Obama dá adeus à austeridade que o Levy abraça

Tempo de leitura: 3 min

President Barack Obama gestures while speaking in San Jose, Calif. , Friday, June 7, 2013. The president defended his government's secret surveillance, saying Congress has repeatedly authorized the collection of America's phone records and U.S. internet use. (AP Photo/Evan Vucci)

Obama se despede da austeridade e aposta na classe média

O presidente dos Estados Unidos apresenta um orçamento que defende mais gastos públicos e aumento de impostos para os mais ricos

• Estados Unidos crescem 2,4% em 2014

YOLANDA MONGE Washington 2 FEB 2015, no El Pais, sugerido pelo Luiz Henrique Gomes Moraes

O Congresso dos Estados Unidos tem resistido, quase como regra, a aprovar os orçamentos apresentados pelo presidente Barack Obama e tudo indica que este não será a exceção. Em Washington começa a ser encenada a mesma comédia orçamentária desde que o mandatário democrata entrou na Casa Branca, chegando ao cúmulo do grotesco quando em 2011 foi realizado o famoso sequestro como uma medida de pressão para obrigar os republicanos a negociar e chegar a um acordo sobre as contas da nação ou, do contrário, aconteceriam cortes automáticos no valor de 1,2 trilhão de dólares. As negociações foram rompidas e ocorreu o sequestro.

Nos dois últimos anos de seu mandato, com a economia florescendo e o desemprego chegando a 5,2% este ano – o que estaria na linha do pleno emprego –, Barack Obama marcou suas prioridades e elas não têm nada a ver com a austeridade nem com o equilíbrio do déficit. O presidente, como já antecipou em seu discurso sobe o Estado da União no final do mês passado, pretende cortar o que, do contrário, pode definir uma era: a cada vez maior distância entre os ricos e o resto dos cidadãos.

“Precisamos ser inteligentes sobre como escolher nossas prioridades”, declarou Obama na manhã de segunda-feira para acrescentar que isso era o que fazia seu orçamento, revitalizar as velhas infraestruturas da nação, apostar na educação dos jovens, investir em saúde e fortalecer uma classe média que, na opinião do mandatário, já esperou por muito tempo.

Ficam para trás os anos de cortes nos gastos públicos e os cortes nos impostos dos mais ricos ou os lucros das empresas no exterior. Adeus à austeridade que não deixa a classe média respirar, assim como afogou a sociedade europeia, concretamente a grega, como expressou o presidente em uma entrevista na CNN no último fim de semana mostrando uma certa simpatia em relação ao novo Governo antiausteridade de Alexis Tsipras, que sem dúvida significou um apoio contra Berlim e Bruxelas.

Obama acredita que chegou o momento de virar a página e colocar fim à austeridade, já que é difícil reestruturar a economia e conseguir ser competitivo “se os padrões de vida dos cidadãos caíram 25%”. “A sociedade simplesmente não aguenta isso”, falou. “Não podemos continuar espremendo os países que estão no meio de uma depressão. Há um ponto no qual é preciso existir uma estratégia de crescimento para que possam pagar suas dívidas e eliminar, assim, parte de seus déficits”, finalizou o mandatário na CNN, analisando a crise europeia.

O orçamento de Obama para 2016 pretende fazer dois grandes ataques, ambos com poucas possibilidades de chegar intactos ao final da luta, que será dura. Um: Os republicanos do Congresso não aprovarão o imposto obrigatório de 14% sobre os lucros que as empresas norte-americanas obtenham no exterior nem permitirão o aumento dos impostos aos mais ricos. E dois: não aprovarão a lei que regulariza milhões de pessoas ilegais e que contribuiria com milhões à economia norte-americana.

O justo meio para a Casa Branca e o Capitólio estará na Defesa, já que é possível assumir que os republicanos não vão colocar “em risco”, como disse Obama, a segurança nacional.

“Desde a minha chegada à Casa Branca, reduzimos 2/3 de nossos déficits, a maior redução em menor tempo desde a II Guerra Mundial”, disse Obama. “Precisamos deixar a política de lado e aprovar um orçamento”, defendeu o presidente em um discurso que poderá ficar, mais uma vez, em uma mera declaração de intenções.

PS do Viomundo: Como diria o Paulo Henrique Amorim, assim os libelês cortam o pulso!

Leia também:

Altamiro Borges: Às ruas contra a terceirização


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

jaide

Torneiras abertas nos “states”?

Para a turma das guerras com aumento dos gastos militares?
CERTAMENTE.

Para gastos sociais?
APENAS DISCURSO.

Mas, nestas bandas, só o discurso do Nobel da Paz é suficiente. Dispensa resultado.

FrancoAtirador

.
.
“A Grécia precisa de tempo.

