Melhor não explicar. Como os governos permitiram a existência de feudos, controlados por bandidos, dentro de cidades? Será que é porque, quem deveria combater, está levando vantagem na situação? Isso é o que se escuta. Porque se criaram a Lei da Ficha Limpa e cadidatos com ficha suja conseguem se eleger? Deve ter falha na Lei e ninguém quer eliminar a falha porque ela pode vir a ser um benefício no futuro. Porque não se confiscam os bens patrimoniais e financeiro dos bandidos? Isso não é feito porque se não como eles vão pagar o bem estar nas cadeias e bons advogados. A cadeia, antigamente, era para não deixar bandido fugir, agora virou local seguro para bandido viver. Poderia continuar mas já tem muita coisa aqui para refletir.

Marcos

André Singer fez mais propagando do governo do que tratou do tema, mas a verdade é que os governos descuidaram da segurança pública, as causas e os efeitos estão aí para quem tem um pouquinho de raciocínio, sem ideologias e modismos.

José X.

uai, quem é que incita esse comportamento barbarizante ? inevitavelmente são sempre setores reacionários, de direita…

mineiro

nao que seja o principal problema , mas os meios de comunicaçao sao responsaveis em parte por isso tambem , o que a de incitamento por parte dos lixos ,desgraçados,nojentos , sensacionalista , desses programas policialesto nao é brincadeira. é so olhar o lixo do cidade alerte e o outro lixo do brasil urgente so pra citar alguns e veja o que esses m……de programas fazem com a violencia. e o que é pior em horario nobre, é um linchamento publico. esses programas nao tem nada de informaçao e sim glamorizaçao da mesma, eles 1 hora em cima de uma materia so mostrando a mesma coisa e ainda tem a cara de pau em falar que esta informando. é piada, e ninguem faz nada.

    El Bartho

    Ao meu ver PRINCIPAL indutor da violência é a TELEVISÃO mesmo. Querem derrubar o governo a qualquer custo, como não conseguem estão partindo para o quanto pior melhor, são uns irresponsáveis, “jornalistas” vendidos. Mas cada um colhe o que planta.

    Luiz Carlos Azenha

    Não sei indutor. Mas, certamente, os crimes de hj repercutem muito mais por causa da mídia.

Antonio

Estimado Azenha, eu,como um simples e pobre cidadão, acuso o Governo Dilma (Desde 1994 voto na Esquerda) de ser co-responsável e conivente com essa onda de incitação de ódio presente na grande mídia golpista e fascista. O que o Governo tem feio, ALÉM DE COLOCAR MAIS DINHEIRO NESSAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS (GRANDE MÍDIA), em? NADA. É constrandedor a postura desse cabaleante e patético governo. Repito: o governo é conivente e co-responsável pela barbárie pregada e incentivada pela grande midia.

Gerson Carneiro

O envenenamento de corações e mentes.

A Constituição Federal determina:

“Art. 221 – A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:

I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.”

Isso não é observado e priorizado.

Na guerra por audiência, redes de TV privadas que exploram concessão pública, ignoram a Constituição Federal, que proíbe a apologia ao ódio e à violência. Na mesma toada seguem jornais e revistas.

Rachel Sheherazade defendeu abertamente a ação criminosa de um grupo de “justiceiros” que amarrou a um poste um jovem de 16 anos, no Rio de Janeiro. José Luiz Datena e Marcelo Rezende, com seus polpudos salários, não se cansam de cultuar violência explorando desgraças. Cultuam sim porque fazem da exploração da violência isca para atrair audiência.

Qual a necessidade da existência dos programas desses dois? Em que os programas de ambos contribuem para a construção de um país melhor?

Então, ao falar sobre “Marco Regulatório para os Meios de Comunicação” ouve-se rapidamente os gritos acusadores de que o governo deseja censura à imprensa.

Pura estratégia maliciosa para continuarem pregando o terror e o pessimismo em nome da “liberdade de imprensa”.

A Democracia não legitima ninguém a falar o que quer, de forma irresponsável, sem a possibilidade de ser punido. Na Democracia se respeita as leis, inclusive as leis da civilidade, da convivência social. Se respeita a Constituição Federal que preceitua o parágrafo citado no início deste texto.

É na não democracia que alguém ou um grupo age deliberadamente sem a possibilidade de ser responsabilizado e punido.

Por que tanto veneno? Não se constata na imprensa nacional nenhuma notícia que exalta o Brasil. E não é porque não há notícias boas. Há sim, muitas. Por que esse envenenamento de corações e mentes? De quem é a culpa pela sensação de desgraça? Quem está fazendo isso?

A imprensa nacional está empenhada na desconstrução da Democracia tentando legitimar linchamentos através da pregação diária do culto ao ódio.

