Saul Leblon: Aécio Neves é Brics ou Wall Street na política nacional?

Tempo de leitura: 4 min

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Filiações: quem é Brics e quem é Wall Street?

Aécio deveria mostrar outras filiações, as históricas. Uma que importa saber, por exemplo, é quem é Brics e quem é Wall Street na disputa de outubro.

por Saul Leblon, em Carta Maior

Aécio Neves resolveu mostrar a família no site de campanha.

Aquela coisa de ‘elevar’ o leitor ao nível do tanquinho de areia do ensino infantil. Aécio é filho de; pai de;  tio de; neto de  … (a foto de Tancredo na parede só falta sorrir, como nos desenhos animados).

A vida é bela;  a família  mais bela de todas garante que o candidato tucano é um cara bacana…

A ideia, dizem os assessores, é combater o estereotipo do playboy desregrado,  que pelo visto calou fundo nas pesquisas.

Aécio deveria mostrar outras filiações, as históricas, aquelas que decorrem de opções feitas na vida pública, não as herdadas na corrente sanguínea.

As eleições brasileiras de outubro  –é forçoso reiterar, como tem feito Carta Maior-–  não podem ser desperdiçadas em um fabulação publicitária feita de  personagens  simpáticos e imagens cativantes.

As eleições de outubro dialogam com um poder nada simpático.

Apesar da presença invisível nos palanques, como tem sido dito neste espaço, ele detém a singular capacidade de asfixiar o debate nacional, ademais de  condicionar a agenda dos partidos e governantes, antes e à revelia do escrutínio das urnas.

A fonte desse poder invisível remete à hegemonia das finanças globalizadas em nosso tempo.

Sua supremacia reduz de forma importante o repertório das iniciativas políticas nacionais.

Não é uma jabuticaba brasileira.

O que vale para o Brasil não é diferente do que ocorre na Argentina, mas também na França, ou na Nigéria.

O ingrediente decisivo da luta pelo desenvolvimento, a soberania reordenada pelo  voto democrático, e o poder indutor do Estado, operam hoje por instrumentos sob forte turbulência e restrição.

Não há novidade nisso, claro.

Nas transições de ciclo de desenvolvimento, porém, quando decisões estratégicas devem ser tomadas para desobstruir o passo seguinte da história, tais restrições assumem contornos de uma asfixia quase imobilizante.

É o caso da encruzilhada brasileira atual.

Mudanças de fundo  são requeridas para inaugurar um ciclo de investimentos.

Sem avanços na infraestrutura e na produtividade, estreita-se a  margem de manobra para consolidar um novo estirão  na redistribuição da renda, na redução da desigualdade e na universalização de serviços de qualidade.

As opções são duas.

Entregar a rapadura de vez aos mercados, deixar que eles resolvam os impasses na base do arrocho; ou tentar  erguer linhas de passagem de um  novo ciclo convergente da riqueza.

A segunda escolha  requer a força e  o consentimento  de  uma ordenação pactuada da sociedade e da economia.

Estamos, portanto, diante de uma encruzilhada da democracia.

A ruptura dessa asfixia  no ambiente global acaba de registrar um capítulo importante nesta  3ª feira ( 15-07) .

Um novo banco de desenvolvimento e um fundo de reservas alternativos ao Banco Mundial e ao FMI foram criados  na reunião de Cúpula dos líderes dos Brics, realizada em Fortaleza, no Ceará.

A mídia conservadora fez pouco diante desse ensaio de Bretton Woods cearense e  preferiu afogar a atenção dos seus leitores naquilo  que é secundário.

A saber: o valor dos fundos iniciais e a  ocupação de cargos no novo banco ,em que o Brasil terá a estratégica diretoria encarregada de planos de investimento e  expansão.

A  Índia inaugurará  a presidência rotativa e a China sediará a instituição em Xangai.

O  desdém em relação aos valores iniciais envolvidos (US$ 100 bi de fundo de reservas e um funding de US$ 50 bilhões, no caso do banco de desenvolvimento) precifica  a ignorância ou a má fé, ou as duas coisas juntas, na  abordagem obtusa da emissão conservadora.

