Oposição finge que Lula e Dilma não contribuíram para sucesso da Copa

Tempo de leitura: 3 min

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por Paulo Moreira Leite, em seu  blog

Depois de culpar Lula-Dilma por todos anunciados fiascos da Copa, a oposição diz que brasileiros anônimos garantiram o sucesso. Pode?

É bom reconhecer que há poucas coisas perfeitas na vida. Uma delas é  abraçar as crias depois de uma longa ausência. Outra, é almoçar na casa da mãe. Ou desfrutar da companhia de amigos verdadeiros.

Após estas considerações, cabe analisar os números finais da Copa do Mundo. Leia a opinião de  2209 visitantes estrangeiros ouvidos pelo DataFolha:

92% dos visitantes elogiaram o conforto e a segurança

76% aprovaram o transporte até os estádios

95% disseram que a recepção foi boa ou ótima.

83% elogiaram a organização

Mesmo lembrando que a Copa não foi um evento sem problemas, há outras notícias boas.

Alvo de muitos fantasmas usados para atemorizar visitantes, o  Rio de Janeiro recebeu 900 000 turistas contra 90 000 previstos. Eles deixaram 4 bilhões de reais na cidade, contra 1 bi de previsão.

Obrigados a encontrar um discurso para enfrentar uma situação inesperada, nossos profetas do pessimismo completaram um ano de atividade ininterrupta, desde os protestos de junho de 2013,  com sorrisos amarelos.

Passada a fase da autocrítica, é preciso explicar o que aconteceu, o por quê.

Na falta de explicação melhor, a moda agora é dizer que o sucesso da Copa se deve aos “brasileiros.” Assim, no genérico. Os 200 milhões de brasileiros garantiram a Copa das Copas porque são simpáticos e acolhedores. Descobrimos essas virtudes anteontem?

Vamos combinar: a finalidade desse discurso é fingir que não havia oposição a Copa, movimento que se expressou num esforço permanente para impedir os jogos e criar um ambiente de desordem, sufoco e desmoralização Apelos ao boicote eram ouvidos nos melhores jantares, nas melhores famílias.  Inclusive em inglês com legendas.

A Copa ocorreu contra a vontade dessas pessoas. Foi fruto do  esforço da grande maioria da população, que não só queria assistir aos jogos e participar de um evento que marca a cultura de nossa época.  Estava decidida, acima de tudo, a defender imagem de seu país.

Foram os adversários da Copa que transformaram o Mundial numa luta política – e perderam.

Como predadores sem escrúpulo, que mudam de pele conforme a paisagem, em determinadas situações a  Copa era combatida com argumentos à direita. Em outros lugares, à esquerda. O importante é que não ocorresse. Se ocorresse, teria de ser um fiasco.

Não duvide: para boa parte dessas pessoas, o desempenho fraco da Seleção nos gramados serviu de consolo – e não de tristeza. Elas não suportariam uma boa atuação. Temiam uma classificação melhor – a tal ponto que não perdiam uma oportunidade para dizer que os juízes beneficiavam o Brasil, esquecendo das inúmeras vezes em que nosso time foi prejudicado.

Se Aécio Neves não tivesse deixado tantas demonstrações escritas de seu apoio a Felipe Scolari, o esforço para transformar Dilma Rousseff em assistente técnica da derrota teria sido ainda mais descarado.

Uma copa elogiada, por baixo, por mais de 80% dos visitantes estrangeiros, não é um carnaval que cai do céu, nem um reveillon na avenida Paulista. Envolve uma ação ariticulada em 12 cidades e dezenas de obras de infraestrutura que, sabe-se hoje, estavam muito mais avançadas do que se anunciou – mais uma vez, para tentar afastar a população da Copa, criar desânimo e desconfiança.

O elogio aos “brasileiros,”  neste genérico, também é uma tentativa bisonha de encobrir o papel do Estado brasileiro neste sucesso. Governantes e prefeitos que assumiram suas responsabilidades, muitos deles filiados à oposição, foram sacrificados na hora do reconhecimento.

E aí está a imagem retocada da imagem que fica para a história.

Depois de culpar antecipadamente Lula-Dilma por um fiasco que anunciavam como inevitável, tenta-se fingir que eles não deram a menor contribuição para os aplausos da platéia. Pode?

Leia também:

Luciano Martins Costa: Imprensa veste carapuça de insufladora do pessimismo


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Comentários

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Caracol

Vai ter início a campanha coxinha viralata tucana “Imagina na eleição”.
Ou dos mais radicalzinhos: “Não vai ter eleição”.
Quá, quá, quá…

Luís Carlos

Para a oposição, só há vitória na derrota do país, incluído aí o PSOL e estratégias sharpianas.