Assistam a íntegra do vídeo da Rachel Sheherazade que acendeu o pavio dos linchadores. Observem o jeito maroto com que Rachel Sheherazade faz uso da liberdade de imprensa para pregar o estado de vingança tentando legitimar linchamentos.

Obs: o vídeo encontra-se na matéria do VIOMUNDO intitulada “As consequências graves do jornalismo descerebrado”.

    Rodrigo

    Os programas acabariam, mas a barbárie não. Seria muito fácil para o Estado varrer informação, por mais escrota que seja a informação que tais programas passam, para debaixo do tapete do que enfrentar o problema. Uns militares tiveram essa ideia coisa de 50 anos atrás.

    O que falta é vontade do Estado, nos âmbitos federal e estadual em enfrentar o problema com coragem. se por um lado precisamos dar mais atenção as camadas mais pobres da sociedade e dar a elas a oportunidade de viver uma vida mais digna e honesta, devemos parar de passar a mão na cabeça de criminosos e mostrar a eles que aqui não é terra de ninguém. Essa ultima sensação é que causa essa onda de linchamentos que vemos ultimamente, e não os comentários de uma jornalistazinha metida a reaça.

    Barriga Verde

    Recenemente, em Sta.Catarina, Florianópolis, um grupo de “Serm Teto” havia se instalado numa bonita área de pinheiros, próxima da praia, na ilha. Foram chegando, colocando porteitas, armando barracas etc. Pois bem, vejam a que ponto chegou a violência das elites: eles foram lá e apedrejaram os companheiros ocupantes! Ora, isso não pode. O direito dos invasores é sagrado! Veja a reportagem do SBT. http://www.youtube.com/watch?v=GCsXravo8w4

juares

Tenho hoje 48 anos, quando tinha 15, 18, se houvesse um assassinato em minha cidade, mesmo que a vítima fosse criminoso, tínhamos matéria por meses , nos jornais e rádios, se a vítima fosse inocente, então… Imagino e vejo que esta mudança não ocorreu somente em minha cidade, onde hoje morrem dezenas de pessoas por violência, entre criminosos e inocentes.
Se fossê-mos buscar uma resposta científica, pautada no conhecimento humano, que é limitado, diríamos que se origina na impunidade da nossa sociedade, nunca se pune os comandantes, uma ditadura sem criminosos presos e isso por muitos anos contaminou toda a sociedade. Para ficar numa conclusão rasteira, para não me aprofundar.
Para os “religiosos” poderíamos dizer que a violência deriva-se de uma das profecias do evangelho cristão, de que nos últimos dias “os corações estariam endurecidos, pais matariam filhos e filhos matariam pais”, se neste evangelho estiver a verdade, nada do que fizermos adiantará, nenhuma bolsa familia de R$ 10.000,00, será suficiente para deter esta onda de brutalidade. Como bom observador que sou, tenho procurado observar outras profecias do fim dos tempos, e até agora pelo que tenho lido e visto, a situação é assustadora. É esperar um pouco mais de tempo e ver se esses fanáticos religiosos que carregam este livro preto debaixo do braço, realmente tem razão, sobre o que Cristo falou.

Sonia Beligerante

Lembro-me de uma cena de um filme onde uma boa mulher é colocada para tomar conta de uma criança que não para de chorar. A mulher faz de tudo para consolá-la, nada conseguindo. Seu estresse chega ao ponto de querer calar a criança através do sufoco. Penso que isto explica este brutalismo. A imprensa, diuturnamente batendo na mesma tecla e proclamando a calamidade, está levando muitas mentes à loucura, está induzindo a uma loucura coletiva. Isto era comum na época da Inguisição quando as pessoas de boa fé saiam à caça de bruxas. E quantas “bruxas” foram mortas simplesmente porque as pessoas viam nelas uma bruxa? As pessoas estão desnorteadas e não sabem o que fazer. A continuar assim ainda veremos cenas piores. Penso que chegou o momento de conclamar a população à luta contra esta imprensa e seus lacaios, através de esculachos bem organizados, queimar o seu lixo em praça pública e fazê-los retroceder. Fazer a loucura por eles induzida se voltar contra eles mesmos.

Celso Carvalho

Boa indagação de André. Há muito venho observando que não houve uma mudança na política de respeito aos direito humanos e civis no país, embora tenhamos voltado a uma democracia. Mas essa democracia não é plena, ela ainda pertence a poucos. A polícia e seus responsáveis agem de modo brutal contra a população. Muitas vezes realizadas com anuência e mando do poder judiciário. O caso do Pinheirinho e outros despejos são exemplos disso. As manifestações populares legítimas e pacíficas recebem o tratamento militarizado, inadequado e brutal das forças policiais. Além disso, cresce o sentimento de impunidade com os poderosos, com a exploração e tolerância da imprensa que deveria ser a porta voz da democracia. Ela mesma envolvida em ilegalidades que deixam qualquer cidadão de queixo caído. Tem exemplo mais explícito e ao mesmo mais explícito de impunidade do que o caso do helicóptero dos Perrela. Caso gravíssimo de tráfico sem a responsabilidade penal dos envolvidos. Além, é claro, de uma imprensa tão irresponsável e histriônica que não tem credibilidade e que está envolvida em ações claramente ilegais. Quando o Estado age de forma brutal e não civilizada, assim como os agentes que deveriam zelar para a plena democracia, o que nos resta é a barbárie.