O que está em jogo no xadrez do século XXI  é a construção de novas estruturas de poder global que rompam com os frangalhos resultantes  do colapso de Bretton Woods.

Hoje, o FMI e o Banco Mundial  restam como um zumbi da arquitetura disciplinadora do capitalismo  imaginada para a ordem internacional em 1944.

Inteiramente prestativos  aos desígnios dos mercados desregulados –que nasceram para disciplinar—funcionam, a exemplo das agencias de risco, como alavancas pró-cíclicas do vale tudo especulativo.

Na  fase de valorização irracional  dos ativos e de  fastígio do crédito,  certificam a  higidez das estripulias de Wall Street –como nas vésperas do colapso de 2008;  em seguida, acentuam  a espiral contracionista,  chancelando políticas de arrocho  quando as bolhas especulativas explodem.

A reunião dos Brics no Brasil moveu as placas tectônicas dessa ruína cristalizada no  xadrez mundial.

Os valores envolvidos ganham dimensões superlativas quando associados à  contrapartida política do que está em jogo.

Objetivamente, e de forma consistente, a decisão dos Brics  afronta a subordinação passiva das nações  à  desordem  neoliberal.

Países que reúnem um PIB da ordem de US$ 16 trilhões, superior ao da Zona do Euro, e uma população conjunta de 3 bilhões de pessoas, informaram ao mundo que vão construir instituições que colidem com a lógica de Wall Street e  de seus braços institucionais.

Convenhamos, não  é uma notícia agradável  para quem defende que o Brasil, por exemplo, dissolva a sua soberania, seu poder de consumo, o pré-sal e a  sua industrialização –para citar alguns de uma longa série de itens —  no detergente global dos mercados desregulados.

Carta Maior considera  que a iniciativa histórica dos Brics amplia o espaço político para um debate qualificado de sua contrapartida no plano regional e nacional.
Não  por acaso  os líderes dos Brics se reuniram com os da Unasul, em Brasília, nesta 4ª feira.

A filiação que importa saber e que Aécio não registrou em sua fábula familiar, portanto, é quem é Brics, quem é Unasul  e quem é Wall Street na política nacional?

Claramente, a  disputa  presidencial de outubro  opõe dois projetos de futuro que guardam correspondência com a clivagem evidenciada nas decisões da cúpula reunida em Fortaleza.

Traduzir esse debate em textos que abordem a dimensão internacional e nacional da nova ordem em construção é o objetivo do seminário virtual, ‘O Poder da Internacional Financeira’, que Carta Maior está promovendo em sua página.

Para ele estão sendo convidados  intelectuais de todo o Brasil e do exterior.

Leia também:

“Brasil vai defender que os movimentos sociais sejam ouvidos no âmbito do banco dos BRICS”


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Comentários

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Cláudio

Lei de Mídias Já!!!! ****:L:L:D:D ****:D:D … “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. ****:D:D … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …:L:L:D:D

Sagarana

Será que o missivista se ilude, pensando que chinês é bonzinho?

Gabriel Braga

Concordo em gênero,número e grau,caro Saul.

O problema é que o PT também não me parece capaz de iniciar esse novo ciclo de desenvolvimento.

Certamente antes Dilma do que o neoliberalismo hardcore dos tucanos,mas o PT precisa romper com a lógica financista para dar esse impulso à democracia e a política de juros altos do BC,mesmo agora que a inflação dá sinais de que está sob controle,mostra que o partido não tem coragem pra isso.

Urbano

Os passos do aéreo never dentro da política são tais quais os seus passos ao adentrar aquele bar do Rio…

    Sagarana

    O PT mineiro que o diga!

FrancoAtirador

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Xô, abutres!

José Renato Vieira Martins*, na Carta Maior

O encontro BRICS / UNASUL deu um chega pra lá nos abutres, os fundos especulativos internacionais cujo ataque à Argentina visa a fragilizar política e financeiramente toda a região.
Comovida, a presidente Cristina Kirchner agradeceu a solidariedade.