Ninguém melhor que a Alemanha para saber que uma Economia Deprimida,

uma Sociedade Humilhada e Sem Esperança, choca o Ovo da Serpente.

Hoje, ao voltar à Grécia, falarei a um Parlamento

cuja Terceira Maior Força é o Nazismo [‘Aurora Dourada’]”

Yanis Varoufakis, Ministro das Finanças Grego, em Berlim

(Hora a Hora – Carta Maior)
.
.

Andre

Pura jogada eleitoreira. O premio Nobel da Guerra Obama, foi eleito em 2008 com o mesmo discurso. Teve maioria Democrata no Congresso. Em 6 anos no governo não fez nada do que propõe agora, sequer propôs. Agora com a maioria republicana no Congresso, joga visando 2016. O congresso com maioria republicana rejeitará as propostas de gastos sociais e os democratas saem como defensores dos ‘gastos socias’ e os republicanos como os malvados da austeridade(Esse filme passou aqui no Brasil em 2014!).

O resultado será a expansão do “Warfere State” com o aumento dos gastos militares, previsto no orçamento proposto pelo premio nobel da Guerra. O “Warfare State” é a saída americana da ‘austeridade’, que só gera morte e destruiçao no mundo todo e não traz renda para a maioria da população, só para as corporações da guerra.

É no mínimo desconcertante ver isso ser reproduzido no Brasil como um argumento contra a política de austeridade do governo atual, Obama está fazendo o mesmo que a Dilma fez nas eleições.

gabi_lisboa

Agora que o Obama não vai conseguir aprovar mais nada no congresso, por que perdeu a maioria, é muito fácil propor medidas que pegam bem nos ouvidos do povão. O duro são as pessoas repetindo essa notícia como se o obama fosse muito bonzinho e não um baita de um hipócrita. Por que o sábio Obama – e agora leitor do Piketty – não propôs essas medidas quando tinha maioria no congresso, tipo, no ano passado?

Bacellar

800,00BiU$ em 2008 no resgate aos bancos…De fato tenho sérias dificuldades em compreender o conceito de austeridade.

No mais é um governo tão amarrado quanto o brasileiro…Caiu no congresso: Retrocesso.

FrancoAtirador

.
.
Banco é uma entidade que não produz nada,

manipula com o dinheiro de toda produção

e ainda cobra juros e tarifas por isso.
.
.

    FrancoAtirador

    .
    .
    BANCOS PAGAM MENOS IMPOSTOS QUE INDÚSTRIA

    Com truques que incluem registro de lucros em paraísos fiscais

    e pagamentos a acionistas debitados como despesa com juros,

    grandes bancos brasileiros pagaram menos imposto em 2014

    do que os trabalhadores consumidores e a indústria produtiva.

    (Hora a Hora – Carta Maior)
    .
    .

    Goethe-Br

    …-como guardar o dinheiro em casa, com a maldita lei do desarmamento em pleno vigor?…-a cidadania desarmada e entregue por assim dizer,á proteção de uma polícia despreparada, desarmada e mal paga…e á sanha da marginalidade…–a meu ver,”os gênios admiráveis” que fizeram esta aberração,assim como a bancada evangélica em Brasília ,nunca leram a bíblia…-a eles serão perante o CRIADOR,emputados todos os latrocínios e crimes bárbaros que hoje infestam as páginas dos jornais…-querem ser mais santos do que Deus…-pura demagogia…-eles, a meu ver,incentivaram
    a criminalidade e a desobediência ás leis…-tirando o lívre e universal direito de defesa publicado em lei,ás vistas da marginalidade foi uma vitória do mal sobre o bem…e mais uma vez o crime passa a compensar pa
    ra o criminoso…-“ás mentes geniais” (que acredito-as do mal)…-nem se
    quer,n’um palanque, prometem uma lei que desarme os marginais e profissio
    nais do crime…que cada vez mais organizado,tem a sua frente em cada ci
    dadão uma vítima indefesa… por imposição de uma lei que acredito, deve
    ter sido concebída por “eunucos mentais” ou coniventes com o crime…-com os meus devidos respeito a quem de direito e os merecerem… – SHABAT SHALLON !…-Goethe-Br

Julio Silveira

O States fazem o que querem, o Brasil faz o que mandam.

José Eduardo Camargo

Acho que o Obama finalmente percebeu que o primeiro presidente negro dos EUA não pode passar para a história como mais um governante medíocre, principalmente em meio à maior crise do capitalismo desde 1929.

jaide

Obama já cumpriu sua obrigação com os patrocinadores. Não vai mais se candidatar. Então, sem ter mais que arrecadar recursos pra campanha, pode jogar pra platéia, propondo o que não será aprovado por um congresso hostil. Certo, certo mesmo, sem qq contestação, só mesmo o acréscimo do orçamento militar. Mas, a propaganda funcionou.