André Colares

– Melhor exemplo de linchamento indutor de comportamento, é o o que Joaquinzinho faz com os réus que não apenas condenou, mas agora tortura !…

Julio Silveira

A questão disso que está sendo chamado de brutalismo, pode ter a ver sim com o aumento de renda de pessoas que antes eram esquecidas. Mas antes disso virar motivo para que civilizense, o fenômeno se dá justamente ao contrário. Por terem passado a ser lembrados passaram também a serem vistos como vítimas potenciais e a terem consciência de tal situação e da necessidade de uma justiça eficiente. E diante da total carência dela no Brasil, de suas leis de pouca solidariedade a elas, vitimas, diante da carência percebida de uma verdadeira justiça, aqueles que deveriam com a melhora econômica evoluir, involuem, tornam-se brutalizados como defesa para a própria sobrevivência, como na lei da selva. Mas humanos que são recusam-se a servirem de presas, porém despreparados para evitarem se-lo agem como búfalos quando se vem cercados por leões. Transformam-se sem dar-se conta.

Caracol

Hanna Arendt criou um alvoroço tão grande com a sua tese da Banalização do Mal, um alvoroço tão grande, mas TÃO grande… que me convenci que ela tinha razão.
Vejo que as pessoas, em diferentes tempos e espaços (no caso nosso tempo e no nosso espaço, na nossa sociedade), são transformadas em meras coisas. São coisificadas. E não é pra menos, afinal uma “sociedade” não é transformada em “mercado” sem que sofra traumas. Ainda mais à fórceps.
Por mais que seja valorizado, um objeto não se reveste de Humanidade. Os objetos, digamos… um telefone celular ou um tênis Nike são coisas, enquanto que um ser humano é algo mais complexo. É certo que desprovido de um mínimo de dignidade humana um sujeito tende a se aproximar de um animal, agora… pretender que apenas um emprego e um salário o transformem num ser civilizado?… hum! Se assim fosse, o que dizer de tantos de nossos deputados, senadores e juízes de suprema corte? Eles não são linchadores? Serão diferentes de um linchador só porque se vestem de terno e toga?
Sinceramente, se vejo diferença, é em desfavor destes últimos.
O facão é mais embaixo, e Hanna Arendt tinha razão.

denis montanho de araujo

ora meu amigo,a coisa e muito simples;facçoes ganham cada vez mais poder,os caras tocam o terror de dentro de presídios,as favelas estão cada vez mais populosas,a cada dia mais e mais crianças se tornam adolescentes(ociosos diga se de passagem)assistindo a boa vida e poder dos traficantes e seus auxiliares,a escola não tem nenhum atrativo,muitas das vezes um garoto ou garota,com seu ensino médio concluído,sofrendo por não conseguir um emprego,e, quando consegue,o salario e humilhante,e, apesar disso muitos desses seguem na luta e se tornam ótimos cidadoes.So que você terá que concordar comigo no seguimte;nascem dezenas de pessoas num dia, em todos os lugares do mundo,dessas,muita gente boa,outras nem tanto assim,outras com certeza,por mais cuidado que se tenha na sua formação enquanto ser humano,tenderao ao mal.Ai eu volto a falar das facções poderosas;como sera possível traficantes,mafiosos e afins terem domínio sobre a sociedade de forma tao contundente?sera que os bandidos tem super poderes ou são mais inteligentes que os mocinhos?sera que os bandidos são produtos exclusivo das favelas, hoje chamadas hipocritamente de comunidade?ou sera que; como gente honesta não gera comissão(comissão para quem acha que não entendeu significa corrupção)essa legião de bandidos,traficantes,assaltantes,etc e tal, tai justamente para bancar mansões,jatinhos,amantes, joias,carroes e por ai vai… Algumas pessoas,depois de conviver durante anos e mais anos com violência e injustiças,sem ter seus direitos respeitados,e,muitos nem sequer tem noção desses direitos,se deixam levar pelas leis de quem tem mais influencia naquele momento,e geralmente são os marginais.O estado,sempre sera o culpado pela de desordem e sofrimento do povo por um simples motivo;ele cobra a partir de impostos,e não são poucos e baratos,para gerir .saúde,educaçao,segurança e previdencia social são o mínimo que deveria proporcionar a população.E não me venha com essa balela de que não devemos esperar pelo estado,que devemos fazer a nossa parte e bla… bla… bla… O povo faz sim a sua parte,o povo trabalha, e trabalha muito,so que uma minoria governante faz vista grossa para uma minoria opressante que gera milhões ou ate bilhões.Na verdade os bandidos nascidos em favelas ou comunidades sao operários,testas de ferro dos,verdadeiros bandidos,os de colarinho branco e são chamados por vossa exelencia,eminencia e coisa e tal.