Márcia

o que eu acho graça demais nestes últimos dias é que os apresentadores de jornais estão limitando-se apenas em informar a notícia sem tecer comentários pessoais…..será pq heim? medo de mais um fiasco? ou aprenderam a calarem a boca e só transmitirem a notícia? é DILMA 2014 sem sombra de dúvida!!!!!!!

pimenta

As sabatinas de Aécio e Eduardo Campos
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por : Paulo Nogueira

A não ser que uma grande surpresa ocorra, Dilma se reelegerá presidente em outubro, e provavelmente no primeiro turno.

Sua maior arma não é nada ligado a ela diretamente. Nestes seus anos, a economia cresceu pouco, a inflação teve alguns espasmos e o Brasil deixou de ser o menino prodígio que foi, sob Lula, aos olhos do chamado mercado internacional. Não bastasse isso, há um desgaste na própria esquerda, por conta da repressão policial em manifestações de protesto.

O grande trunfo de Dilma está na fraqueza extraordinária de seus principais adversários, Aécio e Eduardo Campos.

Nos Estados Unidos, aconteceu uma coisa semelhante nas últimas eleições presidenciais. Obama levou menos por seus méritos e mais pela ruindade extrema de seu adversário republicano, Mitt Romney.

Em sua apoteose ao contrário, Romney disse que caso se elegesse iria esquecer quase metade dos americanos, exatamente os mais necessitados.

As duas sabatinas recém-promovidas por um grupo de marcas jornalísticas estampam o deserto de ideias que são Aécio e Campos.

Vejamos, primeiro, Aécio. O maior destaque que o UOL conseguiu dar às falas de Aécio foi o compromisso de que ele manteria o Bolsa Família e o Mais Médicos.

Será que ele e equipe não têm uma única ideia de programa social para apresentar aos eleitores?

Pelo visto, não.

E a sociedade clama por fatos novos na área social, coisas que beneficiem os mais pobres e reduzam a desigualdade brutal do país.

Não é apenas a falta de novas propostas que incomoda. Aborrece também a maneira com que Aécio abraça programas que ele execrou antes, e que simplesmente não existiriam se ele tivesse poder para bloqueá-los.

O Bolsa Família era o Bolsa Esmola. E o Mais Médicos era um insulto à classe médica brasileira. Não, mais que isso: a todos nós, brasileiros, vivos e mortos.

Pois de repente o Mais Médicos fica bom, e Aécio garante sua manutenção a cada entrevista mais profunda que dá.

Eu respeitaria a mudança de opinião se ela fosse precedida de um honesto pedido de desculpas. “Amigas e amigos: errei na avaliação do Bolsa Família e do Mais Médicos. Achei que eram ruins coisas que eram boas e podem ser ainda melhores. Perdão.”

Mas não. Mais um pouco e Aécio vai posar como autor das ideias.

Segundo relatos publicados no UOL, a plateia teve um papel importante na sabatina de Aécio.

Boa parte dela era composta de líderes do PSDB. Um deles era Serra, que chegou atrasado. A composição favorável da audiência levou a palmas em dose generosa. E também a comentários entre os presentes como este registrado pelo UOL: “Pena que os entrevistadores são petistas.”

Pausa para rir.

Um dia antes, o sabatinado fora Eduardo Campos. Para ser mais que um figurante de olhos azuis nas eleições, Campos tem que apresentar ideias novas.

Mas de novo: quais?

A frase considerada mais importante pelos editores da sabatina dizia mais ou menos o seguinte: “Dilma vai ser a primeira pessoa, desde a redemocratização, a entregar o país pior do que recebeu.”

É a chamada platitude, chavão, lugar comum. Como não tem tanto tempo assim no programa eleitoral gratuito, Campos tem que se concentrar em suas ideias. Todos sabem – afinal ele é candidato de oposição – que ele tem má opinião sobre Dilma.

Pode e deve ganhar tempo, portanto, sem repetir o que já é de conhecimento universal.

O momento mais revelador da sabatina de Campos veio na forma de um número milionário. Ele disse que iria construir 4 milhões de casas.

Promessas desse gênero remetem a velhas campanhas, em que os candidatos pareciam acreditar poder vencer uma eleição usando um número maior do que o de seus adversários.

Ou não tão velhas assim.

É um clássico, nas eleições de 2010, a promessa de Serra de que não apenas iria manter como dobraria o Bolsa Família.