O tema não estava previsto na pauta oficial, mas juntamente com a parceria entre o Banco do Sul e o Novo Banco de Desenvolvimento – questão levantada pelo presidente Maduro, da Venezuela – a discussão tornou-se um dos pontos centrais do encontro realizado em Brasília no dia de ontem, 16/07/2014.

Segundo o governo argentino, os papéis em posse desses fundos foram comprados na bacia das almas muitos anos depois da renegociação da dívida.

Se esta loucura não for detida, o rombo nas contas públicas da Argentina poderá ultrapassar a casa dos U$ 46 bilhões, levando a uma moratória técnica com efeitos sistêmicos sobre toda a região, a começar pelo Brasil.

Em seu discurso de agradecimento a presidente Cristina Kirchner criticou duramente a cobrança da dívida e disse que o país está sofrendo um ataque especulativo.

“Esses fundos abutres não foram investidores na Argentina, compraram bônus em 2008, quando já havia passado sete anos da declaração do default. Eles nunca emprestaram dinheiro à República Argentina, mas compraram por centavos uma dívida de U$ 48 milhões”, observou a presidente.

Por isso, no atual contexto, a realização do encontro BRICS/UNASUL adquire uma relevância maior para toda América do Sul.

Nos últimos 200 anos nunca estivemos tão próximos de reverter a dependência financeira que historicamente caracterizou a região. O chega pra lá nos abutres é uma prova disso, e foi acompanhado de críticas ao FMI e apoio a criação do Banco do BRICS.

Futuramente este encontro será estudado como um dos acontecimentos que deu origem a nova ordem financeira mundial.

A principal diferença é que agora a América do Sul está entre os protagonistas, e não mais entre os espectadores, como aconteceu há 70 anos quando foram criadas as instituições de Bretton Woods.

Ao fazer jus ao que há de melhor em nossa tradição diplomática, a presidente Dilma se adiantou em dizer que os novos instrumentos financeiros não são contra ninguém, mas a favor da soberania da América do Sul.
Às vésperas de uma campanha eleitoral que promete ser uma das mais acirradas ideologicamente do período recente, um pouco de elegância não faz mal a ninguém.
Sobretudo quando alerta para os riscos de uma eventual regressão da nossa política externa independente contidos nas promessas da oposição.

Fossem vivos, Raúl Prebisch e Celso Furtado estariam exultantes.
O momento é mesmo de comemoração.

(*) José Renato Vieira Martins, professor da UNILA, vice-presidente do FOMERCO, ex-pesquisador visitante do IPEA.

(http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Xo-abutres-Sobre-um-encontro-historico/6/31400)
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claudia dornelles

O Brasil precisa de um programa que reduza a concentração de renda nas mãos de poucos privilegiados e invista muito na Educação Básica.
Aecio Neves não tem essa proposta pois os partidos que representa defendem o neoliberalismo e o Estado Minimo. Neste o Estado não deve intervir para garantir os direitos a educação, saúde, trabalho, lazer e outras. Os cidadãos que se virem para ter esses direitos. Mas garante benefícios e empréstimos a empresário s e politicos aliados.

pimenta

Água por um fio em São Paulo
Por João Paulo Rillo, no site da Fundação Perseu Abramo:

A crise da água pode atingir de forma drástica a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e Campinas (RMC) nos próximos meses. Considerando um cenário crítico, a capacidade de abastecimento do Sistema Cantareira se mantém apenas até outubro, mas o governo Alckmin aposta que teremos água até novembro, quando se espera que chova e se amenize o processo de esvaziamento dos reservatórios.

O caos só não atingiu ainda seu ápice porque, em 16 de maio, quando a quantidade de água disponível naquele sistema era de apenas 8,2%, passou-se a utilizar as águas do chamado volume morto do Cantareira. O uso dessa reserva técnica, como é chamada, elevou a disponibilidade para 26,7%, mas os níveis não param de cair. Em 2 de julho, já era de 20,2%, ou seja, em 48 dias houve uma queda de 6,5% – 0 ,14% por dia.