Gerson Carneiro

Tenho me policiado para não entrar em embates desnecessários, especialmente na faculdade, muito embora, ao menos em tese, seria a faculdade o local adequado a debates mas, apenas observo, analiso e me calo.

Dois dos comentários sobre mesmo tema, embora abordado em momentos distintos, despertou minha atenção, e assim foi não porque trouxeram a mim novidades. Não trouxeram. Mas sim porque trouxeram a mim a chance de, após análise, constatar o que venho suspeitando.

O primeiro dos comentários, seguido por um pequeno coro de concordância, foi o de que “o país está uma desgraça”.

O segundo, dois dias adiante, foi “o governo é culpado pela onda de violência”.

Tenho notado uma febre coletiva indutora de conclusões simplistas no molde de análises de âncoras de telejornais. E é justamente a imprensa o vírus causador do estado febril. O curioso é que o agente causador da febre sobressai incólume e despercebido quando da atribuição de responsabilidades.

Há um aparato de culto à violência trabalhando diariamente para incutir estado de pavor na mente das pessoas, e hipnotizá-las para desacreditar no Estado.

Essa tática tem se mostrado eficaz. Percebo pessoas aplaudindo o culto à violência, o culto ao ódio, na voz dos agentes da imprensa, porém atribuem ao governo os efeitos nocivos dessa pregação.

    orlando

    Gerson, ainda estou digerindo a comentário, mas, rapidamente, acho que você tem razão, é necessário que a imprensa, os meios de comunicação façam uma autocrítica, a gente reflita, eles reflitam, uma palavra mal posta,incitação a uma violência é estúpida. Nem vou dizer que já não falei besteiras ou as pratiquei (não muito estúpidas), mas alguém chamou a minha atenção e reconsiderei, porém se tivesse estímulos continuaria com a minha estupidez até chegar a bestialidade.

    Edgar Rocha

    Concordo contigo, sr. Gerson Carneiro. Há um bombardeamento ideológico em favor da violência. Disto não tenho dúvida. E um sistema ideológico/político pensado a partir de e para o benefício deste ‘mundo-cão’ do qual a sociedade corporativa tanto se beneficia. O texto deixa claro que a discussão sobre a questão da violência está completamente despolitizada. A vida política do país como um todo se encontra alheia a esta incômoda temática. Tudo é pontual, localizado, descontextualizado. Não há uma única representação capaz de tomar a inciativa de trazer para a pauta política do país as mazelas desta sociedade horrorosa a qual todos constroem e participam. Se houvesse, começariam ouvindo as ruas, organizando novamente frentes de ação social de fato dispostas a fiscalizar e denunciar a atuação local dos agentes públicos, tanto na área de segurança, quanto na de justiça e, sobretudo, na educação. Falo isto porque me recordo (e aprovo) a solução dada para a questão da violência banalizada, por um ex-agente da CIA (me desculpe, não me lembro o nome) que fez sérias denúncias num livro que depois seria usado como instrumento de defesa das políticas públicas por parte de Evo Morales (lembra-se deste post aqui no Viomundo?). O que me marcou nesta matéria foi a o relato sobre a experiência chinesa de ação social contra o tráfico. Somente ela pode reverter a realidade implementada em benefício desta nova burguesia do pó que deseja controlar as instituições na América Latina, com as bênçãos do Tio San. Eu pergunto: por que ninguém no Brasil leva a sério esta proposição? Por que sequer discutem seriamente o caldo de cultura que fomenta uma mentalidade violenta e justifica a ideia de um estado policialesco? No final das contas, a única resposta que tenho é esta: medo.

astrogildo godofredo

As pessoas não confiam mais na Justica. E estão iradas com isso, com a omissão de quem deveria fazer com que as leis sejam readequadas a esta nossa sociedade, e com quem deveria exigir-lhe o cumprimento. É isso. Pense que, entre o seu cachorro e seu filho, a sociedade lhe cobra os atos danosos provocados pelo seu cão, mas não os do seu filho!. Sim, se seu cachorro morder, ferir alguém, você responde criminalmente, mas se seu filho menor matar alguém, ninguém é responsável; sim, nem você, nem seu filho, nem o Estado. Nem os legisladores que deveriam estar trabalhando sobre isso!

Deixe seu comentário

Leia também