Já ali Dilma mostrava ter sorte no quesito adversários — o que é um formidável atributo para qualquer candidato.

JORGE

Azenha

Vou parafrasear o Nirlando Beirão, em seu último artigo na Revista Carta Capital. A “elite” brasileira (ignorante de tudo), continua no engenho, na casa grande, fala demais e PENSA QUE O POVO AINDA BOBO. É de dar risadas, a mediocridade substituindo o talento nos HOLOFOTES DA GRANDE MÍDIA, ventrículo dessa laia.

Um abraço.

Maria Amélia Martins Branco

Esse Rabo de Palha é um invejo, é um político profissional se locupletou fazendo política rasteira.

Yawara Nambiquará

Este negócio está tão nojento que vou acabar votando na Dilma, até o momento eu iria volta na Marina Silva(Eduardo Campos). Mas a direita está muito nojenta…

Fernando

Quem quer o caos na Olimpíada vota em Aécio e Pezão.

Quem quer sucesso vota em Dilma e Lindberg.

    Luís CPPrudente

    Eu quero as Olimpíadas do Rio-16, por isto voto Dilma e Padilha.

Sidnei Brito

Uma coisa parece clara aí: a oposição e os seus papagaios na imprensa (ou seria o contrário: a imprensa é que é papagaio da oposição?)… Voltando, num espetacular ato falho, a imprensa e a oposição apenas deixam claro, com essa patifaria, que subestimaram a capacidade do povo brasileiro. Pensando em estar fazendo o contrário, mídia e oposição estão, com essa conversinha mole, apenas realçando seu sentimento elitista e de desprezo ao povo brasileiro.

Somente para efeito de comparação, a minha certeza de que a Copa no Brasil seria um extraordinário sucesso baseava-se, entre outras coisas, justamente na confiança na força, capacidade e competência do povo brasileiro – ou seja, exatamente o que os luminares oposicionistas só perceberam agora. Ora, como pôde as mentes privilegiadas de nossos amigos da oposição político-midiática não ter antevisto isso?

Maurílio de Carvalho

E o pessoal do #nãovaitercopa, também diz que o governo federal não tem nada a ver com o sucesso da Copa das Copas?
Essa turma é muito cara de pau. Até os compreendo, estão desesperados e precisam fazer alguma coisa. Mas será que o povão vai embarcar nessa?

Julio Silveira

Lula e Dilma, esses foram os que acreditaram nos brasileiros e na nossa capacidade de mostrar ao mundo nosso potencial. Esses que os criticam formaram, como sempre, a rede de desconfiança, depreciação, despeito e desrespeito em relação a cidadania brasileira, que eles dizem pertencer. São uns bossais.

Sidnei Brito

Uma coisa parece clara aí: a oposição e os seus papagaios na imprensa (ou seria o contrário: a imprensa é que é papagaio da oposição?)… Voltando, num espetacular ato falho, a imprensa e a oposição apenas deixam claro, com essa patifaria, que subestimaram a capacidade do povo brasileiro. Pensando em estar fazendo o contrário, mídia e oposição estão, com essa conversinha mole, apenas realçando seu sentimento elitista e de desprezo ao povo brasileiro.

Somente para efeito de comparação, a minha certeza de que a Copa no Brasil seria um extraordinário sucesso baseava-se, entre outras coisas, justamente na confiança na força, capacidade e competência do povo brasileiro – ou seja, exatamente o que os luminares oposicionistas só perceberam agora. Ora, como pôde as mentes privilegiadas de nossos amigos da oposição político-midiática não ter antevisto isso?

Urbano

Quero o nome de um, unzinho apenas da oposição ao Brasil, que seja honesto, pelo menos na palavra; e obviamente, que não seja de forma aleatória, mas uma situação constante.

    Luís CPPrudente

    Urbano, tá difícil de encontrar esse unzinho aí!

Celso

Nesse sentido, o PIG deu voz ao Agripino dias atrás pra ele dizer agora, e só agora, de forma clara e esclarecedora que os estádios não tem dinheiro público, foi ação da iniciativa privada. Mudar de opinião, na política, é corriqueiro, normal. Esconder ou distorcer fatos para capturar a opinião pública menos avisada é baixaria mesmo.

Jicxjo

O senador Agripino Maia já mudou o discurso: agora diz que o sucesso se deve à responsabilidade da iniciativa privada… Ué, mas se a Copa fosse um fiasco por que era então culpa do governo federal? E por que o viaduto que caiu em BH seria, se era obra projetada, contratada e fiscalizada pela prefeitura, e executada pela responsável e competente iniciativa privada?

José X.

Não vai colar.

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