Além disso, desde março, o Sistema Alto Tietê – responsável por abastecer 4 milhões de pessoas na RMSP – passou a ser utilizado para suprir a deficiência do Cantareira. O que vem diminuindo também de forma significativa a capacidade do Alto Tietê, que baixou se volume de 38,9% em 1º de março para 25,5% em 2 de julho – queda de 13,4%.

Não queremos negar o fato de estarmos em ano de grande estiagem. Mas essa condição climática desfavorável não pode ser colocada como fator determinante para a crise no abastecimento de água que atinge as duas maiores regiões metropolitanas do estado.

Há muito tempo, o governo do estado tem conhecimento que o Sistema Cantareira chegava ao esgotamento, por falta de planejamento e investimentos em obras. Ao menos desde 2004, época da renovação da outorga do sistema, técnicos e especialistas já alertavam e sugeriram medidas para evitar que o nível do reservatório chegasse a índice crítico. Isso porque, desde a década de 1970, quando o sistema foi construído, a população da RMSP saltou de 8 milhões para 20 milhões e os investimentos para construção de novos reservatórios e outras obras estruturantes não acompanharam esse crescimento.

Entretanto, apesar de todos os alertas, o governo Geraldo Alckmin não investiu os lucros da Sabesp no que era mais importante: preparar São Paulo para o futuro.

Constantemente, a falta de chuva é apontada pelo governo do estado como a principal causa dessa crise. Como não choveu, Alckmin diz que o “rodízio”, leia-se racionamento, é iminente. Pela lógica do governador, os paulistas são vítimas dos desígnios da natureza, ou de Deus.

Em resposta ao questionamento crescente da população sobre a falta d’água, Alckmin eleva o tom, troca o comando da Secretaria de Recursos Hídricos, pasta esvaziada nos últimos anos, e transfere responsabilidades.

A equação é simples, para não dizer primária: a água não chega à torneira da população, aos reservatórios ou aos sistemas de irrigação pelo desejo da mãe natureza. A água precisa ser coletada em algum lugar, armazenada, transportada, tratada e distribuída segundo as necessidades da sociedade, de forma contínua. Isso exige planejamento, gestão e respeito pela população. Em Dubai, por exemplo, chove em um ano o equivalente a dez dias de chuva num mês de janeiro seco em São Paulo. E mesmo assim as autoridades locais mantém o abastecimento de água nos canos.

Existem problemas não previstos, mas não é o caso da crise da água em São Paulo. Nos últimos vinte anos, não faltaram avisos e pareceres técnicos, sejam externos ou do próprio governo, indicando o caminho.

Nessas duas décadas, Geraldo Alckmin foi vice-governador durante seis anos e governador por outros nove. Em sua longa permanência no Palácio dos Bandeirantes, teve tempo de sobra para planejar e executar projetos que evitassem a falta d’água. Não conseguiu. Agora, enquanto os técnicos tentam dar uma solução emergencial para o problema criado pela falta de comando, Alckmin concede entrevistas contraditórias, ora negando a crise de abastecimento, ora admitindo o “rodízio”.

Sem planejamento, o governador mais uma vez transfere o problema para o contribuinte ao anunciar multas e penalizações. Por outro lado, com medo da reprovação popular, posterga o anúncio de racionamento de água, mas, na prática, a população das regiões mais periféricas sente a crise, com os constantes cortes no abastecimento. Isso é um forte indício se que a Sabesp pode estar interrompendo o fornecimento de forma premeditada na calada da noite somente para conter o consumo à força.

Essas denúncias levaram, na primeira semana de junho, o Ministério Público de São Paulo a abrir inquérito para investigar o governo Alckmin e a Sabesp por suposto rodízio ilegal no fornecimento de água na cidade de São Paulo. A verdade é que se a Sabesp tivesse cumprido, ainda em 2004, as promessas de projetos e ações, essa crise não teria tomado as proporções que tomou. Mas a avidez dos tucanos pelas privatizações incorporou até mesmo a água, que passou a ser tratada como mercadoria, e não um bem essencial à vida e um direito do cidadão.