FrancoAtirador

.
.
O Totalitarismo Financeiro Globalizado

chegou a tal ponto de Extremismo de Direta

que para a Mídia-Empresa Radical Neoliberal

o Syriza é um Partido de Extrema Esquerda.
.
.

    FrancoAtirador

    .
    .
    Não é o Syriza, Estúpido!

    Por João Galamba, no Económico [Portugal]

    É mais fácil encontrar compreensão e simpatia pelas propostas do Syriza no Financial Times, na Economist, na Reuters, na Bloomberg ou nas páginas de economia e finanças do conservador Daily Telegraph do que na generalidade dos media.

    E a razão é simples: são essas publicações quem acompanha mais de perto – e com mais conhecimento – o desastre que tem sido a resposta europeia à crise, em particular na Grécia.

    O discurso moralista e vagamente xenófobo com que se fala da situação dos países devedores – que também são os mais frágeis da EU – tem, por isso, mais dificuldade em afirmar-se.

    Quem sabe o que se passa na economia europeia e na economia grega sabe que a Grécia estava num beco sem saída, sabe que o que estava a ser pedido aos gregos era ilógico e impossível de cumprir, sabe – porque é por demais evidente – que a Grécia precisava urgentemente de pôr termo à política de “‘waterboarding’ orçamental” a que estava sujeita e que se limitou a criar uma enorme depressão económica e uma crise humanitária.

    Não é possível, e muito menos é sério, falar do radicalismo do Syriza sem falar do radicalismo (e absurdo) do que foi imposto aos gregos desde 2010.

    Recapitulemos o que se passou desde 2010, quando foi acordado o primeiro programa de resgate à Grécia: desprezando todos os ensinamentos da história, foi pedido à Grécia que, no meio de uma violenta crise económica e financeira, encolhesse selvaticamente a sua economia para honrar os seus compromissos com os credores.

    Tudo isto enquanto se emprestava mais dinheiro à Grécia para cumprir tão desvairado programa.

    Como é evidente, os resultados são os que se conhecem: a economia grega encolheu mais de 25%, o desemprego está acima dos 25% há quase cinco anos (acima dos 60% para os jovens), há um partido Nazi com assento no Parlamento.

    E a dívida, apesar de várias restruturações, disparou, aproximando-se dos 180% do PIB.

    O Syriza é, portanto, uma consequência, nunca a causa, dos problemas que a Grécia enfrenta.

    A maior tragédia para os Gregos nem é a destruição do seu país.

    É, perante essa destruição, haver quem fale de progressos e, dogmaticamente, insista na continuidade e aprofundamento das actuais políticas.

    Antes de saber se as propostas do governo grego são ou não razoáveis, há uma questão prévia, essa sim um pressuposto de qualquer negociação: é necessário olhar para a realidade grega e constatar que o programa de “ajuda” à Grécia afundou o país, fracassou e tem de ser radicalmente revisto, sob pena de se transformar um programa de ajustamento num puro diktat, em que a violência e o poder dos credores se substitui à razão e ao diálogo.

    Enquanto isto não acontecer,
    o radicalismo que nos deve preocupar
    não é seguramente o do Syriza.

    (http://economico.sapo.pt/noticias/nao-e-o-syriza-estupido_211141.html)
    .
    .

    FrancoAtirador

    .
    .
    REPRESÁLIA À VITÓRIA DA ESQUERDA NA EUROPA

    BANCO CENTRAL EUROPEU CORTA CRÉDITO À GRÉCIA
    .
    .
    Cerco à Grécia

    BCE bloqueia acesso dos bancos gregos a novas linhas de financiamentos,

    para forçar novo socorro condicionado a reciprocidades ortodoxas (mais arrocho).

    Papéis da dívida grega despencam na Europa, nesta 5ª feira.

    Mercados exigem juros escorchantes para financiar Atenas.

    (Hora a Hora – Carta Maior)
    .
    .
    El BCE castiga a Syriza y corta el crédito a la banca griega

    (http://www.elperiodico.com/es/noticias/internacional/bce-castiga-syriza-corta-credito-banca-griega-3911626)

Yacov

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK … É o BRASIL sempre indo na contramão. Será que é porque estamos no hemisfério sul, de cabeça pra baixo !?!?

O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

FrancoAtirador

.
.
Agora é que os Muares Fascistas

do Tea Party braZil vão Zurrar:

Obama Comunista Radical Islâmico!
.
.
Que o Diabo os Guarde no Inferno.
.
.

Renato

Ótimo. Assim os Republicanos voltam em 2016. Para apertar o embargo contra Cuba e derrubar uns ditadores da Al.

    leonardo marques arnaldo

    Esse Cidadão Renato é mais um alienado pelo PIG(Partido da Imprensa Golpista)!

Deixe seu comentário

Leia também