Em 2002, a companhia começou a ter 49,7% de suas ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo e Nova York (EUA), com a finalidade principal de obter lucro a ser distribuído aos seus acionistas. A operação dos serviços da Sabesp passou a ser executada pela lógica da gestão privada.

O governo do estado, que por força da lei detém 50,3% das ações, praticamente não investe seus dividendos em saneamento. Entre 2003 e 2013, o Estado recebeu R$ 2,2 bilhões, mas prevê aplicar somente R$ 349 milhões desde montante no período 2011-2018. Os outros recursos disponíveis para investimentos no setor, sejam da própria Sabesp, sejam do Tesouro estadual, também vêm caindo nos últimos anos.

A má gestão também é constatada no alto índice de perdas na distribuição de água, mais de 30%, um volume equivalente ao das represas Guarapiranga e Billings juntas, ou ao abastecimento de 3,7 milhões de pessoas. Grande parte dessa perda se dá por problemas de vazamentos, em razão das tubulações antigas. Entre os anos de 2008 e 2013, mesmo aplicando R$ 1,1 bilhão no Programa de Redução de Perdas e Uso Racional da Água, a Sabesp foi incapaz de alcançar a meta de redução, que era de 30,6%. Ao contrário, conseguiu desperdiçar ainda mais, chegando ao índice de desperdícios, em 2012, de 32,1% e, em 2013, de 31,2% (o limite máximo em países desenvolvidos é 20%).

Como se não bastassem todos esses problemas, há denúncias na atuação de vários ex-diretores da Sabesp, que teriam sido favorecidos em licitações, por direcionamento e superfaturamento de contratos firmados por empresas nas quais eles eram diretores antes de assumir cargos na companhia estatal.

A bancada dos deputados paulistas do PT, em abril, solicitou à Procuradoria-Geral de Justiça a apuração da responsabilidade do governador Geraldo Alckmin e de diretores da Sabesp pela crise da água no estado, assim como de denúncias de corrupção. Há também um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar esses fatos. No entanto, os tucanos impedem, a qualquer custo, que a Assembleia Legislativa exerça o seu papel constitucional de fiscalizar o Poder Executivo. Não permitem a obtenção do número mínimo de assinaturas para instalar a CPI.

Os deputados petistas realizaram, ainda, o seminário “A crise da água em São Paulo”, em maio, na Assembleia Legislativa, em que participantes de diversas entidades sindicais e sociais e especialistas debateram o tema. Em 5 de junho, os movimentos populares e sindicais realizaram ato para esclarecer a população sobre a grave crise de abastecimento de água no estado e denunciar o descaso e a irresponsabilidade do governo Alckmin.

O que podemos concluir é que, nessa questão da crise da água, a verdade é uma só: as obras simplesmente não foram feitas. Não por falta de dinheiro, mas por falta de planejamento e vontade política.

* João Paulo Rillo é deputado estadual e líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

pimenta

Minas Gerais

Pimenta da Veiga (PSDB) tenta esconder paternidade de Aécio na Lei 100
Candidato tucano a governador se esquiva de compromisso com a situação dos cerca de 70 mil efetivados pela lei inconstitucional do padrinho Aécio Neves que terão de ser demitidos por não terem tempo para aposentadoria e joga o fardo nas costas do aliado e atual governador, Alberto Pinto Coelho (PP)

Postulante ao cargo de governador de Minas, Pimenta da Veiga disse nesta quarta-feira, 16, que a identificação de sua candidatura com a campanha do senador Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República é natural e vai estar ainda mais evidenciada quando começar a propaganda oficial na TV e no rádio. “Eu acho que é uma coisa natural. Com o passar dos dias, agora que as pessoas começam a raciocinar efetivamente sobre política, nós estamos fazendo muitos deslocamentos aqui. Com o próprio Aécio haverá muitos atos, então acho que isso é uma consequência natural, não nos preocupa”, afirmou.

Questionado sobre a demissão dos cerca de 70 mil efetivados pela Lei 100 que não têm tempo de serviço suficiente para aposentadoria, Pimenta da Veiga disse que não se deve culpar apenas o governo do estado, mas também a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e o PT. Ele não explicou por quê. A Lei 100 foi uma proposta do então governador Aécio Neves para empurrar com a barriga a dívida do Estado com a Previdência Social gerada pelo não recolhimento da contribuição previdenciária de aproximadamente 100 mil servidores contratados sem concurso, a maioria da Educação. Na época, Aécio conseguiu aprovar a lei graças à ampla maioria que detinha na Assembleia Legislativa, a despeito de a proposição ser claramente inconstitucional. A Constituição de 1988 não deixa dúvidas de que carreiras típicas de Estado em atividades finalísticas, como a de professor, têm de ser preenchidas por meio de concurso público.

Pimenta saiu-se com essa tentativa de explicação nesta quarta-feira, 16: “A Lei 100 não criou um problema, ela tentou resolver. O que pode acontecer de pior é voltar ao Estado anterior. Mas o Governo de Minas precisa [resolver o assunto] neste ano, porque há um ano para solucionar o problema”, disse. Ou o candidato não acredita nas próprias chances eleitorais ou não tem proposta para resolver o problema no caso de ser eleito.

Caracol

Ora, Saul Leblon, não nos aborreça com acessórios. O que interessa é o fundamental, para que eu possa manter o Aécio como meu candidato.
E o fundamental é:
– Quantas vezes o Aécio foi à Disney?
– Quantas bonecas Barbie a irmã dele tem?
– Ele tem alguma?
– Ele já leu O Pequeno Príncipe?
– No Mac Donalds, ele prefere quarteirão ou macchiken?
– Ele costuma telefonar para o Big Brother para votar sobre quem deve sair?

Enfim, coisas assim, e os companheiros comentaristas podem até juntar outras sugestões pertinentes. O importante é que nós nos mantenhamos ligados ao essencial, àquilo que realmente é importante.

Brics! (Umpfh!)

Francisco

Dilma passa a ter a obrigação de cobrar de Aécio, nos debates televisivos que virão, qual a sua politica para o Haiti, para os financiamentos preferenciais do Banco dos BRICS e do reaparelhamento das Forças Armadas.

Sem generalidades: ideias es-pe-ci-fi-cas!

Julio Silveira

Boa pergunta para se fazer ao candidato num debate eleitoral, mas provavelmente ele vai tergiversar.

FrancoAtirador

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RELATÓRIO DA FRAUDE FISCAL DA REDE GLOBO

(http://migre.me/kvh3D)

O relatório explica didaticamente como foi a “intrincada engenharia desenvolvida pelas empresas do sistema Globo” para “esconder o real intuito da operação, que seria a aquisição, pela TV Globo, dos direito de transmitir a Copa do Mundo de 2002, o que seria tributado pelo imposto de renda”.

Ainda segundo a Receita, houve “em essência, um disfarce para o verdadeiro negócio realizado, que foi a aquisição do direito de transmissão dos jogos da Copa, em vez da compra das quotas da empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas”.

A engenharia da Globo envolveu 11 empresas, constituídas em diferentes paraísos fiscais.
Com exceção da suíça ISMM, empresa responsável por vender licenças de transmissão da Copa para fora da Europa, todas, pertencem, secretamente ou não, ao sistema Globo.

– Empire, Ilhas Virgens Britânicas.
– GEE Eventos, Brasil.
– Globinter, Antilhas Holandesas.
– Globopar, Brasil.
– Globo Overseas Investment B/V, Holanda.
– Globo Radio, Ilhas Cayman.
– ISMM Investments AG, ?.
– Globosat, Brasil
– Porto Esperança, ?.
– Power Company, Uruguai.
– TV Globo.

i.imgur.com/NNGNO3A.jpg
http://imgur.com/NNGNO3A

(http://www.ocafezinho.com/2014/07/16/os-documentos-da-fraude-da-globo)
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